06°

1112 Words
Luana Ribeiro Vasconcelos No outro dia... Saio do banheiro enrolada na toalha e vou direto para o closet, passo os meus produtos corporais, visto uma calcinha de renda preta, um cropped de renda preto, uma calça jeans clara rasgada larguinha no corpo, um tênis preto da Nike e uma corrente de ouro com o pingente de fuzil, um relógio dourado com o visor rose Gold da Pandora. Passo perfume, desodorante e arrumo o meu cabelo o deixando o solto mesmo, colo a minha arma na parte de trás da minha cintura, radinho preso no cós da minha calça, levo a toalha de volta para o banheiro, pego a chave de casa e saio trancando a porta. Hoje eu vou para a principal a pé mesmo, tô afim de andar de moto não, e nem de carro, chego na principal e já vejo o meu pai conversando com alguns moleques, certeza que deu fuga na dona Lorena, me aproximo dele e já peço a bença, ele me dá um beijo no topo da minha cabeça, faço o mesmo com o padrinho e ele faz o mesmo que meu pai. Relíquia: teu padrinho tava falando que mete mó banca nos moleques aqui- fala e eu dou de ombros Eu: ou é assim, ou ninguém me respeita aqui- falo e ele confirma com a cabeça Relíquia: tá certinha- fala e eu confirmo com a cabeça Eu: minha mãe sabe que o senhor está aqui?- pergunto e ele n**a com a cabeça Relíquia: sai de lá vazado quando ela foi levar o Guilherme na escola- fala e eu dou risada Cobra: então ja mete o pé porquê o menor estuda aqui no morro- falo e ele da de ombros Relíquia: eu não, não quero ficar enfurnado naquela caralha de casa- fala e eu só vejo a minha mãe subindo o morro serinha Eu: fala isso para a minha mãe que tá subindo bem ali- falo e ele já arregala os olhos. [...] Jogo o baseado fora quando vejo um mulher correndo com um bebê no colo, pela cara dela já dá para ver que ela tá fugindo de alguma coisa, paro no meio do caminho e ela me olha assustada. - a minha irmã, o marido dela- fala desesperada Eu: o que é que tem?- pergunto séria - o marido dela tá batendo nela, ele chegou descontrolado, quebrando tudo, ele tá lá quebrando ela no c****e, ajuda por favor- pede desesperada e eu já olho para um vapor que vem me trazer a chave de uma moto, senti verdade nela não, mas sempre é bom averiguar né?! Eu: aonde ela mora? - viela doze, casa cento e trinta e oito- fala e eu confirmo com a cabeça. Monto na moto e já saio acelerada para a casa que ela falou, os meus seguranças claramente já vieram atrás de mim, quando chegamos na casa que ela falou eu só parei a moto de qualquer jeito na rua, o que já foi o suficiente para chamar a atenção de alguns moradores. Meto uma pezada na porta que já se abre com tudo, entram dois seguranças na minha frente armados enquanto eu tiro a arma da cintura, entro destravando a mesma e vem o resto atrás de mim, vejo o cara chacoalhando o corpo da mulher que tá no chão, ela tá apagada e o chão coberto de sangue. Eu: o que tu fez com ela- pergunto já puxando ele de cima dela e ele me olha assutado - patroa não foi eu, eu juro, ela está grávida de três meses, eu cheguei do serviço e vi a irmã dela enchendo ela de porrada- fala e eu olho bem para ele Eu: levem ela para a p***a do postinho logo c*****o, tão esperando o que? Ela morrer?- pergunto putona para os meus seguranças que logo foram se movimentando- e por que a tua cunhada ia fazer uma coisa dessas?- pergunto sério, ou ele é muito sonso ou tá falando a verdade, tá na cara dele - eu não sei, ela é usuária, deve ter vindo aqui para pegar dinheiro e comprar drogas, ela ainda levou a minha filha chefe- fala desesperado e eu seguro as mãos dele olhando bem. Nenhum tipo de machucado mostrando que ele entrou em uma briga recentemente, libero ele e já saio da casa passando o radinho para o vapores, duas missões, achar a doida que apareceu correndo com a criança e proibir a saída desse maluco do complexo, quem deixar esse cara sair tá fodido na minha mão! Não demora muito e tem foto dos dois rodando pelo morro, eu subo de volta para a principal de moto e já entrego a mesma para o meu vapor, passo rumo a minha sala e me jogo na minha cadeira exausta, eu estou morta de sono, de fome e de calor. Bryan: se chefe- fala batendo na minha porta Eu: entra- falo prendendo o meu cabelo em um coque desengonçado Bryan: a mãe tá perguntando se tu almoçou, ela vai vim trazer uma quentinha para mim e pode trazer para tu também- fala e eu confirmo com a cabeça Eu: eu não vou recusar- falo e ele confirma com a cabeça mexendo no celular- alguma novidade sobre a doidona lá?- pergunto e ele n**a com a cabeça Bryan: acharam só a menina jogada numa caçamba de lixo, provavelmente abandonou a criança e fugiu do morro- fala e eu esfrego o rosto Eu: e a mãe?- pergunto e ele n**a com a cabeça Bryan: nada ainda, tem dois vapores lá no postinho com o cara- fala e eu confirmo com a cabeça Bryan: me mantenha informada por favor- peço e ele confirma com a cabeça saindo da minha sala. Foco toda a minha atenção na minha papelada e fico ó, quietinha na minha, só trampando, trabalhar que amanhã graças a Deus é sexta-feira, tem baile aqui e lá no tio Terror, eu como a boa vagabunda que sou vou colar nos dois, sábado tem baile aqui e lá também, mas geral conta aqui e domingão tem pagodeira numa chácara do comando para comemorar a volta do meu paizinho lindo, também tem o negócio de anunciar o braço direito do chefe do comando que agora é o JR, ele ainda não falou para ninguém quem vai ficar no lugar dele. Mas pela fofoca que tá rolando, AK deixou uma carta dizendo quem ele queria que assumisse o comando, no caso JR e quem assumisse o lugar do JR, e a vontade dele vai ser feita né?! Menó sempre tava ali fortalecendo todo mundo da p***a e morreu salvando um dos seus, nada mais que o justo isso aí.
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