Eu sei de tudo isso graças ao Elliot que ficou ainda mais chateado com todo o lucro que a sua ex tirou do relacionamento deles.
A amizade com o meu irmão, graças a Deus, não foi realmente fraturada, ele soube entender que foi a namorada quem causou isso e queria fomentar algo entre ela e Lucas que eu simplesmente ignorei.
Pelo que sei, nas ocasiões em que têm que viajar para os Estados Unidos, como agora, eles se veem, saem e compartilham.
O que tivemos está no passado, embora o passado tenha momentos em que volta e me arranha por dentro. Por muitas razões, nunca contei a Elliot sobre mim e Lucas.
Principalmente por pena.
Chegamos ao canto onde fica o enorme outdoor onde o professor adora afixar as anotações. É o mais afastado da sala de aula e das áreas onde costumamos ficar. Acho que, no fundo, ele faz isso para nos fazer caminhar e fazer exercícios como ele.
Avançamos até onde alguns dos nossos companheiros estão comemorando ou conversando e quem me acompanha corre puxando o meu braço para chegar lá rapidamente quando dois dos seus amigos pulam e cumprimentam. Chegamos na frente da escada, a lista está no alto e fico na ponta dos pés para conferir o final da lista.
O professor coloca os que têm piores notas em último lugar e os que têm boas notas em primeiro lugar, as minhas expectativas são baixas devido à última parte do exame e por ter adormecido estudando. Não estou nos últimos três o que me entusiasma, subo, subo, subo e quando vejo o lugar que cheguei não acredito.
Dou um passo para trás animado, impressionado e incapaz de acreditar que sou a primeiro da lista.
— Não acredito!
Começo a pular e a gritar como um louco. Adrián vem até mim me carregando, comemorando com o mesmo entusiasmo.
— Parabéns! Ele beija a minha bochecha direita, me abraçando com força. — Você saiu vencedora. Ele me parabeniza euforicamente. — Ele não tirou o ponto como ele disse que faria.
— É a minha primeira vez em primeiro e é incrível.
Ele está tão feliz quanto eu, também ficou entre os cinco primeiros da lista.
Os nossos amigos juntaram-se à comemoração, eles também passaram, realmente fizemos tudo, todos conseguimos, estudamos semanas para essa prova, mesmo quando tínhamos outras.
Alguns de nós se saíram melhor do que outros, mas todos vamos nos formar este ano.
— Fomos os melhores. Volto a abraçar o meu amigo com mais calma, mas não menos animada e feliz.
— Fomos. Eles concordam. — É por isso que esta noite vamos sair para comemorar! Ele levanta a voz para que todos possam ouvir.— Hoje reservo a área VIP da boate para comemorar esse triunfo, mer*da! Nós merecemos.
— SIM! Todos gritam, aceitando.
— Hoje vamos perder a consciência e ferrar com o seu namorado e o ciúme dele. Ele passa os braços no meu pescoço e eu aceno.
Não vou deixar de compartilhar com os meus amigos, por causa do relacionamento que tenho.
Acho que, no fundo, o Elliot sabe que farei isso, toda vez que o semestre passasse eu festejaria com os meus amigos comemorando o sofrimento e os frutos de enterrar a cabeça por um mês e meio em livros após livros para passar em cada matéria.
Esta será a primeira vez que eu farei isso sem o meu namorado. No entanto, ele deve ter previsto o que aconteceria e, portanto, decidiu não voltar.
Participo e contribuo com ideias para a celebração desta noite, comprometo-me a ligar para uma agência para trazer uma bandeja com todos os tipos de frios. Outros trarão e pedirão dançarinos e strippers, tanto para mulheres quanto para homens.
Ouvindo os planos, Adrián esclarece que reservará um andar inteiro para a festa em que todos poderão trazer convidados, só que não poderão ultrapassar três por pessoa. Todos concordamos e o encontro está marcado para as onze da noite.
— Quero o seu corpo com um vestido curto bordô igual ao que você usou na minha festa ano passado. Dois primos meus vão e estamos competindo para ver quem tem a amiga mais bonita. Os seus olhos nada mais são do que um afrodisíaco, vestida de maneira provocante você vai me fazer ganhar uma viagem para o lugar que eu quero com todas as despesas pagas. Diz o maluco com quem vou até o estacionamento.
— O que você é, meu c*****o? Brinco e ele quase cai de cara no chão por causa da piada que conto sem me importar se os outros me ouvem.
— Fala sério, isso é importante. Ele me repreende, rindo. — Tenho fotos suas, mas como sempre nas que tenho nós dois parecemos malucos porque estamos bêbados, tive que mostrar as do seu i********: e a partir daí eles mostraram as deles, cada um de nós apostou quem tem a amiga mais gostosa e quem ganhar pode sair da festa com a amiga de quem perdeu. Eu sei que com você vou ganhar desse lado, mas as amigas deles são muito gostosas e uma delas me interessa, e eu sei que se levar você, não vou perder.
Ela levanta a mão para me cumprimentar e fechar negócio, é assim que fazemos, e morrendo de rir das ideias dele e dos primos malucos, concordo com o que ele pede.
Já conheço os malucos de quem ele fala, são iguais a ele, caras que parecem homens sérios até você conversar com eles e perceber que são uma bagunça com quem você se diverte.
Ele me mostra uma foto do vestido ao qual se refere e prometo usar um parecido, mas cor de ameixa que destaque os meus se*ios.
— Sabe, é isso que eu quero dizer, compromisso com loucuras, por causa de coisas assim você se tornou minha melhor amiga. Ele me abraça intensamente. — Até mais, te busco na sua casa.
Ele diz, abrindo a porta do meu carro.
— Você está completamente louco e sabe disso, não sabe?
— Estamos. Ele fecha a porta na minha cara e se despede, indo para o seu carro, que está a poucos metros de distância.
Saio e vou direto para casa para ligar e falar primeiro com Milan, sei que ele está vindo, assim como Melody e Liam. Eles devem chegar amanhã conforme combinado porque eu já sabia que algo assim iria acontecer.
Ao longo dos anos, aprendi a tomar decisões e a saber relativamente e da melhor maneira possível o que está por vir no meu dia e na vida que vivi nos últimos anos.
Depois de conversar com todos, inclusive a pequena Cisi. Me preparo para ir ao spa onde permito que me mimem e tirem as olheiras e os anos que ganhei dormindo até tarde nos últimos dias.
Deixo que me façam massagens e me encham de cremes, soros e todo tipo de coisas que me relaxam e me deixam mole e pronta para a noite, inclusive maquiagem leve em quase todo o rosto menos nos olhos. Eles eu gosto que se destaquem.
Saio do local às oito da noite e saio com o sorriso e a alegria que nem o trânsito, o sinal vermelho ou as lembranças de antes podem me tirar.
Essa conquista não é de qualquer uma, dedico aos meus pais, irmãos e amigos próximos que estiveram comigo. Mas acima de tudo e antes de qualquer pessoa dedico a mim mesmo, estou feliz comigo mesmo porque sei o quão m*al foi, os momentos terríveis que vivi e mesmo assim não deixei que eles me tirassem o desejo por este grande triunfo.
Eu volto para casa para me preparar e comer um pouco para que as bebidas não pesassem tanto em mim.
Eu coloco um vestido que chega até o meio das coxas, tem um decote não tão profundo, mas realça o contorno dos meus sei*os e deixa partes da minha pele expostas sem parecer vulgar porque não aparece muito em lugar nenhum.
Coloquei maquiagem nos lábios novamente. Só estou ajustando porque a maior parte já foi feita. Tocam a campainha quando eu m*al termino com o lábio superior, então me apresso com o lábio inferior.
Olho a hora e são apenas 22h10.
Adrian não costuma chegar nesse horário, ele sabe que ainda é cedo, vai ter que esperar porque ainda preciso colocar o colar e os brincos.
Tenho na ponta da língua as palavras que direi a ele quando ouço a porta sendo batida novamente e a abro apressadamente com as minhas sandálias sem amarrá-las direito, mas abro e fico atordoada com o homem de olhos verdes que está vestido com um terno azul cobalto e me vê com um sorriso radiante.
— Não acredito que cheguei. Ele me olha e ergue uma sobrancelha. — Eu sabia. Ele me pega, mas não parece chateado, não perde o sorriso, ele o torna ainda maior.
— Minha vida! Você está linda. Depois que eu ficar bêbado vou deixar você me amarrar e me bater muito. Ele diz e eu me acalmo, lembrando da pessoa que não deve demorar muito para chegar e Elliot com certeza não vai pensar do mesmo jeito quando ver.
— Irmãzinha. Eu ouço o diminutivo que eu reconheço sem precisar ver e...
A minha pele se arrepia, as minhas costas se endireitam e a minha respiração fica presa na garganta enquanto o meu peito salta e galopa só de ouvir o seu tom de voz grosso e rouco.
As minhas emoções aumentam tanto que congelo e o meu corpo perde as forças e desço do corpo de Elliot que sorri como se nada tivesse acontecido quando tenho medo de ver que ele realmente está aqui.
Não acredito nisso, minha cabeça e batimentos cardíacos estão descontrolados sem saber como reagir ou processar ouvir a sua voz abençoada...
— Espero que vocês não façam nada enquanto eu estiver aqui, não consigo imaginar vocês assim. Ele acrescenta e a sua voz grossa e pesada que cai como uma bigorna no meu peito me faz dar dois passos para longe de Elliot para vê-lo.
— Lucas!
Eu me emociono e grita algo dentro de mim sem poder acreditar que o tenho na minha frente, mais musculoso, atraente, sério e com um olhar mais penetrante que antes.
Parecendo muito melhor do que anos atrás.
Mas ele ainda me olha de uma forma que me faz salivar com dificuldade.