Cap. 5

1042 Words
Dante narrando. Eu odeio ser incomodado com assunto medíocre, as pessoas acham que eu tenho saco e paciência para ficar resolvendo B.O de casa dos outros, era mais fácil se o MK tivesse resolvido sem precisar me envolver e melhor ainda, ele manter a c****a dele na coleira, porque eu não suporto piti de mulherzinha ciumenta. Tanta coisa para resolver, tinha que organizar os próximos carregamentos e descolar o dia que vai ter a tal batida no complexo, por que o meu informante da civil disse que eles estavam armando a entrada no morro, mas não sabia exatamente o que era e nem o que eles estavam procurando. Eu não podia estar aqui neste dia da batida, na real eu não devia nem permitir, mas se isso for necessário para que eu ganhasse a confiança de uns e outros, eu faria, porque eu ainda tinha muita coisa para descobrir antes de chegar naqueles grandões que fizeram parte do meu passado. Outra parada que estava me chapando era a chegada da Betina, eu jurava que essa mina tinha sumido da minha vida anos atrás, mas parece que a vagabunda nunca vai me dar paz. Quando ela deu notícia a primeira vez, mandei o Dentinho levantar a ficha da mina, ele disse que ela estava morando em São Paulo e que tinha um cria que era daqui com ela, eu não me lembro desse cara, mas, segundo a ficha, ele era parente da dona Fátima. Ninguém sabe o nome e nem de onde esse cara é, na verdade, dona Fátima disse para mim que ela não tinha contato com ninguém da família dela desde... sei lá, muito tempo... Eu fui para a minha casa, muito perreco na minha mente, subi na minha moto e saí cortando de giro pelo morro até a minha casa, por onde eu passava o povo olhava, já estava acostumado com essas coisas. As minas daqui do morro ficam disputando a minha atenção, eu já dei o papo que essas minas só servem mesmo para ser marmita de bandido, de resto, é descarte na lata de lixo. Eu cheguei em casa e fiquei olhando algumas fotos minha com o meu coroa, eu era um pirralho ainda, estava aprendendo a pilotar moto e traficar, mu pai me ensinou tudo o que eu sei e com o tempo eu fui aperfeiçoando ainda mais todos os ensinamentos, mas o meu jeito foi consequências de muita coisa que eu passei, o motivo dos meus pesadelos, das minhas noites em claro usando essas p***a que eu sempre detestei só para não dormir e não precisar sonhar com isso. Eu acabei cochilando no sofá com a foto na mão e acordei no susto, com vários tiros na minha porta, eu levantei correndo e fui até o escritório da minha casa, peguei o meu fuzil que sempre deixo guardado ali e duas pistolas, antes de sair de casa o meu rádio começou a tocar e eu corri para a sala de volta para pegar e ver o que estava acontecendo. - Rádio — Chefe? — Era o Dentinho. — Solta a voz p***a, quem é que tá dando tiro no meu morro? — Eu perguntei irritado. — É o Crocodilo... — Ele falou com a respiração ofegante, como se ele tivesse correndo. — Fica em casa chefe, a gente tá dando conta. — Uma p***a. — Eu respondi destravando o meu fuzil. — Esse desgraçado vai se arrepender de ter subido o meu alemão. - Eu desliguei o rádio e coloquei na cintura, fui até a garagem e dei uma geral para ver quem era os cara que estavam na minha porta, só tinha inimigo na rua, os meus homens estavam na laje, ia ser fácil. Eu abri o portão da garagem, acionei o gatilho e comecei a disparar tiro derrubando um por um, parecia cena de filme, esses caras sabem que eu não tô pra brincadeira nessa p***a, parece que eles gostam de testar a minha paciência e o meu arsenal. Eles sabem que eu sou o cara com mais armamento aqui do Rio de janeiro e sempre pedem para fornecer a minha mina de ouro e toda vez que eu n**o, os caras armam bote para invadir a minha quebrada. Já não tinha mais um vagabundo de pé, eu estava satisfeito com o que eu estava vendo. Olhei para a descida da minha rua e quem estava tentando subir, saiu correndo com medo e os fogos de vitória começou a estourar. Coloquei o meu fuzil nas costas, subi na minha moto e fui dar um giro nas ruas para ver se tinha muita gente ferida, se esse filho da p**a do Crocodilo está pensando que não vai ter p***a de retaliação nenhuma, ele m*l perde por esperar, eu vou dar o troco e vai ser quando ele menos esperar. Eu estava passando pela frente da casa das duas burguesas que mudaram pra cá e a folgada estava sentada na calçada com o braço ensanguentado e a irmã chorando, sem saber o que fazer. Eu parei a moto com tudo e fui ver qual era a delas de estar aqui na rua no meio do combate. — Qual foi burguesa, primeiro dia no morro e já serviu de tiro ao alvo? — Eu debochei. — Vou mandar os cara vir te pegar e levar para o hospital do morro. — Não preciso... — Ela falou com a voz falha. — Da sua ajuda... — Ela sem que ia desmaiar e eu pulei da moto e peguei a cabeça dela antes de bater no chão. — Ai meu Deus.... — A outra garota chorava. — A minha irmã vai morrer... — Segura a onda, filhona... — Eu falei pegando o meu rádio e analisando o local do tiro. — Isso aqui foi superficial, ela não vai morrer, não p***a, para de frescura, — Frescura? — Ela falou soluçando... — Olha o estado dela... Eu não dei ouvidos a ela, odeio drama de mulher, eu acionei os cria e eles foram na mesma hora buscar a burguesa, jogaram elas no carro e levaram para o hospital da quebrada e eu fui para a boca, precisava saber quem tinha falhado, começaram a p***a de uma invasão e ninguém avisou...
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