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1180 Words
Alicia Narrando Meu irmãozinho querido, delegado da polícia civil veio me prender, mas é uma palhaçada viu. Eu até iria reagir, lascar logo uma rajada de bala na cara dele, mas, quando ele mencionou os meus pais eu recuei bonito, eu não poderia pagar pra ver e se de fato ele fizesse algo contra eles? Eu não poderia arriscar desse jeito. Fui como ele e eu quero saber quais são as acusações, porque porte de arma eu tenho, ele não tem nenhuma prova concreta que eu sou dona do morro e lidero o tráfico de lá, então eu quero saber o que ele tem contra mim. Mas como eu já sabia, ele não tinha nada, ele iria querer extrair de mim o máximo que ele pudesse, mas o máximo meu seria nada pra ele porque eu não iria dar o que ele queria de mão beijada não, pra ele ter alguma prova contra mim, ele iria ralar e ralar bonito viu, porque da minha boca não iria sair nada. Passei a noite ali em claro, não preguei o olho, não recebi meu advogado e nem falei com ninguém da minha família, p***a a Liz tinha que ter dado um jeito rápido em tudo, temos os melhores advogados aqui e não sei o porque dessa demora, eu odeio ficar no escuro. Mas aí o dia amanheceu e se arrastou, minha raiva é tanta que não me faz sentir nem fome e nem sede, tudo que ele mandava eu recusava, primeiro que eu estava espumando ódio desse filho da p**a, segundo que eu não sou maluca de comer algo mandado por ele né. Mas meu coração errou as batidas no mesmo instante que eu escutei a sua voz, quando eu a vi depois de anos ali na minha frente, linda, sua postura impecável como sempre e dando um enquadro do nojento do meu irmãozinho que pra variar estava me interrogando, jurando que eu iria dizer alguma coisa. Ela voltou e voltou com tudo, pra me tirar daqui. Assim que saímos da delegacia cumprimentei os meus seguranças que estavam com ela, eu tenho o respeito de todos, não só por ser filha de quem sou, mas, porque eu fiz por merecer esse respeito, então eu vi no rosto deles o alívio quando me viu saindo de dentro da delegacia. Alicia - Vamos para o meu apartamento no Leblon. - disse pra ela que me perguntou se era pra ir diretamente pra o morro. Eu precisava de um tempo longe dali, porque eu sabia que minha mãe iria vir me “sufocar” de amor quando eu chegasse, eu precisava de espaço, precisava ficar em um lugar afastado por um tempo, mas eu também queria falar com ela, saber sobre ela, mesmo que em algum momento a gente brigue porque é isso que mais fazemos, na verdade sempre fazemos isso, brigar mais que conversar, mas eu de fato estava com saudades dela. Olivia - Pronto chegamos! - ela fala depois de um tempo na frente do meu prédio. O caminho todo foi em silêncio, eu perdida em pensamentos e ela também, o som do carro tocando poesia das antigas que eu sei que ela ama e o trajeto não era longo, no máximo uns trinta minutos. Alicia - Estaciona o carro na minha vaga e sobe comigo. - falei pra ela que piscou algumas vezes e apenas concordou e fez o que eu pedi. Descemos do carro e fomos em direção ao elevador em silêncio, não estava r**m e nem desconfortável, mas eu estava agoniada como nunca tinha estado antes, ela me causava isso, sempre me causou e quando ela foi embora eu sentir um misto de emoções e confesso que a que predominou foi a tristeza, porque eu nunca senti por alguém o que eu sentir e ainda sinto por ela pelo visto. Subimos até a cobertura, aqui é um dos meus refúgios, onde eu quero pensar na vida longe da agonia do morro e pensar nela e stalkear o perfil dela que nem uma louca pelo meu perfil falso, porque nem as redes sociais temos uma da outra. Olivia - Muito linda a sua cobertura, faz tempo que tem ela? - ela pergunta quebrando o silêncio assim que entramos no apartamento e eu vou até aonde tem um bar. Alicia - Aqui é meu ponto de paz em meio ao olho do furacão que é a minha vida, tenho essa cobertura a pouco tempo, comprei e fui reformando aos poucos deixando do jeito que eu queria e definitivamente ficou pronta faz uns meses. - falo indo em direção a ela com uma taça de vinho branco na mão oferecendo a ela que agradece e estende ele para brindar junto com ela. Olivia - A sua liberdade! - ela puxa o brinde e eu completo. Alicia - A você que voltou e me tirou de lá. - falo olhando bem nos olhos dela e ficamos um tempo nos encarando e tomamos um gole do vinho que estava saboroso, mas sem deixar o contato visual, o que logo é quebrado pelo telefone dela tocando e assim quando ela ver quem tá ligando abre um sorriso lindo que me dá até um negócio por dentro, será que é a namorada dela? Ligação On : Olívia - Oi meu amor, tá tudo bem sim, deu tudo certo. - ela fala com a outra pessoa na linha, chamando ela de meu amor e chega da uma troço r**m dentro de mim e eu tomo de uma vez o resto do vinho num gole só e ela percebe e dá um sorriso de canto me estendendo o telefone e eu estranho. Alicia - Quem é? - pergunto pra ela que sorrir de lado. Olivia - Fale que você saberá quem é! - ela diz e eu pego o telefone sem nem prestar atenção no nome que está no visor. Ananda - Como é que eu chego de viagem e já tem esse tanto de informação na minha cabeça ? Você está bem? Te machucaram ? Porque você não veio direto pra cá? - minha mãe me “sufocando” de amor está do outro lado da linha e eu abro um sorriso enorme e até mesmo respiro aliviada em saber que é ela quem está no outro lado da linha. Alicia - Respira mãe, calma que está tudo bem na medida do possível, eu vim pra cá pra respirar um pouco, mas eu já já estou voltando pra o morro e você poderá ver com os seus próprios olhos que eu estou bem certo?! - falo tentando acalmar dona Ananda porque ela estava alvoroçada demais. Ananda - Aproveita pra se entender com a Olivia, Carpe Diem Alicia, Eu Te Amo e só quero o seu bem e a sua felicidade e ela é isso tudo e mais um pouco. - ela fala e logo em seguida se despede de mim desligando a chamada. Ligação off : E mais uma vez as palavras da minha mãe bailam na minha cabeça Carpe Diem Alicia ou seja Curta o Momento, Alicia.
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