Capítulo 3

2468 Words
***Luiza*** Esperava o Matheus chegar. Apesar de saber do barraco, estava nervosa. Vi o carro dele parar em frente à minha casa e respirei fundo. Desci as escadas e abri a porta quando tocou a campainha. Ele me olhou de baixo para cima e levantou as sobrancelhas. — Que? Está r**m? — Olhei pra mim mesma. — O vestido está ótimo. — O que é então? — Podia passar uma maquiagem mais forte. — Não sei fazer isso... — respondi emburrada. — Não sabe se maquiar? — Minha maquiadora é a Elena. Não tenho talento pra isso. — Então vamos na Elena. — O que? — Minha voz saiu mais alta do que eu queria. — Se ela faz uma maquiagem boa, vamos lá para ela fazer. Eu estava apavorada e acho que ele percebeu. Não queria que a Elena visse a gente junto, ela poderia achar alguma coisa e essa coisa ainda não aconteceu! — Ela não pode me ver vestida assim! — falei alto. — O que tem de mau? — Vai fazer um questionário imenso! — É só não responder. — Você não a conhece! Não para de encher até que conte. — Passei a mão no rosto com raiva. — Tudo bem. Então coloque outra roupa e vamos lá. Depois você troca de roupa no carro. Não vai dar tempo para vir aqui colocar o vestido. — Ok. Subi para o meu quarto para trocar de roupa, quando ia tirar o vestido, vi o Matheus dentro do meu quarto. Levantei as sobrancelhas. Ele estava de braços cruzados encostado na porta e me olhava. — Você ainda não me disse o que vai querer. — Eu sei. — Me diga agora. — Você não vai poder negar, não é? Se eu fizer a minha parte, vai ter que fazer o que eu quiser... — Se der tudo certo. — Nada disso! Se der certo ou errado você vai fazer sim! Porque já está valendo eu ter aceitado essa loucura. Matheus sorriu e eu perdi o ar de meus pulmões. — E o que eu vou fazer? — Se aproximou lentamente. — Bem... Ele parou bem perto de mim me fazendo engolir em seco. — Vai saber depois. — Olhei em seus olhos. Ele tinha os olhos fixos nos meus. Queria ler a mente dele agora. — Tudo bem. — Agora se puder me dar licença... Matheus seguiu até a porta, mas não saiu do quarto. Ele ficou de costas pra mim e me fez rir. — Cai fora! — Joguei uma pequena almofada nele e escutei sua risada. Era estranho ver ele sorrindo ou rindo. Troquei minha roupa quando ele saiu e depois seguimos para a casa da Elena. Ela me ver com ele vai ser uma droga, mas... Pedi a ele para esperar no carro e entrei na casa dela. A encontrei na sala e ela me olhou surpresa. — Preciso da sua ajuda. — Com o que? — Pode fazer uma maquiagem bem forte em mim? — Pra que? — Elena eu não tenho muito tempo... — Aquele é o carro do Matheus Queiroz? — perguntou olhando pela janela. Merda! — Não acredito! Você já dormiu com ele? — Não, Elena e me faz um favor? — Qual? — Fala mais alto! Acho que ele e os vizinhos ainda não ouviram! — falei irritada e ela riu. — Agora eu faço a maquiagem que você quiser! — falou animada e me arrastou para o quarto. Sentei na cadeira onde ela praticamente me jogou. — Como quer? — Algo bem forte. — Já sei, bem forte e ousado. — Pode ser. Ela sorriu largamente e começou seu serviço. Depois de alguns minutos eu me olhei no espelho e fiquei um momento paralisada. Ela usou um batom vermelho e pintou meus olhos bem fortes. Eu tenho que admitir, realçou bastante a cor dos meus olhos, mas estava exagerado! — Elena! — Que? — Está chamativo demais! — O que eu queria que ficasse chamativo que importa.... — O que? Ela colocou o dedo na minha boca. — Tira a mão daí! — Dei um tapa na mão dela. — Sabe-se lá onde colocou isso! Elena caiu na gargalhada. — Agora some da minha frente, Luz e quando voltar, quero ótimas notícias! — Sorriu maliciosa. Desviei o olhar dela. — Obrigada pela ajuda. Saí da casa dela andando em passos largos, sei que ela ficou na porta me olhando. Entrei no carro do Matheus e praticamente ordenei que ele dirigisse e saísse da frente da casa da Elena. Ele não reclamou e fez o que eu pedi. Dirigiu por um tempo e depois parou o carro, o olhei confusa e ele puxou o freio de mão. — Que? — perguntei quando ficou em silêncio me olhando. — Coloque o vestido. Olhei a caixa no banco de trás. — Então sai do carro! Acha que vou trocar de roupa com você aqui dentro? — Eu não vou olhar. — Sai agora! — Que mandona! — debochou e abriu a porta. Ele saiu do carro. Respirei fundo e pulei para o banco de trás, tinha mais espaço ali. Tirei o short que vestia e depois a blusa, levei as mãos às costas para tirar o sutiã e vi o Matheus com as duas mãos apoiadas no vidro e o rosto entre elas para tentar ver ali dentro. Dei um tapa forte no vidro e ele saiu. Tirei o sutiã com pressa e coloquei o vestido antes que ele conseguisse olhar de novo. Estava com dificuldade para puxar o vestido, ele era muito colado ao corpo e eu não tinha como ficar em pé ali. Grunhi irritada e Matheus bateu no vidro. — Está tudo bem aí? — Não! — Por quê? — Eu... — Antes que eu conseguisse terminar a frase, ele abriu a porta. Merda, por que não tranquei? Seus olhos correram pelas minhas pernas e foram subindo até me olhar nos olhos. Quando seus olhos encontraram os meus, vi que engoliu em seco. Talvez pelo meu olhar de ódio por ele ter aberto a porta! — Desculpa... — Ameaçou fechar a porta. — Espera! Ele puxou a porta de volta e me olhou. — Já que já viu o que tinha que ver, me ajuda. — Como? — Tinha um leve sorriso nos lábios. Isso está começando a me irritar! — Entra e cala a boca! — Você é muito mandona mesmo, não é? — Anda logo! Ele entrou no carro e fechou a porta. Estava sentado no banco e me olhava com cara de deboche. Coloquei as pernas por cima das dele e sua cara de surpresa me fez rir. Encaixei minha cabeça na porta e apoiei os cotovelos no banco, depois levantei o quadril. Matheus ficou olhando fixamente minhas pernas agora. Estavam perto de seu rosto por causa da minha posição. Hum... Acho que provoquei algo nele... Isso é bom! — Puxa o vestido pra mim? Não consigo sozinha. Ele ficou um tempo encarando minhas pernas em silêncio. — Se você puder ser rápido, agradeço, essa posição não é confortável! Matheus segurou o vestido dos dois lados da minha cintura e puxou para baixo lentamente. Conforme ele fez isso, senti o calor de suas mãos deslizar em meu corpo e mordi o lábio inferior. Será que isso é por que faz tempo que não faço sexo ou é ele que faz isso comigo?  Ele puxou o vestido até o fim e depois deslizou os dedos passando na minha b***a. Travei as pernas sem querer e ele sorriu. — Chega de tirar casquinha! Agora vamos! — Saí da posição e sentei no banco. — Até parece que você não gostou disso... Fiquei em silêncio olhando-o. Ele sorria malicioso para mim. Me aproximei de seu rosto e percebi que o sorriso sumiu. Ele encarou minha boca. — Acho que consegue fazer melhor do que isso. Nem eu acreditei que tais palavras saíram de minha boca! Matheus me olhou com os olhos um pouco arregalados e piscou algumas vezes, depois se afastou e saiu do carro indo para o banco da frente. Merda! O que eu fiz de errado? — Eu não vou de motorista, sabia? Revirei os olhos e fui para o banco da frente, mas pulando mesmo, não abri a porta como ele. Quando fiz essa manobra, ele olhou minhas pernas de novo e assim que sentei, puxei o vestido para baixo com raiva e cruzei as pernas. — Vai demorar muito, senhor? — perguntei cínica. Vi um sorriso se formar no rosto dele e em pouco tempo estava bem próximo a mim, sentia sua respiração em meu pescoço. — Eu não quero estragar sua maquiagem provocante agora. Depois de dizer isso ele beijou meu pescoço lentamente e eu fiquei tensa. Logo ele estava longe de novo e começou a dirigir. Como assim não queria estragar a maquiagem agora? ***Matheus***    Nunca me entendi direito com o meu pai. Desde que a minha mãe fugiu com outro cara e me deixou com ele, resolveu descontar sua raiva como se eu tivesse culpa de ela ter preferido outro cara e não ele. Na verdade, não sei o verdadeiro motivo e não quero saber! Hoje o que eu quero é que saia da minha vida de uma vez por todas. Não preciso dele. Estava bolando um plano para mostrar que também sei ser r**m. Se bem que ele acha que era bom, que o que fazia comigo era para me educar. Babaca! Só sei que viver com ele esse tempo me fez ficar completamente fechado e isolado de tudo. Ele não me deixava ter amigos e muito menos namoradas. Falava que esse tipo de coisa era perda de tempo. Mas isso não quer dizer que nunca estive com uma garota. Quando isso acontecia, era escondido e sempre quando ele ia viajar a negócios, assim eu ficava menos preocupado de ele chegar e me pegar com alguém. Eu sabia que se conseguisse trabalho na empresa concorrente, ele surtaria, então contei parte da minha história ao Heitor Mendes e pelo que pude ver, ficou comovido, mas não contei o que o meu pai fazia quando estávamos sozinhos... Como me abri com ele, acho que pensou que poderia fazer o mesmo e me falou da filha dele. Que ela era teimosa e que não queria trabalhar com ele por mais que ele insistisse. Ela não queria seguir os passos dele e ele queria que o fizesse. Para ajudar mais ainda e mostrar a ele que podia confiar em mim, me ofereci para trabalhar com ela. Ele disse que não tinha como me colocar “na mesma altura” que ela. Então dei a ideia de fazê-la começar por baixo, pois ele me disse que ela odiava que fosse beneficiada. Heitor adorou a ideia e disse que ia conversar com ela. Na festa do Enzo eu a vi passando para ir ao banheiro. Parecia bem bêbada. Eu não a conhecia, só vi uma vez e nem reparei muito. Quando ela saiu lá de dentro, fiquei olhando, ela pareceu confusa por eu estar encarando. Ia desviar o olhar, mas como ela manteve os olhos em mim, não desviei. Não tinha reparado o quão linda ela era. Pequena e delicada, cabelos longos e castanho claro. Gostei dela, mas claro que o Enzo deve ter percebido algo porque entrou na minha frente e ficou conversando com ela. Isso me irrita muito! Tudo que ele acha que eu gosto ele tenta roubar de mim! Uns dias depois o Heitor me ligou falando que ela tinha aceitado a minha ideia. Pensei bastante sobre isso. Ia conviver com ela por um tempo, mas o que mais gritava dentro de mim era a oportunidade de jogar tudo na cara do meu pai. Meu primeiro pensamento foi trabalhar na empresa do Heitor e fazer meu pai ver isso. Só que ao ver que ela não ia trabalhar comigo e que isso provavelmente iria estragar todo o meu plano, pois o Heitor poderia não me deixar trabalhar lá por ela não ter aceitado, fiz uma coisa impulsiva e pedi a ela para fingir que estava comigo. Achei que ia rir da minha cara e me esnobar, mas para minha surpresa, ela aceitou. Só que tinha algo para me pedir e não disse o que. O que pode ser? Dinheiro não é, pois eles têm bastante. Só se ela me fizer de escravo por um dia... Se eu conseguir irritar meu pai, vai valer a pena! Ao buscá-la em sua casa e ver ela naquele vestido, senti uma vontade imensa de agarrá-la, mas me segurei e não deixei ela perceber isso. Levei ela até a amiga para fazer a maquiagem e fiquei no carro esperando. Enquanto ela não descia, fiquei pensando no que poderia acontecer naquele jantar. Quando ela entrou no carro, não consegui pronunciar nenhuma palavra. Céus! Ela estava incrivelmente linda e tentadora! Mas não tive tempo nem de olhar muito, pois ordenou que eu fosse embora dali, não discuti e fiz o que ela disse. Tive que sair do carro para ela trocar de roupa, o vidro tinha insulfilm, mas não tão forte, colocando as mãos e tapando a luz, você consegue ver um pouco. Consegui ver mais ou menos ela de calcinha e sutiã, mas para o meu azar ela viu que estava espionando. Esperei, doido para espiar de novo e escutei ela reclamar lá dentro. Abri a porta e ela estava com o vestido enrolado um pouco acima do umbigo, consegui ver suas pernas, calcinha e um pouco da barriga. Puxa... Nunca vi um corpinho tão lindo em minha vida. Desviei o olhar quando percebi que estava irritada. Então ela me pediu ajuda... Puta que pariu! Ela fez de propósito, não é? Aquilo não podia ser uma coisa normal! Puxei o vestido o mais lento que consegui tocando sua pele, estava ficando e******o. Quando ela me disse aquilo, quase me esqueci que meu pai me esperava e arranquei aquele vestido dela, mas lembrei do meu pai e saí do carro seguindo para o lado do motorista. Parei o carro em frente ao restaurante e olhei para ela. Estava séria e olhava para fora do vidro. — Que foi? — Nada. Chegamos? — Sim. — Quer que eu faça algo especial? Tipo uma piada de duplo sentido ou fale alguma coisa indecente? Soltei uma risada e ela sorriu. — Eu quero que você aja como uma namorada. — Deslizei a mão na coxa dela e ela apertou as pernas com meus dedos entre elas. Olhei seu rosto e estava vermelha, o que me fez sorrir. — Mais alguma coisa? — Seja uma namorada... provocadora, assim como está vestida — sussurrei no ouvido dela e percebi que engoliu em seco. — Ok. Vou dar meu melhor. — Ótimo! Agora vamos.
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