Capítulo 4 - Você de volta

1893 Words
Eu não sabia por onde recomeçar minha vida. Por que era tão difícil esquecer alguém? Que d***a. Já não bastava o que passei da primeira vez Zayn tinha que aparecer e derrubar o muro que eu fiz no meu coração e descongela-lo. Eu só não sabia qual passo iria dar primeiro, eu não queria voltar à escola sendo que ele não iria estar lá pra me perturbar mas também não queria estudar em casa para me isolar. Eu já fiquei bastante tempo sozinha, já fiquei muito tempo sem contato com as pessoas e deve ser por isso que eu não consigo me afastar, por que foi ele que sempre esteve ali mesmo brigando, ele estava ali quando eu voltei a tentar socializar. Mas e agora que ele foi embora? Quem vai me salvar das burradas? Quem vai fazer curativo nos meus machucados abertos? Quem iria juntar os caquinhos do meu coração? Ninguém. Respirei fundo enquanto encarava a parede da cozinha enorme e fechei os olhos pensando bem no que eu iria fazer. Caramba. Se ele foi embora da minha vida tinha que ir embora dos meus pensamentos também. Andei até a sala e peguei minha jaqueta que estava jogada em cima do sofá e fui até a porta, onde tinha um dos seguranças do meu pai. Apenas olhei pra ele por alguns segundos e ele me deu espaço pra sair. "Um dos meninos vai te levar criança..." Ele diz assim que eu abro a porta e eu n**o firmemente. Eu queria ficar sozinha. "Eu vou correr...quem é que corre com um motorista?" Ironizo e ele apenas fica com o olhar duro em mim. "Eu quero ficar sozinha..obrigada." "E quanto a seu pai?" Pergunta quando eu me afastei um pouco e eu apenas sorri pra o segurança que estava com a gente desde que eu era criança. "Manda ele se foder." Pisco e me viro colocando a jaqueta e arrumando meus cabelos. Deixo meus óculos bem firmes no meu rosto e chego até o meu carro, o que eu havia ganhado em Miami. Entro no mesmo e sem colocar o cinto acelero bem pra sair daquele lugar. Liguei o som e deixei em um volume normal, abri as janelas e mesmo que tivesse frio eu iria deixar abertas, para que tudo que eu estava pensando evaporasse, sumisse da minha cabeça. A estrada passava rapidamente pelas janelas abertas, o vento jogava meus cabelos pra todos os lados, uma das mãos no volante e a outra na janela, meus olhos querendo lacrimejar por todos os pensamentos que rondavam minha cabeça agora. Era r**m pensar que você não é o suficiente. Eu não sei por que eu ainda acreditava que eu iria conseguir alguém ficar ao meu lado, principalmente alguém como ele, ele pode ter quem quiser, a hora que quiser, tem a d***a de uma vida independente, ele que tem tudo o que quer, tem a m***a do meu coração. Por que ele tinha que ser tão i****a? Tão e******o? Eu sei que errei mas errar é humano, ele faz coisa piores que eu e eu escolhi ficar, mesmo sabendo que a qualquer momento ele podia me machucar eu fiquei. Passei por vários lugares onde eu podia ter parado, mas não quis parar, minha cabeça estava cheia demais pra suportar pessoas a minha volta, mas o problema era que eu queria parar, eu precisava de álcool no meu organismo, eu precisava esquecer e pra isso acontecer eu precisa beber, então no primeiro lugar que eu encontrei aberto eu parei. Estava cheio de gente da minha idade, bebendo, rindo, tudo ao contrário do que eu estava, a música estava alta e legal, mas a d***a do meu ânimo não subia. Parei o carro um pouco distante, mas perto o suficiente para mim poder vê-lo e assegurar que ele estava ali. Algumas pessoas começaram a olhar pra mim enquanto eu andava para dentro do local e eu apenas ia vendo o rosto das pessoas que eu reconhecia da escola. Era como se a escola toda estivesse ali. Resolvi ignorar todos que me olhavam e continuei meu caminho para o bar, onde um garoto magro de cabelos castanhos me atendeu, me olhando sorridente. Por que todo mundo sorria? "O que vai querer?" Ele diz assim que vejo que eu não iria dar a primeira palavra e se encosta no balcão. "O que você tiver de mais forte..." Digo alto o suficiente para ele ouvir e o mesmo apenas junta as sobrancelhas enquanto fica parado. "Uma garrafa toda por favor." "Você é maior de idade?" Pergunta com os olhos espremidos e eu bufo enquanto me encosto no balcão pra me aproximar perto do seu rosto e o mesmo sorri pensando que aquilo é alguma gracinha. "A maioria das pessoas que estão aqui são menores de idade, então se você recusar uma bebida pra mim por que eu sou menor eu ligarei pra minha mãe que é policial ou pro meu pai quem sabe...o governador.." Sorrio assim que termino e vejo o mesmo com uma expressão séria então volto a sentar no meu lugar e deixo ele se afastar. "Já voltou?" O mesmo sai de perto de mim às pressas e começa a pegar minha bebida, reviro os olhos pra tal ato e direciono meu olhar para a pista de dança. Hoje eu precisava me divertir, precisava apenas esquecer tudo que meu corpo estava sentindo, esquecer tudo que eu vivi esses últimos dias. Vejo por cima do ombro que o garçom colocou minha bebida às pressas e saiu novamente, apenas pra não falar comigo. Virei o líquido que estava na garrafa goela abaixo e ignorei o copo que estava ali. Fiquei um bom tempo sentada, apenas ali observando as pessoas, esperando o álcool subir a minha cabeça, me deixar tonta e me deixar feliz. Vi uma garota ao meu lado e decidi perguntar o que todo mundo estava fazendo ali. "Ei você sabe por que a maioria da escola está aqui?" Sou direta na informação que quero e a mesma apenas se vira pra mim abrindo um sorriso. Espremo um pouco pra enxergar melhor quem era a minha frente e não sei como reagir quando vejo ela ali. "Lee?" "Olha quem resolveu aparecer em uma festa." A mesma ironiza enquanto virava de costas pro balcão e olhava pra mim. "Sua mãe deixou você sair?" "Vamos se dizer que eu mando em mim." Respondo virando mais um gole da bebida que descia rasgando minha garganta e ela apenas ergue as sobrancelhas surpresa. "Então ... O que está acontecendo aí? Estou meio desatualizada da escola..." "É, toda a escola sabe que você não estava indo por causa do...Zayn." Ela sussurra o nome dele como se isso desse algum azar pra quem falasse alto e eu apenas direciono meu olhar pra garota que estava de vestido preto e justo. "Bom... É que o nosso melhor jogador no futebol voltou e o pessoal do time tá comemorando. Afinal, sem ele o jogo de quarta não tá ganho." "O jogo é na quarta não é? Eu havia esquecido.. Sai do time, de tudo." Ela assente enquanto bebericava a sua bebida e olhava pra pista. "E qual jogador que voltou? Acho que não conheço."  "Na verdade você já teve um caso com ele até. Então conhece.." Brinca e eu fecho o cenho enquanto deixo minha garrafa de lado, para ouvir melhor aquilo. A bebida estava começando a subir pra minha cabeça e minha visão ficando embaçada. Caramba, agora não. "E vamos se dizer que você foi sortuda pra Caralho." "Quem é? E por que?" Jogo as perguntas pra ela e a mesma apenas ri consigo mesma e se aproxima um pouco. "Vamos se dizer que ele não é desses que fica com qualquer garota, vamos se dizer que esse garoto simples e gentil é um dos mais cobiçados pelas garotas mas nem todas ganham seu coração e bom, você m*l entrou e conquistou de dois." Demora pra falar quem d***a era a pessoa que voltou e eu fico furiosa com isso. Ela não parava de tagarelar. "Fala logo quem é Lee." Aumento meu tom grosso e ela apenas sai de onde estava encostada no balcão apenas se despedindo de mim sem responder. "Que menina doida..." "Sun?" Escuto uma voz conhecida e que eu não esperava ouvir tão cedo então me viro para ver o rosto lindo desse garoto. "Você por aqui?" "Eu que o diga..." Respondo abrindo um sorriso e vendo o quão lindo ele estava. Agora tatuado, tinha algumas tatuagens no braço, seu cabelo não estava totalmente loiro, estava meio a meio, seu sorriso mais encantador e seu jeito forte que agradava qualquer uma. "Quem é vivo sempre aparece não é?" O mesmo diz enquanto se aproximava e deixava um beijo sobre minha bochecha. Eu estava mesmo precisando de uma companhia como a dele. "Só pensei que não apareceria mais depois daquela noite Niall..." Respondo enquanto coloco civilizadamente a bebida no meu copo para beber direito. "Na verdade eu pensei que nem estava vivo." "Bom, aqui estou eu." Responde sorridente. "Diferente mas ainda sou eu." "Quem diria que faria tatuagens.." Respondo olhando pra elas ainda com minha visão meio embaçada. "E ficaria mais lindo.." "Quem diria que você continuaria linda assim mas dessa vez mais solta." Responde me fazendo ficar com um pouco de vergonha e baixar a cabeça e rir. "O que faz aqui sozinha? Bebendo pra se divertir?" "Bebendo pra esquecer..." Respondo enquanto virava mais um gole e ele apenas olhava atentamente pra mim. "E você?" "Curtindo a festa que planejaram pra mim." Sorrio um pouco mais alto lembrando agora do que Lee se referia. "Mas agora fazendo companhia pra uma garota linda." "Ainda não desistiu?" Pergunto com um tom zombeteiro e ele apenas n**a enquanto se aproximava. "Na verdade acho que das outras vezes a gente não teve privacidade o suficiente e eu nem aproveitei ficar ao seu lado direito." Sorrio para o mesmo interrompendo o seu andar colocando o copo na frente dos meus lábios para beber mais. "Bom, hoje eu estou aqui apenas pra curtir..." Respondo e o mesmo sorri decepcionado e encosta no balcão. "Então vamos curtir..." Diz alegre chamando o garçom e pedindo algo pra ele alegremente. "Vamos virar a noite, fazer você esquecer os seus problemas e fazer mudar de ideia." "Fala o que você realmente quer Niall, eu não sou qualquer garota pra você tentar jogar e jogar sujo." Respondo o mesmo em um tom meio grosseiro e ele apenas sorri pra mim. Ele não se ofendia? "Não sou garota de uma noite só." "Eu quero apenas fazer você esquecer quem você quer esquecer..." Murmura baixo enquanto olha pro meus lábios e eu suspiro um pouco pensando duas vezes antes de fazer isso. "Eu ainda não vou desistir de você..." "O problema é que não faz muito tempo..." Tento falar mas ele me interrompe enquanto coloca o dedo no seus lábios para indicar silêncio. "A partir do momento em que ele chegou pela aquela porta com uma garota loira você pode fazer o que quiser." O mesmo indica enquanto fica na minha frente mas me dá espaço pra ver a entrada do local fazendo meu coração acelerar vendo o mesmo sorrindo como se nada o afetasse e agarrado com uma loira. "E com quem quiser, e aí? Topa?" Olhei mais uma vez para ele entrando com amigos que eu não fazia ideia de quem era e sorrindo feito nunca enquanto tinha uma garrafa de bebida na mão. Ele não estava sofrendo, pelo contrário, aposto que ele não queria mais saber da minha existência, ou pior, eu só fui um brinquedinho. "Eu topo qualquer coisa com você." 
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