Estava na porta do hospital.
Quando meu pai desce da camionete e vai entrando Eliezer o para e começa a falar m*l de mim.
- Eliezer para com isso. Nós deixe em paz. Aceite que acabou e pronto. Não precisa me difamar assim. Isso tudo é puro despeito. Você tá precisando de dinheiro e isso? Fala quanto você quer dessa vez.
- Filha não discuta aqui. E você rapaz por favor deixe minha filha em paz.
- Sua filha brincou comigo por dois anos e agora ela vai lá e trans@ com outro cara. Ela me disse que era virgem e nunca quis nada comigo, agora ela vai ficar comigo querendo ou não. Não vou ser o i****a.
- Já chega Eliezer. Vou chamar a polícia pra você
Tá vendo que estamos na porta de um hospital. Chega desse show. Você tá livre pra ficar com quem quiser.
- Sempre fiquei com todas Melissa, você era só passatempo e por dinheiro. E agora te quero por questão de honra.
- Você está fora de si. Saia daqui.
Olho pro lado e meu pai esta tremendo muito.
- Pai fique calmo. Vamos entrar.
Quando pego no braço do meu pai ele cai com tudo no chão.
Começo a gritar por socorro e o moleque do Eliezer esta ali só olhando e não faz nada.
- Tá vendo seu i****a oque você fez. Suma da minha vida seu infeliz. Suma daqui. Suma daqui.
Corro pra dentro e os médicos entrando com meu pai pra uma sala e fico sentada esperando notícias. Quase meia hora é nada de notícias. Quando vem uma médica ou enfermeira sei lá.
- Acompanhante do sr. CARLOS MOREIRA.
- Sou filha dele. Como meu pai está?
- Infelizmente não conseguimos reanimá-lo. Ele teve uma parada cardiovascular. Lamento sua perda Senhorita.
As palavras daquela mulher fizeram meu mundo parar.
Caio de joelhos e lágrimas descem sem parar.
- NÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
Grito com toda minha força e logo sou amparada por algumas pessoas que ali estavam.
💭Deus oque farei agora.
Em segundos minha vida se acabou. Meu pai. Meu herói. A única pessoa que tenho. Meu companheiro é amigo.
Me sento e não sei oque fazer. Logo um médico vem até mim
- Bom dia Senhorita. Seu pai era meu paciente. Seu pai estava sofrendo do coração e se recusava a tentar a cirurgia. Infelizmente seu coração não aguentou. Lamento sua perda. Agora você precisa ser forte e cuidar dos trâmites. Seu pai lhe amava muito e se preocupava com você. Se cuide Senhorita Melissa.
💭Meu pai estava sofrendo e eu lá dando atenção para aquele crápula. Eu me odeio.
Homem pra mim agora e só como amigo e olha lá.
Enxugo minhas lágrimas e saio do hospital. Entro na camionete e saio em disparada sem rumo.
Paro na estrada e começo a gritar e bater a mão no volante.
Estou perdida sem saber oque fazer e meu celular começou a tocar.
Atendo sem olhar pensando ser do hospital.
Minha voz quase não sai..
📲-Oi
Atendo sem ânimo.
📲' Oi Melissa. Tá tudo bem ? Sou eu Augusto.
Quando escuto sua voz fico em silêncio. Apenas as lágrimas caem. Deito a cabeça no volante e não digo nada.
📲- Fala comigo, Melissa. Oque aconteceu?
Reúno forças e respondo.
📲- Ele se foi ..🥺🥺🥺 Ele se foi.
📲- Quem se foi Melissa? Aquele seu namorado?
📲- Não. O meu pai. O meu pai se foi. Tô sozinha agora Augusto. Sozinha 😭
📲- Onde você está Melissa? Me diz que você está bem ? Vou dar um jeito e chegar aí o mais rápido possível. Fica calma minha linda.
Não respondo nada e desligo. Simplesmente não tenho forças pra nada. Augusto se tornou um amigo, um amigo especial em pouco tempo. Falar com ele era tudo que eu queria, porém não tenho forças.
Dou partida na RAM e sumo no estradão. Chego na fazendo e Sérgio me recebe já procurando do meu pai.
- Boa tarde patroa. Cadê o patrão?
Só balanço a cabeça em negativa e entro em casa e fatinha vem até mim.
Me sento no sofá e fico estática. Nem chorar eu consigo mais.
- Filha, Melissa, oque houve. Cadê sei pai ?
Balanço a cabeça em negativa e me deito no sofá. Não consigo dizer nada.
💭Deus me faça dormir e acordar e ver que tudo isso foi só um pesadelo. Por favor meu Deus.
Estou tão absorta na dor que não consigo dizer nada. Fatinha continua a esperar resposta.
- Fala pra mim o que houve Melissa.
Sua voz tinha desespero e preocupação. Reúno forças e respondo.
- Meu pai fatinha. Meu pai me deixou. Ele me deixou fatinha.
Nesse momento ela desaba em lágrimas e Sérgio entra trazendo água com açúcar.
- Que história é essa patroa. Seu pai saiu daqui andando. Ele estava bem, não é mesmo mulher?
Fatinha me abraça e chora.
- Desculpe menina. Seu pai não estava bem há varios dias. Eu soube do seu estado de saúde, mais ele me proibiu de lhe dizer.
Me levanto e subo para o quarto.
Não acredito que estava tão cega que não percebi nada.
Fico ali deitada, somente um choro silencioso e muito doloroso tomava o ambiente. Sei que preciso cuidar de tudo, afinal só somos eu e papai aqui nessa cidade. Queria minha prima comigo, mas como ele viria se eu nem avisei de papai.
Me levanto e entro no banheiro e me olho no espelho e falo com Deus
💭😭Deus me dê forças, sozinha não consigo. Me ajude.
Lágrimas rolam e eu entro no banho. Deixo a água do chuveiro cair sobre mim. Lembranças boas de meu paizinho vem a cabeça e eu sorrio ao lembrar como ele sempre me fazia sorrir.
Quando estou saindo do banho escuto um barulho muito alto vindo do lado de fora.
Estava tão inerte na dor que nem me liguei. Vesti minha roupa e escuto batidas na porta. Provavelmente é fatinha então já respondo.
- Pode entrar.
Vejo a porta ser aberta e meu coração dispara e eu num instinto corro até ele e o abraço. O abracei tão forte que parecia que minha vida dependia daquilo. Ali naqueles braços, nos braços de um quase desconhecido eu me permitir chorar e viver um pouco do meu luto.
Ficamos ali abraçamos por longos minutos e logo ele fala...
- Está um pouco mais calma pequena? Vim te ajudar em tudo. Você não está sozinha.
- Augusto, obrigado por isso. Obrigado por estar aqui. Tá doendo demais, tá doendo muito. Meu pai é tudo pra mim, não estou preparada pra me despedir daquele que sempre deu a vida pra me criar. Tá doendo demais.
Nesse momento sinto seus braços me envolver novamente.
- Você não está sozinha, Melissa. Vamos lá escolher uma roupa para seu pai e vamos resolver tudo juntos.
Ele segura minha mão e entramos no quarto do meu pai. Ao abrir algumas gavetas vejo vários remédios ainda sem mexer.
Logo Augusto se aproxima e segura minha mão, me fazendo guardar os frascos.
- Não pense nisso pequena.
Arrumamos tudo e logo já seria a parte mais dolorosa. Todos peões e fazendeiros dos arredores vieram se despedir. Recebi muito carinho de todos. Estava doendo muito, mais ele estava ao meu lado segurando minha mão.
Ele chegou na fazendo de helicóptero, ele veio somente por mim. Um amigo, quase desconhecido estava ao meu lado.