UMA BABÁ PARA O VIÚVO BILIONÁRIO

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Hilary Dean

Já faz três dias que eu estou aqui em Washington e preciso enfatizar como é tudo muito diferente e movimentado. Eu morava numa cidade mais afastada, calma e praticamente parada, então, eu estou percebendo que vou precisar de um tempo para me acostumar com tudo.

Eu consegui organizar o meu cantinho do meu jeito de uma forma bem minimalista e outra coisa que preciso me acostumar, é com o pouco espaço. Se Nicole tivesse vindo comigo, eu não sei como seria. Quase não me cabe aqui com as minhas coisas e ela é bem espaçosa.

Infelizmente, eu perdi qualquer esperança de ser contratada por aquele homem rico do avião, então, eu já comecei a dar uma olhada na cidade com currículos em mãos. A sorte é que o bairro aqui tem bastante famílias e tem escolas por perto. Bom, isso tem um lado bom e rüim. O bom, é que tem chances de eu encontrar alguém com filhos pequenos e a outra, é que eles podem muito bem optar por creches.

É o custo de estar numa cidade grande!

— Hum..., que fome! — Sinto a minha barriga protestar aqui.

É de manhã e acordei cedo. Não são nem sete da manhã ainda e o motivo maior de estar de pé é a fome. Não consigo dormir de barriga vazia. Como se era de imaginar, eu estou escolhendo quais refeições terei para de alguma forma, fazer o dinheiro durar. O que comi ontem à noite foi uma maçã.

Uma simples maçã!

Agora, eu tento pensar no que vou comer antes de sair. Bom, na cozinha tem outra maçã e vejo que deixei um pacotinho de biscoitos de outro dia. Com isso, eu me sento para comer e já reservo um copo com água. Eu não sou de reclamar, afinal, é melhor estar aqui assim do que morta no Canadá.

Não faço ideia de como ficará a situação da minha mãe biológica e tenho evitado pensar nisso. Não foi eu que criei esse problema, foi ela que fez isso chegar a mim e preciso seguir em frente. Torço para que nada chegue aos ouvidos de Nicole, porque sei que ela surtaria.

— É, acho que dá para suportar umas horas... — Falo sozinha depois de comer.

Limpo o local que sujei e vou logo para o banheiro tomar o meu primeiro banho do dia. Ainda preciso me acostumar com água em gelo e tem sido momentos de sustos. Em nenhum momento, a Solange, recepcionista daqui falou ainda se vão consertar isso e vou saber depois. Isso aqui no frio será insuportável!

Pois bem, eu descobri o nome da escrotä ignorante quando tive que sair e uma pessoa falou o nome dela. Evito de falar com ela, porque a ignorância transborda nela, mas é bom saber como chamá-la da próxima vez.

O meu banho dura exatamente cinco minutos e saio me cobrindo toda enquanto me tremo. Os meus dentes estão até trincando! Começo a me secar rapidamente e vou logo me vestindo de uma calça. Separei também uma blusa de mangas e vou me arrumando. Eu preciso imprimir mais currículos e entregar em certos locais pela manhã e é isso que vou fazer agora.

Quero acreditar que logo estarei trabalhando, nem que seja como garçonete!

— Que hoje seja um bom dia! — Falo comigo mesma antes de sair.

Passo a chave na porta e vou andando com um envelope na mão. Assim que chego na recepção, eu percebo uma certa movimentação e fico até curiosa. Porém, vejo que é apenas o carteiro deixando diversas correspondências. Nelas tem até caixas grandes.

— Ei, você... — Solange me chama. — Que horas você volta?

— Por que a pergunta? — Franzo a testa sem entender nada.

— Um técnico vem consertar o chuveiro e o aquecedor, então, que horas você volta hoje? — Esse jeito dela me irrita.

— Eu ainda não sei, mas se ele já estiver vindo..., eu espero! — Ela bufa e me olha feio.

— Ótimo! — Ela vira o rosto e se agacha atrás do balcão.

Qual o problema dela?

Reviro os olhos já irritada com essa mulher, mas percebo que uma das caixas do balcão está prestes a cair e logo por cima dela. Solange não consegue ver e por isso, eu corro na sua direção. O tempo é crucial porque assim que lhe empurro, nós vamos com tudo batendo na parede e a caixa vai ao chão e o som mostra bem que era algo bem pesado. Em seguida, o quadro em cima de nós despenca e só tenho tempo e estender as mãos.

Sinto só um pequeno impacto na minha cabeça, mas nada sério e ela olha tudo com susto.

— O que foi isso tudo? — Ela fala assustada e até confusa. — Nossa... — Ela encara a caixa no chão.

— Não deu tempo de avisar... — Digo em minha defesa.

— Essa caixa tem um monte de livros e revistas..., ela pesa mais que eu! — Sabia que tinha peso nela. — Obrigada!

— De nada... — Respondo enquanto me levanto. — Acho que agora pode ser menos ignorante comigo.

Ela não diz uma palavra e ficamos de pé. Eu deixo o quadro apoiado na parede no canto e ela começa a puxar a caixa pesada. Acho que ela não tem jeito mesmo e sem opção, eu me sinto no banco ao lado para esperar o tal técnico.

Nisso, Solange, vai organizando umas coisas na recepção e eu vou olhando se tem alguma mensagem no meu celular. Depois, eu começo a olhar o meu currículo e noto que Solange me olha toda receosa.

— O que foi? — Questiono erguendo uma sobrancelha.

— Me desculpe... — Isso me pega de surpresa. — Não é fácil estar aqui ouvindo todos os tipos de reclamações, afrontas, ignorâncias e até ameaças de inquilinos. — Eu me levanto e ando até o balcão dela. — Tem dias que eu me detesto!

— Fácil eu imagino que não seja, mas eu queria estar no seu lugar. — Não minto, pelo menos estaria trabalhando.

— Isso é um currículo? — Eu aceno. — Ah, por favor! Ninguém mais entrega currículo impresso assim de porta em porta... — Ela fala como se fosse o óbvio. — Posso te ajudar com isso mais tarde.

— Como assim? — Ela se apoia na mesa com as duas mãos e me olha seriamente.

— Existem sites de vagas que você pode se cadastrar e eles entram em contato. A pessoa contratante se cadastra lá avisando do que precisa e o site é essa ponte até o empregado. — Fico curiosa nisso.

Não conheço bem esse serviço, mas acho que é uma boa ideia.

{ . . . }

O meu cadastro foi feito no site e estou vendo as enormes possibilidades e tenho que falar, isso é incrível! É bem mais fácil e eles mostram as vagas em tempo real. Tem algumas coisas que posso fazer sem ter um estudo específico e Solange, vai me explicando mais. Vamos fazendo vários cadastros e fico completamente vidrada nisso aqui.

Até que uma ligação chama a minha atenção. É um número desconhecido, mas mostra ser uma ligação daqui!

Será que já é sobre um trabalho?