Os dias foram passando e o jovem padre fez de tudo para ficar bem longe de Rosa, e assim evitar cair em tentação e pecar. Mas o destino parecia querer faze-lo. Era uma tarde quente, padre Davi conversava com dona Inês, ela era frequentadora de todas as atividade paroquianas, desde que ficou viuva. Ela estava dizendo que uma idosa que morava numa casinha bem distante dali estava precisando da presença do padre, Inês também explicou que era bem comum o antigo padre ir até a casa dessa idosa, e que ela sempre acompanhava o antigo padre. Assim que chegavam lá o padre orava durante toda noite, pois a idosa acreditava que o espírito do seu ex marido a assombrava na data da sua morte. Mas Inês estava ali também para dizer que dessa vez não ia poder ir, e como a jovem Rosa participava das atividades na igreja ela sugeriu que a moça fosse com ele, na mesma hora padre Davi disse que não, Inês estranhou a reação do jovem padre, e perguntou:
— Por que não, padre? Eu sei que a Rosa é uma moça solteira, aos olhos do povo seria desonroso ela fazer uma viagem sozinha com um homem, mas o senhor é padre, não tem nada desonroso nisso. E o Sebastião também vai com vocês.
Sebastião era responsável por levar e trazer o antigo padre sempre que ele precisava ir até a idosa.
— Sim, claro eu sou padre.
— Eu indico ela, porque a moça é muito religiosa, ela tem conhecimento de todas as orações.
— Eu entendo senhora, Inês.
O padre tendo tomado conhecimento da situação, mandou uma pessoa ir buscar a jovem Rosa. Não sabendo do que se tratava ela foi atende-lo prontamente. Quando chegou, ele explicou toda situação e viu um sorriso formando nos lábios carnudos da jovem moça.
As 17h eles partiram, no automóvel velho que era disponibilizado aos padres da pequena paroquia. Ao chegar na casa da idosa, que se chamava Maria. Ela os recebeu juntamente com a empregada da casa, e foram para a sala da referida residência, onde o jovem padre procurou sem rodeios se aprofundar no que estava acontecendo. Eles se entre olharam, a idosa parecia não ter confiança em Rosa, percebendo, o padre Davi pediu licença para que pudesse conversar a sós com dona Maria, Rosa e a empregada se retiraram e aguardou no pátio da casa por algum tempo. Passado uns quarenta minutos o padre veio chamar Rosa, ela foi até eles, sentou-se numa cadeira de madeira, sentindo os olhares deles sobre ela. Padre Davi se levantou e disse:
— Sentimos muito o que lhe está ocorrendo, e estamos aqui para lhe apoiar e ajudar a passar por isso. — A idosa concordou com a cabeça.
Eles se ajoelharam no piso frio da sala e iniciaram uma oração.
Após quase 3 horas de orações eles fizeram uma pausa para o jantar, mas antes eles foram banhar-se.
Assim que jantaram Maria foi se deitar e deixou avisado que pontualmente às 3h da manhã o espírito do seu marido comecaria a tormenta, padre Davi e a jovem Rosa ficaram espantados. A empregada acompanhou a idosa, Sebastião o motorista também se retirou, Rosa fez o mesmo.
Padre Davi ficou na sala lendo um livro, apesar de tarde o jovem padre estava sem sono.
Era quase 2 da manhã quando Rosa veio até a sala dizendo que vira uma aranha no seu quarto, a jovem também confessou que tinha medo, e pediu para padre Davi ir dar fim no inseto. Padre Davi fechou o livro que lia encarando a jovem moça que usava um camisolão de dormir, levantou-se foi até lá, e matou o bicho.
Padre Davi já estava na porta quando Rosa dirigiu-se a ele, e ficou a olhar para os olhos dele, Davi ficou sem palavras, não conseguia parar de olhar para a jovem.