Lara
O que menos queria era encontrar o Yan aqui em casa em pleno domingo.
— Meu Deus! Será nem ir para a tua casa em paz posso? — logo pensei
Até que estava bonito naquela roupa e muito perfumado. Mas, não adianta, não consigo ver ele com outros olhos. Há algo nele que me incomoda. Sei lá! Não consigo explicar.
Bom, já dizia a minha avó: "O que não tem remédio, remediado está né?"
Me despedi da minha mãe e fomos para a igreja, Geovana, Yan e eu entramos no seu BMW e fomos diretamente para o culto.
Nunca curti todos esses luxos e frescuras que o Yan insistia em ostentar, talvez fosse esse uns dos motivos que me faziam vê-lo com outros olhos. Mas, isso pouco importava, nesse momento tudo o que eu desejava era chegar na casa de Deus e ter um pouco de paz, nem que fosse por algumas horas.

Ainda faltava quinze minutos para o início do culto. Geovanna e eu fomos sentar na frente e o Yan sentou um pouco atrás no lado dos homens.
Mesmo sem olhar para trás eu sentia seus olhos me observando e isso me incomodava muitíssimo. Porém, tentei manter a calma e prestar atenção no culto.
Todo o culto foi uma benção. Deus nos orientando sobre as adversidades dessa vida e as tentações desse mundo. Que deveríamos ser fortes que Ele estaria conosco sempre.
Me despedi das irmãs, irmãos e sai da igreja. Tinha marcado com a Geovana de irmos fazer um lanche depois do culto. Tentamos sair antes do Yan chegar, porém isso de nada adiantou. Ele havia saído primeiro do que nós duas da igreja e nem ao menos percebemos.
Então sem alternativa fomos todos a uma lanchonete que pertebcua a um de nossos mais queridos irmãos na fé e ficava a uma quadra da igreja. Sempre íamos lá. Era muito aconchegante, excelente atendimento e a comida maravilhosa.
Yan e eu estávamos conversando sobre assuntos aleatórios, enquanto Geovana não parava de enviar mensagens pelo celular. Aquilo me incomodava, porque já fazia mais de uma semana que Geovana estava meio aérea e não largava o bendito celular. Ela sempre foi muito mais ligada nessas coisas de tecnologia do que eu, mas ultimamente ela estava no nível hard no grude com esse bendito celular.
Aguardei o Yan ir ao banheiro e logo falei:
— Oi... Estou aqui. Será que pode dar um pouco de atenção pra mim sua chata? O que tanto escreve aí? — a indaguei examinando seu celular
— Oi amiga... É que preciso te contar uma coisa. A mais de uma semana conheci um rapaz na sala de bate papo. — ela fala com um olhar de apaixonada e eu quase caio da cadeira de susto
— O quê? E quando pensava em me contar sua louca?
— Amiga eu... - Geovanna se calou ao notar a presença de Yan vindo em nossa direção
Quando pensei em fazer mais perguntas Yan se aproximou de nós, logo pedimos a conta e fomos embora.
Graças à Deus cheguei em casa e me livrei do Yan. Não que a companhia dele fosse tão horrível mas, aquela melação toda era irritante e insuportável. E hoje tive que aturar ele sozinha, porque a Geovana não largava a droga daquele celular. Aliás, amanhã ela vai ter que me contar essa de história conhecer alguém em sala de bate papo direitinho.
— Parece até louca! Só ela mesmo para entrar em uma coisa dessas e correr o risco de morrer. Só Deus mesmo! Sempre vivendo no mundo da lua, mas uma hora dessas ela vai acabar entrando num beco sem saída e só Deus pra tira-la. — logo pensei com meus botões e adormeci sem sequer perceber
No dia seguinte...
São 6:00h da manhã e como de costume acordo com um terrível m*l humor com o despertador disparando no meu ouvido. Nunca gostei de estudar nesse horário. Mas, graças à Deus é o último semestre e viva a liberdade. Faculdade à vista. Não sabia de quê ainda, pois estava indecisa entre Psicopedagogia ou Letras. Mas, isso teria muito tempo para decidir.
Me espreguiço na cama e de repente meu telefone toca. Pego e olho no visor percebendo que se tratava da doida da Geovanna. Logo atendo e como sempre levo um susto com a atitude da Ge.
Lara On
— Bom Dia Chata! Vai passar aqui pra irmos ao colégio? Meu pai vai nos... — nem consigo terminar e ela logo me interrompe
— Bom Dia amiga! Hoje não vou ao colégio. Depois te explico melhor. Se minha mãe te ligar para perguntar sobre mim você diz que estava com você. Pode ser?
— Claro! Mas o que tu está aprontado louca?
— Não posso falar agora. Depois te explico melhor... Beijo! — Disse sussurrando e desliga o telefone do nada
Fico parada com o celular na mão sem saber o que pensar.
"O que será que essa louca está aprontando dessa vez?"
Será possível que a última vez que por pouco não foi estuprada, já não foi o suficiente?
"Ai meu Deus! Protege e guarda a Ge onde quer que ela esteja. E não for pedir muito coloca um pouco de juízo na cabecinha dessa minha amiga louca." — dizia indo tomar meu banho e me preparando para enfim ir estudar numa segunda-feira tão chata quanto às outras
E pior de tudo que eu iria aturar o Yan sozinha dessa vez.
"Aff... Ô vida!"
Continua...