Bartolomeo estava do lado de fora, olhando para uma gaiola que um dos homens havia deixado no pátio. Dentro dela, um passarinho pequeno, assustado, batia as asas contra as grades, tentando em vão escapar. Ele abriu a gaiola sem dizer nada. O passarinho hesitou por um segundo, depois voou para a liberdade. — Aqui, pássaro não fica preso — Bartolomeo disse, com um tom firme. Um dos homens que estavam por perto, observando a cena, comentou com uma risada curta: — O senhor é estranho, chefe. Bartolomeo olhou para o homem por um momento, sem pressa. — Ficou quase um ano com inimigo no porão, mas bicho não fica preso — respondeu, tranquilo. — Bicho é bicho, Jaó... Já gente, dependendo, nem bicho é — completou Bartolomeo, se afastando da gaiola vazia. O homem ficou sem resposta, apenas obs