Capítulo 01
A neve cobria toda a cidade de Buffalo, tornando o lugarzinho às margens do lago Erie, em uma cidade costeira congelante e charmosa. Se não fosse pela dificuldade de locomoção que a camada de gelo proporcionava, Buffalo seria ideal para você tomar um café bem saboroso e quente enquanto lia um jornal, sentado numa daquelas mesas de frente para um café onde as cadeiras nunca estavam totalmente seguras no chão.
Num dia ensolarado onde era possível ver as nuvens fofas no céu e os pássaros cantando em seus galhos nas árvores, Buffalo era tão encantadora que mais parecia um tipo de protetor de tela de celular, e, aquilo fazia dela um lugar perfeito para o turismo. Acontece que com toda a neve que caía agora, era esperado que os turistas que movimentavam Buffalo no verão, tivessem optado por destinos onde o uso de agasalhos e cachecóis não é necessário, e conseguir um bronzeado enquanto toma uma bebida gelada na beira do mar ou de uma piscina, é algo possível.
Todavia, embora Buffalo fosse tão bonita, quando criança, Anastasia tinha seus próprios sonhos. Ela tinha o desejo genuíno de viajar o mundo e conhecer outros lugares. Ela sonhava em conhecer culturas alegres onde as pessoas dançavam e eram felizes a maior parte do tempo. Um lugar que lhe fizesse lembrar um pouco de casa e sobre como os franceses eram elegantes e tão mais charmosos do que os Novayorkinos e suas vidas agitadas que se moviam tão depressa.
Mas, embora tivesse sonhos quase genuínos para alguém de sua idade, quando criança, a jovem ômega sonhava com um lugar onde as casas eram construídas em áreas cheias de vegetação, com animais pastando a quilômetros de distância e castelos que se erguiam no horizonte montanhoso e sem fim. Onde ela pudesse se sentir um pouco mais perto de seu "eu" de cinco anos de idade.
Em seus sonhos infantis, Anastasia acreditava que existiam fadas lá, e duendes que tocavam flautas e contavam histórias mágicas.
Mas, infelizmente, nem todos os contos de fada tinham finais felizes. Anastasia agora cresceu, ainda tinha seus sonhos, mas ainda continuava em Buffalo.
E, com um emprego pouco remunerado numa loja de antiquário.
• • •
Fazendo alguns ajustes em um elegante relógio cuco, Ana não deu ouvidos ao seu chefe que atendia o telefone atrás de sua mesa. Então, por sua vez, ela se distraiu com a silhueta de uma garotinha do outro lado da vitrine. A menina acenou para ela e Ana acenou de volta com um sorriso radiante, enquanto a garota partia, acompanhada de uma mulher. Inconsciente de que uma figura alta e usando um casaco preto a observava do outro lado da rua, Ana tinha uma expressão iluminada e cheia de dentes alvos.
O homem misterioso fez uma anotação em seu pequeno bloco e o guardou no bolso interno do casaco antes de respirar o ar gelado e se afastar de lá.
A ligação de seu chefe acabou e quando ele desligou o telefone, o sino atrás da porta tocou, chamando a atenção da jovem de olhos azuis, que se adiantou para fazer seu trabalho quando um cliente entrou na loja.
━ Eu atendo. - Ana se aproximou da mulher em questão e a abordou com uma gentileza polida. ━ Oi, eu posso ajudar?
━ Sim, eu estou procurando um presente para minha filha - a mulher respondeu.
━ Certo, e do que ela gosta? - A jovem ômega perguntou.
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━ Sanguessuga! - a senhora e babá das crianças vibrou enquanto rabiscava a página de palavras cruzadas do jornal do dia.
━ Vampiro.
Enquanto a idosa parecia distraída com suas palavras cruzadas e bem acomodada numa poltrona na sala, na cozinha, a pequena Louise usava uma faca para passar pasta de amendoim numa fatia de pão.
Até o pote de chocolate em ** escorrer de sua mão e derramar.
━ Louise, você está bagunçando aí? - a voz da babá veio da sala, fazendo a menina se encolher um pouco, exatamente como as crianças faziam quando estavam aprontando.
━ Não, só estou preparando um sanduíche. - Louise respondeu com um sorriso culpado antes de sair nas pontas dos dedos.
Satisfeita com a resposta, a Sra Agnes voltou a bebericar seu chá, até encontrar um frasco de super cola deixado na mesa de centro e lembrar que aquilo deveria ter sido usado por ele: Liam.
━ Liam! - Agnes gritou de seu lugar, mas não obteve resposta.
Cuidar daquelas crianças exigia mais do que o esperado.
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Enquanto isso, longe de casa, Liam se aventurava como qualquer adolescente de quatorze anos numa loja de discos e games.
━ Cara, que legal, o m******e dos ninjas da Yakuza - ele sussurrou, admirando a capa sangrenta do game violento.
━ Oi, Liam! Como você está? - Sophie, uma adolescente de sua idade o cumprimentou com um sorriso arteiro. A aparição da garota o deixou ligeiramente desconfortável, como se tivesse sido pego fazendo algo ilegal. (Bem, ainda que tecnicamente ele estivesse fazendo, sim.)
━ Sophie, o que você está fazendo aqui? Para de me seguir. - o jovem respondeu com olhos culpados.
━ Sou sua vizinha. E também costumo vir aqui - ela respondeu, puxando a capa do game das mãos dele para ler seu título. Devolvendo-o, ela olhou para Liam com uma sobrancelha erguida. ━ Você sabe que esse jogo é para maiores de dezessete anos.
━ Ótimo, me fala uma coisa que eu não saiba - ele respondeu com desdém.
━ O Bob doido nunca vai deixar você comprar. - ela respondeu num tom baixinho, olhando na direção do atendente entediado que usava um uniforme laranja e amarelo, de pé, atrás da caixa registradora.
Bob era um rapaz carrancudo que no momento parecia muito concentrado com algo em seu computador.
━ Por isso eu só vou pegar emprestado. - Conner sussurrou de forma conspiratória.
Ao notar o fuxico dos dois, Bob rangeu mau-humorado.
━ Já acharam o que estão procurando?
━ Sim - respondeu Liam rapidamente antes de esconder o jogo dentro da jaqueta ao ver que Bob tinha voltado seus olhos para o monitor. Olhando de volta para Sophie, Liam começou a se dirigir até a saída. ━ Tô indo embora.
Sophie rapidamente começou a segui-lo para fora, até que o detector antifurtos começou a bipar descontroladamente quando os dois passaram pela porta, fazendo com que Bob voltasse seus olhos arregalados na direção da entrada da loja.
━ Ei, parem! - Bob latiu antes de praticamente pular o balcão para correr atrás dos dois adolescentes.
━ Vem logo, vamos! - Liam correu, ainda que derrapando no gelo da calçada enquanto Sophie corria logo atrás.
━ Ele tá vindo, Liam, rápido! - Sophie gritou enquanto tentavam fugir de Bob, que gritava, praguejando para os dois jovens.
Enquanto tropeçava nas pessoas que transitava, espalhadas pela calçada e deslizava na neve, Bob se esforçava para alcançar os dois, mas sem muito sucesso.
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Em casa, sem a supervisão da Sra Agnes que ainda estava muito entretida com sua emocionante página de palavras cruzadas, Louise, com seu incrível talento de uma garotinha de sete anos de idade, havia acabado de colocar a roupa na máquina de lavar. Inconsciente de que o nível de amaciante havia ultrapassado o necessário, a menina acreditou que havia feito um excelente trabalho ao pressionar o botão de lavagem.
━ Liam? - Agnes usou os nós dos dedos para bater na porta do quarto do garoto, mas sem resposta. A porta estava trancada e a placa com o aviso de "não entre" estava claro na porta. Mesmo assim a babá continuou chamando, mas o garoto simplesmente não respondia.
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━ É perfeito, como você fez isso tão rápido? - a cliente perguntou, encantada com o desempenho de Anastasia ao providenciar um presente para sua filha. Uma caixinha de música elegante e dourada que tocava um som agradável.
Anastasia sorriu com meiguice.
━ Tenho uma menina de sete anos e um adolescente. - respondeu.
━ Meio irmãos? - a cliente perguntou com uma curiosidade genuína, afinal, Ana parecia muito jovem.
━ Não, eu sou a tia deles, e tutora legal. Somos só nós três, e eu tenho também uma babá que mantém tudo sob controle. - ela sorriu docemente.
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O nível da espuma que saía da máquina de lavar era assustador. A área de serviço estava cheia dela e o pequeno caos espumante estava por todos os lados quando a Sra Agnes abriu a porta e gritou ao ver aquilo. Correndo para desligar a máquina, a babá escorregou e caiu, enquanto a pequena Louise testemunhava tudo, parada na entrada.
━ Senhora Agnes. - Louise pôde ver a babá saindo do meio da espuma como se fosse o d***o. ━ Está tudo bem?
Com a falta de resposta e a cara f**a da mulher, Louise decidiu correr para o quarto do irmão, pois sabia que estava encrencada.
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━ Feliz Natal e volte sempre. - Anastasia desejou com satisfação ao ver a cliente ir embora com o presente ideal para a filha.
Quando finalmente ficou sozinha com o chefe, Ana sorriu empolgada.
━ Otto, consegui vender a caixinha de música de edição limitada. - ela estava borbulhante ao anunciar. ━ Sabe, se eu achasse um cliente para aquele relógio esquisito, seria incrível.
Sentado atrás da mesa, o homem suspirou.
━ Ana, escute, precisamos conversar - anunciou. ━ Sente-se.
O semblante iluminado dela obscureceu um pouco. Então ela fez o que foi pedido, sentando-se na cadeira de frente para a dele.
━ Sei que já percebeu que os negócios não vão bem. - Otto lamentou.
━ Mas posso fazer melhor que isto - ela engasgou, como se tivesse feito algo muito errado.
━ Você tem sido ótima. Posso imaginar como foi difícil esse ano, desde que perdeu seu irmão e sua cunhada num natal e você teve que ficar com as crianças. - Otto a viu engolir um nódulo duro.
━ Nós estamos superando isso. - Ana ponderou ao responder quase num sopro.
━ Olha, não é fácil dizer isso, mas eu não tenho mais como manter você aqui. E se as coisas não melhorarem, talvez eu tenha que fechar a loja. - Otto lamentou.
━ Não, Otto, por favor. Eu realmente preciso desse emprego. - ela tinha uma expressão de dor.
━ Eu sinto muito, querida. - Otto comprimiu um músculo da mandíbula. ━ Eu sei que é a melhor vendedora que eu já tive. Eu vou ver alguém para te ajudar num trabalho.
Ana suspirou e tentou sorrir enquanto engolia as lágrimas. Não iria chorar. Não iria se desesperar agora. Ela precisava se manter positiva.
━ Tá, obrigada.
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Um Liam ofegante correu desesperado, pulou a cerca do jardim e entrou em casa pela janela do quarto.
━ Liam, abre essa porta, temos uma emergência! - Louise bateu desesperada na porta, girando a maçaneta trancada enquanto berrava.
Foi quando o adolescente abriu a porta e colocou a cabeça para fora. Percebendo como o garoto estava ofegante e usava casaco e cachecol, Louise franziu o cenho.
━ Você saiu de casa, né? Eu vou contar.
Liam rapidamente se agachou, ficando no nível do rosto da garota, que segurava uma boneca como se fosse seu bem mais precioso no mundo.
━ Uma palavra e a boneca Lily perde a cabeça, entendeu? - Louise balançou a cabeça depressa, fazendo um som de concordância. ━ Que bom.
• • •
Ana parecia furiosa ao estacionar o antigo Chevrolet na vaga apropriada na frente de casa, mas, no processo acabou batendo em algumas latas de lixo, causando um estrago no veículo já gasto.
Aquilo a fez ficar ainda mais irritada enquanto pegava a bolsa e descia do carro. Ela entrou, pendurou o cachecol num gancho atrás da porta e fez o mesmo com o casaco.
━ Liam, você deixou as latas de lixo no caminho de novo. - Ana deixou o molho de chaves no aparador e cruzou o corredor, se deparando com a Sra Agnes que parecia descabelada.
━ Eu não aguento mais isso! - a mulher idosa abanava as mãos como se estivessem escaldando.
━ Ele é um assassino! - uma Louise chorosa estendia a boneca Lily sem cabeça em direção a Ana.
━ Você pediu por isso, pirralha! - Liam bufava.
Ana jurou que podia sentir uma enxaqueca chegando quando ouviu todas as reclamações. Ela nem mesmo havia pisado em casa e já tinha um milhão de coisas para cuidar.
━ Tá bom, tá bom, o que aconteceu? - Ana perguntou.
━ Tia Ana, o Liam matou a boneca Lily. - Louise choramingou, infeliz.
━ Ele saiu escondido de novo. - Agnes apontou.
━ Saiu escondido? - Ana franziu o cenho, voltando seus lindos e afiados olhos azuis na direção do adolescente.
Liam se encolheu, culpado.
━ Espere só até você ver a lavanderia. - a babá bateu o pé.
━ Senhora Watson, eu sinto muito. - Ana lamentou preocupada. Ela sabia bem os sobrinhos que tinha.
Agnes bufou com desdém e lhe deu as costas, indo recolher a bolsa deixada numa cadeira. Ao ver as condições da mulher, que tinha as costas totalmente molhadas e sujas de espuma, Ana arregalou os olhos, culpada.
Todavia, Agnes não conseguiu puxar a bolsa, porque a coisa simplesmente não saía de lá.
━ Liam, você colou a bolsa dela? - Ana simplesmente não conseguia acreditar.
Enquanto isso, Liam estava rindo da cena, enquanto Louise ainda abraçava a boneca Lily sem cabeça.
━ É isto, eu desisto! - Agnes puxou a bolsa rasgada.
━ Não, não, não Sra. Watson, não desista. Eu preciso da senhora. - Anastasia implorou.
━ O que você precisa é da SWAT, querida.
- Agnes nem mesmo quis ouvir enquanto se dirigia até a porta, parando abruptamente com um dedo apontando. A mulher se virou e Ana precisou parar depressa, antes de trombar com ela.
━ Ah, e mais uma coisa: seu cheque voltou... De novo.
Anastasia não teve palavras ao ver a babá partir.
Ela precisava se manter positiva.
• • •
Mais tarde naquele dia, a jovem ômega verificou a capa do game que Liam havia tirado emprestado da loja de discos.
Lendo a faixa vermelha das advertências na capa, ela olhava para o garoto, sentado de frente para ela. Louise também estava lá.
━ Violência intensa, humor c***l, sangue, assassinato. Ah, temos também conteúdo sugestivo. - Ana ironizou, enfurecida. Jogando a capa do game na mesa, ela bufou, cruzando os braços no peito. ━ Liam, você está de castigo por duas semanas.
O adolescente ficou pasmo.
━ Não, não tô. - ele parecia não acreditar no que a tia tinha acabado de dizer.
━ Sim, você está. - Anastasia pontuou.
━ Mas é feriado de Natal. - ele defendeu.
━ E sem TV - ela completou a sentença.
━ O que? Isso é besteira. É apenas um jogo.
━ Não, não é besteira. - Anastasia travou a mandíbula.
Ela não queria jogar os problemas do dia nos ombros do garoto, mas Liam estava na idade mais difícil de sua vida.
━ É melhor tomar cuidado, Liam. O Papai Noel não vai te dar presente esse ano. - a pequena Louise disse como se a bronca fosse muito honesta.
━ E daí? Todo mundo sabe que não existe Papai Noel. - ele bufou, fazendo com que a menina se encolhesse, chorosa.
━ Como pôde dizer isso? - Ana o repreendeu. ━ Claro que o Papai Noel existe.
Enfurecido, ele levantou da cadeira.
━ Esse é o pior Natal de todos. - o garoto latiu, desaparecendo no corredor.
━ Liam, espera. - Anastasia se levantou, mas o menino já tinha desaparecido de vista.
Louise ainda chorava, inconsolada. Até que Anastasia tratou de amparar a sobrinha.
━ Louise, venha cá, querida.
Por ser ainda muito pequena e inocente, Louise era a mais sensível, e consequentemente alvo do péssimo humor e temperamento de Liam. Pegando a menina no colo, Anastasia a abraçou carinhosamente como pôde.
━ Não chore, amor. - ela a consolou.
━ O Liam falou que não existe Papai Noel. - ela lamentou.
━ Querida, ele não quis dizer isto. - Ana sorriu docemente. ━ Olha só, não é porque somos só nós três agora, que não existe Papai Noel. Tem apenas que acreditar.
━ Eu acredito. - Louise respondeu com um sorriso tão doce que aqueceu o coração de Ana.
━ Eu também, meu bem. - ela beijou a têmpora da pequena, refletindo os acontecimentos do dia.
Agora ela tinha duas crianças, um carro quebrado, contas para pagar e a Sra Agnes havia se demitido. Perfeito.
• • •
Liam parecia furioso enquanto olhava para o teto. Sua vida era uma d***a e agora precisava contemplar o início de seu castigo.
Até que uma batida na porta o arrancou de seu devaneio, seguida da aparição de Anastasia, que entrava no quarto dele.
Aproximando-se da cama, ela sentou na beira dela e suspirou.
━ Liam, eu sei que está muito bravo comigo, mas, acabar com os sonhos de sua irmãzinha é um jeito terrível de começar o Natal.
O garoto suspirou baixinho.
━ Desculpe.
━ Eu e a Louise vamos comprar a árvore amanhã. Quer vir com a gente? - ela perguntou gentilmente.
━ Eu só queria que o Natal acabasse. A única coisa que me faz lembrar, é a perda dos meus pais - o garoto lamentou antes de rolar para o lado, enfiar os fones de ouvido nas orelhas e ficar quieto.
Ana sentiu um aperto no peito ao ver aquilo e ficou quieta.
Ela sabia que tentar confortar o garoto não adiantava, então decidiu deixar o quarto dele.
Liam parecia lidar melhor com seus conflitos internos sozinho, de alguma maneira.
• • •
Por algum momento Ana ficou inerte, sozinha e sem ação, parada no corredor até alguém bater na porta na frente, atraindo sua atenção.
Seguindo até lá, ela girou a maçaneta e se deparou com uma figura alta e de casaco preto.
━ Boa noite, meu nome é Hector Wilson. - o homem se apresentou, fazendo com que Ana se perguntasse de onde ele vinha.
Todavia, a figura de Louise surgiu, fazendo com que Ana apertasse a garotinha contra sua lateral, enquanto o homem estranho se agachava de frente para as duas, ficando no nível dos olhos de Louise.
━ Você deve ser a Srta Louise. Eu trabalhei para o seu avô. - Hector sorriu.
━ Tá dizendo que eu tenho um avô? - a menina perguntou entusiasmada.
━ Bom, é claro que você tem. - respondeu o Sr. Wilson.
Ana limpou a garganta e apertou um pouco o ombro da sobrinha.
━ Louise, eu e o Sr. Wilson precisamos ter uma conversa de adultos. - Ana viu a menina entrar para deixá-los sozinhos.
━ Só preciso de cinco minutos. - ele disse.
━ Tudo bem. - respondeu ao abrir a porta para que ele entrasse.
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