MARJORIE NARRANDO
Seguir para a faculdade com o coração na mão, a verdade é que minha cabeça está focada apenas na saúde do meu irmão, isso que tá me preocupando bastante. Mas também eu só conseguir vir hoje, porque meu irmão prometeu que ficaria com a senhora Maria, pelo menos eu sei que com ela, ele está em boas mãos, e também porque preciso ver se algum colega meu sabe algum lugar que esteja precisando de alguém para trabalhar, afinal eu preciso do emprego, preciso trabalhar dobrado, meu irmão precisa de um transplante e eu tenho pouco tempo para arranjar 70 mil reais. Fora que minhas aulas na faculdade tá chegando na reta final, então não posso faltar, preciso me comprometer cem por cento, para conseguir me formar, para ajudar meu irmão com esse transplante, e tudo isso vem em minha mente, e eu fico em agonia, sem saber como lidar com tantos problemas de uma única vez! A minha mente só pensa, que se meus pais estivessem aqui tudo poderia ser diferente, mas realmente será que seria? Fico pensando mil coisas ao mesmo tempo, até que acabo esbarrando em alguém assim que vou entrando na faculdade.
Luan: Calma aí morena, está com os pensamentos onde? — ele brinca ao me ver que tô distante.
Maju: Queria eu está com os pensamentos bem presentes na faculdade, Luan! — digo suspirando.
Luan: O que é que tanto te preocupa minha princesa? — ele pergunta me olhando.
Maju: Preciso arranjar um novo emprego, o quanto antes. — digo e ele me olha sem entender. — Deixa, não vou te preocupar com meus problemas! — digo e então ele segura no meu braço gentilmente.
Luan: Você pode confiar em mim, sabe que estou aqui para o que você precisar. — ele fala e com isso eu acabo desabando, tudo vem como um turbilhão de coisas em minha mente, estava muito m*l com isso, muito m*l com tudo o que estava acontecendo, comecei a chorar e ele me puxou para um lugar mais reservado onde poderíamos conversar tranquilamente. — Ei, calma, me conta o que tá acontecendo. — ele fala um pouco assustado.
Maju: Eu preciso arranjar um novo emprego, com urgência. — digo nervosa. — Meu irmão tá com problema nos rins, e precisa com urgência de um transplante, e isso está me assustando muito, mais infelizmente a vida fez isso com ele, e a cirurgia que ele tem que fazer é muito cara. — digo enquanto as lágrimas molham meu rosto.
Luan: Oh meu Deus, que barra terrível você está passando, Maju. — ele fala me abraçando. — Se você quiser eu te empresto o dinheiro. — ele diz e eu não posso aceitar, ele é um dos poucos amigos que tenho como um irmão, e isso não seria justo, então melhor nao.
Maju: Agradeço muito, mas não tenho como lhe pagar, então melhor não, mas se você quiser mesmo me ajudar, me ajuda a achar um emprego por favor. — digo enxugando minhas lágrimas e olho para ele.
Luan: Oh minha amiga, eu conheço um lugar que precisa sim, mas não sei se você vai querer. — ele diz é isso já me dá um pouco de esperança.
Maju: Eu não tenho muito o que escolher Luan, meu irmão e minha única família. — digo sentindo um nó na garganta.
Luan: Bom tem um clube, que lá estão contratando dançarinas, algumas dançarinas de lá fazem coisas com homens para ganhar mais dinheiro. — ele diz aquilo e com isso eu fico sem saber o que fazer. — Mas quem não faz, não tem obrigação nenhuma, elas fazem fora do lugar, afinal lá é apenas um clube noturno, para homens que gostam de gastar dinheiro vendo mulheres dançando. — ele fala sorrindo.
Maju: Como são as vestes desse lugar? — pergunto, afinal eu preciso me informar, e preciso entender melhor.
Luan: As roupas, são roupas íntimas, ou um pouco mais confortável, depende muito de como a mulher quer se vestir. — diz ele me olhando. — O salário é bom, são três mil. — ele fala e aquilo me dar um pouco de ânimo. — Também tem os dinheiro que os homens joga no palco, você tem direito a sessenta porcento do dinheiro jogado no palco, e os outros quarenta por cento é da casa. — assim que ele fala aquilo, eu percebo que é um bom salário, mas eu não tenho muito tempo.
Maju: O salário é mensal? — pergunto e ele suspira.
Luan: O salário é p**o a cada quinze dias, você só precisa trabalhar quatro vezes na semana. — eu não posso pensar muito, vou aceitar, eu preciso disso, eu preciso do emprego o mais rápido possível, em um mês eu terei seis mil.
Maju: Eu gostaria de tentar esse emprego, mas eu tenho algumas condições. — digo tentando ficar calma. — Não quero ser tocada, não usarei meu nome verdadeiro, e usarei peruca, e alguma máscara para não ser reconhecida por ninguém. — digo o encarando e tento ficar o mais calma possível.
Luan: Tudo bem, eu conheço o dono, então falarei a respeito. — ele diz e então ouvimos o sinal. — Bom precisamos ir. — o mesmo diz e nós levantamos.
Maju: Obrigada, muito obrigada. — digo e abraço ele firmemente. — Sei que não era o que eu estava procurando, mas infelizmente eu preciso com urgência. — digo e ele apenas me aperta, logo nos afastamos e seguimos para a nossa sala de aula.
Então assim que seguimos os dois para nossa sala de aula, eu fiquei com meus pensamentos a mil, sei que não é o que eu estava procurando, mas eu realmente estava necessitando, as vezes eu fico imaginando porque tantas provas para que eu consiga mostrar o quão forte sou? Mais eu confio em Deus, independente de qualquer coisa, se isso está me acontecendo é porque realmente é dessa forma que meu caminho será traçado. Então depois que entrei na sala, as aulas foram acontecendo tranquilamente, vez ou outra as meninas chamava minha atenção, mas realmente não estava fácil nada, eu preciso de fato resolver minha mente, ou eu vou acabar enlouquecendo, e isso não seria nada útil pra mim. No decorrer do período, o Luan voltou a falar comigo a respeito do trabalho e ele disse que o dono pediu para que eu fosse ainda hoje mesmo, porque o emprego já era meu, e então eu concordei, eu não vou pra casa, porque sairei daqui e seguirei com o Luan, e então peguei meu celular e mandei mensagem para meu irmão, avisando que havia arranjado um emprego novo e que chegaria tarde, e ele respondeu que tudo bem, e que eu não me preocupasse que ele estava na casa da senhora Maria, e claro que concordei. Passado um tempo o Luan chama minha atenção e acabo indo com ele, até porque eu não sei onde fica esse lugar. Seguir até o estacionamento, ele abriu a porta do carro para mim, entrei e ao entrar, ele fechou a porta e deu a volta, coloquei o cinto e então ele entrou, ligou o carro e seguimos em silêncio para o tal clube no qual eu iria trabalhar. Eu fiquei atenta a todo o percurso que fizemos, afinal não terei o Luan para me socorrer sempre. Então quando finalmente a gente chegou ele estacionou o carro desci junto com ele e seguimos até a entrada, logo que chegamos fomos para dentro do clube, era um lugar bem sofisticado, coisa de gente rico mesmo, eu fiquei encantada com tudo, mas ao mesmo tempo morrendo de vergonha.
Luan: Espera aqui. — ele fala e entra em uma sala, logo mais ele volta com um homem. — Marjorie, esse aqui é o Dylan, Dylan essa é a Marjorie. — ele nos apresenta, e então aperto a mão dele educadamente.
Dylan: É um prazer finalmente conhecer você, senhorita Marjorie. — diz gentil.
Maju: Igualmente senhor. — digo gentil.
Dylan: Então o Luan me falou sobre suas condições, e concordo com tudo, isso é um direito seu, escolher o que quer, aqui ninguém obrigada ninguém a nada. — diz sério. — Apenas queremos ganhar dinheiro. — diz sorrindo.
Luan: Bom, que bom que se deram bem, mas como te falei, ela não quer que ninguém saiba nome dela, nada a respeito. — ele fala me olhando.
Dylan: Tudo bem, compreendo, mas que tal um codinome? — ele fala e lembro de um nome que eu gosto.
Maju: Gostaria de ser chamada de Meg. — digo olhando eles que sorriem.
Dylan: Perfeito! — ele fala e nesse momento aparece uma mulher ali. — Bom essa é a nossa estilista, ela que vai cuidar de tudo em você, assim como faz com as outras. — ele diz gentil, e ela se aproxima.
XXX: Me chamo Emília, mas todos me conhecem como Mia. — diz ela amigável.
Maju: Prazer, me chamo Meg. — digo e os rapazes se entreolham e logo ela me puxa para entramos.
Mia: Primeira vez? — ela pergunta e fico sem jeito. — Você já trabalhou alguma vez em clubes assim? — ela reformula a pergunta assim que ver como fiquei desconfortável.
Maju: Nunca trabalhei assim, é a minha primeira vez trabalhando assim. — respondo ela educadamente, e então assim que entramos em uma espécie de camarim, havia várias mulheres ali, muitas delas estavam semi nuas, e aquilo me deixou constrangida, mas tentei ficar o mais confortável possível.
Mia: Não fica assim, elas tem tudo o que você tem. — diz sorrindo. — Agora diga-me, como você quer se vestir. — ela me pergunta e então começo a olhar algumas opções, e então mostro e ela começa a combinar algumas coisas até que finalmente ela escolhe tudo. — Pronto, agora você só precisa se arrumar, ali está uma cabine, lá você pode tomar banho se quiser, e também se vestir. — ela fala é isso vai me ajudar, estou um pouco cansada, mas um banho vai resolver.
Logo eu peguei as roupas escolhida por ela, e seguir para a cabine, então aproveitei e tomei um banho, afinal eu estava mesmo precisando para tirar todo esse cansaço de meu corpo, logo quando acabei me vestir e sair da cabine, então peguei um roupão que estava do lado de fora da cabine e coloquei no meu corpo, eu ainda estava constrangida com tudo isso, mas a Mia veio na minha direção, e conversou um pouco, logo ela me levou para de frente do espelho e começou a arrumar minha maquiagem, e quando ela quis arrumar meu cabelo avisei que queria usar peruca loira, ela no início ficou um pouco com o pé atrás, mas expliquei que gostaria de não ser reconhecida fora daqui, e ela super compreendeu, logo ela me ajudou a ficar como eu queria, e quando finalmente me chamaram eu tive que tirar o roupão, e sair do camarim, e ao sair, vi muitos homens ali tudo me olhando, aquilo me fez congelar por alguns segundos e tentei imaginar que estava sozinha em meu quarto, e então comecei a fazer o que tinha que fazer, comecei a dançar, eu precisava fazer isso, então aos poucos fui dançando tranquilamente, e os homens jogava dinheiro no palco aquilo me fez com que eu continuasse, e quando finalmente acabei acabei recolhendo todo o dinheiro do palco e sair dali o mais de pressa possível. Logo a Mia apareceu, e ela contou todo o dinheiro que eu ganhei dançando, ela me deu a minha parte e levou a parte do dono, logo ouço uma batida na porta, e vejo o Luan entrando.
Luan: Estava linda, parabéns. — ele me parabeniza e sorrio sem jeito. — Bom, eu sei que você não quer contato com ninguém, mas sabe, um amigo meu chegou hoje de Melbourne, e ele ficou impressionado por você, ele queria conversar por alguns segundos. — ele fala sem jeito, e eu sei que o Luan só está tentando ser gentil, e eu preciso retribuir, afinal ele me ajudou a ganhar alguma coisa hoje.
Maju: Tudo bem, mas só falarei com ele o necessário, porque eu não estou interessada em ninguém me tocando. — digo me levantando, coloco o véu novamente no rosto e sigo com ele, a gente vai até uma mesa reservada, logo que cheguei perto vi um homem todo de terno, ele era muito bonito, bem vestido, e seu perfume era bem notável.
XXX: Gostaria de conhecer mais a senhorita. — ele fala e aquilo me faz perceber que ele quer alguma coisa, e eu não quero nada.
Maju: Obrigada, mas não quero, estou muito bem. — digo séria.
Luan: Jayden, eu te falei que ela não queria. — ele fala tentando intervir.
Jayden: Bom, só quero conhecer melhor essa moça, ela me atraiu. — ele diz sorrindo. — Eu não modo Meg, só quero mesmo saber um pouco mais sobre você. — ele fala gentil, mas é melhor não, eu não quero.
Maju: Já falei que não quero, obrigada! — digo um pouco áspera. — Bom, já vou indo, preciso ir embora. — digo séria, então saiu dali deixando os dois conversando e sigo de volta para o camarim.
Assim que entrei de novo, já fui até o armário que a Mia me mostrou ser meu, peguei minha roupa, vestir e logo quando eu estava para ir embora o Luan entrou e pediu para me acompanhar até em casa, eu não queria, mas ele insistiu, e então eu acabei deixando ele me levar em casa, no caminho ele me contou que o amigo dele é dono de várias empresas, e que conhece ele, e ele não é de desistir, o que me deixou um pouco inquieta, mas tudo bem, eu não vou me alarmar, falei para ele que nada seria diferente, e ele apenas sorrio, então assim que chegou-nos em frente a minha casa, desci, agradeci mais uma vez e entrei, assim que entrei vi que meu irmão já estava em casa, e dormindo, então apenas fui para meu quarto, tomei um banho, vestir um baby-doll, e fui para a minha cama, me deitei na mesma e fiquei pensando naquele homem. Por incrível que pareça ele é muito bonito, e isso é notável demais até, os dias se passaram e ele estava lá todos os dias, e sempre insistindo, até que no meu último dia da semana, ele me ofereceu dinheiro para que eu fosse para a cama com ele, que ele iria me pagar muito mais do que eu iria ganhar em um mês trabalhando no clube, até mesmo mais do que o dinheiro do palco, isso me deixou tentada, mas não falei nada, apenas deixei ele lá e sair de perto dele, o que me fez ficar pensaria, e eu precisava disso, e eu sei que é complicado, e a que nível eu tô querendo chegar, mas eu preciso do dinheiro, é a vida do meu irmão em jogo.