Chapter 02.

1508 Words
— Eu não lembro, só sei que recebi um e-mail com as informações que eu preciso. — Como você é péssima Emma. — Ela ri. — Acho que você está querendo voltar a trabalhar com a sua mãe, né? — Não, né?! — Vou olhar aqui. Continuo fazendo a minha make. — Já falou com o Brian? — Não, aliás, vamos almoçar juntos hoje. — Enquanto tento passar o delineador. — Emma, por que você não dá um ponto final nessa história? — Claire pergunta enquanto mexe em meu Mac. — Você nunca o amou. — Você não precisa me lembrar disso. — E o bonitão, já deve desconfiar que você tem uma queda por ele. — Isso não tem nada a ver, Claire. — Bufo. — Podemos mudar de assunto? — Ein, você me disse que não sabe o nome da empresa, não é? — Não, porque? — Como você enviou os currículos? — Não me responda com outra pergunta. — Faço careta quando erro o meu delineado. — Só me responda isso. — Acho que foi num site, não me lembro muito bem. As vagas surgiam e eu ia me cadastrando. — Dou de ombros. — Não creio Emma. — Ela começa a rir. — O que eu fiz? — Nada demais. — Claire responde toda risonha. — Vou fazer um resumo sobre a empresa, e vê se estuda. — Claro dona Mãe. — Ela ri. Na maioria das vezes a Claire era pior que minha mãe pra me dar broncas, mas mesmo assim, eu a amo. — Vou enviar por mensagem. — O que faria sem você. — Sabe que a vaga é temporária? — Eu sei, até lá eu encontro outra coisa, a única coisa que eu sei, é que não quero mais trabalhar com os meus pais. — Claire me encara e torce nariz. — Meu deus. Que delineado horrível. — E ela é muito sincera. — Vem cá, me deixa arrumar isso. Claire e minha amiga desde o primeiro ano do ensino médio, nossa amizade dura a quase dez anos, ela sempre foi popular e sempre arrancava suspiros aonde passa. Ela é uma mulher alta, olhos verdes, pernas longas e bem tornadas, cabelos longos e uma simpatia que lhe torna única. *** Já tem mais de dez minutos que Claire me deixou no restaurante, e o Brian ainda não apareceu. Já liguei algumas vezes e nada dele atender, isso me deixa frustrada. Espero por mais alguns minutos e ligo pra ele novamente, por fim decido pedir meu prato, e acabo almoçando sozinha. Pago a conta e pego o meu celular, olho o endereço da empresa e peço um Uber, em menos de dois minutos ele chega, entro no carro e seguimos. Me lembro que nunca pesquisei nada sobre a empresa, pego o meu celular e abro a mensagem que a Claire tinha me mandado, dizendo o que eu preciso saber da empresa. “Empresa Lennox fundada a mais de 50 anos...” Paro de ler quando vejo que a empresa que irei fazer a entrevista é na Lennox. — Put@, merd@. — Murmuro para mim mesma. Quando penso em pedir para o motorista mudar a rota, já é tarde demais. — Chegamos senhorita. — O senhor de cabelo grisalho avisa. — Obrigada. — Desço do carro e fico ali, parada na frente daquele prédio enorme. Fico pensando se devo ou não entrar, aí eu lembro que não quero mais trabalhar com os meus e que preciso pagar a minha faculdade de letras. Até então, ninguém tinha me dito quem iria me entrevistar, as chances de ser o Bruce, eram bem pequenas, tirando que ele é CEO muito ocupado, é raro receber visitas que não sejam dos seus investidores. Respiro fundo e entro. Caminho até final do hall. — Oi, tenho uma entrevista. — Digo ao segurança que estava próximo a recepção. Ele não diz nada, apenas aponta o dedo para a recepção. — Ali não tem ninguém. — Ultimo andar. — Ele fala sem me olhar. — Obrigada. — Chamo o elevador e aperto o botão da cobertura. Respiro fundo, assim que as portas do elevador se abrem. Uma moça ruiva de estatura mediana se aproxima e sorri para mim. Só aí eu percebo o tamanho dá sua barriga. — Olá, tudo bem? — Ela pergunta. — Em que posso lhe ajudar? — Ela parece caminhar com uma certa dificuldade. — Não ligue não, eu estou bem. — Ela fala quando percebe a minha cara de preocupação. — Só estou com os pés inchados, hormônios a flor da pele e com muita, mas muita azia. — Ela ri. — Você acha que é fácil carregar três.?! — Oi, é... três? — Caminho em sua direção. — Sim, são trigêmeos. — Ela passa uma das mãos na barriga. — Me desculpa, o que você veio fazer aqui mesmo? — Tenho uma entrevista. — Ah, sim. — Ela caminha pra trás do balcão. — Senhorita Emma Parker. — Ela fala olhando para um papel tinha em suas mãos. — Isso. — Aqui está seu currículo. — Ela me mostra. – O senhor Kim, está um pouco atrasado, mas assim que ele chegar, ela realiza a sua entrevista. — Obrigada. — Me sinto aliviada por não ser o Bruce que ia fazer isso. — Sente-se. — Ela indica uma das poltronas que tinha ali. — Aceita um chá, café ou água? — Um chá por favor. A moça da recepção entra em um dos corredores e desaparece. Fico ali, mexendo no meu celular enquanto aguardo. — Aqui está senhorita Parker. — Ela me entrega a xicara de chá. — Obrigado. — Pego a xicara e continuo ali, mexendo no meu celular e apreciando o meu chá. — Senhorita Parker. — Sim. — O senhor Kim, não vai chegar a tempo, mas a senhorita pode entrar. — Me aproximo dela sem entender quem vai fazer a entrevista, lhe entrego a xicara, e ela indica a porta enorme que fica bem atrás dela. Dou duas batidas na porta, espero por alguns segundos, e como ninguém diz nada, simplesmente abro a porta. A sala é enorme, tem apenas uma janela, e tenho certeza que a vista é linda. Só acho ela um pouco escura, ela tem uma combinação de cores neutras, pra ser mais exata, preto e cinza. No final da sala tem uma mesa enorme na cor preta, atrás da mesa tem uma estante, onde tem algumas plantas e fotos, como estou um pouco distante, não consigo ver quem são as pessoas das fotos. O silencio toma conta do lugar. — Me desculpa. — Digo enquanto caminho em direção aquela mesa enorme, ainda não sei quem é a pessoas que está sentada na poltrona, pois ela permanece de costas para mim. — A moça disse que eu poderia entrar. — E sem respostas, até duvido que tenha alguém ali. — Com licença. — Tento mais uma vez. Como a pessoa não se pronuncia, eu decido ficar quieta. Algum tempo depois a cadeira se vira, e eu perco o ar quando meus olhos encontram o do homem que está sentado nela. — Emma. — Ele fala e sorri. — Sente-se por favor. — Fico no automático e me sento. — Você se candidatando a uma vaga de emprego? — Ele ri e olha para o papel que segura em uma das suas mãos, que deve ser o meu currículo. — Acontece alguma coisa? — É, não... — Tento não gaguejar. — Eu não sabia que era aqui. — Não entendi. — Ele me olha por cima dos óculos. Bruce, é um homem alto, loiro, olhos azuis, cabelos castanhos claro, e um sorriso encantador. Bruce, esse é o nome do meu grande amor. Ele tem 30 anos, e toda vez que íamos no almoço de domingo em sua casa, eu sempre ficava observando o, ele sempre é sorridente, brincalhão. Se você o conhece bem, pode achar que ele está se jogando para cima de você, de tão simpático e maravilhosos que ele é. — Desculpa, me expressei m*l. — Respiro fundo. — É que eu não quero mais trabalhar com os meus pais, você sabe como a minha mãe é. — Dou de ombros. — Sei bem como a Mila é, ela tem o gênio muito forte. — Ele passa umas das suas mãos em seus cabelos. — Você sabe que a vaga é temporária, não sabe? — Sei sim. — É pra ocupar o lugar da Ana. — A que está gravida? — Sim, como são trigêmeos, ela vai ter que se ausentar antes do esperado. — Ele analisa o meu currículo. — Sabe que a vaga é de recepcionista e você é formada em Marketing? — Eu ajudava a minha mãe com algumas coisas. — Você tem que organizar a minha agenda, marcar algumas reuniões e me acompanhar em alguns eventos, viagens. — Eu acho que consigo. — E ele ri. — Ok. Emma. Eu fico uma bagunça toda vez que te vejo. Eu fico sem palavras.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD