Capítulo 2

1046 Words
Lia narrando Estava na faculdade e um professor pediu um trabalho em dupla, como sempre minha dupla é minha melhor amiga Anália, eu a chamo de Ana. _ Ana, como vamos fazer esse trabalho, temos que caprichar, temos que tirar a melhor nota como sempre, não podemos fazer feio. - digo sorrindo, sempre tiramos as notas mais altas da sala e o povo chora com isso. _ Vamos arrasar, não precisa ficar preocupada. - minha amiga diz na tranquilidade que me assusta. _ Ele pediu para desenvolver um atendimento especializado para crianças com autismo, então temos 15 dias para fazer isso, vamos fazer bem detalhado e correr, assim tiramos as dúvidas com ele na próxima aula. - falo e ela concorda. Temos que desenvolver esse trabalho e pelo jeito ou vamos passar muito tempo na biblioteca ou vou ter que subir o morro, a Ana não gosta de ir na minha casa, ela fala que meus pais tem o nariz muito empinado, e o pior que não posso discordar dela, pois eles são arrogantes mesmo. Moro na zona Sul do Rio, para ser mais exata, moro em Ipanema, Sou filha do Antônio Lisboa Filho, descendente de alemão, empresário e formado em administração, não suporta os moradores das comunidades, ou seja, quando ele descobrir que eu subo o morro, ele vai ficar louco, mas enquanto ele não descobri eu vou, ate que gosto da comunidade que a Ana mora, não sei as outras, mas essa é tranquila. A minha mãe se chama Madalena Silva Lisboa, branca, descendente de nordestinos, de família rica, formada em advocacia, mimada e m*l educada, não tem respeito pelos de classe baixa e acha que todos tem que está a sua disposição. Não é porque é a minha mãe que vou passar a mão na cabeça dela, na realidade ela é minha mãe por me colocar no mundo, a preocupação dela, sempre foi a carreira e os eventos que tem que participar, acho que por isso escolhi uma área tão diferente da deles. Chego na cozinha. _ Tia Má o que tem para comer? - pergunto assim que entro na cozinha. _ minha menina, tem o bolo que você ama. - diz vindo me abraçar. _ quero um pedaço com suco de maracujá. - ela corta um pedaço do bolo de chocolate e coloca o suco no copo e me entrega. Desde que me entendo por gente que tenho a minha babá a minha disposição para tudo, ela se chama Maria Aparecida, mas pra mim ela é e sempre será a tia Má, já que nem em sonho poderia chamá-la de mãe, se isso acontecesse era arriscado a minha mãe demitir a mulher. Fui criada para ser a sucessora da empresa da minha mãe ou do meu pai, mas não vou querer nenhuma das duas, vou fazer o meu legado e não ter que seguir as regras deles, eles já tem vários pretendentes para mim desde de pequena, mas sempre me saí bem, mas sei que já está chegando o período que vou ter que enfrentá-los, pois não vou me casar só por nome, quero me casar por amor, pode ser um homem pobre, mas tem que me amar. Esses dias ouvi uma conversa estranha da minha mãe e meu pai. _ Madá, você acha que ela vai aceitar se casar com esse cara? - meu pai fala, o que eles estão pensando é que vou me casar para agradar eles, não vou mesmo. _ Ela vai ter que aceitar, você tem gastado muito e não pensa no nosso futuro caramba. - minha mãe diz irritada. _ Eu vou recuperar tudo o que perdi, não se preocupa com nada disso, até hoje tu vive bem e no conforto. - diz mais alto. _ Vivo no conforto sim, mas porque não misturei os nossos dinheiros, se eu tivesse feito isso, nós estávamos pobres agora e sem nada. - diz chorando. Fiquei ali escutando a conversa deles por um bom tempo, mas não consegui descobrir com o que meu pai tem gastado o nosso dinheiro, minha mãe que está mantendo a casa, por isso que ela sempre fala que temos que fazer o nosso pé de meia e não confiar que homem vai nos sustentar o resto da vida, agora estou começando a entender o que está acontecendo com os meus pais, pelo jeito o casamento deles foi arranjado, não sei o que pensar depois de ouvir essa conversa. Fui pro meu quarto e no dia seguinte fui normal para a faculdade, e como a minha amiga me conhece muito bem perguntou se estava tudo bem comigo e claro que contei tudo pra ela. _ Amiga, numa boa, não to bem não, ontem ouvi uma conversa estranha dos meus pais e quase não dormi a noite. - falo logo, estou com isso entalado e preciso conversar com alguém. _ Amiga então fala logo, já estou curiosa e quero saber de tudo. - diz bem curiosa, coisa que é normal para ela. _ Eu ouvi uma conversa que só não estamos pobre porque a minha mãe sempre foi segura com o dinheiro dela e que meu pai gastou todo o dinheiro dele, não sei com o que, é que eles estão querendo me casar com alguém, pelo visto tem grana também. - digo com os olhos marejados, não pelo fato de não ter dinheiro, mas pelo fato deles não pensarem no meu bem e sim em dinheiro. _ Amiga, não sei nem o que te falar, mas isso tá muito estranho, mesmo o tio gastando muito dinheiro, a empresa era para cobrir tudo isso, a empresa é muito grande, e a outra parte você vai dar um jeito, é só pensar bem. - diz rindo, das outras vezes consegui me livrar. Já me fiz de pessoa que tem um leve problema de esquecimento, nada demais, mas o cara não gostou, foi embora e quando me ver em algum lugar tipo foge de mim, por isso que a Ana falou que eu consigo me livrar dessa parte. Mas penso por quanto tempo ainda vou conseguir, não quero casar para satisfazer minha família. Vou ter que arrumar alguém que possa me ajudar, minha família querem me casar para a conveniência deles? Não vou ser fantoche nas mãos deles.
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