Alfa Rei Andres-2

1156 Words
YILEYNA Eu continuei desviando quando o rei rosnou. "Não fuja! Ataque! Tenho certeza que Will te ensinou algo!", a raiva e a irritação súbitas em sua voz pela perda de seu mais próximo confidente eram cruas e claras, enviando uma pontada de dor através de mim. É claro, ele tinha... Eu nunca deixaria o nome do meu pai ser manchado... Eu sabia que ele me culpava também. Eu podia ver isso em seus olhos, mesmo que ele nunca o expressasse...  Você não entende, Alfa? Eu também estou sofrendo... Estou me despedaçando por dentro, mas todos vocês estão tão ocupados com sua própria perda, que esquecem que eles eram meus pais. Meus. Um lampejo de raiva e tristeza me invadiu, mas não deixei transparecer. A vontade de liberar essa irritação e angústia acumuladas estava crescendo dentro de mim. Se o rei tinha força, eu tinha velocidade. Desta vez, quando ele avançou contra mim, punho erguido, eu não me abaixei, bloqueando-o com os braços e cerrando os dentes ao sentir algo quebrar. Eu girei, segurando os antebraços grossos do rei e, com toda a força que pude reunir, o chutei diretamente no estômago. Esperava que ele tivesse percebido que eu poderia tê-lo atingido onde o sol não brilhava, mas acho que não seria muito respeitoso. Ele vacilou um pouco, e eu olhei para Theon, um lampejo de surpresa cruzando seu rosto normalmente arrogante e sem emoção. "Hmph... Talento, mas sem força", grunhiu o rei, virando-se. Um sinal claro de que tínhamos terminado. Meus braços gritavam de tanta dor, mas eles iriam se curar. Olhei para baixo, notando que o meu braço direito estava ligeiramente torto, mas não o endireitaria na frente do rei. Não respondi, inclinando a cabeça em submissão. Eu sabia o que ele queria dizer... o fato de eu não ter me transformado ou alcançado minha força total... Ele pegou uma garrafa de água, bebendo-a em alguns goles, apoiando-se contra a coluna enquanto olhava para Theon e para mim. Eu podia sentir o olhar de Theon queimando em mim, mas me recusava a encará-lo. "Vocês sabem por que somos constantemente atacados?", ele perguntou. "Todo mundo quer uma fatia do poder que o rei Alfa possui, e possivelmente a lenda de que quem conquista Astalion, em última análise, tem o poder de governar os treze reinos e os sete mares", respondeu Theon. Aquele velho conto popular? Eu sabia que as pessoas acreditavam, mas não pensei que Theon fosse dado a superstições. O rei assentiu com um sorriso de escárnio. "Bem, isso é uma grande mentira, mas todo mito e lenda vem de algum lugar", seu sorriso desapareceu, e ele olhou para o céu, "Eu confio em vocês dois. Theon, podemos ter tido você aqui por apenas dois anos, porém, você se provou um guerreiro leal e um m****o honrado deste bando. Coloquei meu maior tesouro sob sua proteção e sei que você a protegerá com tudo o que tem. Você honrará o juramento que fez quando se juntou a nós." Olhei para Theon, que apenas observava o rei com indiferença. Ambos eram majestosos e poderosos. Eu me sentia como um extra desnecessário aqui.  Por que ele queria falar comigo? "Ela salvou minha vida. Essa é uma dívida que eu jamais esquecerei", ele respondeu. O rei assentiu. "Yileyna, você é a... filha do meu amigo mais próximo e confidente, e também a melhor amiga de Charlene. Eu sei que você significa o mundo para ela e, apesar de tudo, você a protege. Há algo que eu preciso compartilhar com vocês dois...", seu olhar percorreu a área, certificando-se de que estávamos sozinhos. Por que parecia que o que ele queria nos contar era muito importante? "O mito que você mencionou, Theon, o suposto tesouro dado ao reino do meio; o coração de Kaeladia, do nosso mundo... Não é um livro ou um cristal mágico, é algo completamente diferente... e é por isso que ninguém nunca o encontrou. Dizem que é revelado a cada poucos séculos..." Franzi a testa ao começar a juntar as peças do quebra-cabeça. Ele mencionou Charlene... Ela estava de alguma forma conectada? "Você quer dizer...", Theon murmurou, mas eu pude perceber por seu tom que ele havia compreendido. "Sim. Minha filha é o coração, o tesouro que todo reino busca.” Os olhos de Theon brilharam um ouro brilhante, mas apenas por um breve momento enquanto ele franzia a testa. "Isso faz sentido... Um tesouro para se revelar a cada quinto século... porque ela renasce", Theon refletiu, uma realização inundando seu rosto. O rei assentiu. "Sim, em uma fêmea Alfa. No entanto, o problema é que Charlene não mostrou sinais de desbloquear esse poder. Problemas estão surgindo de todos os lados. Não podemos adiar." Bem, eu sabia como era sentir isso, ter algo esperado de você e ainda assim... não ser capaz de fazer nada a respeito. "E se ela não for a pessoa com essa habilidade? Você mesmo disse, uma vez a cada poucos séculos, talvez não seja a Charlene", eu argumentei, tentando não segurar meu braço quebrado. "Ela é o coração de Kaeladia. Antes de seu nascimento, uma profecia foi revelada. Minha filha é quem segura o coração de nosso mundo, os poderes que todos no planeta procuram, e quero que você, Theon, a treine, a empurre até seus limites até que ela desbloqueie esses poderes por acaso ou pela força." Seus olhos cinzentos e frios encontraram os olhos âmbar de Theon. Um acordo foi firmado sem sequer uma palavra dita. O rei nos dispensou logo depois, e enquanto caminhávamos pelo corredor em silêncio, eu não sabia o que pensar. Algo grande estava preocupando o rei para ele realmente considerar empurrar Charlene até seus limites. Eu sabia que ele escolheu Theon porque todos sabiam que ele seguia as regras sem pensar nas consequências. "Você acha que pode fazer isso com ela?", eu perguntei, sabendo exatamente o que empurrá-la até seus limites significava. Eu estava fazendo o mesmo comigo mesma. Às vezes eu nem conseguia me mover depois do treino e até desmaiava. "Por que não?" "Ela salvou sua vida e você quer quebrá-la?" Seus olhos ardentes encontraram os meus, e ele se virou, fazendo meu coração acelerar com a intensidade. "Se for para o benefício dela, então, sim, eu a quebrarei de bom grado", um pequeno sorriso surgiu em seus lábios enquanto ele inclinava a cabeça, "O que há de errado, Pequena Tempestade, com ciúmes?" "Ah, por favor, ciúmes do quê? Ser espancada por você?", rosnei, quando de repente ele segurou meu braço e o encaixou de volta no lugar, me fazendo gemer de dor enquanto a dor aguda percorria meu braço e pescoço, fazendo meus olhos lacrimejarem. "Não", ele se aproximou, o calor de seu corpo invadindo meu espaço pessoal, seu peito roçando contra o meu.  Senti sua respiração quente em meu ouvido enquanto ele sussurrava as palavras que me causaram um arrepio de prazer.  "Ser quebrada por mim." Isso valia a pena
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