Primeiro dia, parte final

483 Words
Estava no caminho para fora da escola, descendo as escadas e escutando algumas piadinhas desnecessárias, quando fui abordada por mais um corpo másculo na minha frente. Que p***a, que não me deixam em paz! — O que é agora, c*****o!? — Xinguei. — Calma! — Era Brad. — O pão mofado, Brad. — Disse frustrada. (bread, pão em inglês tem a mesma pronúncia de Brad) — Sério? Que me chama assim? — E balançou a cabeça negativamente. — Esquece! Escuta, Ariana eu queria falar contigo. — Pausou e quando me viu indo embora e me segurou pelo pulso. — É sério! Eu não tive nada a ver com o que o Jason fez contigo, po! Foi muita s*******m. — Tentou se explicar. — E daí, Brad? — Sorri daquele jeito cínico, como quem na verdade queria chorar mais uma vez. — E D-A-Í? — Perguntei mais uma vez para dar ênfase, num tom de voz mais grave. — Você, Jason, a galerinha do Hockey, da p**a que pariu, f**a-se! — Gesticulei. — Acho que meu destino já foi traçado aqui na escola. Já fiz até uma amiga Nerd e estou no grupo de teatro. Podem ficar longe de mim agora e fazer o que sempre fazem com esse tipo de pessoa? — Perguntei. — O que? — Ele questionou. — Fingir que elas não existem! — Nunca falei tão sério como agora. Ele até se calou por segundo e se sentiu culpado por coisas que nunca fez. — Ariana... — Ele insistiu. — Deixa ao menos eu te levar para casa, cara. — Apontou para mim, pesaroso. — Olha seu estado... — Ele pareceu preocupado de fato. Eu, com toda certeza do MUNDO ia dizer um não. Porém, a imagem embaçada tornou-se nítida ao ver Jason acabar de virar a porta da saída e ficar a alguns metros, estagnado na sua posição. Ele olhava para mim, em meus olhos. Havia algo diferente. Além de me encarar, ele também me via conversando com Brad. A cara dele não foi a das melhores. E se eu não tomasse uma atitude agora, eu tinha a certeza, eu sentia, que ele viria em nossa direção e eu não estava afim. — Tudo bem, vamos. — Virei as costas para não ter de olhar mais para Jason. — Mas, não converse comigo, me deixe na porta e vaza! — Fui clara. — Como quiser! — E vi quando tirou a chave de sua moto, E QUE MOTO, me direcionando para ela. Vim de bicicleta e voltaria numa Twister. Parece que as coisas estavam começando a mudar. E quanto ao Jason? Bem, ele deu apenas alguns passos até descer as escadarias, colocou a mão na cintura e a outra na testa em um suspiro pesado que parecia acabar com seu oxigênio. O que significava? Eu não sabia dizer de fato. E agora que eu não quero saber mesmo!
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