Meu vizinho ao lado

Estou parada na frente da minha casa, agora é a minha antiga casa, estou segurando uma caixa que tem alguns livros meus. Meus pais estão terminando de colocar as caixas no caminhão. Não estava tão animada assim pra ir morar em NY, só vamos porque meu pai recebeu uma proposta melhor de emprego e por incrível que pareça minha mãe também. Minha mãe é editora e recebeu uma proposta de uma amiga sua a Jenny, e o meu pai vai trabalhar em uma empresa multimilionária. Com a minha mudança, irei deixar a Elisa que é a minha melhor amiga desde quando nossas mães estavam grávidas, temos apenas 1 mês de diferença. Lis é mais velha que eu, como eu sou filha única sempre a considerei como uma irmã mais velha, ela tem o Andres que é o seu irmão mais velho, ele é um gato, mas nunca me deu bola. Já faz 4 anos que ele mora em NY, e toda vez que ele vem pra cá eu sempre estou passando as férias na minha vó, que fica em Jersey City, e pelo que a Lis me conta, vamos morar perto. - Eu vou te visitar Duda. - Ela me abraça enquanto fala. - Você vai mesmo? - Finjo não acreditar na sua promessa. - É claro que vou. - Ela me solta. - Aproveito pra ir visitar o meu irmão, e ainda mais que NY fica a poucas horas daqui. - Anda Duda! - Minha mãe grita do carro. - Quando chegar me manda uma mensagem! - Claro que sim. - Eles poderiam ter aceitado a nossa proposta né?! - Eu e a Lis choramos pros meus pais me deixarem morar com ela, mas tudo isso foi inútil. Ando em direção ao carro dos meus pais. - Está pronta querida? - Minha mãe pergunta quando eu entro no carro. - Em ter que me desligar dos meus amigos, e fazer novas amizades em uma escola nova? - Respiro fundo. - Claro que não mamãe! - Segura um pouco essa língua dona Maria Eduarda. - Meu pai fala enquanto arranca com o carro. - Desculpa mãe! - Ela estica a sua mão e acaricia a minha perna com um sinal que aceita as minhas desculpas. Fecho meus olhos e acabo cochilando. *** Assim que chegamos a NY, vamos direto pra casa da Jenny. - Mel. - Jenny fala assim que paramos na frente da sua casa. - Jenny, estava com saudades. - Minha mãe fala e abraça ela. - Roger como você está? - Jenny cumprimenta o meu pai. - Meu deus Duda! - Ela abre os braços e me abraça. - Você já está uma mulher. - Oi Jenny. - Retribuo o abraço. Jenny sempre está feliz, eu nuca a vi triste. - Venham! - Ela continua abraçada comigo e anda em direção ao portão do lado. - Essa é a casa de vocês! - Sim, agora somos vizinhas. Ela começa a conversar com os meus pais, logo em seguida o caminhão com as mudanças chega, Jenny entra na casa e indica onde fica os quartos, eu já estava exausta, subo as escadas e abro a segunda porta, pois a primeira era o banheiro, fico feliz, pois a casa já estava todo mobiliada, só teríamos mesmo que guardar apenas o básico. O quarto daqui não era tão diferente que o meu. Coloco minha caixa na minha nova cama, observo de longe pela janela o nosso jardim, ele é bem fofo, igual aos dos filmes, cheio de flores, também tem algumas rosas, minha mãe ama rosas. Olho no jardim do lado e era o da casa da Jenny, no seu jardim só tinha margaridas. E do outro lado da minha casa, tinha um jardim mais reservado, e próximo a garagem tinha uma árvore. Tem um carro chegando, continuo olhando pela janela, só consigo ver de relance um homem. Nesse momento meu celular toca, olho no visor é uma mensagem da Lis. *** Message On *** - Já chegou mana? "Lis" - Sim! Acabei de chegar. "Duda" - Já estou com saudades. "Lis" - Eu também! "Duda" *** Message Off *** Volto minha atenção pra janela e não consigo ver nada mais além que o carro. Começo a observar o meu quarto, que era amarelo com tons de branco, em uma das paredes tem um papal de parede com uns ursinhos. É claro que vou trocar, ursinhos não fazem o meu tipo. Organizo minhas coisas, tomo um banho, seco o meu cabelo, visto um vestido preto de pano mole, ele é bem decotado, e marca muito bem as minhas curvas. E desço pra me alimentar, desde quando saímos da nossa antiga casa, não tinha comido nada. - Achei que tinha dormido. - Minha mãe fala assim que termino de descer as escadas. - Estava ajeitando as minhas coisas, cadê o papai? - Ele está na casa do vizinho. - Mais já? - Meu pai tinha o dom de fazer amizades. - Por incrível que parece o nosso vizinho é o chefe dele. - O papai não vai poder dar desculpas pra não o atendê-lo. - Eu e mamãe começamos a rir, não que o meu pai não levasse o seu emprego a sério, mas nos dias de folga, ele se recusava a atender o telefone. -Vou preparar um bolo pra tomarmos café. - Obrigada querida, vou no escritório resolver uma papelada da editora. - Minha mãe fala e me dá um beijo na testa. - Eu te chamo quando tudo estiver pronto. - Lá vamos nós. A cozinha não era pequena e nem muito grande, no meio dela tinha uma ilha com uns banquinhos, os armários eram todos pretos com branco, eram bem modernos. Decido preparar um bolo, pego as coisas no armário e na geladeira e começo a bater a massa com a ajuda de uma batedeira. Ligo o forno para pré aquecer, coloco o bolo na forma e depois pra assar. Volto pro meu quarto e pego meus fones, olho de relance pela janela e vejo o meu pai conversando com o vizinho, ele está de costas, mesmo assim consigo perceber seus músculos, ele está usando uma camiseta branca. Volto pra cozinha, coloco meus fones e começo a ouvir uma música da Shakira, e começo a organizar bagunça que tinha ficado. Estou ali toda distraída ouvindo minha música e tentando dançar quando levo um susto. Tinha um Deus grego na cozinha da minha casa, meu Deus! De qual lugar surgiu essa maravilha!