11. Você a ama?

740 Words
James recebeu alta na manhã seguinte. — Vou no meu apartamento ver meu gato e pegar umas coisas minhas pra deixar aqui, ok?– Avisei, passando por James sentado no sofá, assistindo um filme qualquer. — Vou ficar aqui, tudo bem? — Não, você não vai ficar aqui.– Cruzei os braços.— Dá última vez que te deixei sem supervisão você quase morreu, nunca mais você vai ficar sozinho. — Se você pudesse ver meus olhos agora, eu estaria revirando os olhos.– Bufou. Ele se levantou, andando e usando a bengala como guia, batendo em alguns lugares para ver se tinha alguma coisa. Ajudei ele a subir os degrauzinhos. Fechei a porta do apartamento do Sirius e já abri a minha, vendo meu gato miar sentado no sofá. — É uma d***a ficar sem enxergar, estou começando a me arrepender de ter feito essa cirurgia, principalmente porque pode ser que eu não volte a enxergar!– Reclamou, passando na minha frente e tateando o apartamento. — Porque você não colocou lente de contato? Operação é muito drástico. Agarrei a mão dele, guiando ele até o sofá. Sentei ele e logo depois o Mr. Peludinho passava entre suas pernas, ronronando e o cheirando curiosamente. Meu gato gostou dele, porque logo em seguida pulou no colo dele. Ele sorriu, acariciando a orelha dele que se arreganhou todo pra ele. — Você fez isso pra impressionar sua ex?– Perguntei da cozinha, abrindo o armário e pegando alguns cereais.— Quer cereal? — Quero e não, não vou responder sua primeira pergunta. Servi cereal e leite em duas tigelas, peguei uma colher e dei uma das tigelas na mão dele. Me joguei no sofá ao lado dele comendo meu cereal. — Quando eu e meu noivo rompemos já que ele era um cretino, eu cortei o cabelo e pintei ele de loiro.– Admiti, lembrando daquele tempo.— Eu dirigi por horas, sentindo meu cabelo voar e depois parei pra beber em um bar de estrada, no meio do nada. Meu cabelo batia na cintura e eu simplesmente passei a tesoura no banheiro do bar, cortei ele na metade das costas e depois descolori. — Mas seu cabelo é ruivo e ainda está na cintura...– Falou, meio duvidoso.— Pelo menos estava assim da última vez que te vi e isso já faz uns dois meses. — Minha mãe estava vindo pra cá e eu sabia que ela falaria que eu enlouqueci por causa dele, então eu fui a um salão e a cabeleireira passou o produto que tirou o ** descolorante e voltou a cor natural, aí coloquei aplique no cabelo. — Desculpa perguntar... há quanto tempo vocês terminaram? — Seis meses, íamos nos casar esse sábado. — Eu e Carly terminamos mais recentemente...– Suspirou.— Como você esqueceu seu ex? Caso tenha esquecido... Parei, pensativa. — É difícil esquecer alguém que estava no seu dia a dia e em todos seus planos pro futuro, eu demorei... confesso que até mês passado eu pensava bastante nele.– Comi uma coletada de cereal.— Amor próprio, textos de apoio, uma garrafa de vinho e sua própria companhia, aprender a ser só... isso salva. Ele assentiu. — Você a ama? Esperei por aquela resposta, timidamente. — Ela foi meu grande amor, mas não vai ser o último. Não amo ela, mas ainda gosto daquela maldita mesmo depois de tudo. Tem um pinguinho de sentimento, no fundo, bem lá no fundo. Assenti mesmo que ele não pudesse ver. — E você, o ama? — Eu não sei mais o que é amor, acho que ele nunca me amou e as vezes eu sinto que ninguém nunca vai ser capaz de me amar, talvez seja meu destino acabar sozinha dentro dessa casa, só eu e o Mr. Peludinho. Recebi um aperto na mão como forma de apoio. — Seu gato te ama e eu tenho certeza que um dia alguém vai te amar, te amar tanto que vai fazer você esquecer completamente de que um dia alguém não te amou o bastante. Se eu conviver mais você até eu vou começar a te amar, aí eu vou vir bêbado pra sua porta e ficar gritsndo no meio do corredor “Lily Evans eu te amo volta pra mim meu amor”. Gargalhei, dando um leve empurrãozinho nele. — Você não faria isso. — Por uma mulher como você, ô se faria.
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