Acho que o tempo no hospital psiquiátrico afetou ele sim, deixou ele mais burro.
— Quando o seu irmão me abriu a porta por um momento pensei que você estava sendo infiel ao insípido...
— A quem? Elliot chega.
O meu amigo passa para a me olhar interrogativamente e eu encolho os ombros diante da situação super confortável que estou passando.
— Os planos continuam. Saio de casa sem me interessar porque não tenho nada nas mãos. Eles serão os meus convidados.
— O seu namorado nunca mais vai enlouquecer e querer bater nos homens que se atrevem a olhar você ou eu por dançar com você, certo? Ele questiona e eu tento implorar-lhe com a expressão no meu rosto para não dizer mais nada que possa servir para uma discussão.
— Claro que não. Eu só faço isso com as pessoas que não conhecem o seu lugar e costumam me incomodar, assim como os interessados em...
— Estamos indo embora. Pego Adrián pela mão, que está prestes a ir para cima do Elliot, que começa a inventar coisas que não aconteceram.
O que aconteceu no dia de que ele fala é que ele estava bêbado e eu estava dançando com Adrián como todo mundo estava dançando e ele imaginou coisas.
— Caroline! - Ele me chama, irritado e eu me viro olhando para ele sério.
— Não vamos fazer isso Elliot. Você sabe que este dia é especial para mim e não vou estragá-lo. Se quiser, pode ficar e descansar e conversamos amanhã.
Ele me mata com os olhos e evito olhar para o meu irmão com tudo o que está acontecendo.
— Eu vou. Diz ele, e entro no carro com Adrián, sem esperar que ele termine de falar.
Não quero que tudo termine m*al, portanto, não dou o endereço do clube para ele. Ele com certeza vai acreditar que o evento será no clube da família do Adrian que lhe mostra o dedo médio antes de entra no carro.
— Agradeça por eu não ter batido no seu namorado por ser um idi*ota. Ele rumina.
— Agradeça por não ter contado a ele em qual dos seus negócios é o evento. Prendo o cabelo para trás.
Ele estica os cantos dos lábios num sorriso maligno enquanto atravessa a primeira esquina do empreendimento onde moro.
O jovem ao meu lado herdou do pai uma rede de discotecas e bares espalhados pelo país, a maioria dos que visitei são simpáticos, alguns mais luxuosos, sofisticados e modestos. Depende do lugar.
Pelo que sei todos deixam um bom rendimento, não é à toa que o meu amigo conduz um carro das melhores marcas e desde muito jovem tem casas que mantém e aluga, que é outra das suas fontes de rendimento.
— Gostaria que você o gravasse enquanto ele pega fogo de raiva. Ele relaxa os ombros. — A piada do seu irmão me fez rir, ele pareceu ser uma cara engraçado. Você não disse que um dos seus irmãos chegaria hoje.
Olho pela janela enquanto o ouço falando.
— Eu também não sabia. Foi uma surpresa. Digo sem acreditar completamente que ele está aqui e na minha casa.
Gostaria de pedir ao Elliot que fosse ao apartamento dele e o levasse com ele para não sentir a insegurança que me atormenta hoje.
Ainda falta um mês para minha formatura e acho que ele não vai ficar tanto tempo, seria mais lógico se ele chegasse alguns dias antes da data. Os outros vêm porque era algo que estava planejado para as férias anuais, mas ele... Com ele não sei o que esperar.
Não sei se devo falar com ele e perguntar se ele veio com outras intenções, mas a simples ideia de falar algo sobre isso parece levantar o tapete que esconde o lixo que mantive escondido por anos. Eu não acho que ele faria isso. Parece pretensioso da minha parte, talvez ele veio por causa do que disse ou a negócios e isso foi apenas uma coincidência.
Ele parecia bem diferente, os seus olhos não me viam como antes e ainda estou tentando descobrir como isso me faz sentir.
— Hoje vamos nos divertir, vamos continuar com os planos, e é para comemorar, por passar naquela po*rra de exame que me deixou sem dormir e fo*der por semanas. Adrian diz.
— Se ganhar, espere open bar pelo resto do ano em todos os seus negócios. Eu digo sorrindo.
— Pode ter certeza disso querida. Ele levanta a mão que estava na alavanca para que eu possa bater e eu concedo a ele.
Chegar à boate de quatro andares não é problema, entramos por onde estão os trabalhadores, evitando a aglomeração na entrada.
Os negócios de Adrián costumam estar lotados, mas às sextas e sábados eles conseguem ser mais que lotados e hoje sendo sexta-feira não é exceção. Por onde passamos há funcionários, pessoas andando tentando encontrar o banheiro ou uma porta para sair.
Foi um bom gesto da parte dele reservar o último andar para comemorar com todos do curso que conseguiram. Os petiscos que pedi chegaram há uma hora, confirmados pelo restaurante que os encomendou e pelo meu amigo que passou pelo segundo andar. .
Esbarro em algumas pessoas para subir ao terceiro andar, o meu amigo me agarra pela mão quando já está mais escuro no terceiro andar, as luzes piscantes são o que permitem ver por alguns segundos as pessoas que se deslocam para o ritmo da música que os tem com um corpo brilhante.
A música é para uma dança sensual e próxima, chega um momento onde uma luz caminha pelo topo das paredes e o que eles estão fazendo é fo*der com a roupa vestida. As virilhas dos homens estão esfregando nas bun*das das mulheres ou dos seus parceiros.
— Você vai ter que construir um hotel ou quartos lá em cima para que essas pessoas possam fazer o que realmente querem. Comento e sua risada alta se destaca.
— Eles estão fazendo exatamente o que querem. Ele desabafa.
As escadas para chegar ao último andar são o único lugar onde a música não é tão alta e você pode ouvir o que a outra pessoa está dizendo sem problemas.
— Acho que estou ficando velha. Achei que a música lá embaixo estava muito alta.
— O que acontece é que já passamos dessa fase, agora somos adultos que devem se concentrar no trabalho, e muito. Ele dá um tapinha dramático no peito.
— Você é péssimo. Rio enquanto as portas do último lugar se abrem, que tem janelas de vidro e portas que permitem ver, mas não ouvir a música do terceiro andar.
Há música neste também, mas não tão alta.
— Missão Impossível. Chupe o meu pa*u. Eu balanço a cabeça em desaprovação e bato forte no braço dele por seus comentários.
Entramos plenamente onde estão todos os nossos amigos de curso.
Quem está lá vem nos cumprimentar, e os outros, presumo que sejam os convidados que todos trouxeram. São tanto homens quanto mulheres, vários já estão dançando, Adrian me leva até onde estão os primos que estão se levantando com os seus convidados, o sorriso que os primos dão e o homem que me faz virar para eles verem a parte de trás do meu vestido.
Deve ser que, porque os meninos me conhecem e me apresentam às meninas que me cumprimentam como autênticos ingleses, são meninas de classe alta, seus modos, comportamento e modo de falar deixa isso claro.
— Você sabe quem ganhou, coloque a passagem no meu nome e fale agora com a agência de viagens. Adrian se gaba ao meu lado.
— Não vale. Ano passado foi ela também, este ano tinha que ser outra pessoa.
— Isso não estava nas regras. Responde Adrián e eles iniciam um debate adolescente que faz rir a nós as meninas, ficamos em silêncio ouvindo as suas loucuras. Minutos depois começamos a conversar entre nós e, pelo que dizem, elas são bastante próximas dos primos do meu amigo.
A grande maioria dos meus colegas vem de uma família rica, a universidade não é à toa dado o quão cara ela é, claro, há bolsistas, porém, mais de 80% pagam mensalidades.
Chegam mais colegas com convidados e chega uma altura em que há mais mulheres do que homens. Várias pessoas com quem conversei vêm nos convidar para dançar, David Guetta explode nos alto-falantes e todos que se reúnem na pista de dança começam a mexer os quadris.
A morena com quem saio para dançar sabe mexer o quadril sem exagerar e eu adoro isso, é a segunda música da noite e nós duas descemos e subimos com a música que nos faz suar. Quando está terminando, não sei quantas múcicas depois, Adrián chega com bebidas para todos e me entrega duas que bebo para matar a sede.
— Graças a Deus o seu namorado não conhece todos os meus lugares. Como você gosta de dizer. O idi*ota teria cinco ataques cardíacos consecutivos. Diz ele quando começamos a dançar.
— É interessante que o meu melhor amigo tenha vários clubes. Eu o irrito e ele me sacode para os lados. — Agora me digam qual delas é? Eu pergunto a ele sobre a garota por quem ele se sente atraído.
— A princesa com cabelo da Disney.
— Eu sei de quem você está falando. Eu começo a rir.
Uma das convidadas do seu primo tem cabelos compridos, abaixo dos quadris e é inevitável não reparar neles, isso faz com que a sua beleza se destaque e o seu rosto redondo fique doce com o quão bem cuidado é.