Capítulo 5

1131 Words
Jin Manhã 15 de fevereiro Uau. 8:05 e já posso ouvir meu pai gritando no telefone. Meu irmão deve ter feito alguma m***a. Kidoh não consegue ficar longe de problema, nem aqui e nem nos Estados Unidos, onde ele está agora para aprender inglês.  Eu deveria ter ido, mas esse projeto começou quando eu entrei no ensino médio e não é bom mudar de escola no ensino médio. Ele tem 14. -Bom dia, docinho!- Ty Lee, a minha segunda mãe, disse, assim que notou que eu estava acordado. Ela estava limpando algumas coisas no meu quarto.- Eu fiz panquecas para você! Quer eu traga aqui para o quarto? Seu pai está um pouco irritado. –Um pouco? Mas não foi com os gritos dele que eu acordei? Eu diria bem irritado! - Bom dia- Me espalhei na cama. – Não precisa, quero vê-lo, antes que ele vá trabalhar. -Então venha, se ajeite que eu quero forrar a cama! Vá. Vá.- Ok. Fui expulso da cama. Devo ter bocejado uma 30 vezes até ter terminado de tomar banho, escovar os dentes e estar visível na sala de casa para ainda ver meu pai furioso no telefone. -Eu sei que você fritou o dinheiro, Alejandro. Você já disse isso e nem quero saber onde você enfiou o dinheiro que eu te dei... O que? Não posso te dar mais! Posso te dar um emprego!... Mas não é na Coréia... Sim, é no Japão... Ok... Ok... – Meu pai notou minha presença e sorriu tirando aquela expressão séria do rosto por um segundo. “Bom dia, meu amor”.- Eu não vou poder limpar a sua barra para sempre. Você sabe disso, não é? Vou conseguir o emprego, não se preocupe mais com isso. – Ele voltou para a expressão séria. -Jin, está pronto. Venha comer- Ty Lee chamou e eu fui  para a cozinha ainda tentando ouvir a conversa do Appa com o pai da Camila. -Sim... Não se preocupe com elas, elas podem ficar aqui. Desde que minha esposa morreu e Kidoh está no Estados Unidos, a casa está quieta... Não tem o que agradecer! Vocês são minha família também. – A voz do meu pai foi ficando mais longe e Ty Lee me olhava com um sorriso doce. -Camz, está bem?- Ela sorriu.- Parece que vamos ter mais companhia aqui em casa. – Eu afirmei coma cabeça e sorri sem pensar. Camila está com problemas e me senti culpado por não ficar preocupado de imediato. Saber que ela viria pra cá, por um pouco mais de dois dias, era bom demais para ignorar. Meu pai entrou na cozinha, pegou uma das minhas panquecas, pediu suco e declarou como se eu e Ty Lee não tivéssemos ouvido: -Camila e Sinu vão vir morar aqui por um tempo. Alejandro vai trabalhar no Japão para juntar dinheiro e elas ficarão aqui. -Aqui, o senhor diz, aqui em casa?- É impossível não sorrir. Minha melhor amiga vai vir morar comigo! - Não fique todo feliz, elas não viram passar férias. – Ele disse e eu me encolhi, mas logo ele mudou e negou com a cebeça – Está resolvido. Agora está tudo bem. Pode ficar feliz. –Ty Lee deu risada e meu pai também. Eu engoli a panqueca e subi para o quarto. Eu precisava ligar para a Camila. Flashback on Nathan 2 de fevereiro de 2013 Manhã Era o primeiro dia de aula e eu estava nervoso -não deveria- com todo esse drama, que obriga o alfa a ser o todo poderoso. Eu, aos meus 12 anos, já estava cheio disso, mas se dissesse isso para os meus pais, eles provavelmente diriam: -Você está certo, filho! Um alfa sempre está certo. – E eu iria sorrir e concordar. Minha mãe não me deixaria faltar o primeiro dia por nervosismo, então eu só me arrumei e estava na porta bem na hora que meus pais entraram no carro para me levar a escola; em menos de vinte minutos eu estava paralisado na entrada. E foi aí que eu o vi. Um garoto que parecia ter a mesma idade, entrando no estacionamento numa bicicleta prateada, com um casaco cinza, e uma expressão como se pensasse em mil coisas ao mesmo tempo. Esqueci que estava nervoso. Só relaxei. Ele veio caminhando e eu não parava de olhar. Ele percebeu. Mas eu não conseguia parar de olhar e então ele sorriu. Eu nunca tinha visto um garoto tão lindo, ele era bem menor que eu, uns 15 cm a menos, cabelo castanho, um rosto de porcelana, lábios rosados... -Oi.- Ele disse e riu. -Oi.- Respondi ainda o olhando, então ele baixou a cabeça constrangido e isso me fez sorrir, seu jeitinho era uma graça. -Eu sou novato! Meu nome é Nathan, prazer! -Jin, prazer!- Por que eu acho que esse garoto vai ser importante pra mim um dia? -Pode me mostrar onde é a minha sala? Você é do 7° ano, não é? -Sim e sim!- Ele riu- Você pode ser da minha sala- Ele sorriu e eu só conseguia pensar se ele acharia estranho se eu o abraçasse, ou se eu o tocasse demais da conta, ou qualquer outra coisa. -Espero que eu seja da sua sala. -Eu também!- Alguns segundos, nossos olhares presos um no outro. -Nathan? Você achou o menino que vamos zoar! – Levi, o menino que eu conheci enquanto fazia a matricula nesse colégio, chegou e nos fez olhar para ele. -Não... Esse é o Jin... – Falei , mas ele não me deu ouvidos, mesmo eu sendo um alfa lúpus e ele apenas um alfa. -Qual é?! Ele não vai ser nosso amigo!- Levi disse pra mim- O que está pensando garotinha? Você não se parece com a gente.- Falou para Jin. -Por que? Quer dizer... Eu não quero ser seu amigo. Tanto faz vocês dois para mim.- Jin falou. -É garotinha? Nós não importamos para você?!- eu não sei exatamente o porquê de eu ter dito isso. Eu e Levi rimos e Jin ficou sem entender. – Eu sou alfa, você é ômega, entendeu?- Falei usando a famosa voz de alfa e ele se encolheu, ainda estava lindo.  Isso fez Levi ficar satisfeito, ele deu um tapinha no meu braço em aprovação. -Está marcado. Você vai ver nossos rosto muitas vezes agora.-Levi completou. -Marcado?- Ele perguntou baixinho. -É, marcado. Pensa um pouquinho que você entende.- Levi falou e empurrou Jin, seu corpo chegou a bater em um menino que passava atrás de Jin e depois disso, Levi segurou meu braço  e fomos para a aula. Foi a ultima vez que Jin me olhou de um jeito amigável. Mas nós nos víamos pelo menos uma vez por dia. Ele era a nossa garotinha. “Nossa”... Flashback off
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