— Por que você não a convida para dançar? Eu me viro de frente para ele.
— Estou esperando que ela beba o suficiente para que me veja atraente e concorde em sair comigo ou melhor ainda, dormir comigo. Ele levanta e abaixa as sobrancelhas em tom de brincadeira.
— Você é louco...
As minhas palavras se perdem quando vejo Elliot e Lucas entrarem. Os dois se trocaram e estão vestindo jeans e camisas de botão.
É inevitável que o meu irmão se destaque mais que os demais, ele é um daqueles homens que você não consegue deixar de ver quando passa por ele. Isso é demonstrado quando a maioria das garotas olha para ele e examina o seu corpo descaradamente.
A minha cabeça esquenta assim como o meu peito com a primeira que acidentalmente “tropeça” no seu braço, trazendo um sorriso aos seus lábios.
Me irrita.
— Mer*da, Caroline. Adrian bufa. — Como te encontraram?
Ele reclama, me abraçando pelos ombros.
— Não sei. Os meus olhos primeiro fazem contato com Lucas que dá uma cotovelada no outro que imediatamente me lança um olhar desconfiado e irritado. — Mas acho que tenho uma ideia.
—Você vai com ele?
Eu ne*go.
— O que você vai fazer?
— Continuar com o caos.
Eu o puxo para dançar outra música, só que desta vez é desconfortável porque sinto o peso de estar sendo observada. Quando terminamos levo o maluco até os primos e as meninas que estão rindo quando chegamos.
Pedimos que contem a piada, e eles apontam para o primo loiro do Adrián que está com o rosto encharcado. Graças ao fato de o outro primo o ter feito rir e toda a bebida que ele estava bebendo ter saído pelo nariz.
Faço um pequeno passeio cumprimentando os últimos que chegaram, passo pela mesa com os sanduíches e como alguns antes de me aproximar do bar onde mulheres que não conheço querem mostrar os seus atributos de frente para meu irmão mais velho e outra sorri como uma retardada para Elliot.
Isso meio que me fez encerrar a celebração.
Não sou ciumenta, mas tenho esse sentimento quando eles começam a conversar.
— Olá. Saúdo, me colocando entre os seus assentos.
— Então, você decidiu nos honrar com a sua presença? Acabou a isca que você usou com o seu amiguinho? Ele diz de um jeito que faz Lucas franzir a testa e me deixa nervosa.
Por que ele veio se já sabia que eu estaria com os meus amigos?
Uma das razões pelas quais me tornei namorada do Elliot é porque nos conhecemos, sabemos quem somos e os gostos um do outro. Ele sabia que eu ia sair, não precisei contar para ele para que ele descobrisse, agora que somos casais ele revela isso, não entendo. E não é a primeira vez.
É como se eu, sabendo dos seus gostos peculiares na cama, fosse reclamar com ele na hora da relação se*xual. É algo absurdo.
— Não vou discutir. Aceito a bebida que o homem do bar me oferece com sorriso e gentileza.
— Você também vai sorrir e flertar com o cara do bar? Ele fica chateado e as costas de Lucas ficam tensas.
— Estou saindo, se você vai começar. Eu me afasto novamente.
A garota que estava conversando com ele saiu assim que ele começou a falar comigo, a que está com Lucas continua tentando prolongar a conversa, ela ajeita o decote e puxa o cabelo para trás. É óbvio o que ela está procurando.
Adrián me olha e se aproxima de mim para me despedir sem dar nenhuma explicação. Eu me aproximo do resto dos meus colegas e minto para eles dizendo que estou com sono. Por mais ridículo que seja, sinto que eles já arruinaram a minha noite.
Estou de mau-humor, porém, faço questão de que ninguém perceba até sair do lugar onde deixo os dois idiot*as que vieram perder tempo.
Desço os três andares e fico no primeiro andar. Vendo que a festa está a todo vapor aqui. A música é estrondosa e nem os meus pensamentos podem ser ouvidos.
Sento-me no bar quando vejo uma vaga. Mexo os ombros pedindo o primeiro coquetel, p**o rápido por causa da sede. Os três seguintes me deixam tonta, mas tenho resistência e sei que não passa disso.
— Outro. Peço ao barman.
— Você não acha que é muito? Falam perto do meu ouvido e eu me assusto.
Um pouco da bebida cai no meu peito e entre as pernas. A risada rouca e viril me leva de volta no tempo por um momento.
Viro o pescoço e encontro apenas Lucas, tento olhar para os lados procurando Elliot que quero chutar no saco.
Procuro e não vejo ele e para que as minhas emoções não se exaltem como em casa, a impressão de vê-lo e tê-lo por perto não desaparece nem as batidas do meu coração.
— Não, eu realmente não tinha bebido tanto lá em cima. Eu discordo. — Como você me achou? E onde está o seu amigo i****a? Indago, voltando a minha atenção para a bebida.
— Vimos você descendo minutos atrás, recomendei que ele fosse embora e prometi cuidar de você até você voltar para casa.
— É um gesto simpático da sua parte, mas não é necessário, pode ir embora em paz. Você precisa descansar. Isso me deixa nervosa.
E as bebidas estão intoxicando os meus neurônios.
— Você é minha irmã, faz um tempo que não te vejo e queria ter certeza de que você chegaria em casa em segurança. Ele passa um dos braços em volta do meu pescoço.
— Se quiser, pode voltar lá para cima e continuar conversando com a garota que estava com você. Mordi a língua por falar demais. É óbvio que não é isso que eu quero.
Respiro fundo, fico em silêncio e tomo um gole da minha bebida.
— A questão é que eu gostaria que você se divertisse na sua visita e você parecia entretido. Continuei, piorando a situação e quero que alguém corte a minha língua para que eu não continue confundindo tudo.
— Eu não estava conversando ou flertando com ninguém. Ele esclarece, e não sei por que não acredito nele.
Nos últimos anos, a sua fama foi criada em Miami entre as mulheres.
— Uh-huh. Tento não dizer nada.
O que ele faz ou deixa de fazer não é da minha conta.
A garota que ocupava o assento à minha esquerda se levanta e ele senta. Ele pede algo para beber, permanecendo em silêncio.
Preciso de algo mais forte para remover aquela coisa estranha de abelha do meu estômago.
Termino o coquetel mais rápido que os anteriores e, da mesma forma, os outros dois que me deixam feliz novamente.
— Por que você veio mesmo? O coquetel me dá coragem para perguntar.
— Eu já te falei, queria ver você alcançar esse novo objetivo.
— E marcar a distância novamente, com certeza. Repreendo amargamente, num sussurro para mim mesmo.
— Você sabe melhor do que ninguém que nunca estive ausente ou completamente distante. Ele fala baixinho. — Mas é melhor você querer que eu faça isso. Ou assim pensei.
Ele diz a última coisa tão baixinho que acho que estou imaginando. A bebida me faz ouvir e dizer o que não é.
Quando me viro para olhar para ele, ele está concentrado em ler o que diz a garrafa no fundo, e eu franzo a testa.
Decido parar de beber e de falar, me levanto e... Ai meu Deus, os coquetéis estavam mais fortes do que eu pensava porque o meu mundo está tremendo ou sou eu, não sei, mas a tontura é tão forte que eu seguro na barra para não cair. Como eu sou burra.
— Vou ao banheiro e vamos embora. Informo, tentando não deixar ele perceber que estou bêbada.
Olho ao redor do lugar que é um pouco mais iluminado que o terceiro andar e começo a caminhar para que acho que é o caminho para o banheiro, mas cometo um erro sem entender como. Porque, o que encontro é outro bar onde perto há pessoas dançando conforme a música manda.
Uma nova tontura toma conta de mim novamente, me seguro na parede que fica perto da nova barra que encontrei e na qual pressiono a testa, fechando os olhos e depois abrindo-os sentindo-me muito tonta.
Braços grandes envolvem a minha cintura, me dando a estabilidade que preciso, mas não sei a quem pertencem, então tento afastá-los, ne*gando. Cravando as unhas nos antebraços do cara que não entende que não quero que ele me toque quando tento afastá-lo.
— Me solte. Eu ordeno, irritada.
— Não seja inocente com esse vestido que você está usando, eu sei o que você quer. Ele rosna perto do meu ouvido, nojento.
— Me solta, mer*da. Puxo o meu braço para trás, batendo nele com o cotovelo.
— Solte-a. Uma voz ecoa e eu reconheço a voz de Lucas e segundos depois a pessoa que me toca para de fazê-lo, e a próxima coisa que vejo é como ele cai no chão.
Viro-me para olhar e Lucas Wright está com o braço estendido, fechado em punho, o homem que estava me abraçando e que eu não tinha conseguido ver está caído no chão tocando o seu rosto perto da orelha, olhando para ele com raiva.
Lucas pega a minha mão, dando um choque que não é normal, mas aumenta a minha vontade de ir ao banheiro.
— Preciso muito ir ao banheiro. Eu murmuro.
— Você não vai para a po*rra do banheiro e anda se não quer que eu seja quem vai te bater como você pedi para o Elliot. Ele me puxa.
Não sei quando eu parei de andar, mas parei, sinto ele com raiva, ele parece bravo e a sua respiração é pesada como a de um gorila quando está chateado.
Não sei por que penso ou fico em choque com o que ele acabou de dizer, nem sei por que penso nele me batendo e eu numa posição comprometedora recebendo isso.
Esses coquetéis foram definitivamente mais fortes do que eu pensava, porque as coisas que estou pensando inconscientemente não são nada normais.