A Virada de Mesa
1808 Words
Acordei num quarto de motel com o medíocre do Liam ao meu lado. Olhei para o espelho que ficava no teto, e fiquei pensando na reviravolta que se tornou a minha vida.
Perdi minha virgindade com o Lorenzo para se tornar uma mulher mais interessante pro Pither. E m*l sabia eu que logo uma ninfeta ia deixa-lo louco!
Agora estou aliada ao Liam de corpo e alma! Me sinto suja quando olho meu reflexo no espelho!
Não sou a mesma pessoa tem um tempo já! Eu não nasci r**m! A pobreza me deixou má... Gananciosa, e desesperada!
Levo comigo no ventre um filho que será vitima das minhas escolhas erradas. Talvez ele nunca saberá que seu pai é mecânico de dia e faz faculdade de engenharia à noite. Que aos sábados e domingos faz b***s de garçom, e adora usar uma camisa verde.
Vou ter que convencer toda a família, inclusive meus pais que esse bebê é do Pither. Tirando forças sabe Deus da onde pra não vacilar um segundo sequer nessa guerra!
Apareci logo pela manhã na casa dos De'Fragma. O Porteiro liberava minha passagem, Pither nem precisava autorizar. E por isso eu sempre chegava de surpresa.
Talvez eu não seja tão insignificante assim como Pither diz ser... Se não já tinha bloqueado a minha entrada!
Eu quis falar sobre o exame na frente de Esther! Só pra tirar aquele sorrisinho bobo do seu rosto.
Coitadinha! Os olhinhos de apaixonada dela rapidamente viraram rios de lágrimas, quando contei que Pither e eu teríamos um filho.
Pither me olhou desacreditado! Sentou se no sofá com suas mãos sobre o rosto inconformado!
E eu amando todo esse alarde que causei naquela casa! Esther empalideceu quando viu o resultado do exame.
Naquele momento eu senti que aquela batalha eu tinha vencido! Principalmente após as comemorações do Senhor Álvaro em relação a mim e ao bebê.
Fomos para o escritório. Eu precisava deixar o casalzinho conversar sozinhos! Ouvimos vozes vindo da sala, Pither e a princesinha pareciam estar discutindo.
Soltei o ar de vanglória pela boca... Enfim a queda de Esther!
Senhor Álvaro tentava disfarçar os gritos, mas eu nem me incomodei! Se tudo desse certo Pither ficaria comigo e o seu "Filho". E a Polly correria para os braços de Liam!
Saí daquela casa de cabeça erguida marchando como um fuzileiro após a guerra vencida!
- Que diabos você está fazendo que não te vi quando acordei? Liam mandou-me uma mensagem irritado.
- Parte do plano foi concluído com sucesso Liam! Pither juntamente com a sua protegida já sabem do bebê!
- E a Esther como reagiu a notícia? Perguntou.
Revirei os olhos.
- Está arrasada! Pither e ela discutiram! Expliquei.
- Ótimo Déborah! Liam comemorou. - Agora pega as suas coisas e se mude para a casa dos De'Fragma! Só assim você vai por um ponto final pra sempre no caso desses dois!
E foi o que eu fiz. Peguei minhas coisas e voltei pra mansão alegando que tinha discutido com os meus pais.
Se a intenção era enlouquecer o Pither pode ter certeza que funcionou. Ele quase infartou quando me viu de malas e tudo no hall de entrada da sua casa.
Fez grosserias! Disse não ia levar as malas! Gritou, esperneou... Mas no final teve que me engolir!
Meus pais não concordaram muito com a idéia de eu confrontar a Esther dentro da casa dos De'Fragma. Mas era o único jeito daquela garota se tocar que ela tinha se metido no lugar errado!
E também eu finalmente tive o prazer de me vingar de tudo o que a Diana me fez passar... Eu aguentei sua cara de desprezo, sua indiferença quando eu ligava, e o modo como me enfrentou aquela vez pra defender a Esther.
Hoje eu posso desfrutar da sua agonia toda vez em que me traz algo e eu coloco defeito em tudo. Só pra irrita-la! Diana ou Naná como Pither a chama, não pode falar nada contra a mim... Pois estou grávida!
Tenho deixado os dias infernais para a Diana. Trato todos os empregados bem... Mas ela não! Faço questão de mostrar o rancor que tenho dela!
A pequena e ingênua Esther vive trancafiada no quarto. Pither deu pra fugir de mim sempre que pode! Ele passa muito tempo na clínica e nos seus dias de folga sempre se esconde em algum canto da casa, só para que eu não o encontre.
Vi Esther parada em frente ao quadro da sala, então resolvi cutucar.
-Pode admirar o quanto quiser, mas você nunca será tão linda como a mãe dele! Falei a provocando.
- Nem você! Respondeu friamente. - Mas.... Continuou. - Você tem uma grande chance de ter uma filha parecida com a avó! Acredito que esse seja o sonho do Pither...
Nesse momento suas palavras me deixaram tensa. Ela aproveitou que permaneci quieta e andou pela sala destemida.
- Sabe Déborah... Aposto que seu filho terá olhos claros! Pois a genética da família materna de Pither possuem essa dádiva!
Caminhou em volta de mim, me observando ficar muda.
- Mas... Se por acaso puxarem você e os seus olhos, seu filho terá pelo menos o sorriso do pai... Ou o gênio! Alguma coisa eles se parecerão com o Pither... Aliás ele é o pai não é mesmo?
Ela parou em frente a mim me intimidando, levantei minha cabeça mostrando superioridade.
- O que você está querendo insinuar? Perguntei.
- Eu?? Se fez de desentendida. - Nada! Só estamos conversando sobre a possível aparência do seu bebê...
- Você está com inveja, Smurfette! Me aproximei dela a encarando.- Por que eu tenho em meu ventre um filho do Pither! E você sabe que mais cedo ou mais tarde ele voltará para mim!! Pois Pither é muito família e jamais deixará a mãe do seu filho!
- Pode ser! Falou sorrindo com o canto da boca. - Mesmo que Pither volte pra você pelo bebê... Mas tem uma coisa que você nunca vai ter... O amor dele!!
- Sua... Comecei.
- Shiiiii! Fez sinal para mim. - Déborah! Você é uma moça tão bem educada, pra querer me ofender assim!
Naquele momento tive muita raiva daquela intrometida. Ela falava como se soubesse de alguma coisa.
- Eu juro que mesmo que seja a última coisa que eu faça na vida! Mas vou te tirar dessa casa!! Falei a ameaçando.
- Isso se você não for primeiro! Falou sorrindo. - Não se preocupe Déborah não estou disposta a dividir a casa muito tempo com você... Mas sem dúvidas vou esperar até o dia do bebê nascer! Não posso perder esse acontecimento por nada! Além disso tenho uma leve impressão que Pither vai me convidar para ser a madrinha!
Respondeu saindo da minha direção pois sabia que depois disso eu era capaz de grudar em seus cabelos. Peguei um vasinho da sala e joguei naquela tonta.
- Eu te odeio! Gritei. Ela subiu as escadas sem olhar pra trás.
(...)
Esperei Pither chegar para fazer queixa de Esther. Sentei-me no sofá e balancei meu pé impaciente.
Ouvi quando o seu carro estacionou na garagem.
- Ahh não Déborah dá um tempo! Ele disse se virando e jogando as chaves na mesinha.
- Pither eu te liguei! E você não me atendeu! Respondi de frente a ele.
- Eu estava ocupado! Falou desviando sua atenção.
- Eu não estou me sentindo bem! Tentei afinar a minha voz para convence-lo. Ele levantou sua cabeça e me olhou nos olhos.
- O que você tem? Perguntou preocupado.
- Não sei! Sinto minha cabeça latejando e a visão ficando turva e... Cai nos braços dele.
Pither me pegou no colo, e rapidamente me colocou no sofá. Ouvi ele chamando a Naná, e ela veio correndo ajudar.
Aos poucos fui voltando do desmaio, comecei a tocar a cabeça como se realmente doesse.
- Naná chame o meu Pai! Ele é cardiologista mas pode examina-la pelo menos!
- Não! Eu estou bem... Isso foi só estresse!
Respondi tocando a minha testa, Pither parecia realmente preocupado. Fiquei feliz com toda aquela atenção.
- Déborah não seja teimosa! Naná chame o meu pai! Ele disse medindo a pulsação, com os dedos em meu braço.
- Foi a sua protegida, a Esther! Disse já fazendo queixa.
- O que? Ele perguntou confuso.
- Sua amiguinha, me ofendeu e zombou de mim e do nosso filho hoje! Eu disse a ela que não podia passar nervoso, mas ela me deu as costas e continuou me provocando!
O intuito era fazer a maior cena de drama possível. Apesar de tudo Pither tinha que ficar em dúvidas se Esther era realmente quem ele pensava na sua ausência.
Ele cuidou de mim, foi atencioso. Me levou até o quarto e alí ficou um tempo me fazendo companhia.
Pither queria ter certeza que eu estava bem!
Depois que ele saiu pude sorrir triunfante. Sei que ele ia até o quarto da Polly Pocket exigir satisfação.
Deitei na cama orgulhosa de mais por aquela noite, quando meu celular vibrou.
- E aí como está se saíndo? Liam me perguntou curioso.
- Depois de dias hoje foi a primeira batalha vencida! Confessei. - Mas vai melhorar...
- E a minha garota? Como está ? Ele se referia aquele projeto de mulher.
- Deve estar deprimida... Devia chama-la para sair com você! Sorri presunçosa.
- Já imaginou se Pither desconfia que você está praticamente colocando Esther no meu colo? Liam me provocou.
- Ele não sabe... E nunca vai saber! E bati o telefone na cara dele.
Minutos depois alguém bateu na porta e Pither entrou em seguida. Fiquei super preocupada dele ter ouvido a conversa...
Ele queria saber se eu estava bem. E depois avisou que íamos ao ginecologista amanhã.
Mesmo eu teimando que precisava trabalhar ele me confrontou. Disse que já estava marcado, que eu estava na casa dele; então seriam suas regras.
E depois saiu um pouco aborrecido!
Fiquei intrigada com a mudança de comportamento de Pither. Num minuto ele está preocupado comigo e atencioso, no outro ele quer fazer o ultrassom do bebê.
Só pode ser aquela maldita Esther! Ela com certeza fez a cabeça dele contra a mim! Ele foi para o quarto dela e voltou transtornado! Quem não vê que ela manipula ele! Esther deve falar coisas horríveis e colocou desconfiança em relação a gravidez. Por isso ela insinuou aquelas coisas diante do quadro da Dona Raquel!
Como a odeio! Odeio de todo o meu coração! Ela é ardilosa e calculista!
Esther enfeitiça o Pither, ela consegue colocá-lo contra a mim em fração de segundos. Preciso bolar um plano rápido para tirá-la dessa casa, antes que seja tarde demais!
Ficar morando aqui grávida não vai adiantar... Preciso provar ao Pither que ele não poder confiar nela! E pra isso eu preciso da ajuda daquele anjo caído do Liam!
- Writer
