Karl, para não perder a atenção na estrada, virava e mexia a olhava de lado, esperando uma resposta do que acabava de perguntar.
Desde que os dois estavam naquele evento da filha, Penélope virava e mexia fazia perguntas sobre a família Armstrong e em um dado momento, se aproximou da esposa de Harold, Darla.
Claro que a socialite e a mesma se deram bem após algumas palavras que trocaram de início, já que ao primeiro momento, a dona do império Armstrong não havia gostado muito da abordagem daquela senhora, mas, após alguns elogios que Penélope sabia bem como chegar nela, iniciaram uma conversa animada parecendo velhas amigas.
Se não fosse por Karl, provavelmente estariam até agora conversando ou até mesmo sua esposa ter soltado algo sobre Clara ou o neto estragando com os planos da filha mais velha. Mas Karl não queria pensar nisso. Ainda acreditava que a sua esposa não tenha se deixado corromper, até o silêncio instaurado no carro, ser quebrado por ela.
- Estava aqui pensando, será que nossa filha não ficaria melhor com Pedro? Sim, afinal, ele é o pai do nosso neto.
Franzindo o cenho e estranhando tal comentário, Karl não acreditava no que acabava de ouvir. Era impressionante como sua esposa devia estar fora da casinha com tal pensamento. Parece que esqueceu tudo o que a filha deles passou e com isso, perdeu um dos filhos que carregava em seu ventre quando pulou da ponte.
Meneou a cabeça apertando o volante com raiva chegando os dedos esbranquiçarem. Sua respiração estava entrecortada e Penélope olhou-o de lado percebendo que o marido não disse nada e o indagou colocando a mão em seu ombro.
- Está tudo bem querido? Você me ouviu?
Pigarreando para não explodir com a esposa, Karl suspira pesadamente e a olha de soslaio rapidamente voltando seu olhar para a estrada.
- Eu ouvi Penélope. E preferia não ter escutado tal absurdo. Depois de tudo o que a nossa filha passou e perdeu um dos nossos netos, você ainda quer que ela fique com esse monstro! Além do mais, a Clara já está casada e nosso neto tem um pai. – Disse rispidamente.
- O Steven?! – Indaga desdenhosa. – Nosso neto já tem um pai e não é ele. E outra coisa, nossa filha pode estar casada com aquele o quê, bombeiro, mas divórcio existe para isso! – Dá de ombros virando seu rosto para a janela.
Com aquela raiva crescendo em seu peito, Karl estava indignado e se Penélope não fosse mulher, com a fúria que estava sentindo, daria uns bons socos na sua cara.
“Skrr”
De repente o corpo de Penélope foi jogado para frente, tendo sua mão apoiada ao painel e se não estivesse com o cinto, teria se machucado. Karl estava ofegante após frear bruscamente em ouvir tanta asneira de uma vez só. Aonde foi que tudo se perdeu e Penélope se tornou tão gananciosa, mesquinha ou ele nunca percebeu a mulher com quem se casou e que era assim?
- Ai Karl, o que houve querido para frear o carro tão bruscamente assim? Quase me machuquei! – Pergunta se ajeitando no banco e massageando a mão que bateu sobre o painel.
De repente um soco, foi desferido ao volante fazendo Penélope dar um pulo no banco se assustando. Olhou-o com os olhos arregalados e lentamente, Karl virou seu rosto e teve um vislumbre no olhar do marido. Parecia que a via vermelho de raiva.
- Quando foi que você se tornou assim tão... tão mesquinha? Será que você sempre foi assim e eu como um t**o apaixonado nunca percebi! – Pergunta passando a mão pelos cabelos, irritado.
- Karl... o que houve, o que eu fiz? – O indaga desnorteada.
Rindo nervosamente, o marido dispara.
- Você sempre acha que não fez nada! Sempre se colocando como vítima. Como não percebi isso antes?! Vou deixar um aviso aqui Penélope. Você não vai se meter em nada na vida das nossas filhas principalmente a Clara. Se o Steven não é o genro rico que você sempre quis, saiba que para a nossa filha ele é o homem honrado, trabalhador que a ama e o mesmo se estende à ela. E nosso neto tem sim um pai e é ele! Se você fizer algo contra os dois só para que a Clara fique com esse merda do Pedro, eu me divorcio de você, entendeu? – Vocifera.
Penélope estava assustada. Nunca viu seu marido daquele jeito em todos esses anos e ainda por cima, cogitar a hipótese de se divorciar dela. Engoliu em seco e balançou a cabeça assentindo.
- Eu não ouvi Penélope, entendeu? – A indaga menos nervoso.
- S- Sim querido. – Gagueja concordando.
Mesmo que tenha concordado, Karl não acreditou muito em Penélope e prometeu silenciosamente, que ficaria de olho na esposa e deixaria as filhas e até os amigos delas em alerta. Por mais que tenha lhe posto medo, já vinha percebendo há tempos uma mudança na sua personalidade desde que começaram a melhorar de vida gracas a filha deles que ela tanto despreza.
Já Penélope, assim que Karl se acalmou e colocou seu carro em movimento, virou seu rosto para a janela e se perdeu em pensamentos. Ainda não acreditava que seu marido havia brigado com ela. Mas, não deixaria isso barato. Não gostava de Steven e sua preciosa filha merecia mais, já que até mesmo a sonsa da sua filha Chloe estava se relacionando com Breno, por perceber a troca de olhares e o sumiço deles no meio do coquetel, porque Clara não poderia ter um futuro melhor?
Com esses pensamentos, ficaram distantes e em silêncio até chegarem em casa.
Manhã seguinte...
Tiveram poucas horas de descanso, já que ainda tiveram uma noite de prazer como prometeram ao outro, quando Chloe e Breno já estavam arrumados depois de um delicioso sexo matinal.
Se arrumaram e com algumas roupas que o namorado havia comprado para a loira e deixado no seu closet, seguiram até a mesa do café posto por sua Nana, uma senhora que cuidava da sua cobertura quando ia dormir por lá.
Devidamente alimentados, saíram do apartamento rumo a emissora. Finalmente, Chloe mostraria seu rosto e todos conheceriam quem era a Madame C, pondo Pedro definitivamente atrás dela, já que Harold e Liam, logo teriam seu destino determinado.
Conversavam animadamente e entre carícias e beijos roubados em cada parada ao semáforo, Chloe percebendo se aproximarem da emissora, colocou sua máscara que já estava no veículo quando chegaram a cobertura.
Assim que estacionou, Breno a indagou sorrindo.
- Pronta meu amor?
Em retribuição, soltou-se do cinto se aproximando e dando um selinho rápido assentindo.
- Já nasci pronta amor. Vamos?
O mesmo sorri e acena de cabeça concordando. Assim que desceram do carro, já havia um cordão de seguranças ao redor deles.
De mãos dadas, seguiram até o elevador para fazerem a tão esperada “entrevista”.
Continua...
Eita, essa Penélope prevejo que será alguém que causará problemas!