Capítulo 1
Abby
Andei apressada pelos corredores gélidos do Convento. Tinha acabado de receber a carta de minhas irmãs e estava ansiosa para ler. No entanto, ao chegar ao meu quarto tive que adiar a leitura. Eu dividia meu quarto com mais duas moças: Tanya e Lisa.
– Até que enfim, Abby. Onde foi que se meteu?
– Fui buscar a correspondência.
–Não podemos demorar. Temos que aproveitar enquanto a Madre Irene não está.
– Não sei se quero fazer isso, Tanya.
– Pare com bobeira. Tem que estar preparada. Se você for liberada mesmo para passar as férias com sua família tem que estar depilada.
Eu rolei meus olhos. Qual a necessidade disso? Claro que ver ou outra eu passava a gilete, mas não da forma como Tanya insistia.
– Não vejo a necessidade. Ninguém vai me ver nua.
–Nunca se sabe. Imagina se aparece um gostoso querendo te levar para cama?
Senti meu rosto foguear.
– Deus, Tanya. Não diga isso.
–Vai me enganar que não sente desejos, hã? Somos humanas, Abby.
–Eu realmente não entendo porque decidiu ser freira. Tem um fogo enorme ai.
– Eu não decidi Abby. Decidiram por mim.
– Os nossos pais decidem e a gente é quem paga o pato.
Lisa falou de olhos fechados, enquanto Tanya terminava de retirar os últimos resquícios de cera de sua virilha. Realmente as duas não se acostumaram à vida no convento. Principalmente Tanya. Às vezes ela dizia coisas que me deixava enrubescida.
– Eu não tenho do que reclamar. Eu até gosto dessa vida.
– Ai, Abby. Também não precisa ser tão certinha.
Suspirei e me sentei esperando a minha vez. Estou então com dezessete anos e desde os treze estou no convento. Para ser sincera eu nem sei como minha mãe conseguiu essa façanha. Mas o fato é que ela conseguiu. Tinha sido seu sonho. Tornar- se freira. Mas meus avós arranjaram um casamento para ela. Resultado: transferiu o seu sonho para mim.
Acho até que foi melhor assim. Aqui eu estudava, tinha aulas de música. No mundo lá fora eu não me sobressairia mesmo. Eu me acho tão apática com meus longos cabelos ruivos que chegavam até a cintura. Sou bem baixa, mas tenho um corpo com belas curvas. No entanto minha pele é pálida e com sardas demais e isso me faz ser tão sem graça. Nem mesmo meus cabelos vermelhos conseguiam trazer vida ao meu rosto.
Acredito que apenas meus olhos sejam interessantes. Azuis, num tom mais escuro que o normal. Mas eu ainda preferia ter os olhos verdes iguais aos das minhas irmãs Claire e Kelly. Lembrar-me delas me trazia uma dor no peito. Temos uma diferença de um ano de idade cada uma. Kelly é a mais velha e tem vinte anos. Claire tem dezoito, mas prestes a completar dezenove.
Nossa mãe Rachel se separou do meu pai pouco depois que vim para o convento. Creio que a decisão dela tenha influenciado nisso. Meu pai, assim como minhas irmãs jamais foram favoráveis.
Por ter entrado tão cedo no convento, em breve eu deixarei de ser uma noviça e estou um pouco ansiosa para isso. Não sei se para bem ou pra m*l.
Minha irmã Kelly ficará noiva no próximo final de semana e estou à espera da resposta da madre Irene para que eu pudesse estar presente. Mas ela é tão sisuda e m*l-humorada que eu preferi esperar a carta de Kelly para saber a resposta. Ela namora Evan Carter e Claire namora Jonathan Carter.
Eu conheci pessoalmente apenas o Evan. Kelly começou a namora-lo pouco antes da minha saída de casa. É um belo homem e terrível. Acho que nos demos bem logo de cara. E ele me importunava sempre. Minhas irmãs adoravam a família do namorado e queriam que eu a conhecesse também. Lembro-me de uma das conversas com Claire e Kelly.
Lembranças
– Acho que Abby ia combinar perfeitamente bem com Neal.
– Com quem?
– Neal é um Carter também, Abby.
– Ah. Só tem homem nessa família?
– E que homens. A começar pelo pai.
– Credo, Claire.
– Credo nada. Apesar de achar meu namorado um gato, eu devo confessar que Neal é o mais lindo de todos.
– Eu ainda prefiro o Evan. Mas concordo que Abby e Neal formariam um belo casal.
– Se eu não estivesse casada com Cristo.
Kelly revirou os olhos.
– Nem está ainda. Mas de qualquer forma, Neal namora a v***a da Victoria. Então...
– Quem sabe quando ele conhecer a Abby? Ele é bem safado.
– Ele é, mas assim como os irmãos e o pai... Ele é fiel.
– Parem com isso, meninas. Estão me constrangendo.
As duas gargalharam e eu como sempre fiquei ruborizada.
Fim- Lembranças
– Abby? Hello? É a sua vez.
Custei a entender o que Tanya dizia. Ah sim. Ela ia me depilar agora. E que madre Irene não descubra ou estaremos perdidas.
– Tire a calcinha, Abby.
– O que?
– Assim fica mais fácil. Não gruda a cera.
– Mas não vai tirar só dos lados?
– De jeito nenhum. Lisa que tem essa mania. Tem que ter o sexo de bebê. Os homens adoram isso.
– Tanya... Tem certeza de que não está confundindo convento com prostíbulo?
Ela gargalhou e eu acompanhei. Acabei fazendo o que ela dizia. Tanya era concentrada no que fazia, mas isso doía como o inferno.
– Merda, Tanya. Isso dói demais.
– Estou tendo o máximo de cuidado, Abby. Mas no fim valerá a pena e vai me agradecer.
Quarenta minutos depois eu tomava meu banho. E devo dizer que Tanya estava certa. A sensação de ter meu sexo totalmente depilado era muito boa. Nem demorei no banho e ainda de toalha fui ler minha carta.
– E então, Abby?
– Consegui ser liberada, Tanya. Ai! Vou passar as férias com minhas irmãs.
– Tomara que encontre um macho delicioso e não volte mais para cá. Desperdício.
– Por que você não faz isso?
– Minha família me conhece. Sabe que se eu fosse passar as férias em casa eu daria para o primeiro que aparecesse. Só para não ter que voltar para esse lugar.
Eu ri. Tanya era mesmo uma despudorada.
Fui dormir mais feliz essa noite. Não que eu não gostasse do convento. Gostava muito. Mas eu sinto tanta falta das minhas irmãs. Isso nunca mudaria. A ausência delas era muito r**m.
Dois dias depois minhas malas estavam prontas. As irmãs Carmem e Mandy me levaram até o aeroporto, mas Madre Irene nem apareceu para me desejar boa viagem. Mulher amarga.
– Nem vou recomendar que tenha cuidado com as tentações, não é Abby? É tão cabeça feita.
– Obrigada, Carmem. Eu realmente me sinto um peixe fora d'água fora do convento.
– Mas nem por isso deve deixar de se divertir. E que Madre Irene não nos ouça.
Eu ri e dei um abraço nelas. Dentro do avião eu fechei meus olhos, satisfeita. Em breve estaria em casa. Não via a hora de chegar.
Neal
O som alto do meu fone de ouvido me impedia de ouvir as lamúrias do Evan. p***a! Cara chato. Eu queria ficar em casa hoje. Abri os olhos quando ele me arrancou o fone.
– Mas que merda. Por que não vai ficar com a Kelly e me deixa em paz?
– Por que está nervosinho,hã? A f**a não foi boa?
Joguei o travesseiro sobre a cabeça.
– Victoria está naqueles dias. Não posso nem por a mão.
Evan gargalhou.
– Sabia que era falta de sexo. Mulher é o que não falta na sua horta, camarada.
– E desde quando eu traio minha namorada? Você faz isso com a Kelly?
– Mas Kelly é A Namorada. Não uma qualquer.
– Está chamando Victoria de qualquer uma?
– Ah esquece.
Eu sei que Evan não vai muito com a cara de Victoria. No começo pensei que ele tivesse uma queda por ela, mas quando ele começou a namorar Kelly, eu vi como tinha me enganado. Victoria é bonita, eu gosto dela, mas Kelly... wow... é espetacular. Uma loira belíssima. Mas quer saber? Não faz meu tipo. Aliás nem Victoria faz. Eu prefiro as ruivas. Ficava com água na boca literalmente. Mas eram tão raras... eu acho que só conheço uma. Quarenta anos e casada.
– Vai ou não vai, Neal?
– Não estou a fim de ir a aeroporto nenhum. Chame o Jonathan. Alias, freiras podem frequentar festas?
– Sei lá. E ela é uma noviça ainda.
De repente Evan ficou calado. Tirei o travesseiro do rosto e o encarei.
– O que foi?
– Você ia gostar da Abby.
– Argh uma noviça. Uma freirinha que nem gosta de sexo. Ia adorar.
– Não deboche. É seu tipo de mulher.
– Eu não curto loiras.
– Seu i****a. Só porque Kelly é loura não quer dizer que ela é também. Abby é ruiva. E linda... e gostosa.
–Gostosa com aquelas rouponas pretas ate os tornozelos?
– Ah quer saber? Vou sozinho mesmo. Kelly não conseguiu sair mais cedo do trabalho para ir buscá-la. Então vou sozinho.
– Vá lá fazer sala para cunhadinha noviça.
Evan saiu batendo a porta. Era doido esse meu irmão. Onde já se viu? Eu um cara tarado por sexo me engraçar com uma freira? Se bem que seria ate interessante se a garota valesse a pena. As santinhas costumam ser fogosas. Mas sendo irmã da Kelly... No entanto Evan disse que ela não era loira. Nada contra as loiras. Eu só acho que as ruivas são mais quentes. E só de pensar nisso meu p*u latejou.
– Neal?
– Vic que surpresa boa.
Minha namorada estava à porta do quarto e sorria de forma sensual. Falei já um pouco animado.
– Venha cá e tranque a porta.
– Sabe que não estou podendo.
– Mas eu estou.
Ela deu um sorriso sacana.
– Seu safado.
Mas se aproximou da cama e foi logo liberando meu p*u da boxer. Ela não ia precisar fazer muito esforço, afinal já estava em ponto de bala.
– Hum delicia. Estava pensando em mim?
– Claro. Poe essa boquinha gostosa ai.
Ela não perdeu tempo e caiu de boca no meu p*u. Victoria é boa e chupava um c****e como ninguém. Rebolei meus quadris e estoquei, fazendo Victoria engasgar.
– p***a, Neal.
– Engole tudo.
Eu estou há dois sem sexo, apenas. Por isso em pouco minutos eu jorrava na boca de Victoria que não deixou escapar nada.
– Cada vez mais gostosa.
Victoria deitou-se ao meu lado e colocou a mão bem cuidada em meu peito.
– E a festa do Evan?
– Está de pé.
– Estou ansiosa.
– Por quê?
Perguntei contendo a vontade de revirar meus olhos. Festas são sempre festas, não é?
– Sei Lá. Acho que vai ser ótimo para nós.
– Ah com certeza vai. Naquela boate, naquele escurinho e eu comendo você.
– Seu pervertido. Não é disso que estou falando.
Mas eu estou falando disso. Parece que deu uma pane em meus hormônios, me deixando assim... vagabundo demais.
Olhei para a garota ao meu lado e seus cabelos negros espalhados no travesseiro. Era bonita, mas se pintasse aqueles cabelos ia me levar à loucura.
Aliás, eu já estava louco so de imaginar um vermelho fogo espalhado em meu travesseiro. Uma realidade tão distante. Mas o que posso fazer? Melhor me contentar com o que tenho. Como dizem, mais vale um pássaro na mão...
E se me restava Victoria... melhor aproveitar. Não quero que ninguém me leve a m*l por causa desses pensamentos. Eu gosto de estar com Victoria, mas definitivamente não estou apaixonado. Sequer gosto como um namorado deveria gostar. E se eu fosse analisar friamente... eu nem sei por que continuava com esse namoro. Aliás, sei, mas é melhor nem comentar. Melhor me concentrar na festa do Evan. E seria naquela boate que eu ia perder as estribeiras. Tinha certeza disso.