Capítulo 1 - Castigo

1875 Words
- Cara, ela é muito sexy! - Exclamou Christian com um sorriso nos lábios. Depois da Burlesque, o jovem e Harry voltaram para a mansão dos Hudges onde moravam com sua mãe Esther e, sua irmã mais nova, Maya. Os dois estavam conversando animadamente no quarto do rapaz sobre o que aconteceu na última noite. - Realmente ela é uma gostosa. - Harry comentou safado e Christian fechou a cara. - É uma gostosa sim, mas vai ser uma MINHA gostosa. Só minha. - Fez questão de frisar a palavra "minha", enquanto se deitava de barriga para cima na cama. - E de que jeito você vai conseguir t*****r com ela? Já sei. Vai marcar um programa? - Perguntou o loiro, se escorando no guarda-roupa. A ressaca pela noitada estava lhe batendo uma porta. - O quê ?! Ela não é prostituta !! Não é porque ela é uma stripper que é uma qualquer. Mostrar é diferente de dar. - Explicou, fazendo um gesto obsceno com as mãos. A possibilidade de imaginar Angel na cama com outros homens simplesmente lhe tirava do sério. - Será? - Harry não estava acreditando muito no que seu irmão dizia. Para ele, toda dançarina daquele lugar era garota de programa. - Eu tenho certeza. - Afirmou seguro. - Não vejo a hora de anoitecer para vê-la de novo. - E se calou, ficando olhando para o teto por um longo tempo. Ao fechar os olhos, a visão de Angel semi-nua surgiu em sua mente. - Ela é tão familiar ... - Murmurou abrindo os olhos. - O quê? - Harry perguntou, se sentando na beira da cama dele e tirando seus sapatos. - Aquele mulherão. Os olhos dela me são familiares. Parece que já vi em algum lugar, só não sei onde. - Mordeu o lábio. - Você precisa parar de beber. Já está ficando louco da cabeça, mano. Acha mesmo que se tenha visto uma mulher daquelas, esqueceria? - Questionou o loiro e Christian suspirou. Jamais esquerecia de um monumento como aquele. Foi quando Esther entrou no quarto dele, sem bater. - Muito bonito, não? - A mulher ironizou cruzando os braços. - Seus irresponsáveis! - Calma mãe. Nós não divulgamos nada demais. - Hudges tentou argumentar, mas foi interrompido por sua mãe adotiva. - Cala a boca cristão! - E ele se calou, se ajeitando na cama. - Nada demais? Acham pouco terem passado outra noite fora, sabe-se lá onde? - Mãe, eu e Chris só fomos dar uma volta por aí. Mas já estamos de volta e é isso que importa. - Harry se defendeu e ficou de pé, mas deu alguns tropicões por conta da bebida. - Cale-se Harry! Você não tem vergonha na cara, não ?! Está cheirando um alcool. - O loiro baixou a cabeça envergonhado. - Desde que o pai de vocês morreram, vocês se prepararam ainda mais rebeldes. Que vergonha de ser mãe de vocês! - Esther saiu furiosa e decepcionada dali e Christian e Harry se entreolharam. Sabiam que aquela vida desregrada era errada, mas ao mesmo tempo, não estava nem um pouco a fim de mudarem. ~ * ~ Depois de uma noite inteira de trabalho, Eliza chegou em sua casa, um casebre antigo e muito simples. Já era oito da manhã e a morena estava completamente exausta. - Bom Dia. - Cumprimentou entrando em casa e colocando uma sacola sobre a mesa. - Até que enfim você chegou, Liza! Tô morrendo de fome, não como há horas! - Exclamou Samantha, indo até a mesa e abrindo a sacola. Havia pães e leite dentro dela. - Não deu para comprar muita coisa. Aquele filho da mãe do Jack só me pagou 30 dólares! - Resmungou morena, referindo-se ao dono da burlesco, sentando na cadeira e tirando seus sapatos. - Dançei a noite toda pra ganhar essa mixaria. - Reclamou. - Aquele desgraçado te explora demais. - Sam comeu um pedaço do pão seco mesmo, pois sua fome era muito grande. - Eu sei, já tentei arrumar outro emprego mas ninguém me dá. Preciso focar mais nos studies. Só assim, subirei na vida. - Se pelo menos você me deixasse trabalhar lá também ... Conseguiriamos uma grana maior. - Sam sugeriu, se sentando na beirada da mesa. - Nem pensar! Não quero você naquele lugar, maninha. Aquilo é um horror. Eu tenho nojo de trabalhar ali, mas não tenho escolha. - Um jovem discordou. - Sabe o que você devia fazer? Voltar pra escola. Deixaria a nossa mãe feliz, pelo menos. - Voltar para a escola? - Uma loira gargalhou. - Pra quê? Pra ser humilhada e aguentar bulling, assim como você sofre todos os dias? Não, obrigada. - Debochou e Eliza baixou a cabeça. - Desculpe Mana. Sei que você se mata de trabalhar naquele lugar só pra sustentar eu e a mamãe. Desculpa mesmo! - Pediu sem graça. - Tudo bem. - Uma morena desviou o olhar e limpou uma lágrima que insistiu em cair de seus olhos. - Cadê a mamãe? - Tentou mudar de assunto assim, se machucaria menos. - Ainda está dormindo. É só o que ela sabe fazer mesmo. - De seu bolso, uma loira tirou um maço de cigarros e um isqueiro. - Não fale assim. Você sabe que a mamãe ficou muito doente e depressiva depois da morte do seu pai. E ela já tinha sofrido outra perda quando o primeiro marido dela, meu pai, morreu. - Eu sei, Liza. Ainda se arrumássemos uma fisioterapia para ela. Lembra que depois do acidente, a doutora falou que ela ainda tinha chances de um dia voltar a andar se tratamento adequado? - Sam acendeu seu cigarro e deu uma tragada nele. - Lembro. Só que com o dinheiro que recebo, não rola de pagar uma fisioterapia agora, ainda não dá. Mas estou juntando uma graninha, logo vou conseguir. - Afirmou esperançosa. - Ah, tenho que te contar uma coisa. - Pegou um dos cigarros de sua meia irmã e o acendeu. - Diga, mana. - Uma loira olhou para ela. - Lembra daquele mauricinho que fica me humilhando na escola? - Eliza segurando o riso. - Aquele milionário lá? O tal de Christian Hudges? - Esse mesmo! Essa noite ele esteve na burlesca. - Contou - E ficou caidinho por mim. - Mentira! - Sam, boquiaberta, assentiu não acreditar no que sua irmã estava dizendo. - É que ele não sabe que eu sou eu porque eu tava mascarada, então, não tinha como saber mesmo. E mesmo se não tivesse, sou tão insignificante para ele na escola, que ele iria me reconhecer se encontrasse em um cabaré. Enfim, o que interessa é que sei que ele me quer. E. vou usar isso pra me vingar. - Sorriu dando uma tragada em seu cigarro. - E como acha que vai conseguir isso? - Sam sorriu de volta. - Fazendo ele cair de quatro pelo anjo. Quero que Hudges rasteje aos meus pés, que imploro pra ficar comigo. Aquele babaca vai pagar muito caro por tudo que me fez. Com juros e correção monetária. Hoje mesmo, Sam. Hoje a noite, iniciarei meu plano de vingança. - Boa sorte, Eliza. Só tome cuidado pra não acabar se machucando. - Alertou a loira - Sei que você arrasta um trem por esse tal de Christian. - Não é verdade. - Liza desviou o olhar - Ta, já fui a fim dele, não vou negar. - Admitiu. - Mas isso já passou, ainda mais depois do que ele me fez ontem. Não quero mais saber daquele moleque i****a. - Levantou-se da cadeira. - Agora vou dormir porque tô exausta. E hoje a noite ainda tenho que trabalhar de novo. - Foi até o lixo e jogou um bituca de cigarro lá. - Deixa eu ir com você na Burlesque hoje? - Uma loira pediu, mesmo sabendo que receberia um não. - Nem pensar. - Eliza negou já saindo da cozinha. - Chata! - Sam mostrou a língua para ela. - Vaca! - Eliza retrucou sonolenta e saiu dali, indo até seu quarto e em seguida, foi dormir. ~ * ~ [...] Já havia anoitecido e Christian já estava se arrumando pra ir a burlesque novamente. - E aí? Como estou, Harry? - Perguntou dando uma volta para mostrar sua roupa. Ele vestia uma calça jeans, tênis, jaqueta de couro preta e uma camiseta cinza, semelhante a cor de seus olhos enigmáticos. - Tá simpático. - O loiro respondeu dando uma leve olhada e voltando sua atenção ao seu celular, pois estava mexendo nas redes sociais. - Olha, o Jason tá dizendo que não vai poder ir, pois teve com problemas com o pai dele. - Avisou se referindo ao amigo de ambos. - Azar o dele. - Hudges deu de ombros. - Vamos? - Demorou! - Os dois saíram do quarto e desceram as escadas. Esther estava na sala, sentada no sofá, lendo uma revista. - Aonde pensam que vão? - Perguntou fechando a cara, se levantando e jogando a revista no sofá. - Nós vamos dar uma volta por aí, mãe. É aqui pertinho. - Hudges mentiu já abrindo a porta para sair. - Vocês não vão há lugar algum. Feche a porta Christian! - Mandou e o moreno a fechou - Agora sentem aqui! Os dois! - Ordenou, colocar para o sofá e eles obedeceram. - O que foi mãe? - Hudges perguntou bravo. - Fiquei sabendo sobre ontem, Christian. Além de humilhar uma pobre garota, ainda tirou zero na prova. O que tem a dizer sobre isso? - E colocou a mão na cintura. Christian olhou para Harry e depois, para sua mãe. - Desculpa, não sei o que deu em mim, vacilei. Mas isso não vai se repetir, prometo. - Mentiu fazendo cara de inocente. - Claro que não vai se repetir. Quero que na segunda-feira, você peça desculpas a essa garota. - Ele revirou os olhos. - Tabom. Posso ir agora? - Não! - Gritou - Você está de castigo! - Ao ouvir isso, ele gargalhou. - Para de bobagem Esther! Já sou, adulto não posso ficar de castigo. Já fiz dezoito anos, lembra? - Mas vai. Porque você mora na minha casa e é sustentado por mim! Vá para seu quarto Christian! E você também, Harry! - Ordenou furiosa. - Mas mãe ... Eu não posso. - O moreno tentou intervir. - Agora! - Ela gritou mais furiosa ainda. - Droga! - Hudges resmungou subindo como escadas ao lado de seu irmão e depois eles entraram no quarto dele, que trancou a porta. Estava bravo. Andava sem parar de um lado para o outro e então, deu um soco na parede. - Mas que merda! Justo hoje a Esther tinha que me por de castigo ?! - Isso que dá ser um menino mau. - O loiro brincou levando um olhar mortal do irmão. - Desculpa, estava brincando. E agora? O que a gente faz? - Você, eu não sei, mas eu vou um sim burlesco. - Não mano a mamãe? Você tá de castigo criatura! - O rapaz o lembrou. - Dane-se, pois vou do mesmo jeito. Ou não me chamo Christian Hudges. - Desafiou dando um sorriso de canto de boca.
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