Capítulo 2 - Estranho E Confuso

1758 Words
 — Mas... — Alguma interjeição? Não quer o emprego Senhorita Martins? — O que? Não! Eu... Eu quero... Obrigada - Digo balançando a cabeça frustrada e o vejo sorrir desligando o celular. Instantes depois o garçom surge com nosso pedido. Em sigilo encaro o prato em minha frente sem saber o que pensar, estava tudo confuso demais. — Mas, por que... — Coma – Ele diz me observando bebendo o primeiro gole do vinho. Mesmo não sendo mais avaliada para o cargo de emprego sinto como se ainda estivesse sendo investigada sobre seu olhar penetrante. Sem dizer mais uma palavra devoro meu prato em silêncio evitando seu olhar por diversas vezes. — Satisfeita? – Questiona casualmente. Assentindo limpo minha boca puxando o guardanapo. — Fico feliz em ouvir isso. Num gesto o garçom surge em nossa frente recolhendo nossos pratos com habilidade e rapidez. — Começará a trabalhar amanhã. Assim que chegar à empresa peça para que Aline me chame - Ordena autoritário. Se levantando Christopher ajeita seu terno saindo do restaurante sem olhar para trás, me deixando um tanto pasma. Soltando um suspiro pesado enfio minha cabeça contra a mesa sentindo uma pequena dor ao bater a testa. Que. Merda. Foi. Essa? Provavelmente nunca havia sentido tanta tensão em vida. — Senhorita, está tudo bem? Levantando minha cabeça rapidamente encaro a recepcionista loira que me olha preocupada. — Claro. Hã... Quantos que deu a conta? - Pergunto mudando rapidamente minha compostura. Sorrindo ela n**a de leve balançando a cabeça. — Seu almoço foi pago pelo Sr. Bittencourt, senhorita. Hã? — Tá... Hum... Obrigada... - Pronuncio sem jeito me levantando da cadeira. Caminhando em direção à porta respiro fundo me sentindo de certa forma mais aliviada ao estar longe da presença do Sr. autoritário, porém não posso conter a felicidade sobre a notícia recebida. De repente, ouço um toque familiar reconhecendo a música quase que automaticamente. Puxando o celular da bolsa o atendo sem demora. ?— Alô? ?— E Então? Conseguiu? - Identificando a voz de Pablo, não é difícil de imaginar seu sorriso ao pronunciar aquelas palavras. ?— Sim Pablo, eu consegui. Foi estranho mais o importante é que consegui. ?— Estranho? ?Escutando várias vozes reunidas em conjunto, ouço murmúrios juntamente de conversas altas. Obviamente ele estava em seu horário de almoço no trabalho. ?— Fala mais baixo! - Resmunga com alguém me fazendo rir - Eu estou no telefone, c*****o! - Diz irritado - Nicole, me desculpe terei que desligar agora, mas a noite conversamos em casa. ?— E vê se não chegar tarde dessa vez! - Comunico recebendo sua risada em resposta. ?Sorrindo desligo o telefone. Com certeza aquela foi à entrevista de emprego mais confusa que já presenciei... Primeiro porque não era para o verdadeiro DONO estar entrevistando as meninas e segundo, acabei de almoçar com o cara de mais poder empresarial e agora meu chefe. E em terceiro... meu sapato está descolando. — Senhorita Martins? — Sim? Me virando subitamente, vejo um homem engravatado perto de um carro de luxo se aproximando em minha direção sorrindo. Seus dentes perfeitamente alinhados brancos, com a combinação de cabelos cor de mel assim como a cor de seus olhos me deixa por um momento em transe. Ele não aparenta ter mais que 30 anos. — Sou Thiago Santos, motorista particular do Sr.Bittencourt. Ele me pediu para que a levasse até sua casa. Indicando o carro olho o veiculo desconcertada. — O Sr. Bittencourt, ele... — Outro carro veio o pegar Madame. Entendendo a situação entro no carro com o motor sendo ligado sem demora, a vista em minha frente passar diante meus olhos a medida em que sua velocidade aumenta. Assim como o silêncio constrangedor. — Ele é sempre assim? - Solto de uma vez não aguentando mais. — Desculpe? - Thiago me olha pelo retrovisor rapidamente confuso. — O Sr. Bittencourt, é sempre deste modo? — Provavelmente, senhorita Martins - Ele sorri singelo estacionando em frente ao meu apartamento. — Obrigada Sr. Santos. — Me chame só de Thiago - Concordando sorriu saindo do carro. Com pressa abro a porta do apartamento arrancando os saltos do meu pé pisando no carpete fofo da sala sentindo as tensões se relaxar entre meus dedos. — PARABÉNS! — Pablo! Rindo com minha reação, ele caminha em minha direção me abraçando apertado, rodando comigo em seus braços. — Obrigada - Agradeço sincera. — Precisamos comemorar! Se arrume vamos sair! — Não mesmo, você sabe que... — Por favor! - Implora me fazendo revirar os olhos - Se você não for não cozinho mais nessa casa. — Okay - Rimos. Em passos lentos ando em direção ao meu quarto me preparando rapidamente, nada exagerado ou grandioso até porque, só iriamos beber numa pub. Olhando para o espelho fico contente pelo meu reflexo nele. Nada demais ou depravado, como costumo dizer: "Eu estou apresentável para meu encontro com o copo de cerveja". — Está pronta? - Silva pergunta impaciente entrando no quarto. — Vamos, Sr. Pablo - Digo o puxando para fora trancando o apartamento. Indo a garagem do prédio vejo minha velha, porém conservada companheira de viagem minha moto V-Rod preta em detalhes pelo escapamento prata. Meu bebê... Riu passando a mão montando em seguida. Seguindo em direção á nossa festa de hoje, a noite coopera a nosso favor. Está um clima agradável na cidade, mesmo sendo quarta-feira. Vários bares estão a todo vapor naquele horário. Ao chegar a nosso destino estaciono a moto me certificando de sua segurança adentrando o local. Dentro do local a música eletrônica toca em alto som. As luzes e lasers iluminam o ambiente escuro lançando raios coloridos pelas pessoas juntamente as mesas. — Acho que preciso sair mais vezes - Falo meio alto para Pablo me escutar olhando o pessoal ao nosso redor dançando e o vejo sorrir. Caminhando diretamente ao bar, nos sentando na bancada pedindo nossas bebidas ao barman. — Não tem nem 2 semanas que chegou a cidade, você precisa ver isto nos finais de semana. Sorrio pegando nossas bebidas prontamente tomando um gole. O álcool doce e meio azedo desce pela minha garganta provocando um pouco da ardência pela hortelã nele. — E então como foi? - Questiona não aguentando mais sua curiosidade. — Ele é intimidante - É tudo que consigo expressar tomando mais um pouco da bebida recebendo uma expressão confusa de Silva. — Espera um pouco o Sr. Poderoso estava lá? Assenti em resposta pedindo outra bebida ao barman. — Não se preocupe poucas vezes ele vem à cidade. — Como você sabe?- Terminando de beber o líquido em seu copo Pablo me encara sorrindo. — Não lê muito sobre economia não é mesmo? - n**o o fazendo rir - Os maiores negócios dele fica em New York e Londres. Provavelmente ele estava numa reunião importante por isso veio, ainda este final de semana ele vaza para outra cidade. Oh... Agora entendo. E o assunto sobre o Sr. Poderoso se encerra por ali. Pablo começa a me contar sobre Caroline e a faculdade em Ohio, por enquanto nos semestres ela indo muito bem. Caroline é minha melhor amiga desde pequenas somos unidas, e graças a essa união eu e Pablo nos tornamos grandes amigos. Sabendo que estava à procura de emprego e um lugar para ficar Caroline liga imediatamente para Pablo que obviamente concorda com a ideia. E cá estou eu aos 22 anos morando temporariamente com meu melhor amigo. — Contou aos seus pais sobre o novo emprego? — Não, vou contar amanhã - Assentindo me levanto da cadeira espantando um pouco da tontura depois do quarto copo - Vamos está na hora, não quero chegar ao meu primeiro dia no trabalho com cara de bêbada varrida. Rindo, ele se levanta e imediatamente jogo a chave em sua direção. — Dirige - Peço me sentindo levemente tonta. — Concordo com sua ideia - Responde com humor. Indo para fora respiro o ar da noite profundamente, assim que Pablo liga a moto coloco o capacete me sentando logo depois arrancando dali. A viagem de volta parece mais rápida do que de quando nós fomos, o vento bate contra meus cabelos e quando menos percebo vejo que chegamos ao prédio. — Tudo bem, chegamos bêbada consciente. Riu descendo da moto colocando o capacete em minha mão indo para o elevador. Abrindo a porta vou diretamente ao meu quarto tomando um banho me deitando na cama, não demora muito e o sono logo penetra meus olhos. *** — Bom dia senhorita Martins — Oi é Aline estou certa? Diferente de ontem hoje seus cabelos loiros estavam preso num coque fechado, o vestido preto colado em seu corpo e os sapatos igualmente dando mais sutileza a ela. Aline era realmente muito bonita. Concordando retribuo seu sorriso a cumprimentando. — Prazer em conhecê-la, sou Nicole, mas pode me chamar só de nick fica menos formal. — niki... Gostei - Sorrio agradecida. — O Sr. Bittencourt espera por você em sua sala. Sem dizer uma palavra a sigo até o corredor entrando no elevador. De repente a porta se abre, e nosso caminho é dirigido até a terceira sala quase no final do corredor. Parando em frente a porta, bato em seguida. — Entre - Ouço de dentro. Jogando um sorriso amigável, suspiro pesado adentrando o escritório. — Bom dia senhorita Martins. Prendo minha respiração por um momento encarando Sr.Bittencourt. A expressão séria estava em seu rosto, sua atenção estava voltada a alguns documentos em cima de sua mesa ao centro da sala os assinando. Seus olhos se levantam para me olhar e sou pega no flagra o encarando. — Bom dia Sr. Bittencourt - Ele sorri voltando a assinar os papéis. — Gostaria de sua presença outra vez no horário de almoço. Como? — Costuma a fazer isso com todas as suas funcionárias? — A fazer o que exatamente senhorita Martins? - O tom divertido está de volta em sua voz - Gosto de saber que tipo de pessoa contratei para minha empresa, se esta foi sua pergunta. Isso é sério? — Claro - Respondo revirando os olhos. — Não faça isso de novo — Ele me repreende sério franzindo sua testa me encarando. Mudanças Bruscas de humor que ótimo. — Michelly compareça a minha sala. Desligando o telefone rapidamente um rapaz loiro aparece à sala sorrindo — Michelly irá te mostrar onde fica seu escritório e as coisas básicas sobre a empresa, te vejo na hora do almoço — Complementa me deixando frustrada.
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