Quem é esse homem?

1865 Words
Lara Desde ontem que a Ge está toda estranha. O que será que está acontecendo com ela? Será que é problemas com o pai? Amanhã converso com ela no colégio para saber o que está acontecendo. Fiquei por alguns instantes pensando qual seria o motivo da mudança da Ge e fui surpreendida com uma mensagem no celular. Fui olhar e era uma mensagem do Yan. Yan On — Boa Noite princesa! Amanhã foi marcada uma visita dos jovens na casa da nossa irmã Joana. Vamos nos encontrar às 13h em frente à igreja para irmos todos juntos, porque ela mora na Rocinha, e as coisas lá não são tão fáceis. Tenha uma ótima noite! A Paz de Deus! Beijos princesa! Yan Off Não sabia que a Dona Joana morava na Rocinha. Ainda bem que vamos todos juntos. Hi... tenho que avisar a Ge. Mas, já são quase 00:00 ela deve estar dormindo, amanhã aviso a ela dessa visita. Comecei a ler o livro A Cabana e depois de um tempo acabei dormindo com o livro nas mãos. Acordei com o barulho do despertador, já eram 6:00h, dei um pulo da cama, fui ao banheiro tomei um banho, fiz minhas higienes, coloquei meu uniforme e desci para tomar café. Meu pai já estava fardado pronto para ir para o batalhão, há esqueci de contar pra vocês que o meu pai é Delegado da Policial Federal mas, é diferente do pai da Ge. Ele é um amor comigo e com minha mãe. Se chama Carlos, ele é um super pai, amigo, companheiro, é aquele pai que se importa se a família está feliz ou não sabe??? É um paizão. — Bom Dia família! Disse dando um beijo na minha mãe e um abraço no meu pai. — Bom Dia minha princesa! Está um pouco atrasada hoje. Mas, ainda dá tempo de tomar um café com seu papai lindão aqui. — disse todo sorridente. — Nada modesto né Sr. Carlos??? — disse sentando à mesa — Seu pai sempre se achou a última bolacha do pacote minha filha. — minha mãe respondeu séria — E não sou mesmo? Vai dizer que um bonitão desse aparece toda hora dando sopa por aí??? — disse dando um beijo na minha mãe. — Sinto atrapalhar esse romance do casal, mas pai pode dar uma carona até o colégio? — Posso sim princesa. Mas, precisamos ir logo. Hoje tenho plantão cedo na delegacia. — Tá bom. Vou ligar pra Ge e avisar que vamos buscar ela hoje. Quando eu pego o celular e ia discar os números meu telefone toca, olho no visor e era a Ge. ? Geovana On — Bom Dia Amiga! Hoje não vou ir a escola mas, se minha mãe perguntar por mim diz que estou na sua casa. Depois te explico tudo. Beijos! Te Amo! — Mas, Ge... o que... ? Geovana Off Antes que eu pudesse perguntar o que estava acontecendo essa vaca desligou o telefone na minha cara. Mas, ela vai ter que me contar tudinho. Está aprontando alguma. A última vez que ela sumiu tinha conhecido um tarado na internet e por pouco não foi estuprada. Será que essa doida não aprendeu a lição? Será que conheceu algum maluco? E ainda por cima foi sozinha? Parei de pensar com o grito do meu pai, me lembrando que estava na hora de sairmos. Me despedi da minha mãe com um abraço e entrei no carro com meu pai. Em poucos minutos chegamos ao colégio. Me despedi dele e entrei. Assim que chego na sala dou de cara com o Yan e aquele sorrisinho dele. Já era chato aturar ele com a Ge junto, imagina hoje que ela não veio. — Bom Dia princesa! Cadê a sua guarda- costas? Te deixou em paz hoje? — disse irônico — Bom Dia Yan! Hoje a Ge não vem, teve um compromisso. Bem que vc poderia seguir o exemplo dela e me deixar em paz também né? — retruquei seca e mais fria do que um iceberg — Que isso Lara! Desculpa, não pensei que estivesse te incomodando tanto. Nos vemos a tarde na igreja então. — respondeu se afastando — Até a tarde Yan! — responde enquanto abria minha mochila e retirava meus materiais Sei que fui um pouco grossa com ele, mas poxa já estava cansada dele colado no meu pé. — Que saco! Não consigo nem respirar ou pensar com ele grudado em mim o dia todo. Ainda bem que não tivemos a última aula e fomos liberados mais cedo. Chamei um táxi para ir embora, porque a Ge não veio hoje e meu pai odiava me ver andando sozinha pela rua e aceitar carona do Yan hoje nem pensar. Cheguei rápido em casa, abri a porta e subi correndo as escadas indo direto para meu quarto. Joguei a mochila na poltrona, sentei na cama para tirar o tênis e fui tomar um banho bem demorado. Lavei os cabelos e coloquei um short branco, camiseta rosa claro e desci para almoçar com minha mãe. Quando olhei pro relógio já estava quase na hora da visita na Rocinha. Subi troquei de roupa, coloquei um vestido azul bem suave, uma sapatilha branca, fiz uma make bem levinha e passei um glossy labial com brilho. Desci e dei de cara com o Yan me aguardando. Aff... ele não se toca mesmo. — O que houve Yan? De novo isso? — Passei pra te dar uma carona Lara. Só isso. Hoje você está com um m*l humor terrível hein. — Não estou nos meus melhores dia. Desculpe. Obrigada pela carona, vamos logo, pois não quero me atrasar. Me despedi da minha mãe e fomos nos encontrar com o restante dos jovens. Eramos num grupo de oito pessoas, contando com o cooperador de jovens e outra irmã auxiliar. Fomos todos juntos numa van. O trajeto foi tranquilo e conseguimos conversar bastante. Mas, toda nossa PAZ começou a diminuir assim que chegamos naquele morro. Assim que chegamos fomos parados por um homem fortemente armado querendo saber pra onde estávamos indo. Aquilo me deixou muito nervosa e literalmente aborrecida. Odiava ter que dar satisfações e principalmente ser impedida de ir e vir. Desci da van, mas permaneci calada enquanto o Yan respondia o tal sujeito: — Somos membros da Igreja Central e estamos indo para a casa da D. Joana fazer uma visita à ela. Será que podemos subir? — Yan perguntava tranquilamente e eu furiosa com aquela tranquilidade dele —Coe camarada! Tô sabendo desse papo não cumpade. Fica quietinho aí que vou vê se isso é verdade mermo. — O sujeitinho pegava um radinho transmissor e chamava outro sujeito — Claro que é verdade rapaz. Acha mesmo que todos nós estaríamos passeando aqui na favela? — eu disse o encarando — É melhor tu baixar a bola heim patricinha, senão meto uns pipocos na tua cara agora mermo, dúvida? — o tal sujeito tentava me amedrontar — É só o que vocês aqui sabem fazer né? Intimidar as pessoas. Se acham donos do mundo só porque andam com armas na cintura. Saiba de uma coisa, não tenho medo de vocês. Viemos aqui visitar a Dona Joana e é isso que vamos fazer. Agiliza aí, liga logo pra seu chefe e diz que temos horário marcado com Dona Joana. — eu dizia cruzando os braços — Mina abusada pra caralho... Vou te dar uns pipocos agora mermo e te mandar rapidinho pra cidade dos pés juntos. — Não! Pelo amor de Deus meu filho. Não cometa uma barbaridade dessas. — o cooperador implorava assustado Quando o cara apontou a arma pra mim apareceu um rapaz de moto com uma fuzil nas costas parando bem na nossa frente. — O que tá acontecendo aqui menor? Abaixa essa arma p***a. Quero bagunça no morro não c*****o. — Coe Vitor, essa mina tá cheia de marra pra cima de mim, dizendo que vai subir pra fazer uma visita pra D. Joana. — Isso é verdade guria? —Sim. Mas, não sou mina e muito menos guria, me chamo Lara Albuquerque. —respondi sem nem olhar pro tal de Vítor — Viu só o que te disse Vitor! A mina é muito abusada véi! Vamo dar logo cabo dessa garota. — o nervosinho estava doido para largar o aço pra cima de mim e eu seguia plena — Fica tranquilo ai menor que voi resolver isso agora com o patrão. Vou confirmar essa visitinha aí! O tal Vitor pegou o radinho e ligou pro tal sujeito que se denominava chefe desse lugar. Continuei com os braços cruzados aguardando a tal decisão. Yan já estava todo trêmulo e eu nem aí. ?Chefe tem um grupo aqui da Igreja Central dizendo que vão fazer uma visita pra Sra. Tua mãe. Deixo subir? ?Tô sabendo disso não Vitor. Mas, deixa subir, vamo vê no que vai dá essa p***a. Dava pra ouvir toda a conversa e a voz daquele sujeito que se achava o dono do universo. — O chefe liberou a subida de vocês. Mas, se controla gata. Tu é bonita, mas por aqui isso não é o suficiente. E não é sempre que vou aparecer pra salvar tua vida. — disse com um sorrisinho nojento — Vocês é quem tem que aprender a respeitar as pessoas, a ouvir e acreditar do que os outros dizem. Isso aí que está na sua mão vejo todos os dias na minha casa, desde que me conheço como gente. Há e avisa pra esse moleque aí que na próxima vez venho preparada também e ensino uma lição pra ele. Tenha um bom dia Sr. Vitor! Fomos subindo o morro e só sentia todos os olhos sobre nós. Isso me dava muito medo, mas não podia demonstrar isso, pois tinha que confiar em quem nos enviou até aqui. Tínhamos uma missão naquele lugar. Levar a verdade para todos aqueles que quisessem ouvir. E era isso que íamos fazer. Gostassem aqueles traficantes ou não. Não sairíamos daqui sem conversar e entregar para a D. Joana o que Deus havia enviado. Continuamos subindo e nos deparamos com uma linda casa, de dois andares, simplesmente perfeita. Muro altíssimo com cercas elétricas em volta e varios seguranças fortemente armados na frente. Nunca pensei que pudesse existir casas assim nos morros. Quando olhamos vimos D. Joana nos aguardando no portão. Nos comprimentou e pediu que entrassemos. Sentamos no sofá da sala, ela serviu um café, suco, água além de cumprimentar a todos e dizer o quanto estava contente por nos receber em sua casa. Estávamos todos conversando e nos preparando para dar início a visita, quando de repente a porta é aberta e entra a visão do paraíso. — Senhor! Misericórdia! Que homem é esse??? Um moreno lindo, alto, musculoso, com tatuagens pelo corpo, olhos claros que brilhavam intensamente e um olhar penetrante, ao mesmo tempo frio que me deixou completamente arrepiada dos pés a cabeça. Ele me encarou por um tempo e parecia que ele conseguia ler a minha mente. Fiquei paralisada. — Meu Deus quem é esse homem que mexeu com meus pensamentos, me deixando pela primeira vez em transe? Agora a brincadeira vai começar!!!!
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