Nossa conexão

Capítulo 2

Eu mantive a minha postura séria, a aniversariante se aproximou repentinamente, o chamou, ele falou pra mim " a gente se vê ", logo a moça que cuidava da portaria chegou e eu fui para o bar, uma meia hora depois ele foi pegar bebida a minha colega o serviu e ele ficou me encarando encostado no balcão, continuei trabalhando não podia me distrair nem dei atenção, ele logo saiu de perto e horas depois quando a festa acabou super tarde de madrugada, ficaram uns 4 convidados incluindo a dona da festa, o Higor e o pessoal arrumando tudo pra encerrar o expediente, eles saíram, os convidados, o pessoal tomou alguns drinks umas cervejas e eu não, pois não tinha o hábito de beber quase nunca e fiquei só conversando atoa mesmo, logo saímos eu e a minha colega e o tal do Higor estava lá fora encostado no carro, ele correu até mim e falou

- Finalmente! Estava te esperando.

Respondi surpresa

- Me esperando?!

Ele falou

- Sim, quero me desculpar com você sabe... Posso te dar uma carona?

Respondi indiferente

- Você não tem porque se desculpar, falou o que pensa baseado na sua realidade. Eu estava tendo um mau dia e me exaltei um pouco.

Ele falou me segurando pelo braço

- Vamos dar uma volta?

Respondi me esquivando

- Não, olha a hora que é, preciso ir pra casa.

Ele falou insistente

- Eu te levo embora, se preferir .

Falei que não e agradeci, a minha colega estava conversando com o ficante dela que tambem estava trabalhando com a gente, ela falou que iam esticar a noite e perguntou se o meu " amigo" ia me levar, convidou ele pra ir junto com nós, falei que estava cansada e precisava ir pra casa, ele me interrompeu e respondeu ela

- Eu levo ela, pode deixar.

Se eu pedisse, ela e o ficante me levariam pra casa sem problemas, mais eu sabia que ia dar trabalho incomodar, por outro lado o Higor estava sendo gentil educado comigo, mais também era um desconhecido, fiquei um pouco insegura mais aceitei a carona dele e enquanto me despedi mandei uma mensagem pra minha amiga com todos os dados dele, do carro, o que eu sabia mandei por segurança caso acontecesse algo iriam chegar até ele, eu sempre fui um pouco paranóica mesmo .

Entramos no carro, um carrão de luxo, já era de se esperar, eu estava com vergonha fiquei quieta, ele perguntou

- E aí Adara, nome bonito, me fala um pouco mais sobre você ?

Respondi séria

- O que quer saber?

Ele falou que " tudo", falei

- Tenho 21 anos, moro com a minha mãe, perdi meu pai quando eu era pequena bala perdida, era de se esperar já que moro na favela, estudo enfermagem tô quase me formando, uso roupas do camelô mas isso você já sabe, gosto de pagode funk sei lá, não tenho nada muito interessante pra te dizer. Me fala de você aí.

Fui afrontosa mesmo testando a gentileza dele e ele não foi ogro esnobe comigo, respondeu

- Eu não quis te ofender me desculpa por aquele dia. Sou médico, moro perto da praia, tenho 28 anos e gosto do seu senso de humor, mesmo que um pouco n***o .

Respondi

- Médico? Que legal.

Ele perguntou colocando a mão na minha perna

- Você não quer dar uma parada em algum lugar? Pra gente poder se conhecer melhor!

Tirei a mão dele da minha perna e respondi séria

- Não, se você não quiser só me levar pra casa pode me deixar aqui mesmo, que eu me viro .

Ele respondeu sem graça

- Não que isso vou te levar em segurança pra sua casa .

Conversamos pouco eu não me senti a vontade ao lado dele, ele me deixou na porta de casa e quando fui beijar o rosto ele beijou na boca, foi um beijão delicioso, ele foi pra cima com tudo, agradeci a carona desci nem trocamos número nada. Dias depois eu estava trabalhando na loja, atendendo uma cliente, o Higor entrou sorriu pra mim de longe, sorri pra ele falei oi, ele ficou vendo algumas peças, a minha cliente foi embora, ele falou pra minha colega que queria ser atendido por mim, porque eu conhecia o gosto dele, me aproximei e falei

- Olá boa tarde, tudo bem? Posso ajudar?

Ele disse que tudo ótimo, falei

- O que você procura hoje?

Ele respondeu baixinho

- Você deve me achar estranho né?! Sempre vindo comprar presentes femininos.

Respondi mexendo nas roupas

- Não, magina. O que você tem em mente hoje?

Ele respondeu disfarçando

- Conseguir o seu contato, eu não sabia como te encontrar, fiquei pensando em você.

Respondi apreensiva

- Você não pode falar essas coisas aqui, para por favor, se não você pode me prejudicar .

Ele respondeu

- Calma Adara ninguém ouviu nada!

Comecei mostrar umas peças pra ele, minhas mãos ficaram geladas trêmulas, ele pegou discretamente na minha mão e falou

- Você tá nervosa?

Respondi ignorando

- Qual a idade dela? Você tem preferência de cor?

Ele respondeu

- 21, 22, acho que pode ser cores quentes algo colorido, ainda não sei do que ela gosta.

Imaginei que ele pudesse estar falando de mim, fomos para o balcão com perfumes importados, comecei mostrar as fragrâncias e escrevi meu número em um papelzinho e dei pra ele sem ninguém ver, ele me disse achando graça

- Eu não posso sair sem levar nada, já que tomei seu tempo!

Respondi

- Magina, pode sim, sem problemas.

Ele me fez mostrar mais algumas coisas, escolheu uma bolsa lindaaa de R$300 reais, pediu pra embrulhar e foi embora, quando sai do trabalho tinha uma mensagem dele falando que gostaria de sair comigo, falei que estava sem tempo, com muito trabalho, na verdade eu não queria. Ele respondeu que tudo bem que quando eu tivesse mais de boa, que era pra dar um toque, ele começou puxar assunto conversamos durante aquela noite e nos dias seguintes também trocamos várias mensagens, nada demais só nos conhecendo melhor, ele me mandou uma foto dele no trabalho, eu estava no hospital também mandei uma foto minha de enfermeira, ele respondeu que achava legal eu estudar trabalhar, mais que achava uma pena eu não ter tempo pra sair com ele, como a nossa conversa estava sendo agradável a dias, eu aceitei,

a muito tempo eu não ficava com ninguém e estudando tanto, era difícil ter tempo, ele se fez paciente por dias, então marcamos para o sábado às 21:00. Fiquei muito ansiosa sem saber oque esperar, por mensagem ele não disse nada, sobre onde íamos, oque iríamos fazer, eu estava acostumada a sair com gente como eu, mais humilde e raramente tive um encontro de verdade. Comecei revirar o guarda roupa, achando que não tinha sido boa idéia, mais seria chato desistir em cima.