Sabe aquele momento em que você se pergunta. O que eu estou fazendo aqui?
Foi a primeira coisa que me veio a cabeça quando atravessei as paredes da bela mansão do Pither.
Ele pagou a conta no bar e me levou pra casa dele. Já era de se esperar... Há semanas estou adiando isso! Hoje a noite íamos ficar juntos.
Não vou negar que me bateu um nervosismo! Mas felizmente Pither apesar de um cachaceiro era um cavalheiro.
Ele perguntou se eu queria beber alguma coisa... "E eu disse que não!" Já estava desnorteada demais com tanta bebida.
Então ele foi até a cozinha, e eu fiquei na sala admirando aquela decoração magnífica daquele lugar.
No centro da sala um quadro pintado a mão de uma mulher que mais parecia uma boneca de tão linda.
Distraída com aquela arte não percebi que Pither estava ao meu lado.
- É lindo! Falei apontando o quadro.
- É minha mãe! Pither respondeu me oferecendo uma taça. - Bebe! É água de coco, vai se sentir melhor!
Eu peguei a taça e sorri. Com certeza ele percebeu a minha fraqueza pra bebidas.
- E porque ela não estava no leilão? Perguntei.
Pither ficou cabisbaixo.
- Porque ela morreu!
Fiquei sem chão. O que falar sobre um filho não ter uma mãe.
- Eu sinto muito! Falei. E ele assentiu.
- Não se preocupe! Ele respondeu pegando pela minha mão e me levando em direção a escada.
Foi a primeira vez que eu soube alguma coisa de verdade sobre ele. Todas as nossas conversas todas essas semanas foram extremamente banais.
Desde a noite da jacuzzi que nós quatro na casa da Luísa só falamos sobre os melhores shows até hoje do Lollapalooza. E os piores drinks que já bebemos na vida.
No barzinho falávamos sobre a faculdade. Idiotices do cotidiano como; qual time será que vai vencer a mundial de futebol esse ano?
Eu era uma patricinha mimada mas entendia muito de futebol.
Mas eu não sabia nada pessoal dele... Como o quê gostava ou não.
Saber sobre a sua mãe morta foi algo muito profundo e doloroso. Mas eu não podia ficar continuando esse assunto! Não agora que estávamos dentro do quarto dele.
Quando ele abriu a porta e me chamou para entrar. Entrei e fiquei admirando por alguns instantes a mobília rústica daquele lugar.
Por uma fração de segundos eu lembrei do quarto simples e aconchegante de Matheus. Em que Lorenzo e eu passamos a noite juntos.
"Ele não era tão grande quanto o de Pither mas..." Cortei minha linha de raciocínio no mesmo instante.
"Que descaramento é esse Dona Deborah?!" Briguei comigo mesmo.
Eu não posso pensar no Lorenzo, ou lembrar dele. Muito menos agora em que estou no quarto do Pither quase fazendo amor com ele.
Tudo isso é bem confuso e complicado pra mim!
Pither ligou o som numa música suave. E bem calmamente desabotoou a camisa branca.
Engoli em seco quando ele me encarou com seus incríveis olhos verdes.
- Você é lindo demais! Sussurrei ao vê-lo tirando a camisa e a jogando sobre uma poltrona.
Uma tatuagem no abdômen me chamou muito a atenção.
- Gosta do que vê? Pither perguntou tocando minha cintura. Sorri e ele me beijou ardentemente na boca.
Beijamos intensamente. Àquilo era desejo, loucura, paixão.
Ele era muito cheiroso, e bonito. Além de ser atraente e perigosamente sexy.
Seus beijos por meu pescoço foi ficando cada vez mais intenso e quase fiquei sem ar quando ele alcançou a minha clavícula.
Pither foi levantando o meu vestido com a ponta dos dedos. E sem parar de me beijar ele acariciou as minhas coxas.
Acho que estou sentindo algo queimar entre às minhas pernas. Não vou conseguir me segurar; então dei um leve gemido quando ele mordiscou de leve meu lábio inferior.
Pither puxou o zíper do meu vestido e eu me virei de costas. Rapidamente deslizou o tecido pelo meu corpo e eu já estava semi nua.
Senti seu beijo doce no meu ombro esquerdo. E meu coração ficou em chamas quando sua mão alcanço o tecido delicado da minha lingerie preta.
Ele também a fez descer pelas minhas pernas. E o que sobrou era apenas o meu sutiã de renda.
Ouvi ele desabotoando a calça e quando levantei a cabeça encontrei o seu olhar safado no espelho.
Sua calça m*l caiu no chão e suas mãos já estavam deslizando pelo meu corpo. Demorei pra perceber que junto com a calça ele também já tinha tirado a sua cueca.
Extremamente nu, seu corpo quente colou no meu. Seu hálito fresco soprou meu pescoço.
- Gostosa! Sua voz rouca ecoou. E ouvi um tapa atrás de mim.
Ele me bateu na b***a deixando uma leve ardência.
Mal pude raciocinar muito o que estava acontecendo quando ele me jogou sobre a escrivaninha me fazendo deitar.
Debrucei sobre ela, enquanto ele se encaixou perfeitamente atrás de mim; sem cerimônia.
Senti quando aos poucos ele foi entrando e me estocando logo em seguida.
Acho que deve ser assim nos filmes pornôs. Pensei.
É assim que você se sente transando com alguém que é um profissional no sexo.
( 3 horas da manhã )
Acordei no meio da noite tentando entender onde eu estava. Ao meu lado Pither dormia profundamente usando apenas sua cueca boxe.
Eu estava nua com um lençol sobre mim. Cabeça tonta, e o teto girando.
Isso que dá beber mais do que devia!
Levantei devagarinho e fui ao banheiro. Aproveitei que Pither dormia profundamente e fui tomar um banho.
Deixei a água do chuveiro cair sobre mim e junto com ela mandei aquela tristeza para o ralo.
É isso que mulheres fortes fazem! Elas choram no chuveiro escondidas e depois saem de lá mais fortes do que nunca!
E minha amargura tinha nome... Lorenzo!
Fiquei pensando se ele talvez poderia estar pensando em mim também. Ou sonhando...
Aqueles olhos azuis... Àquela boca tão perfeita! Quando fizemos amor ele estava tão nervoso, com medo de me machucar.
E só agora pude me dar conta do quanto ele foi carinhoso e sensível naquele momento.
E eu uma sendo uma v***a com um cara tão legal.
Chorei baixinho para ninguém me ouvir. E depois tentei me recompor.
Não abaixa a cabeça não princesa! Se não a coroa caí! Sussurrei pra mim mesmo.
Eu serei mais forte que isso! Eu sou Deborah D'Ávila!
(...)
Me virei a noite toda! Não consegui dormir bem como no apartamento dos Monteiros. Era como se algo me faltasse.
Lá pelas sete ouvi passos no corredor. Só podia ser o Senhor De Fragma andando no andar de cima.
Então me vesti e coloquei a minha segunda parte do plano em ação.
Saí do quarto em direção ao corredor, com minha bolsinha na mão e meus sapatos na outra. Como se estivesse indo embora naquele momento.
- Senhorita!! Ouvi uma voz forte atrás de mim.
Cheque matte!!
Me virei como se estivesse sido flagrada naquele momento. Com um esmero sorriso o encarei.
- Olá, a senhorita já está indo? Ele disse me olhando curioso.
- Receio que sim! Respondi.
- Ahh... Meu nome é Álvaro! Ele se apresentou me oferecendo sua mão gentilmente.
- Sou Deborah! Deborah D'Ávila! Respondi fingindo a tímida.
- D'Ávila? Franziu o cenho.- Você tem algum parentescos com Augusto?
- Ele é o meu pai! Assenti.
Ele sorriu instantaneamente.
- Meu Deus! Você é aquela menininha baixinha que ele levava para todos os lugares... Poxa!! Augusto é o meu amigo!
E nada poderia ter saído melhor.
- Vamos descer Deborah? Toma café da manhã comigo?
- Claro! Respondi me sentindo vitoriosa.
Fomos até a sala de jantar conversando sem parar. A alegria do pai do Pither em me ver era notória.
- Há muito tempo eu não vejo o seu pai! Mas já jogamos muito golfe antigamente.
- Era o seu esporte preferido! Respondi.
- E ele como vai? Senhor Álvaro não parava de falar.
- Ele e mamãe vão bem! Tentei ser o mais sincera possível.
Ele puxou uma cadeira para mim, e eu me sentei. Era tão confortável aquele estofado macio que me acomodei perfeitamente.
- O seu pai ainda exporta vinho? Álvaro perguntou curioso.
- Sim... Exporta!
Mas com uma exceção! Agora ele tá falido!
- Trabalha com o seu pai?
- Não!! Eu estudo Moda. Faço alguns trabalhos para a Gloss Model!
Senhor Álvaro franziu a testa.
- E o que está fazendo perdendo tempo com o meu filho??
A resposta certa seria... "Só estou aqui pela grana!''
- A gente tá saindo... Sorri educadamente.
- Sei bem... Álvaro continuo falando enquanto percebi que alguém adentrava pela sala de jantar. E pela silhueta parecia ser uma mulher.
- Bom dia! Ela cumprimentou discretamente.
Senhor Álvaro e eu respondemos em uníssono.
- Deborah quero que conheça alguém! Senhor Álvaro disse se virando para a tal mulher.- Essa é a Diana nossa governanta!
Sorri educadamente mas sem entender porque aquele homem estava me apresentando àquela mulher. Pelo o que percebi ela era apenas uma serviçal da casa.
- Muito prazer! Ela me ofereceu a sua mão depois de deixar a bandeja sobre a mesa.
- Meu nome é Diana mas me chamam de Naná por aqui!
Ainda por cima esse apelido ridículo!
- Encantada! Respondi fingindo compreender o que aquela senhora falava.
É um absurdo!! Meus pais nunca fizeram isso! Apresentar os serviçais da casa como se fossem da família! São apenas criados!
- Ela é Deborah D'Ávila! Senhor Álvaro disse o meu nome com prazer, enquanto Diana arrumava a mesa do café da manhã. - Namorada do Pither!
Quando o pai do Pither se referiu a mim como "Namorada" do Pither, percebi que a tal governanta deu uma envergada com a bandeja nas mãos.
Senhor Álvaro também reparou! Ela tinha ficado assustada com a notícia.
Como é abusada! Além de se sentir parte da família, pelo jeito ainda se intrometia nos assuntos pessoais.
- Deseja alguma coisa senhorita? Ela me perguntou e depois me olhou nos olhos.
Seus olhos eram verdes! Não os verdes do Pither. Os olhos de Pither eram um verde musgo, se é que me entende...
Os de Diana eram mais claros e lindos. Ela era alta, e tinha cabelos louro em um corte curto.
Seu ar de realeza me incomodava. Não parecia ser empregada da casa! Era muito delicada e elegante.
O pai de Pither não tinha esposa... E nada a perder! Aaaaaah!!! Matei a charada! Será que ele dorme com o ela?
Aposto que sim! Ele é um homem maduro mas ainda assim era atraente e charmoso. E sem contar seus dólares com certeza em algum banco na Suiça...
Brincadeiras a parte! Mas Senhor Álvaro era o melhor Cardiologista da Capital! Suas cirurgias eram um sucesso.
Sem contar a enorme clínica que ele tem bem no centro da cidade.
Infelizmente ficou viúvo. E está sozinho á maís de sete anos.... Será??
Só podia ser isso! Eles tem um caso! Por isso Álvaro dava tanta confiança pra essa mulher!
Diana era bonitinha e com certeza era a diversão do médico todas as noites.
- Um suco de laranja por favor! Pedi a ela sem mostrar simpatia.
Quando Diana se virou deu de cara com Pither na porta recém acordado.
- Bom dia Naná! Ele a beijou no rosto.
Meu maxilar caiu no mesmo instante.
- Faz umas torradas pra mim? Ele pediu acariciando sua cabeça.
- Sim filho! Ela respondeu toda meiga. - E um café bem forte né? Ela complementou.
- Também! Pither sorriu e depois se voltou a mim e fechou o sorriso. - O que faz aqui ainda?
Meu coração gelou.
- Não seja grosseiro Pither! Senhor Álvaro o repreendeu no mesmo instante. - Convidei Deborah para tomar o café da manhã conosco!
Pither olhou pra mim arqueando suas sobrancelhas. Ele com certeza estava buscando explicações nos meu olhos e eu tentava ficar o mais calma possível.
Pither puxou a cadeira e se sentou ao lado do pai. Não parecia a vontade comigo alí.
Desculpa meu bem mas terá que se acostumar! Sorri internamente sem expressar minha felicidade de meu plano estar correndo de vento em popa.
- Você sabia que os pais de Deborah são meus amigos? Senhor Álvaro se voltou para o filho.
- Não! Pither respondeu ironicamente.- Mas que surpresa! Ele me olhou abismado.
- Augusto e eu jogávamos golfe quando você era pequeno! Álvaro achava isso louvável, mas Pither só me observava cauteloso.
- Que coincidência não? Pither disse sarcástico.
Mas que Inferno! Ele era muito esperto!
Eu não contava que esse velho iria me reconhecer!! O tiro saiu pela culatra!
- E eu que nem imaginava que vocês já se conheciam!! Pither dava corda para mim se enforcar.
- Eu não conhecia a Deborah, filho! Álvaro me salvou. - Ela era muito pequena quando seu pai e eu tínhamos nossos jogos.
- Ele reconheceu meu sobrenome! Falei pela primeira vez.
- Formidável! Pither respondeu dando me um sorriso perverso.
- Ahh Deborah que bom que está aqui, vou fazer uma pequena reunião para celebrar o consultório de Pither em minha clínica, quê será inaugurado no próximo mês...
Pither revirou os olhos sem disfarçar.
- Será algo apenas para os mais íntimos, porém com certeza você está convidada querida!
- Eu adoraria! Respondi concordando.
Diana voltou com as torradas de Pither e o café, e o meu delicioso suco de laranja.
Dessa vez ela não interagiu com ninguém. Serviu nosso café da manhã e saiu sem dizer uma palavra.
Algo me diz que terei sérios problemas com essa fulana! Por hora irei "comendo pelos cantos" como diz a minha mãe. Só na defensiva até preparar o meu terreno aqui!