Capítulo V

2000 Words
Cheguei na casa de minha família sendo surpreendida com uma festa de boas vindas, a maioria das pessoas ali presentes, não tinha ideia de quem fossem. Apesar de achar uma palhaçada, Lia pediu que ficasse. — Staci, bem-vinda — j**k disse se aproximando. "Esse arrogante, pretensioso, acha que vai me levar no bico? Está redondamente enganado". — j**k, obrigada — disse agradecendo e dando um sorriso amarelo que nitidamente mostrava que não me simpatizava com ele. Então pegou no meu braço e conduziu-me até o escritório de meu pai — Staci. Sei que não vamos com a cara um do outro, mas, por favor, não faça cena hoje. As pessoas que estão aqui são membros da diretoria de sua empresa e achei que seria uma ótima oportunidade para que os conhecesse, afinal, creio que você vá querer começar a trabalhar lá, ou não? "Ele disse que também não vai com minha cara? Quem disse que preciso da aprovação deste bajulador i****a?" — Sim, claro a empresa agora é minha, quero inteirar-me de tudo, espero que saiba seu lugar – disse com arrogância. — Com certeza, Staci, mas por enquanto você ainda está sob minha responsabilidade e não pense que terá carta branca para tudo, seu pai me fez prometer que a tornaria uma grande empresária, e é isso que farei. — Está bem j**k, prometo que estarei comportada por hoje — disse com ironia — Não pense que mandará em mim, não sou sua filha e nem seu cachorrinho. — É impossível ter uma conversa civilizada com você. Menina mimada — disse mexendo a cabeça com certo desagrado. Jack estava furioso, mas não conseguia desviar meus olhos dele, hipnotizaram-me. Estava alinhado, em um terno azul-escuro e gravata mostarda. No queixo tinha um furinho, isso ainda não tinha reparado. "Meu Deus ele é lindo". Não conseguia desviar meus olhos enquanto ele falava com aquela boca vermelha e carnuda, aqueles dentes perfeitos e brancos. "O que está acontecendo comigo? Estou admirando este infeliz? Só posso estar louca." Dei as costas e fui interagir com o resto dos convidados, sendo o mais gentil possível. Ninguém tinha culpa do meu pai ter me deixado sob influência de um esdrúxulo lindo como j**k Macdough. Enquanto conversava animadamente com Stefano, um dos publicitários da empresa. Busquei por j**k olhando ao redor e quando nossos olhares se cruzaram percebi que j**k fuzilava-me com o olhar e isso fez rir por dentro, de pura satisfação. Stefano era alto loiro e muito bonito, olhos verdes e sorriso arrebatador. Divertia-me fazendo j**k ficar nervoso. Quando dei por mim, já havia aceitado o convite de Stefano para jantar, que se fazia todo galante para meu lado. "Isso vai ser divertido." Já passava de uma da manhã, quando os últimos convidados saíram. — Lia. Estou subindo, preciso de um banho, será que poderia arrumar minhas roupas no armário amanhã? — Perguntei de maneira gentil. — Claro pequena, não esqueça que amanhã precisaremos conversar — respondeu solícita. — Amanhã, hoje só quero minha cama — disse em direção às escadas. Subi as escadas e j**k foi observando enquanto eu subia, seu semblante estava duro, como quem está com ódio. Tomei um banho, vesti um short curto de algodão e uma blusinha do mesmo pano de alcinha e desci para pegar um copo de água. Saí da cozinha e lá estava ele, ouvindo Clair de Lune. "Que coisa mais arcaica. Isso nem é música, é uma melodia tão mulherzinha. Ninguém merece." — Staci. Posso lhe falar um minuto? — Indagou a me ver. Olhei revirando os olhos — Até posso te dar um minuto se desligar isso. Ele foi até o aparelho e desligou, encarando-me sério. — Pode falar j**k, mas seja rápido, estou com sono, se soubesse que estava aqui nem teria descido — disse fazendo cara de poucos amigos e sem muita paciência. — Menina, você é insuportável, hein — disse perdendo a paciência comigo. — Vai insultar-me agora, só porque não gosto de ficar perto de você? — Perguntei de modo petulante. — Não perderei meu tempo dizendo o quanto me desagrada conviver com você, amanhã precisamos fazer sua matrícula na faculdade. — Eu decido isso sozinha. Não preciso de babá — Retruquei com raiva. — Já pensou no que fará? — Perguntou tentando aparentar calma. — Se interessa para você, farei administração, preciso de base para lidar com minha herança. — Que ótimo que pense assim, terei somente três anos pra passar o que é preciso, depois prometo que não terá mais que me ver. — Três anos? Tomara que aguente. Você é um saco — disse tentando tirá-lo do sério. — Vou dormir, chega de insultos por hoje. Você consegue estressar qualquer um, menina insolente — disse, virando as costas e saiu pisando firme, como se quisesse torcer meu pescoço e isso me fez gargalhar enquanto o observava subir as escadas. Porque o odiava tanto? Não era só por ele ter passado muito mais tempo com meu pai, mas era o fato dele me atrair. Isso jamais daria certo, precisava desviar o pensamento da sua beleza. Logo pela manhã desci para tomar café, já arrumada para sair. — Bom dia pequena. Já de pé? — Lia perguntou abismada em me ver de pé tão cedo. — Bom dia, Lia, acostumei, no internato levantávamos às seis da manhã — expliquei minha rotina diária — Preciso ir à faculdade fazer a matricula, se não acabo perdendo o semestre. — Que ótimo, fico feliz que esteja determinada. — Lia, onde está o tal? — Perguntei fazendo cara f**a. — Staci, o que esse homem fez a você, ele te trata tão bem — disse tentando persuadir-me a aceitá-lo. — Isso tudo é encenação Lia, ontem mesmo ele disse não me suportar. — E a senhorita não disse nada para provocar? — Perguntou Lia, já sabendo de meus modos intolerantes. — O que é isso, Lia, está do lado de quem, hein? — Perguntei parando de comer e olhando para ela. — Não estou contra ninguém, mas a conheço desde criança, sei o quanto gosta de provocar e que não tem trava na língua — disse de maneira pacifica. — Bom, sou assim, me ame ou me odeie. — Olha, essa conversa está me dando ânsia, estou de saída. Sabe se o motorista está lá fora? – Perguntei me levantando. — Sim, o Pierre está lá fora — respondeu gentilmente. — Volto para o almoço — disse saindo. Cheguei à Faculdade Sorbonne, o prédio era belíssimo e muito bem frequentado, meu pai sempre dizia que queria que me formasse onde ele havia se formado. Uma ala da faculdade tinha meu sobrenome, devido a grandes doações que meu pai fazia há ano. Não precisei fazer vestibular, como já havia começado o ano letivo, só pediram o histórico escolar para que pudesse ser aceita. A senhorita Lavine reitora da faculdade fez questão de atender-me pessoalmente. Parecia uma modelo, mesmo com seus 50 anos, ainda era muito bonita, pele impecável e muito formal. Usava um terninho creme a cinturado que a fazia parecer ainda mais magra, mas não de um jeito f**o e sim elegante. Levou-me para conhecer todo o prédio da faculdade. As salas contavam com equipamentos de última geração, as cadeiras confortáveis e com a mesinha inclusa e móvel para que circulasse de destro à canhoto. Tudo era muito bonito e sofisticado. Saí da faculdade com tudo acertado para que começasse no outro dia no período noturno, de lá fui direto à sede da empresa. Quando entrei no prédio, fui direto à recepção. — Bom dia. Posso ajudá-la senhorita? — Perguntou uma moça sem saber levantar os olhos da tela do computador. — Sim. Sou Staci Smith, pode, por favor, entregar-me crachá? — Perguntei de maneira educada. A moça olhou-me confusa, enquanto outra recepcionista mais velha se aproximou — Senhorita Smith, como vai? Bem-vinda a sua empresa. Só um momento que providenciarei um crachá de liberação geral. Posso acompanhá-la até onde desejar? – Perguntou sorrindo. — Obrigada, Laura — respondi olhando seu nome no crachá. Laura era uma senhora muito simpática baixinha e gordinha. Acompanhou-me até o elevador, perguntando se eu gostaria de fazer um tour pela empresa. — Agradeço, mas preciso falar com j**k Macdough — explicando agradecendo. — Pois não, a sala do senhor Macdough fica na cobertura — disse chamando o elevador. — Obrigada, Laura, posso ir até ele. Pode voltar as suas funções e obrigada por ser tão solicita. — É um prazer revê-la, senhorita Staci. Laura se afastou e o elevador se fechou. Quando cheguei na cobertura, pude ver como era grande e espaçoso o andar, muito bem decorado. A luz entrava pelas grandes paredes de vidro. Fui até a recepção do andar, fui atendida por uma moça loira e muito bonita usando terninho vinho com o logotipo da empresa e crachá com o nome dela. — Bom dia, onde é a sala de j**k Macdough? — Perguntei a recepcionista que se que olhou responder. "O que será que acontece com essa recepcionistas, que se quer olham para as pessoas que atendem?" — Bom dia, a sala do senhor Macdough é à esquerda, mas ele está em uma ligação com a empresa da Argentina. A senhorita poderia aguardar um minuto? — Perguntou sem ter noção de quem era. — Sim, avise que a dona da empresa está aqui — respondi sem muita paciência. — Desculpe não entendi qual o nome da empresa? — Perguntou-me olhando curiosa. — Sou Staci Smith e a empresa é está aqui. Entendeu querida? — Perguntei com antipatia. — Desculpe senhorita Smith, não sabia que já tinha retornado da Suíça. Senhor Macdough, a senhorita Smith está aguardando na recepção, posso manda-la entrar? — Pode deixá-la entrar e daqui para frente não é preciso interfonar ela tem acesso livre em qualquer lugar da empresa. Avise aos demais. — respondeu ao viva voz deixando-me surpresa com sua resposta. — Sim, senhor — respondeu sem graça. — Por favor, senhorita Smith, por aqui — disse acompanhando-me até a porta da sala de j**k. — Obrigada — respondi de maneira educada. Quando entrei na sala, assustei-me com a grandiosidade dela. Os sofás eram de couro branco e moderno, a mesa de j**k era em vidro fume, a parede era toda em vidro e a vista era esplêndida, dava para ver nitidamente a torre Eiffel. Realmente uma vista invejável. Ele estava sentado em uma cadeira grande e muito confortável. — Staci, que bela surpresa, quer conhecer a empresa? —perguntou de forma gentil. — Depois, agora quero conversar com você sobre outras coisas. —Tudo bem, sente se — disse apontando uma cadeira a frente. Precisava mudar de tática para que pudesse ter acesso ao que precisava e sendo ríspida não conseguiria, então resolvi ser mais cautelosa e passar uma atitude, mais madura. — j**k, sabemos que está sendo complicado nossa interação, mas estou disposta a fazer disso algo mais ameno, afinal, não temos escolha. Acabei de fazer a matricula na Sorbonne e começo as aulas amanhã. Preciso de um cartão de crédito e acesso à conta corrente. Quero comprar roupas, sapatos e materiais escolares, além disso, preciso de um carro, não quero nenhum motorista levando-me para a faculdade e quero saber quando posso começar, e onde poderei instalar-me, quero acompanhar tudo e aprender a rotina com você. Enquanto falava, percebi que me ouvia atentamente olhando meus lábios se movimentando. "Cheguei a pensar que estivesse me paquerando, mas o que um cara de trinta e dois anos e lindo iria querer com uma menina mimada, como ele mesmo tinha dito". — Staci, fico muito feliz que tentemos nos controlar e conviver. Parabéns, por sua entrada na faculdade sei que a Sorbonne é a melhor faculdade de Administração da França e seu pai se formou lá também. Já sobre sua conta corrente, terá acesso limitado, como se fosse um salário mensal, pois seus bens estão congelados até que se forme, mas pode ter certeza que terá o bastante para se manter com luxo. Pode começar na empresa quando quiser e se ocupará a sala de seu pai decorando-a como desejar. Tudo que fizer, estará comigo, acompanhando cada detalhe. Quanto ao carro, como seus bens estão congelados, irei com você na concessionária, assim poderá escolher o modelo e o compramos pelo CNPJ da empresa. — O que acha de conhecer a empresa agora? —Perguntou levantando-se e abotoando o terno. — Sim, podemos ir — respondi o acompanhando.
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