“ Sou eu”
Estás duas palavras repetiram-se em minha mente por pouco mais de dois minutos, a ideia de tê-lo, a minha frente e falando comigo, era irreal para mim.
— É você mesmo? — murmurei depois de um tempo quieta, olhando para ele
— Não é um sonho? Uma alucinação? O que faz aqui? — questionei, tudo de uma vez com a respiração descompensada.
— Sim, sou eu mesmo, ao vivo e a cores — disse calmamente, como se fosse a coisa mais normal do mundo.
— Como? Não pode ser, deve ser uma alucinação — questionei abanando a cabeça, me negando a crer que, era realmente ele e não mais uma das minhas alucinações.
Como aquilo podia ser real? Ele falou para deixá-lo em paz, então! Como justificar a presença dele a minha frente?
— Sou eu sim, quer ver sou como de verdade? — questionou chegando próximo de mim, antes que, eu dissesse algo, Haru colou seus lábios aos meus e o mundo, a nossa volta, por um instante sumiu. Senti como se, só existíssemos nós dois e mais nada.
No desenrolar do beijo, não sabia o que fazer, nunca havia beijado ninguém até aquele momento, nem nos meus melhores sonhos e pesadelos, eu vive aquilo, como o meu Haru me podia, estar beijando. Por não saber o que fazer, para não passar vergonha, me deixei conduzir, a maneira como sua língua convidava a minha naquela dança, um tanto quanto e*****a, foi ínfimo. O beijo dele não me deixava pensar com clareza, eu não estava pensando, eu não estava lá, é como se estivesse em órbita num outro sistema solar, fazendo a jus a metáfora que, nunca pensei que, se aplicaria em minha vida.
“ Vou te levar a lua”, “Vou te fazer tocar as estrelas”
Sim, por um instante, naquele frenesi de mãos bobas e línguas enroscadas, pensei mesmo que, estivesse na lua ou mesmo tocando as estrelas. Pela nossa altura que, era desproporcional, tive que pisar em seus sapatos para que, nossos lábios se encaixem perfeitamente. Em meio ao beijo, senti o ar me faltar aos pulmões e nesse momento lembrei-me que, provavelmente estivamos dando um “show” pornográfico grátis.
— Então! Agora as suas dúvidas foram sanadas? — disse ofegante devido ao beijo, recém trocado. Ele não pareceu ter um pingo de remorso, por ter me instigado a cometer um crime de atentando ao pudor de fronte a uma igreja.