GABRIELA NARRANDO. — NOITE DA APRESENTAÇÃO.
Olhei no relógio e marcava 21:00 da noite, eu estava em frente ao espelho do meu closet, o meu cabelo estava com a franja presa, liso e com cachos nas pontas, o vestido longo decotado na frente, com uma a******a na perna, o vermelho do vestido combina com o preto da minha sandália, minha maquiagem marcante.
Alguém bateu na porta do quarto, quando eu abri era o Carlo.
— Carlo: Está na hora de descer.
— Gabriela: Só vou retocar o batom. — Eu disse entrando no quarto, retoquei o batom e sai do quarto.
— Carlo: Se me permite senhora, lá em baixo hoje tem muitas mulheres que daria a própria vida só para estar no seu lugar, então cuidado.
— Gabriela: Obrigada, mais esquece o senhora. — Eu disse e ele riu.
Apareci na ponta da escada e todos se calaram olhando pra mim.
— Carlo: Pode descer. — Ele sussurou baixinho.
Eu comecei a descer a escada, sorrindo.
O Dom apareceu na ponta da escada com a cara fechada, eu já sabia o motivo, as pessoas cochichavam entre elas e me olhavam como se eu fosse um diamante.
— Dom: O que aconteceu com a p***a do vestido que eu mandei você por? — Ele disse baixinho chegando perto de mim, p***a que homem cheiroso.
— Gabriela: Você não manda em mim. — Eu respondi sorrindo e disfarçando.
— Dom: Não brinca comigo, você não sabe do que eu sou capaz.
Eu continuei plena e sorrindo, algumas pessoas vinheram nos cumprimentar e eu mantive a minha postura, eu ainda não tinha visto a cobra da Laura, o Dom me apresentava para diversas pessoas, andamos todos o salão e todos me elogiavam pela minha beleza.
O Dom continuava de cara fechada, trocava poucas palavras.
Enquanto eu, simpatia é o meu nome.
— Laura: Dom, filho olha quem veio. — Ela disse feliz mostrando uma mulher loira muito bonita.
— Dom: Tudo bem Juliana? — Ele disse e os dois teve uma troca de olhares meia estranha.
— Juliana: Tudo ótimo Dom, então essa é a sua noiva? — Ela disse fazendo uma cara de pouco caso.
— Gabriela: Prazer, Gabriela a noiva do Dom. — Eu falei sem deixar ele responder.
— Juliana: Prazer querida.
— Laura: Vamos Ju querida, vamos dar uma volta.
Ele colocou uma mão na minha cintura e me guiou até uma mesa.
— Gabriela: Tem alguma coisa que eu precise saber sobre a loira que a cobra da sua mãe apresentou?
— Dom: Fala direito da mamma.
— Gabriela: Te fiz uma pergunta DOM. — Eu disse com sarcasmo.
— Dom: Não tem nada que precise saber, ela é apenas uma amiga da família.
— Gabriela: Entendi.
Eu sei que é mentira, a troca de olhares dos dois não me engana.
— Dom mia cara, che bella moglie hai. (Dom meu querido, que bela esposa você arrumou.) — Um Senhor chegou em nós falando.
— Dom: Grazie. (Muito obrigada). — Ele respondeu.
— Gabriela: O que foi que ele disse?
— Dom: Que você é bonita. — Ele disse seco e saiu andando na frente.
O Mário foi até o meio das pessoas e chamou a atenção de todos.
— Mário: Boa noite a todos, hoje é uma noite muito importante para a nossa família, hoje é a noite em que meu filho mais velho Dom apresentou a minha futura Gabriela a todos, como todos sabem após o casamento, ele irá assumir o meu lugar na Diavolo.
— Gabriela: O que é Diavolo? — Eu perguntei baixinho no ouvido do Dom.
— Dom: A máfia. — Ele respondeu e eu me espantei.
Não passou pela minha cabeça, que todo esse luxo era sobre isso.
Mais também Gabriela, o que você iria esperar de um homem que te comprou num Leilão?
Eu mantive a minha pose, continuei sorrindo para todos.
— Mário: Felicidades ao casal. — Ele disse levantando a taça de champanhe.
— Dom: Obrigada papa.
Eu peguei uma taça de champanhe e virei tudo de uma vez só.
— Dom: Se controla. — Ele disse próximo ao meu ouvido.
Várias pessoas vinheram nos desejar felicidades.
Conforme as pessoas estavam indo embora, eu disfarcei e subi para o meu quarto.
Entrei no quarto tirando o salto alto e soltando a minha franja, até que escutei algumas vozes no corredor, corri até a porta e coloquei o ouvido para escutar.
— Dom: Eu já falei que não, as pessoas podem ver. — Ele disse rude e eu escutei alguns passos de salto se afastando.
Eu comecei a tirar o vestido e alguem abriu a porta de uma vez.
— Dom: Porque você subiu sem a minha permissão?
— Gabriela: Eu já disse que você não manda em mim, bate na porta antes de entrar. — Eu disse tirando a roupa.
— Dom: A casa é minha, não me desobede outra vez. — Ele gritou.
— Gabriela: Eu vou fazer o que eu quiser, quando você ia me contar que era da Máfia? — Eu perguntei já sem roupa.
— Dom: Negócios de homem não tem nada haver com a esposa, coloca logo uma roupa.
— Gabriela: Você é o meu noivo, vai ser o meu marido, não tem nada aqui que você não vai ver depois.
— Dom: Vai ser difícil lidar com você.
— Gabriela: Engole ou vomita, com quem você estava falando no corredor ?
— Dom: Não é da sua conta. — Ele disse batendo a porta.
Peguei uma camisola no closet, vesti e deitei na cama.
Eu fiquei pensando no que eu estava me enfiando, casar com um homem envolvido com a Máfia era a mesma coisa que assinar a minha própria sentença de morte.