Capítulo 12

1143 Words
Manhã seguinte… Stella jogou alguns vestidos na mala e tentou fechá-la, mas acabou se sentando no chão, exausta. Ela havia planejado a viagem para comemorar o aniversário da irmã, mas agora tudo estava ofuscado pelas memórias dos últimos acontecimentos. A forma como Ayaz a usou para fazer ciúmes à sua ex-namorada ainda reverberava em sua mente, deixando-a com um sentimento de tristeza e raiva. Apesar dela não se importar mais com aquilo, e dizer para si mesma que aquilo acabou, a forma como ela foi usada por alguém que ela acreditava ser seu amigo e que acabou nutrindo sentimentos, ainda mexia muito com ela. Ela pensava consigo mesma: como pôde ter sido tão ingênua? Ela se apaixonou por Ayaz sem perceber que ele não se importava com seus sentimentos. Era como se ela tivesse sido apenas um peão em algum jogo que nem entendia totalmente. Era doloroso admitir, mas ela havia sido usada para manipular outra pessoa. Lentamente, Stella fechou a mala e se levantou, sentindo-se um pouco mais leve. Ela não iria permitir que Ayaz estragasse sua viagem. Ela precisava se distanciar daqueles sentimentos negativos e aproveitar a oportunidade de passar um tempo com sua irmã. Com a mala pronta, Stella se arrumou e saiu de casa, decidida a enfrentar essa viagem de cabeça erguida. Ela sabia que as coisas não seriam fáceis, mas tinha esperança de que o tempo a ajudaria a superar essa situação. E, quem sabe, talvez essa viagem lhe trouxesse um novo começo. […] Alguns minutos depois de Stella sair de casa… Ayaz chegou à casa de Stella, ansioso para vê-la e conversar com ela sobre os acontecimentos passados. Ele ficou parado em frente à porta por alguns minutos, observando a tranquilidade da vizinhança. Decidiu tocar a campainha, ele a tocou umas 8 vezes, mas não obteve resposta. Preocupado, ele contornou a casa, olhando por todas as janelas, mas não viu sinal de vida. Percebendo que a casa estava vazia, Ayaz pegou o celular e ligou para Stella, mas o celular dela estava desligado. Preocupação tomou conta de Ayaz. Ele se perguntou onde Stella poderia estar naquela hora da manhã. Ayaz olhou em direção à casa vizinha e avistou o vizinho saindo do jardim em direção à sua casa e se apressou para alcançar o vizinho de Stella. Com um semblante ansioso, ele se apressou a falar. — Desculpe incomodar, mas você viu a Stella? A sua vizinha. O senhor sabe se ela está em casa? O vizinho olhou para Ayaz, com uma expressão de surpresa ao ver o nervosismo estampado no rosto do rapaz. — Stella? Ah, sim, eu a vi mais cedo saindo de casa com uma mala. — respondeu o homem, tentando se lembrar do ocorrido. A notícia atingiu Ayaz como um soco no estômago. Seu coração começou a bater descompassado, e um véu de preocupação cobriu seu rosto. — Ela saiu com uma mala? Você sabe para onde ela foi? — perguntou, tentando manter a calma. O vizinho sacudiu a cabeça. — Não, não sei para onde ela foi. Apenas a vi saindo carregando uma mala. Parecia estar com pressa. — Ele deu de ombros, um tanto desconcertado. — Desculpe, não posso ajudar mais. Ayaz agradeceu rapidamente ao vizinho e se afastou, sentindo uma onda de preocupação tomando conta de si. A imagem de Stella saindo de casa com uma mala girava em sua mente, evocando uma enxurrada de pensamentos tumultuados. Ele precisava entender o que estava acontecendo. Será que Stella havia ido embora? Ayaz não sabia para onde Stella havia ido, só esperava que ela não demorasse muito a retornar, ele precisava conversar com ela e pedir desculpas por usá-la de tal forma tão desprezível. […] Stella finalmente chegou à mansão dos pais depois de uma longa viagem. Ao descer do carro, seus olhos encontraram sua irmã, que correu em sua direção com um sorriso radiante. Sem pensar duas vezes, Stella abriu os braços e ambas se envolveram em um forte abraço. — Stella, finalmente você está de volta! Senti tanto a sua falta. — disse Emma emocionada, agarrando-se a ela. As lágrimas de felicidade e alívio brotaram nos olhos de Stella, ao sentir o calor do abraço de sua irmã. Ela a abraçou com força, sorrindo. — Eu também senti sua falta, minha querida. Estou tão feliz de te ver. — respondeu Stella, com a voz embargada pela emoção. — eu jamais perderia seu aniversário de dezoito anos, minha bebê está se tornando uma adulta. Emma sorriu devido às palavras de sua irmã, ela gostava quando falavam que estava se tornando uma adulta. Enquanto se abraçavam, o peso de todas as preocupações e mágoas que Stella havia carregado após descobrir sobre o plano de Ayaz começou a se dissipar. Stella, ainda abraçada com sua irmã, sentiu um misto de emoções ao ver sua mãe se aproximando. Antonella envolveu Stella em um abraço caloroso e verdadeiro, sem palavras precisavam ser ditas naquele momento. Stella sentiu-se acolhida, amada e protegida nos braços de sua mãe, como se estivesse de volta à segurança de sua infância. — Minha querida Stella, que saudades que eu estava de você. Como eu senti a sua falta. — disse Antonella, com a voz embargada pela emoção. — Eu também senti muito a sua falta, mãe. Estou tão feliz por estar de volta… — respondeu Stella, segurando a mão de sua mãe com carinho. Enquanto isso, seu pai, Diogo, permaneceu mais distante, observando a cena com uma expressão séria e pensativa. Stella pôde sentir a tensão no ar quando seu olhar cruzou o de seu pai. Eles estiveram em desacordo por tanto tempo, após a discussão que tiveram sobre o casamento arranjado que ele tentou forçá-la a aceitar. Stella sentiu um aperto no peito ao pensar nas p************s que foram trocadas naquele dia. Ela queria se aproximar de Diogo e consertar o relacionamento, mas a mágoa ainda estava presente em ambos. Mesmo seu pai estando errado, Stella queria resolver toda aquela situação, ela queria que seu pai tirasse da cabeça aquele plano maluco de casamento e, além disso, ela queria voltar a ter aquela relação afetiva que tinha com seu pai, ela queria voltar a ser a princesinha dele. Após o abraço com sua mãe, Stella olhou nos olhos de seu pai, esperando encontrar algum arrependimento. Diogo fitou sua filha por um momento antes de lentamente se aproximar. Ele parecia mais velho e cansado desde a última vez que a viu. — Stella, eu… — começou-o, mas as palavras se perderam em sua garganta antes que pudesse prosseguir. Stella ficou em silêncio, sabendo que as palavras seriam difíceis para ele. No entanto, ela sentiu um vislumbre de esperança ao ver nos olhos de seu pai uma disposição para recomeçar. — Eu também senti saudades de você, pai. — disse Stella calmamente. Era hora de recomeçar e curar as feridas.
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