Capítulo 2

1275 Words
Ramiro estava cuidando dos animais, os guardou e ficou conversando com outros funcionários, contando o que tinha acontecido, eles subiram espiar a casa, viram Otávia jogando tudo pra fora, Matteo estava chegando com o carro de Emily, quando viu suas coisas no quintal, correu até Otávia, tentando a impedir, foi pegar uma mala dentro de casa, a chamando de maluca. Quis sair e a deixar falando sozinha, quando ela entrou na frente, levou um chacoalhão, ele começou gritar a ofendendo, dizendo que se não fosse por ele, ela não teria mais nada, porque vivia doente, sem lavar um copo, com a casa suja e que nem foi mulher dele, durante todos aqueles anos, a jogou em cima da mesa no escritório e foi saindo, a briga estava dando eco pela casa toda. Ela foi atrás alterada, tentando o impedir, perguntando o que estava acontecendo, achando que era um caso de pouco tempo, porque a meses ele estava distante, a evitando, disse que dessa vez ia dar certo, porque ela estava sentindo, que iriam ter um filho e tudo ia voltar a ser como antes, perguntou porque ele fez aquilo, com uma amiga dela, ele a afastou tentando chegar ao carro - Eu não quero mais ficar com você, não suporto nem mais ouvir a sua voz. - Precisei encontrar mulher na rua, porque aqui nunca tive. - Eu estou apaixonado, amo ela. Ela continuou avançando, querendo saber quando começou o caso, foi tentar pegar a chave do carro, ele bateu nela duas vezes no rosto, a humilhando muito, falou até que os pais dela teriam vergonha da mulher fraca que ela se tornou, e estava a deixando, com as terras falidas dela. As duas funcionárias estavam perto escondidas nervosas, Ramiro também ficou ouvindo escondido no escuro, muito incomodado com dó de Otávia, Amélia a mais nova começou chorar desesperada, pediu para ele ir lá ajudar, ele continuou sentado observando, até que viu ela apanhando e arremessou um tijolo no parabrisa do carro. Depois de apanhar, Otávia estava gritando que queria se divorciar e nunca mais olhar na cara dele, Ramiro se aproximou para a defender, só de vê-lo perto, Matteo recuou, enfiou algumas de suas coisas no carro e saiu às pressas. Otávia estava sentada, se levantou arrasada chorando, disse que não era pra ninguém falar sobre aquilo e nem o deixar entrar lá de novo, mandou Ramiro ficar de olho, entrou rápido envergonhada, correu se trancar no quarto desorientada, ficou se olhando no espelho, se sentindo um lixo, um nada e se odiando. Ela realmente achava que merecia aquilo, se sentia inferior a ele por causa da idade, ele tinha cerca de dez anos a menos e o idolatrava, nem percebia que estava em um relacionamento tóx ico cheio de manipulações. Miro tinha ido pegar o dinheiro da quinzena, pra ir embora no dia seguinte, porque não estava gostando da desorganização da fazenda, desistiu e voltou pra casa do caseiro, onde estava ficando. Na manhã seguinte, Otávia acordou cedo, cheia de hematomas, não teve coragem de sair do quarto, só conseguia pensar em Matteo, começou ligar cedo para ele, que não atendeu ligação nenhuma e ficou visualizando as várias mensagens, ela queria resolver tudo logo. Miro foi logo cedo até a casa, deu um susto em Amélia na cozinha, a menina que cuidava da limpeza lá, ele se aproximou batendo palmas de propósito, ela era outra desaforada, perguntou se ele não tinha educação, ele sentou a mesa - Não! Cadê a patroa, pra me pagar? - Se ninguém aparecer e dar o meu dinheiro, vou desfazer tudo o que fiz, começando com os bichos. - Vai lá chamar ela! Quero ir embora, desse lugar doido. Amélia retrucou hostil - Não vou e é melhor você sair daqui, com esses sapatos imundos. - O seu lugar é lá fora, com os bichos iguais a você. Ele se levantou irritado - Oooo menina tonta. Começou bater o pé sujando a cozinha de barro - Você é muito ocupada né? - Não quero atrapalhar. - Quando ver a patroa, fala que eu não vou fazer mais nada e quero o meu dinheiro até amanhã. Ela ficou furiosa olhando, Otávia tinha se levantado porque ouviu voz de homem, estava ouvindo a conversa dos dois escondida, assim que ele saiu, ela entrou na cozinha preocupada - Se tem como o meu dia piorar, eu não sei como. - Ele disse quanto precisa receber? Se ele for embora, quem vai cuidar de tudo? Amélia disse que não sabia e a alertou de que ele cuidava de muitas coisas lá na fazenda mesmo, deu a entender que tudo ia parar sem ele, a colheita principalmente, Otávia sentou a mesa chorando - Vai falar pra ele, que depois eu o procuro para conversar. - Sai daqui por favor. Preciso ficar sozinha! Amélia foi dar o recado, ele estava deitado, em uma área de descanso dos funcionários, com várias redes, ficou quieto ignorando o recado, Amélia saiu brava, não encontrou Otávia em casa. Ela tinha ido pegar a égua e saiu para cavalgar, viu os poucos funcionários, estavam na plantação, a olhando de longe, Ramiro estava lá cobrando desempenho dos colegas. Ele era muito experiente com tudo na roça, escondendo algumas coisas importantes de seu passado obscuro, vivia na simplicidade, pulando de trabalho em trabalho, sem se prender ou apegar a nada, com quarenta e um anos, só queria tranquilidade, dizia não ter ninguem e ser solteiro, ele quem estava delegando as tarefas aos outros funcionários, ficou surpreso ao ver a patroa passeando, ja que diziam que ela nunca chegava nem perto deles. Miro perguntou a um colega, como a patroa era, o rapaz começou rir com maldade, dizendo que ela precisava ser domada, amarrada, pega por trás na marra igual bicho. Miro que não era de levar desaforo pra casa, não gostou, sorriu com cinismo - Ela é brava mesmo? E se você tivesse a chance, pegava ela desse jeito? O rapaz disse com orgulho que sim, começou falar que imaginava muito aquilo, até falou como faria, indo até a casa, entrando pelos fundos, já que o patrão sempre viajava e a deixava sozinha, ainda mais agora divorciada, perguntou se Miro não queria ir junto, visitar a patroa a noite, nem terminou a frase e levou um soco. Os dois começaram a brigar no meio da plantação, Otávia foi até eles, perguntou o que estava acontecendo, ameaçando demitir os dois, Miro tirou a camiseta, para limpar o rosto - Paga a minha quinzena e eu vou embora patroa. - Eu não trabalho com esse tipo de gente. Ela se aproximou, em cima da égua, reparando no porte físico de Miro, o achando forte atraente - Que tipo de gente? O que aconteceu? Ele estava sentado no chão, a olhou contra o sol, ela estava de calça jeans, bota montaria, camiseta polo e chapéu, com os cabelos soltos ao vento, longos escuros, era difícil não reparar na beleza dela, o contorno do corpo, a postura impecável, o cheiro de perfume amadeirado forte marcante. Ele se levantou a olhando fixamente sério, invocado como não deveria fazer, por respeito e sem se importar em encarar ela - Você não vai querer saber patroa! Gente sem vergonha m*l caráter. Saiu andando sem dar mais explicações, foi se lavar ali perto em uma torneira, pensando na pele dela, estava corada e maquiada, batom vermelho, pensou que parecia uma escultura de mulher, que merecia ser bem tratada, respeitada Ele não voltou a trabalhar nem pareceu respeitar qualquer autoridade, ficou de m*l humor e foi pescar, pensando em abandonar a fazenda urgentemente, mas com dó de a deixar sozinha.
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