01 de janeiro de 2016 05:28 da manhã
Olá Diário...
Olá Diário? Não que coisa idiota...
Querido Diário...
Querido Diário? Por que devo chamar de querido é só um diário, que coisa estúpida, por que eu deveria fazer isso mesmo?
Que isso é um diário eu já sei, só não sei como devo começar a escrever aqui, acho que deveria começar pelo que me levou a comprar um diário, cheguei aos 23 anos e tô maluca, vivendo o auge do meu stress, acima do peso, surtada, solteira (digo encalhada), ferrada de cabo a r**o, aí uma amiga muito querida disse:
"-Escreve um diário da sua vida, é como pôr as dores pra fora e depois qualquer coisa você queima é terapêutico..."
Eu preciso rever minha amizades,isso sim, mas sendo bem sincera, eu queria botar fogo no mundo e queimaria esse diário em que escrevo agora facilmente, mas não vejo motivos para não tentar, afinal eu tenho muita coisa para desabafar nessas páginas, muitas dores principalmente, a vida tem disso neeh? Talvez um psicólogo seria mais indicado? eu até acho que sim, mas quem hoje em dia tem tempo para isso? além de que eu acho que teria vergonha, muitas coisas ainda não aceitei e nem admito pra mim mesma, e a ideia de transformar tanto sofrimento em cinzas parece
Quem diria eu escrevendo num diário, não sei como cheguei nesse ponto, nesse momento da minha vida, sabe eu era uma criança brilhante, inteligente, falante, educada, bonitinha, esperta, entendia tudo e sobre tudo, contava de 1 a 10 num inglês fofo, queria ser médica, depois aeromoça (foi quando descobri o medo de avião), policial, veterinária, bióloga, jornalista, advogada, até eu jurava que eu ia ter um futuro brilhante, desculpa Julinha de 8 anos eu te decepcionei, acabei sendo uma simples secretária, a vida não foi fácil sabe, eu nem sei explicar como tudo deu errado, mas olha deu, OPAAA na verdade sei sim lembrei tudo começou a dar errado quando a pré adolescência chegou, e junto com ela os hormônios e o sentimentos, e logo veio a primeira paixão e primeira desilusão amorosa, pensando grande bem, boa parte do meu sentimento de fracasso vem daí minha vida amorosa nula.
Eu sou uma mulher moderna, trabalho, p**o minhas contas, sou independente, dirijo muito bem, e até troco meu próprio chuveiro e faço pequenos reparos na minha casa, mas fui criada lendo,assistindo,consumindo aos maiores romances, fã de carteirinha dos filmes de princesas da Disney, então como eu posso não querer um romance, uma aventura e um final feliz? Uma mulher moderna não pode querer isso? Sim eu sei que não dependo exclusivamente disso para ser feliz, ou completa, e parece até patético falar que sinto que me sinto um fracasso por não ter encontrado o amor até hoje, mas a própria sociedade me cobra isso por ser mulher,: namoro que não pode ser muito longo, seguido de um noivado curto, um casamento luxuoso com uma noiva num vestido lindo, a casa grande de cerquinha branca, logo depois muitos filhos, mas como ficamos nós "as não casaveis"? Somos um fracasso só por não ter isso? Eu lutei muito contra esse sentimento, mais ele existe e está aqui no meu peito, eu sou uma romântica incurável é isso que acaba comigo, eu sempre enfio os pés pelas mãos e até mesmo quando é garantia de que vai dar tudo certo ainda sim dá tudo errado, minha lista de decepções amorosas é maior que eu que sou uma pessoa pequenininha de 1,60 parece piada mas não é, se eu escrevesse sobre todas as minhas desilusões e empilhasse certeza que a pilha ficaria mais alta que eu, é muita desilusão por metro, tá aí uma boa ideia, escrever sobre esse bando de meninos e homens em quem confiei, e que quebraram meu coração sem piedade, e depois queimar eles :) brincadeira não vou queimar ninguém, tomara que a polícia nunca leia esse diário Hahahahah, eu não sei nem por onde começar, talvez pelo pior? ou o mais recente? ou o mais mentiroso? ou aquele a vida não quis que desse certo? Para ser justa e não esquecer de nenhum, vamos começar pelo início mesmo:
Ruan o vizinho lindo
Ruan era filho de uma vizinha que também era muito amiga da minha mãe, ele era um menino lindo, o galãzinho do bairro e da escola, mas ele tinha 15 anos e eu 10, ele nem teve muita culpa coitado, afinal que culpa ele tinha por ser lindo? ah aqueles olhos azuis, nas minha fantasias pré adolescentes ele nunca ia namorar, ia esperar eu crescer e se declarar pra mim, e nos seríamos um casal incrível, eu só esqueci de combinar com ele, e qual não foi a minha tristeza ao ver ele com a primeira namorada, e depois a segunda, a terceira a quarta, a quinta e assim por diante, por que olha o nome dele era Ruan com R mais ele com certeza se inspirou no famoso Dom Juan com J, ele conseguiu quebrar o coração de uma boa parte da Cidade, foi com muita tristeza que eu reconheci que teria que esquecer dele. Alguns anos depois me apaixonei por um primo dele que era totalmente diferente, porém vamos seguir a ordem cronológica...
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Esse nem foi uma das maiores decepções, mas já era um indício, isso mesmo um indício do meu dedo podre, afinal como uma garotinha de 10 anos se apaixona por cafajeste em formação? seria só azar? claro que não dedo podre, qualquer psicólogo diria que foi só uma paixonite infantil que nada significava, mas hoje olhando pra trás eu digo que foi a primeira paixão que estabeleceu um padrão de qualidade, ou na verdade de falta de qualidade neeh? Passei os próximos anos da adolescência e da vida adulta me apaixonando por tipos semelhantes, mais velhos, bonitões, bad boys, e mulherengos e esse nem foi o pior, a única sorte é que eu era muito novinha e ele nem me enxergava, assim me salvei de ser mais uma de suas conquistas.
Nessa idade ainda tive outras pequenas paixões, ou crushes como chamamos hoje em dia, teve o menino bonitinho da igreja Daniel, o menino bonitinho da van escolar Richard, além dos crushes famosos como Bruno Gagliasso, entre outros galãs dos anos 90/2000, mas nenhum tão apocalíptico ao ponto de quebrar meu coração, mas conforme a adolescência tomava conta os realmente problemáticos que deixaram traumas pra vida adulta chegaram junto, o que hoje me faz reconhecer que minha mãe tinha total razão quando dizia pra mim não namorar cedo, e o que eu fiz? Desobedeci, tive pressa de crescer, pressa de me apaixonar, pressa de descobrir o amor e do que adiantou?
Luan o colega de escola
Luan foi talvez o menino que fugiu mais do estereótipo que eu costumava me atrair, ele era n***o, olhos castanhos e tinha a mesma idade que eu, e insistiu por quase um ano pra me conquistar, eu tinha 14 anos quando ele chegou transferido de outra escola pra minha, ele era divertido, engraçado, falante, inteligente, dedicado aos estudos e adorava mexer comigo, me fazia rir a aula inteira (um tipo perigosíssimo), as vezes até me irritava, e minhas amigas viviam dizendo que ele gostava de mim e eu jurava que era bobagem.Qual não foi a minha surpresa quando ele inventou de começar a me acompanhar até em casa depois da escola, mesmo assim eu jurava que era só amizade, além dele não fazer o meu tipo, eu também não era muito do tipo que os meninos gostavam, na verdade eu não era o tipo de ninguém, então pra mim não fazia sentido ele estar apaixonado por mim, no final do ano letivo, indo me levar em casa mais uma vez ele roubou um beijo e eu fiquei em choque, ele sorriu e foi embora.
Durante as férias eu não o vi, o ano era 2008 e não existiam tantas redes sociais como hoje, então não tive nenhum contato com ele, pensei naquele beijo roubado por meses, não sabia como agir quando a escola retornasse, o que fazer ou dizer e sendo adolescente optei pela mais óbvia: finger que nada aconteceu, eu ainda não tinha processado meus sentimentos por ele, e fiquei muito brava afinal foi meu primeiro beijo e ele estragou o que eu tinha imaginado, quando o ano letivo começou de novo torci muito para que a gente caísse em sala diferentes, assim não precisaria conviver com ele todos os dias na mesma sala, mas o destino decidiu o contrário, e logo ele começou de novo a estar sempre perto de mim, a me fazer rir o tempo todo, mas não citou o beijo roubado, de repente falava coisinhas bonitas, mexia nos meus cabelos, olhava nos meus olhos fixamente, e eu que não estava acostumada com isso achava estranho, não entendia o que ele queria com aquilo e como ele era muito palhaço, eu achava que era brincadeira.
Com o passar dos meses eu até inventei que tinha um namorado, pra afastar ele um pouco, e até funcionou por uma semana, mas ele disse que gostava de mim para um amigo dele, e esse amigo contou para uma amiga minha e ela me contou, fiquei mexida e depois de uns dias terminei o namoro falso e dei um jeito de espalhar a notícia, o amigo dele foi na hora conversar com a minha amiga, pra arrumar um esquema pra gente ficar, adolescente é tudo bobo neeh? olha que burocracia, 4 pessoas envolvidas pra apenas 2 se beijarem, mas era assim que as coisas aconteciam, e no mesmo dia aconteceu, no fim da aula, duas ruas depois da escola, enquanto os amigos olhavam se não vinha ninguém, embaixo de uma árvore ele segurou meu queixo com o dedo polegar e o indicador dobrado deu uma leve erguida na direção do rosto dele e me deu um beijo de verdade, muito diferente daquele roubado meses atrás, quando os lábios dele encostaram nos meus e sua língua encontrou a minha eu descobri aos 15 anos sensações que eu jamais imaginaria, era um sentimento único, novo, quente, que me fazia quase tremer, quando ele soltou meu rosto e me abraçou, eu agradeci mentalmente por que achei que ia cair se ele não me segurasse, e quando ele colocou uma das mãos entre meus cabelos e acariciou a minha nua eu senti um arrepio que percorreu todo meu corpo, com outra mão ele segurou meu quadril e eu senti como se estivesse pegando fogo, aquele foi o beijo perfeito, e naquele beijo, na forma doce que ele segurou meu rosto ele me conquistou depois de um ano, eu estava apaixonada, quando o beijo terminou e eu fui pra casa, o mundo parecia mais bonito.
Nos meses seguintes, minha rotina era ir pra escola e beijar muito na saída, sempre dávamos um jeito de arrumar cantinhos escondidos, nos braços e nos beijos dele eu descobria sensações que nunca imaginei serem possíveis, nossos beijos eram longos e quentes, era como quase tocar o paraíso, meu corpo reagia a cada toque dele, e ele aos meus, era incrível, sempre que eu estava com ele eu perdia a noção do tempo, não demorou muito pra eu entender que aquilo era excitação, logo eu aprendi a apreciar aquela sensação e ainda mais quando reconheci a excitação dele e como era gostosa aquela sensação. Esses momentos eram incríveis, mas como todo casalzinho adolescente tínhamos um problema não éramos um casal, não de verdade pelo menos, éramos só ficantes, eu ansiava pelo pedido de namoro, que nunca veio, tínhamos várias brigas, por que ele descobriu que eu tinha ciúmes e achou muito divertido me provocar, acho que alimentava o ego dele, as vezes ficávamos afastados por uns dias, mais não demorava muito a gente tava lá se pegando de novo, e com tanta pegação, tanta excitação logo a vontade de t*****r cresceu, meu corpo dava todo os sinais positivos, eu ardia de vontade de ir além, de ir até o fim, e ele com o tempo começou a reconhecer os sinais, descobriu cada pontinho do meu corpo que me fazia perder o juízo, mas sendo uma virgem adolescente mesmo com tanta vontade eu morria de medo, ele me seduzia, me deixava bêbada de desejo, mas eu não me sentia pronta e deixei claro, ele respeitou e eu achei que tava tudo bem, porém com o tempo todas as vezes que eu recusava coincidia com os momentos em que ficávamos afastados, ele dizia que me amava, que não vivia sem mim, que tudo em mim fazia ele me amar, que o brilho dos meus olhos era mais bonito que o das estrelas mas quando eu não fazia o que ele queria, ele me punia, com indiferença, frieza e até houve uma ocasião em que ele beijou outra menina na minha frente, seria o momento de colocar um ponto final, ter dignidade e partir pra próxima, mas não eu fui pra casa chorar de tristeza e remorso afinal a culpa era minha, se eu transasse com ele aquilo não aconteceria não é mesmo?
Eu vivia em completa confusão, meu corpo dizia sim, minha consciência dizia não, meu coração dizia que ele era perfeito,minha intuição gritava fique longe, uma mulher adulta e madura, teria ouvido a intuição que nunca erra, mas eu no alto da minha paixão adolescente, e da descoberta de um desejo s****l tão intenso fiz o que? Fui aprender sobre sexo, em minha defesa eu preciso dizer que eu não entendia o que tava acontecendo comigo, como eu tinha tanta vontade e ao mesmo tempo medo? Imaginei que seria falta de conhecimento sobre o assunto, minha mãe já havia me explicado o que era sexo e disse pra não fazer antes de casar, logo ela nunca me disse o que acontecia, sendo uma boa nerd resolvi estudar sobre o assunto, li tudo que encontrei sobre o assunto, algumas revistas teen da época tinham secções só pra isso, meu histórico do Google era apagado constantemente para meus pais não verem nada, e em alguns dias eu sabia tanto quanto uma sexóloga saberia, achei que assim estaria pronta,mas continuei sentindo que não, resolvi ver alguns vídeos pra entender melhor o assunto, o que foi um erro procurar sobre sexo na internet quando não se sabe o que procura pode gerar uns traumas, pensei que era a hora de agir meu corpo implorava por aquilo então qual era o problema? pesquei sobre o ponto de vista psicológico e fui entendendo que era uma insegurança normal, afinal tudo que alguém faz pela primeira vez da medo, gera insegurança, mas que refleti muito e decidi que eu queria e que iria acontecer, coloquei isso na minha cabeça, na verdade me obriguei a aceitar pois era isso ou perder ele pra sempre.
Procurei me reaproximar dele, que estava distante e fazendo de tudo pra chamar minha atenção e provocar meu ciúmes mais uma vez, como estudávamos a noite, na hora da troca de professores demos um jeito e fomos nos pegar dentro do banheiro da escola,fiz de tudo pra provocar ele e até me arrisquei a tocar o órgão dele com a mão pela primeira vez, ele parecia estar no céu, e tremeu muito de choque e excitação quando eu iniciei o sexo oral ,num ambiente totalmente proibido e perigoso o que só aumentava o t***o de ambos, fiz tudo como eu li e ele pareceu aprovar, depois de uns minutos ele ejaculou na privada, me abraçou totalmente confuso e disse a seguinte frase:
-Eu te amo, mas você me confunde, pra quem diz que não quer t*****r por que não tá pronta, você parece que está sabendo bastante do assunto...
Respondi com o beijo mais apaixonado que pude e quando ele me soltou eu disse :
-E quem disse que eu não quero?
Nunca vi um menino mais feliz na vida, acho que por ele teríamos terminado ali mesmo no banheiro, em resposta ele me beijou mais e pela primeira vez me masturbou até que eu em choque e agarrada a ele tive o primeiro orgasmo da minha vida, saímos desse banheiro escondidos e não sei como só perdemos uma aula, retornamos para a aula seguinte antes da troca de professores de novo, porém não existia mais clima nenhum pra prestar atenção em nenhuma aula, passamos o tempo todo olhando um pro outro, no intervalo ele foi até mim e sussurrou no meu ouvido:
-Para de me torturar e só me diz quando!
Só dele sussurrar no meu ouvido meu corpo reagiu e eu poderia agarrar ele ali, me controlei e sussurrei no ouvido dele:
-Amanhã!
Recebi o sorriso mais lindo de volta e ele se afastou, na saída combinamos de matar aula no dia seguinte e que ele levaria a camisinha, e depois iriamos pra minha casa que estaria vazia, parecia perfeito, meu pai estaria trabalhando e minha mãe numa atividade da igreja e só chegaria tarde da noite, eu só precisei manter o teatro, me arrumei fingi que fui pra escola e encontrei com ele numa outra rua, esperamos até o horário em que eu sabia que minha mãe ia sair e fomos direto pra minha casa, eu tremia de emoção, de anciedade, de excitação levei ele pro meu quarto, ele parecia calmo, e tinha assumido uma postura de "homem",
me beijou e foi lentamente tirando minha roupa, quando eu estava só de calcinha e sutiã que numa tentativa de ser sexy, era tudo vermelho com coraçãozinho eu tirei a dele deixando ele só de cueca, era o momento mais excitante da minha vida, nos deitamos na cama e ficamos alguns minutos assim nos provocando e curtindo aquele momento que parecia perfeito, eu tava no céu, quando já estávamos bem excitados ele foi tirar a cueca e logo depois minha calcinha e de repente congelei, estava faltando alguma coisa...
- Luan cadê a camisinha? eu pedi pra você trazer.
-Relaxa amor na primeira vez não engravida nem nada...
-Como não Luan? Tá Maluco engravida sim, e também tem doenças. - e já fui me sentando na cama.
-Amor eu sou virgem você também que doença que tem?
-Ta mais tu tá querendo ser pai é?eu não tô querendo ser mãe não, se tu trouxe a camisinha vá pegar agora!
-Julia relaxa minha princesa, na primeira ninguém engravida, e eu posso muito bem gozar fora e não vai dar nada.
-Você tá brincando neeh? Eu li sobre isso e engravida sim, ou põe a camisinha ou nada feito!
-Ju você leu sobre isso, você não viveu como sabe que é assim mesmo?
-Lu presta atenção amor, você também não viveu como sabe que é assim? Eu pesquisei, vi vídeos de médicos explicando, tu quer saber mais que um médico que estudou?
-Ta me chamando de burro??
Pronto o clima morreu, não tinha como continuar com nada depois disso, vestimos a roupa e ele foi embora muito chateado, no dia seguinte na escola ele não fez muita questão de ficar perto de mim, por dentro eu tava morrendo de tristeza tinha vivido os dois momentos mais quentes da minha vida faziam poucas horas e agora ele tava distante de novo, eu não sabia como me reaproximar e mesmo estando certa eu me sentia culpada e até comecei a pensar que devia ter deixado rolar sem camisinha mesmo, quando eu já estava sem esperança ele se aproximou de novo, matamos aula novamente e fomos pra uma praça e lá ele me fez outra declaração , nas palavras dele:
-Você é minha luz, não consigo ficar longe, você me confunde, me excita e me deixa na mão, o que eu sinto por você tem horas que eu nem sei se é amor ou paixão, seu jeitinho, seu corpo, seus beijos tudo em você me deixa louco, mas as vezes acho que você não sente o mesmo, que não gosta de mim, preciso te entender, me diz o que você sente?
- Luan é claro que te amo, eu tô muito apaixonada por você, a gente briga, você fica com outras, me irrita, mas mesmo assim eu tô sempre voltando a ficar com você, eu também fico louca por você, mas as vezes você parece que faz tudo ao contrário do que eu peço, aquele dia na minha casa foi exemplo disso, custava ter levado a camisinha?
- Você sempre com esse ciúmes por isso que a gente briga, você às vezes me sufoca, aquele dia eu não levei por que admito que fiquei com vergonha de ir comprar mais uma coisa não tem nada haver com a outra, você quer ou não quer?
-Aquele dia eu queria, mas agora você me deixou com medo...
-Poxa eu te amo, faço tudo por você Julia, eu olha só o quanto eu corri atrás pra ficar com você, vamos ficar nessa até quando? Preciso que você me dê uma prova definitiva do seu amor por mim!
-Como assim?
-Você sabe meu amor você sabe...
Pronto, com essas palavras e esse pedido de "prova de amor" ele fez um alarme soar na minha mente, ele me deu um prazo para pensar,as férias do meio do ano que começariam no dia seguinte, dessa vez eu tinha o número do celular dele, assim eu poderia ligar e não ficaríamos tão afastados assim, já que ele morava num bairro mais distante e ficaria difícil a gente se ver. Fiquei muito pensativa, até questionando meus sentimentos por ele, repensado se realmente era daquele jeito que eu queria perder a virgindade, afinal ele não era nem meu namorado, e não tinha sido daquela forma que eu imaginei, eu esperava mais romance e não ter que me entregar pra provar alguma coisa, no primeiro dia de férias eu não liguei esperando que ele me ligasse, o que não aconteceu, no segundo não me contive e liguei, ele era uma droga e eu estava viciada precisava pelo menos ouvir a voz dele, e em poucos minutos de conversar eu já estava lá bobinha de novo, ele me contou da aula de violão que tinha começado a fazer, sobre o dia dele, perguntou do meu, falou que já estava com saudades, mas antes de desligar resolveu me lembrar da nossa pendência.
-Você tá pensando neeh Ju?
-Estou sim, pesando o tempo todo na verdade.
-Fico feliz, você não sabe como é importante pra mim, te amo, tchau!
-Eu também te amo, tchau!
Dessa vez o alarme dentro de mim soou ainda mais alto, não sabia o que fazer, não parecia certo e agora o medo tinha voltado, minhas amigas eram inúteis para dar conselhos, a maioria já tinha tido sua primeira vez, e muitas diziam que eu devia ir logo que só assim o medo passava, eu até pensava que estava pronta mas no momento em que devia rolar ele não conseguiu seguir um simples combinado, poxa eu já estava sedendo a casa e oportunidade custava ele levar a camisinha? Se não quisesse comprar fosse no posto e pegasse de graça, até pensei em ir porém acho que ele não usaria mesmo que eu tivesse levado, eu estava literalmente entre a cruz e a espada. Conversamos outras vezes por ligação ele tinha o poder de me fazer rir demais o tempo todo, e nesses momentos eu até esquecia a situação toda, em alguns momentos parecia que havia esperança para nós, mas em outros eu achava que ele queria apenas sexo e logo!
Provavelmente aquelas foram as piores férias da minha vida, eu estava dívida entre a ansiedade de voltar logo e poder ver ele novamente e o medo de dar uma resposta definitiva, sabia que se ele me beijasse e seduzisse da maneira certa eu provavelmente não teria forças pra resistir, quando as aulas finalmente voltaram foi uma versão minha muito trêmula que entrou na sala procurando por ele, um misto de alívio e preocupação me invadiu quando vi que ele tinha faltado, pensei que seria mais um dia de prazo, mais ao mesmo tempo estranhei já que ele raramente faltava,no intervalo resolvi ligar para saber se estava tudo bem, chamou uma, duas e de repente parou, obviamente alguém recusou a chamada, liguei novamente e para minha surpresa aquela voz disse : Celular desligado ou fora de área.
No dia seguinte pensei o tempo todo como tinha sido estranho a sequência de acontecimentos: primeiro ele dizer as férias todas que tava ansioso pra me ver, segundo insistir sempre que podia para que eu cedesse de uma vez, e terceiro faltar justamente no dia em que ele teria a resposta que tanto esperava, e quarto não atender minha ligação e logo em seguida desligar o celular, as peças não se encaixavam, tentei não ficar muito preocupada meu coração insistia em dizer que talvez ele tivesse ficado doente, mas minha intuição dizia que tinha mais coisa, e minha intuição acertou em cheio,eu me arrumei para ir para escola naquele dia com a sensação de que tinha uma nuvem carregara com raios e trovões bem em cima de mim, cheguei até antes do horário de tão ansiosa, esperei a escola abrir, fui a primeira aluna a entrar, andei diretamente pra minha sala e me sentei no meu lugar, abri a mochila e coloquei os matérias na mesa e lá fiquei sentada, aos poucos os outros alunos foram chegando e indo pros seus lugares, alguns me cumprimentaram e eu sinceramente não me lembro se respondi com algo além de um balançar de cabeça, o barulho de conversa logo encheu a sala, mais eu só ouvia meu coração, quando ele finalmente entrou na sala pronto para esclarecer tudo, sorrindo, com seu habitual caminhar confiante, foi direto ao grupinho de amigos dele que já tinha chegado, cumprimentando um por um com toques de mão, não olhou nenhuma vez na direção em que ele sabia que eu estaria sentada, meus ouvidos de repente captaram a seguinte pergunta feita por um dos amigos:
-E aí mano faltou ontem por que?
Ao que um Luan, sorridente e muito satisfeito respondeu:
-Ah ontem tava cansado ta ligado? sai com a minha namorada, então já sabe...
E todos do grupinho que devia ter uns 5 meninos fizeram corinho de sons sexuais e todos riram, e somente nessa hora ele olhou diretamente para mim, a expressão em seu rosto era uma mistura de deboche e ousadia, naquele momento tudo que desejei era que um buraco se abrisse sobre os meus pés para eu entrar dentro, minha humilhação naquele momento só não foi maior por que nós nunca ficamos de maneira assumida para todos da escola saber, tínhamos um caso anônimo por decisão minha, provavelmente foi a única decisão inteligente que tive, pois não queria fofoquinhas com meu nome nos corredores da escola, graças a isso eu pude fingir que nada tava acontecendo, tentei manter as aparências, não derramei nenhuma lágrima, fiz minhas tarefas, conversei com amigas, brinquei e dei risada, mas quando cheguei em casa, quase não deu tempo de abrir a porta, corri direto pro meu quarto, deixando toda a familia preocupada na sala ,chorei a noite toda, meu coração parecia sangrar, cada centímetro do meu corpo doía, mas jurei pra mim que aquela era a última vez que iria chorar por ele, o único problema desse juramento é que além de eu ser uma mentirosa, ele estava disposto a me magoar de todas as formas possíveis, entre todas as meninas do mundo ele fez questão de namorar com uma que era da sala ao lado para esfregar na minha cara!
Com muito esforço fui para a escola no dia seguinte, não queria faltar para não demonstrar que ele tinha me atingido, agi como sempre, mas ele estava lá me irritando só por respirar, minha vontade era bater nele, descontar toda minha raiva e fazer o corpo dele doer como o meu doía, por que ele estava muito bem lá sorrindo e desfilando com a namoradinha, ele fez aquela semana ser a pior da minha vida, na escola eu aguentava firme, mas em casa eu me desmanchava em lágrimas, e tomada pela raiva, ciúmes e mágoa tomei a atitude mais mesquinha que pude: Beijei outro menino na frente dele, não me orgulho disso, mas eu era um animal ferido atacando com a mesma arma qual a qual tinha sido atacada, e para a minha satisfação acertei o alvo, a cara dele foi impagável, e o mais importante ele ficou com ciúmes.
Ficar com o outro menino foi um ato impensado, mas teve um resultado muito positivo em mim, Benício ou Ben como era conhecido na escola, já estava no 3° ano enquanto eu estava no 1°, logo ele era mais velho, porém muito mais carinhoso era muito legal, não cheguei a me apaixonar por ele mas graças a ele eu tive tempo de tomar um fôlego daquela paixão e t***o desenfreadas em que antes estava envolvida, foi com ele que fui a primeira vez num encontro oficial, num cinema e assistimos um filme e comemos uma lanche, para mim era tudo incrível, e admito que ele me ajudou a esquecer pelo menos momentaneamente o Luan, mas a verdade era que não tínhamos fogo, química, gostávamos da companhia um do outro, riamos muito juntos, ele me ensinava muito nas matérias que eu tinha dificuldade, mas a verdade é que depois de algumas semanas, nós éramos apenas bons amigos, e numa conversa muito saudável resolvemos investir naquela relação como amigos.Nesse ponto eu estava bem e disposta a ficar sozinha, tinha sido um ano bem turbulento para mim, eu fui do primeiro beijo a quase primeira transa em poucos meses, mas enquanto para mim tudo ia bem para Luan e sua casa namoradinha a coisa ia m*l, a fofoca dos corredores era que eles brigavam muito, por diversos motivos, mas principalmente por que ela não gostou dele contar que eles já tinham relações sexuais, além da fama r**m que isso gerou pra ela, e em poucos dias os dois pareciam cada vez mas distantes, e eu adorando...