Teste de confiança

1022 Words
Catelyne narrando ... dia seguinte ... Eu estava no escritório limpando tudo, tentando deixar o mais perfeito possível para que Gaya elogiasse o meu trabalho, embora eu imaginasse que ela não era muito de elogios, acho que eu mesma tinha que perceber que estava bem feito e ficar feliz com isso. Depois de limpar tudo comecei a descer as cadeiras que eu havia levantado e quando mexo na escrivaninha vejo várias moedas de ouro caírem de dentro da gaveta... Nossa, eu nunca havia visto tanto dinheiro assim de perto, catei as moedas do chão e as devolvi na gaveta, mas dessa vez as coloquei dentro de uma caixinha de madeira para que elas não se perdessem novamente, fechei a gaveta, terminei meu trabalho por lá e saí indo para outro cômodo. Rei Willian narrando Eu vi Catelyne sair do escritório, eu havia colocado umas moedas de ouro na gaveta da escrivaninha e queria ver se a hora que eu voltasse elas ainda estariam lá. Eu fiz esse teste de confiança com todas as arrumadeiras que foram contratadas para cuidar da minha ala e nenhuma delas passou, todas mandei executar por roubo. Gaya sabia muito bem disso, por isso entendia porque sempre faltava alguém para limpar aqui. Eu não confiava nas pessoas desde que perdi a minha mulher, ela me traiu com um empregado e antes que eu a punisse por isso, Deus fez antes de mim. Ela pegou um vírus e morreu, me machucou perdê-la, eu achava que ela me amasse como eu amava. Quando amamos alguém e essa pessoa nos decepciona é a pior dor que alguém pode sentir, do amor não correspondido... do amor, do respeito, de tudo que envolve uma relação... Mas em Catelyne eu senti algo diferente, senti que algo real movia ela, a sua beleza me hipnotizava também, ela era incrivelmente linda, mas me decepcionaria se eu não encontrasse as moedas aonde as deixei... Assim que vi ela sair de lá, eu entrei antes que ela me enxergasse, sentei na minha poltrona e abri a gaveta, mas não encontrei as moedas lá, fechei meus olhos completamente decepcionado... - És tão linda... mas não é digna da minha confiança... - Eu disse para mim mesmo... Eu não entendia, mas aquilo me deixou muito triste, eu queria estar errado, queria ver a honestidade dela, mas mais uma vez eu me equivoquei... Fechei a gaveta com força e por conta do impacto ouvi o barulho das moedas dentro dela... Estranhei, a abri novamente, mas não tinha nada lá dentro, apenas a minha caixinha de madeira... Abri a caixinha e todas as moedas estavam lá... Eu havia deixado as moedas para fora, se estavam dentro da caixinha é porque ela as viu... Depois de tanto tempo o meu coração sorriu. Eu não entendia porquê eu estava sentindo essa felicidade tamanha em relação a ela, eu sabia que estava sentindo... Peguei a caixinha e saí do meu escritório, acabei dando de cara com ela passando pelo corredor... - Vossa alteza...- Ela disse fazendo reverência... - Catelyne...- Eu disse e ela olhou para as minhas mãos... - Encontrou facilmente a caixinha? Eu fui limpar e as moedas caíram, por isso resolvi guardá-las aí para não se perderem na gaveta. - Ela disse e eu respirei fundo... - Não encontrei tão fácil... Sabe Catelyne, esse é um teste de confiança que faço com todas as arrumadeiras que passam por aqui... - Teste? Como assim meu Rei? - É muito difícil que eu confie em alguém, mas isso não vem ao caso... O fato é que você passou no teste...- Ela sorriu... Ela ficava ainda mais linda e atraente sorrindo... - Então o senhor pode me ensinar a ler?- Ela perguntou com os seus olhos esverdeados brilhando... - Será um prazer...- Ela sorriu e deu pulinhos. - Com todo o respeito, mas eu lhe abraçaria nesse momento vossa alteza...- Ela disse rindo, eu sorri de lado. - O senhor sorriu...- Ela disse e eu me aproximei... - Quem sabe, em breve, poderá me dar um abraço de gratidão... Quando estiver lendo...- Ela sorriu e assentiu... - Sim senhor... - Amanhã me encontre na biblioteca... - Sim, com certeza, pode deixar... Muito obrigada....- Ela disse juntando as suas mãos em sinal de agradecimento, assenti e me recolhi para o meu quarto... Catelyne narrando Eu estava tão feliz, meu corpo inteiro exolodia de felicidade, eu ia realizar a minha maior meta, o meu maior sonho, saber o que se passava nas palavras dos livros... Não tinha magia maior que essa, ler, descobrir vidas, mundos... Enfim... Eu estava muito feliz... Eu nunca imaginaria que aquilo seria um teste, meus pais sempre me ensinaram que não importa o quanto você está precisando, não faça de alguém lesado para satisfazer suas próprias necessidades... Isso acontecia muito na aldeia, os próprios moradores saqueavam outros e foi por isso que meus pais sempre me ensinaram o dom da honestidade e que assim eu poderia chegar longe... Não enriquecendo, porque infelizmente onde vivemos, quem nasceu plebeu será sempre plebeu e sempre irá existir a precariedade financeira entre nós, mas com isso eu me torno uma pessoa melhor e quem sabe eu nem precise pagar tanto quanto os ricos para a igreja para ter um lugar bom no céu... Mesmo eu não vendo muito sentido nisso de comprar uma terra lá em cima. Minha mãe sempre me disse aue Deus era bom e justo e que precisavamos apenas ter fé que Deus faria tudo acontecer... Respirei fundo tentando me recompor da felicidade que eu sentia, desci até a cozinha para ir ao banheiro e quando eu estava subindo novamente encontrei um menino lá perto vestido com a farda do exército, fiz reverência... - Olá...- Eu disse e ele apenas balançou a cabeça, franzi a testa. - Está perdido? Aqui é a cozinha... - Eu sei... minha mãe é a cozinheira... - Ah sim, entendi... Eu sou Catelyne, arrumadeira... - Milo... soldado novato... - Sorri... - Entendo... Está esperando pela sua mãe? - Sim, sim... - Bom, vou voltar ao meu trabalho, foi bom te conhecer Milo... - Igualmente...- Sorri e voltei aos meus afazeres.
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