PREPARATIVOS

1110 Words
Rebecca acordou tarde naquele dia. Trocou-se e foi direto para a cozinha almoçar. Ainda se encontravam alguns piratas bebendo, que foram se dissipando aos poucos, no final somente Giovanna ficou lá, terminando de comer. -Giovanna, você sabe que horas são? -Perto do almoço. Como ela era irritante! Mas Rebecca não estava com v*****e de discussões logo cedo - cedo para ela é claro, que acabara de levantar. Elas ficaram um breve momento em silêncio antes da jovem continuar, -E você sabe onde o Vicenzo e o Johnny estão? -Seus queridos saíram há pouco. Disseram que iam cuidar de algo e voltariam logo. -Certo... Giovanna havia terminado de comer e estava indo em direção a escada. -Obrigada novamente, Giovanna. Ela estava com o pé na escada mais se virou. -Por que você é tão agradável? -Como assim? -Digo garota, você está em um navio pirata! Não precisa ficar com tantos modos! -Eu gosto de ser educada... -Nada contra a boa educação -ela ironizou a frase- mas diabos, liberte-se um pouco! Como Rebecca continuava calada ela continuou: -Suas roupas, por exemplo. Você não precisa fazer o penteado todo dia, manter o cabelo arrumado como se fosse a um baile. E sua roupa não precisa ser assim tão certinha! E muito menos você precisa usar esses sapatos! Digo, use botas, tire o espartilho, se solte! Dito isso ela voltou-se para a escada e deixou uma Rebecca confusa, sentada sozinha na cozinha. Nesse momento Matteo e Johnny encontravam-se dentro do Black Sea, falando com Blackew. -Então vocês querem que o rapaz vá comigo enquanto o Sereia Esmeralda continua aqui? -Isso mesmo. Somente Matteo falava, Johnny somente quando lhe era pedido. -Se dois navios chegassem juntos naquela cidadezinha, alguém poderia desconfiar. Mesmo porque você me diz que vai lá de tempos em tempos. Não seria oportuno qualquer problema. Blackew calou-se, pensando na proposta que lhe fora dada. Realmente, não ter Vicenzo Matteo e toda sua tripulação se intrometendo era muito agradável. Não entendia porque a insistência de levar consigo o garoto, deveria ser algum truque? -E por que levar o garoto? -Simples, capitão. Eu lhe prometi minha confiança e ajuda incondicional. Não indo com o Sereia te deixaria sem nenhum tipo de apoio de Matteo, sou um homem de palavra. -E suponho que você queira que o garoto nos acompanhe em todas as buscas? -Imagine...Ele só estará lá para o caso de vocês necessitarem de alguma ajuda, não imponho que ele vá com vocês em nenhum momento. "Não impõe?" Matteo deveria medir as palavras que usava dentro do gabinete do Capitão Blackew em seu próprio navio. Mas não era o momento para isso. O rapaz não impunha nenhum perigo, nem mesmo iria com eles as buscar por informações, portanto não seria uma ameaça. -Muito bem Matteo, eu levo o garoto e o Sereia Esmeralda fica aqui. -Temos um trato, Blackew. Eles se levantaram e deram as mãos, Johnny se dirigiu à saída. -Esperem! O rapaz não ficará aqui? -Ele ainda deve arrumar suas coisas que estão em meu navio. Na hora da partida ele estará aqui, não se preocupe. Eles saíram do Black Sea e se dirigiram ao Sereia. Matteo já dissera a Johnny como encontrar a taberna, a senhora Rose e principalmente, o que deveria dizer. -Vamos almoçar, já passou da hora. Eles desceram as escadas e viram que a Rebecca se encontrava na cozinha, olhando para o nada. -Becca...? Johnny a chamou gentilmente, ela pareceu despertar e olhou na direção deles: -Vocês voltaram. Onde estavam? Foi Vicenzo quem respondeu: -Resolvendo aquelas questões. -Owh...E então? Johnny olhou para os alados antes de continuar: -Eu vou com o Black Sea para East Bridge e vocês seguem para os recifes. -Hum, certo. Estão com fome? Sem esperar nenhuma resposta ela começou a fazer dois pratos para eles. Jack e Johnny olharam-se estranhando as ações dela. Não era de seu feitio servir os outros. Depois que terminaram ela subiu e trancou-se no quarto. Johnny foi arrumar suas coisas. Vicenzo foi cuidar da partida, pediu para não ser incomodado, ele deveria fazer tudo certo, começou a traçar a rota que deveriam seguir. Realmente o mapa estava certo. Se saindo de East Bridge, mais precisamente, de um quarto do segundo andar de uma certa taberna, chegariam a uma coleção de recifes. TOC TOC TOC -Capitão? Vicenzo levantou o olhar e viu seu primeiro imediato parado à porta. -Entre, Alfredo. O que há? -Sei que não queria ser incomodado... -Sem problema, já acabei o que o que quer? -Já estamos carregando o Sereia. -Com descrição? -Total. -Estranharam o pedido? -Um pouco, mas todos sabem que Vicenzo Matteo sempre tem seus motivos. -Ótimo. Quando estaremos prontos? -No final da tarde, capitão. Vicenzo pensou por um momento: -Muito bem, Alfredo. Ele se retirou, deixando Vicenzo novamente sozinho, mas não por muito tempo. Pois depois de sua saída, bateram na porta novamente. -Entre. -Com licença, capitão. -É você Johnny, achei que fosse outra pessoa. -Alfredo? Encontrei-me com ele no corredor. Mas vim avisar que já estou indo para o Black Sea. -Certo. Você se lembra de tudo que lhe falei? Tudo. Boa sorte então, rapaz. E saiba que admiro você ter decidido ir com Blackew. -A Rebecca precisa de toda ajuda possível. Johnny fechou a porta atrás de si ao sair, virou para o corredor e dirigiu-se até outra já conhecida, parou e bateu. -Pode entrar. -Oi Becca, tudo bem? -John, oi. Tudo, por que não estaria? -Não sei. Você está estranha. Disse isso e sentou-se ao lado dela na cama. -Estranha? Continuo a mesma. -Não, não continua. -E o que eu fiz de estranho? -Nos serviu o almoço, por começo. -Ahh... Só estava sendo gentil. -Isso não é por que vou com Blackew, é? -Não, imagine! É só que eu...Estava pensando. -Em quê? -Tive uma, hãn...Conversa com Giovanna. -E...? -E ela falou coisas que até fazem sentido... -Coisas como? -Eu ser lady demais em um navio pirata. -Sei. -Você acha que ela está certa? -Bem, Becca...Você foi criada como uma lady. Não ter mudado mesmo aqui significa que você sabe e gosta do que é. Ela sorriu em resposta. -Obrigada, John. Ele beijou-lhe a bochecha, fazendo-a corar de leve, quase imperceptivelmente. -Agora tenho que ir, nos vemos em alguns dias. -Até lá, John. E boa sorte com tudo! Ela lançou um último sorriso, antes da porta ser fechada. Rebecca continuou em seu quarto, pensando. Seria verdade o que Johnny disse? Ela sabia e gostava de quem era? Certamente ela gostava da pessoa que era por dentro, mas sempre se achou incompleta. O motivo seria a imposição de como deveria agir, se vestir, viver? E pior, como ela poderia achar a solução?
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