ADEUS HELENA

2063 Words
Cena 01: Casa De Jorge Nunes – Sala de estar – Dia. (Senhor Jorge Nunes conversa com dois homens quando seu telefone toca, Jorge coloca a mão no peito e corre atender): JORGE: Tenho certeza que é minha Helena (atende prontamente o telefone) Alô! (pausa) Alô! (seus olhos se enchem em total espanto) meu amor! Onde você está? (pausa e os homens correm pra mais perto de Jorge) Tá bom, fico feliz que você está bem. Lhe aguardo. (desliga). Rapazes (eufórico) minha esposa em breve estará aqui, está a caminho de casa de carona com uma amiga. Cena 02: Carro de Agatha – Em movimento – Noturna. (Agatha está atenta ao volante e Mel ao seu lado, Helena se encontra inerte olhando a paisagem pela janela em puro devaneio). AGATHA: Dona Helena, estamos quase chegando, a senhora está realmente bem? (Dona Helena muda o olhar para o retrovisor notando Agatha a mirar) HELENA: Estou ótima criança, não se preocupe comigo, só quero abraçar meu esposo e minha filha bem forte! (Agatha sorri e em seguida olha a estrada a frente, Mel se vira para Helena e estende a mão em total solidariedade). Cena 03: Casa Jorge Nunes – Sala de Estar – Noturna – Interna. (Jorge anda de um lado para o outro, os homens estão de canto aguardando, Amanda está sentada balançando as pernas) AMANDA: Pai por favor! Relaxe, estou ficando nervosa te vendo assim... JORGE: Estou ansioso! AMANDA: Relaxa pra sua pressão ficar em ordem. (Um carro adentra a grande mansão Nunes, no caso é Agatha com Dona Helena e Mel, Jorge sai disparado até a o hall de entrada pra receber a esposa). Cena 04: De frente para a entrada da mansão – Externa – Noturna. (Helena desce do carro, Agatha e Mel permaneceram, Helena dá um aceno com as mãos se despedindo das amigas no mesmo instante que Jorge sai para chegar até ela). Cena 05: Dentro do carro de Agatha – Noturna. (Mel e Agatha avistam Jorge correndo a abraçar Helena. Após alguns segundos Amanda aparece correndo até o casal os abraçando em seguida). MEL: Olha é a Duda, quer dizer, Amanda acho. AGATHA: (Amanda abraça com vontade dona Helena) Ela ao menos parece ser carinhosa com os pais... Vamos pra casa descansar porque hoje realmente gastamos bastante energia. (Mel consente com a cabeça e Agatha segue rumo porta da rua). Horas Depois... Cena 08: Externa da Habitação de Laura - Noite. (Algumas pessoas passeiam pela calçada que fica o prédio que Laura mora). Cena 07: Habitação Laura – Sala de estar – Noturna. (Laura e Maria tomam cada uma, uma xicara de chá sentadas no tapete macio da sala de Laura) LAURA: Agatha ficou de ligar e até agora nada! MARIA: Ela disse que iria ligar somente após estar tranquila em casa, creio que deve estar ainda chegando calculando aqui por cima o distanciamento. (dá um gole no chá). LAURA: Aquele lugar que parecia a fazenda do seu Bisa, parecia um paraíso também..., ainda estou curiosa de saber o que tem naquele arco-íris. MARIA: Tinha um desenho animado que eu assistia quando criança que mostrava potes de ouro ao fim do arco-íris. (Celular de Laura ressoa alto). Bem na hora! (Laura o atende). LAURA: Boneca tá tudo bem? Demorou pra ligar. Cena 08: Apartamento Agatha – Cozinha – Noturna – Interna. (Mel prepara dois copos de chocolate quente enquanto Agatha está encostada no balcão ao seu lado). AGATHA: Precisava antes dar uma relaxada, tomar um banho, vou degustar agora um chocolate quente saboroso feito pela Mel (sorri) avisei que ligaria quando estivesse de boa. (Interferência no celular, chiados altos). Laura tá um chiado muito alto. (interferência da voz) VOZ: Olá meus amores, por favor deixe ambos celulares na viva voz. VOZ DE LAURA: O meu já está na viva voz pois Maria está aqui comigo. AGATHA: Coloquei, Mel está aqui comigo também. VOZ: Helena em breve voltará a fonte e então a missão realmente começa. MEL: Como assim realmente começa? O que passamos por hoje achei uma grande missão também. VOZ: Missão mesmo será aceitarem Amanda Nunes como parte de vocês e ao mesmo tempo trazê-la para a luz. Ela é uma das grandes missões pois são vidas atrás de vidas que falhamos com ela. VOZ MARIA: (Nervosa) Olha, qualquer coisa, mas nada de Amanda Nunes, não quero nem ouvir, só eu sei o que passei nas mãos daquela víbora! Vou pro quarto descansar, tchau pra vocês. (Todos silenciam, Mel e Agatha se olham nos olhos sem saber o que dizer). VOZ LAURA: Ela foi mesmo se deitar, acho que não devemos forçá-la, ela precisa de um tempo..., (respira fundo) eu a compreendo do porque essa negação com relação a essa moça. VOZ: Eu entendo, mas infelizmente não podemos mais falhar nesta missão, são muitas energias envolvidas e dependentes pra que essa missão seja um sucesso, senão não sei o que será de nós. AGATHA: Mas porque precisamos “trazê-la pra luz” eu não entendi. VOZ: Porque a fragmentação é feita para todos recolherem as informações necessárias para então depois todos se fundirem e se tornar um, pra então retornar pra fonte, senão a Mônada não fecha e muito menos retorna ao todo. Por isso não é brincadeira, precisamos dela. Cena 09: Quarto Amanda Nunes – Interna – Noturna. (Amanda escova os cabelos se olhando ao espelho, ela conta cada vez que passa a escova em suas madeixas iluminadas e macias). HELENA: Toc toc! (Amanda olha ao seu lado da porta e mira sua mãe parada encostada nela). AMANDA: Veio escovar meus cabelos igual quando eu era criança? (Helena sorri e se aproxima da filha, retira a escova de suas mãos e começa a deslizar a escovas nas macias madeixas aloiradas de sua filha). HELENA: Eu adorava escovar seus cabelos enquanto lhe contava contos de fadas. (sorri de forma terna) Você chegava a quase dormir aqui na cadeira e quando se deitava apagava em seguida). AMANDA: As vezes nem me lembrava em como ia até a cama (sorri). (Dona Helena escova as madeixas de maneira delicada) JORGE: Então estão aqui?! (Parado na porta do quarto da filha mira ambas mulheres de sua vida). HELENA: Os exames que foram feitos estão no hospital creio eu? JORGE: O correto seria leva-la hoje até lá, até mesmo para verem que você está bem e não mais... Você sabe... AMANDA: Léo... Era assim que você dizia se chamar... (mira sua mãe pelo espelho à sua frente). JORGE: Mas agora você está bem e é isso que importa! HELENA: Seremos corretos então, me leve ao Hospital Jorge, tenho que resolver umas coisas comigo mesma, com minha saúde. (olha no fundo dos olhos do esposo com muita convicção). AMANDA: (Se vira de frente pra sua mãe e retira a escova da mão dela) Por que agora dona Helena? (irritada) você m*l chegou! Dorme aqui e vai amanhã! (Jorge olha esperançoso para esposa, porém ela o mira de volta convicta em querer ir sim ao Hospital). HELENA: Agora que estou bem não irei me internar, voltarei pra casa querida. (olha com ternura para a filha). (Amanda devolve a escova pra ela). AMANDA: Faz uma trança em mim antes de ir então. (Helena sorri e Jorge sai do quarto). Cena 10: Corredor sentido sala de estar mansão Nunes – Noturna – Interna. (Jorge caminha com o celular posicionado no ouvido). JORGE: Doutor Leandro, boa noite, estou com minha esposa Helena e ela está muito bem, podemos nos ver agora em uma hora no hospital? Cena 11: Habitação Laura – Sala de estar – Noturna. (Laura coloca o aparelho celular na mesinha e segue corredor sentido quarto de hóspedes) Cena 12: Quarto de Hóspedes do apt. De Laura – Interna – Noturna. (Maria anda de um lado e para o outro no quarto olhando a tela de seu celular, Laura bate na porta). LAURA: Novinha linda posso entrar? (Maria abre a porta em segundos). Você está bem? MARIA: Estava aqui olhando as redes sociais do Marquinhos, muitas fotos com aquela Cobra criada. Olha isso: (Maria mostra a tela do celular para Laura com indignação). LAURA: Mas pensei que a página Marquinhos tivesse sido virada juntamente ao celular espatifado... MARIA: Sim, está virada, não tem volta, principalmente agora com essa zinha aí com ele pra cima e pra baixo. Só falta mudar o status pra relacionamento sério. (Laura respira fundo e Maria pega o celular e o joga na cama) Compensa ficar olhando não, vamos ver um filme? (Laura sorri e faz menção em positivo com a cabeça). Cena 13: Quarto Amanda – Interna – Noturna. (Amanda está em sua cama relaxada com o celular na orelha). AMANDA: Eu não consegui ver quem a trouxe, porque quando saí o carro já estava distante, mas eram duas cabeças femininas, isso era fato e minha mãe também falou que eram duas amigas, nem me aprofundei, só o fato de a trazer em segurança sem exigir nada em troca foi suficiente pra mim. (Pausa). Estou com saudades também, quer vir dormir aqui em casa? Não melhor não, esquece, meu pai vai se chatear e depois de tudo isso vou respeitar. Vamos se ver amanhã? Cena 14: Quarto do apartamento que Marquinhos divide com os amigos – Noturna. (Marquinhos está deitado com o celular na orelha) MARQUINHOS: Loirão prefiro amanhã também, hoje já estou indo dormir, trabalhar lá na firma do seu pai não é fácil não, cansa viu... (A câmera desce e assim nota um movimento nas partes íntimas do rapaz) Ai! (com t***o) Você com essa vozinha doce dizendo que está com saudades me deixou com t***o. (O edredom de Marquinhos é jogado ao ar e a Ruiva é revelada, ela estava mamando o rapaz enquanto ele falava com Amanda, a ruiva parou bruscamente de fazer o s**o o**l após ele dizer que a voz de Amanda estava o excitando, Marquinhos tampa o bocal do celular e olha pra ruiva pedindo pra ela continuar, a ruiva por fim faz menção que não se levanta e começa a se vestir) Loirão minha bateria vai cair... (ele desliga o celular). Oh Ruiva faz isso comigo não, não posso vacilar com a loirão e você sabe porquê! (Chega perto da ruiva acariciando os cabelos dela e a beijando no pescoço, ela sente-se muito atraída por ele e se deixa levar pelo momento, ambos se beijam na boca caindo na cama). Cena 15: Hospital – sala doutor Leandro – Noturna. (Doutor Leandro está sentado em sua poltrona com alguns exames em mãos, Helena e Jorge Nunes estão sentados à sua frente). DOUTOR LEANDRO: Realmente estou abismado com sua recuperação tão rápida principalmente após analisar seus exames, eu não sei nem como dizer..., mas precisamos internar a senhora (Jorge pega na mão da esposa em desespero e ambos apertam as mãos em um ato de obter conforto). JORGE: Como assim doutor? DOUTOR LEANDRO: Vou mostrar pra vocês os testes da ressonância magnética que fizemos em sua esposa antes dela fugir do hospital, agora entendemos porque ela se confundiu, pensou ser outra pessoa. Enfim, infelizmente a senhora Helena encontra-se doente, ela possui um tumor maligno intracraniana chamado Glioblastoma grau quatro em um estado muito avançado. HELENA: Quanto tempo tenho doutor? (Jorge se levanta bruscamente da cadeira e pega no colarinho do medico em um ato de total desespero). JORGE: Você vai prometer que vai salvar minha mulher! (Helena se desespera e segura o marido) HELENA: Jorge se acalma por favor! Agora não é hora pra você fazer isso! (Jorge solta o doutor já o doutor assustado se ajeita e se acalma entendendo o nervosismo da situação). JORGE: Desculpe doutor Leandro, mas eu não consigo viver sem minha esposa. HELENA: (Com olhos marejados) O que você sugere doutor? DOUTOR LEANDRO: Poderia interná-la. Tentar todos os tratamentos para retardar. HELENA: Ou seja, sofrer mais... JORGE: Então realmente não é possível curá-la, só ganhar mais tempo, quanto tempo? (O doutor olha com um grande pesar para o casal sem saber o que dizer). HELENA: Seja direto, quanto tempo tenho com e sem tratamento. (Jorge olha assustado para sua esposa). DOUTOR LEANDRO: Infelizmente pelo avanço que está, poderá resistir no máximo dois meses. (Jorge se desespera) JORGE: Não, você não pode estar certo! Dois meses de vida no máximo! Só pode estar brincando! (Helena percebendo o estado do marido o agarra e o afaga, Jorge cai em prantos).
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