Capítulo 35

1260 Words
Clara Oliveira 29 de novembro de 2023 | São Paulo, Brasil Depois da saída abrupta de Pedro da cafeteria, o clima de tensão parecia seguir cada um dos meus passos. Suas últimas palavras, cheias de raiva e amargura, ecoavam na minha mente sem parar. "Você vai se arrepender disso. Todos vocês vão." Algo dentro de mim dizia que ele não estava blefando, e que as consequências daquela conversa ainda estavam longe de terminar. Leonardo dirigia em silêncio enquanto voltávamos para o apartamento. Seus dedos estavam firmemente entrelaçados aos meus, mas eu podia sentir a tensão emanando dele. Ele estava preocupado, e, para ser honesta, eu também. Pedro não parecia mais só um ex-namorado magoado — havia algo mais sombrio em suas ações, algo que não podíamos ignorar. Quando chegamos em casa, Leonardo fechou a porta atrás de nós e, sem dizer nada, me puxou para perto, me envolvendo em um abraço apertado. Senti o conforto de seu calor, mas o medo ainda estava presente, como uma sombra persistente. — Eu não gostei do jeito como ele falou — disse Leonardo, finalmente quebrando o silêncio, sua voz baixa, mas carregada de preocupação. — Pedro está... desequilibrado. E eu não sei até onde ele pode ir com isso. Eu me afastei um pouco, olhando para ele. — Eu também estou preocupada — admiti, minha voz trêmula. — Ele não era assim, Leonardo. O Pedro que eu conhecia não faria algo tão... ameaçador. Leonardo suspirou, passando as mãos pelos cabelos, claramente frustrado. — Eu sei que ele está passando por um momento difícil, mas ele está agindo de forma obsessiva. Isso pode ficar perigoso, Clara. Precisamos tomar cuidado. Eu assenti, sabendo que ele estava certo. O comportamento de Pedro não era normal, e por mais que eu quisesse acreditar que ele eventualmente superaria tudo, algo dentro de mim dizia que estávamos apenas começando a ver o verdadeiro impacto de sua obsessão. — O que você acha que ele vai fazer? — perguntei, minha voz cheia de incerteza. Leonardo balançou a cabeça, claramente tão incerto quanto eu. — Não sei. Mas não podemos ignorar isso. Precisamos ficar atentos. Se ele tentar algo, precisamos estar prontos. Apesar de toda a tensão, havia algo tranquilizador na determinação de Leonardo. Ele estava pronto para proteger a nós dois, não importava o que viesse. Nos dias seguintes, tentei voltar à minha rotina, mas o peso da ameaça de Pedro pairava sobre mim como uma nuvem n***a. Eu estava sempre à espreita, esperando por algum sinal de que ele havia feito algo. Toda vez que meu telefone tocava, eu me preparava para o pior. Era como viver em um estado constante de alerta. Então, uma tarde, enquanto eu estava na faculdade, recebi uma mensagem que fez meu coração disparar. Era Luísa. Luísa: "Clara, a situação com Pedro está ficando fora de controle. Eu preciso te encontrar, urgente." Eu não sabia o que fazer. As palavras de Luísa me deixaram em pânico. O que Pedro estava fazendo agora? Algo me dizia que a situação tinha escalado, e que estávamos prestes a entrar em uma nova fase de caos. Respondi rapidamente, marcando de encontrá-la em um café perto da faculdade. Assim que cheguei, vi Luísa já sentada à mesa, seu rosto visivelmente preocupado. Eu me aproximei rapidamente, sentindo uma onda de ansiedade. — O que aconteceu? — perguntei, me sentando ao lado dela. Luísa suspirou, olhando ao redor como se estivesse se certificando de que ninguém estivesse ouvindo. — Clara, Pedro está ficando perigoso — ela começou, sua voz baixa, mas carregada de urgência. — Ele me enviou uma mensagem ontem à noite... falando sobre você e Leonardo. Ele está obcecado com vocês dois. Meu coração disparou. — O que ele disse? — perguntei, minha voz cheia de preocupação. Luísa pegou o celular e me mostrou a mensagem de Pedro. O que eu vi fez meu sangue gelar. Pedro Martins: "Clara não sabe o que está fazendo. Mas ela vai aprender. Leonardo também. Eles acham que podem me deixar para trás, mas estão enganados. Ninguém vai tirá-la de mim. Eu não vou deixar isso acontecer." Aquelas palavras foram como um soco no estômago. Pedro estava fora de controle. Isso não era apenas raiva — era uma ameaça clara. — Clara, isso não é normal — disse Luísa, visivelmente assustada. — Ele está me usando para tentar chegar até você. Ele sabe que somos amigas, e está tentando me manipular para te atingir. Você precisa fazer algo. Eu fiquei parada, sentindo o pânico subir. O que Pedro estava planejando? E, mais importante, como eu iria lidar com isso? — Você mostrou isso para Leonardo? — Luísa perguntou, sua voz cheia de preocupação. Eu balancei a cabeça. Ainda não. — Vou falar com ele hoje — disse, minha voz mais firme agora. — Mas isso não pode continuar. Pedro está cruzando todos os limites. Ele precisa de ajuda, e eu não posso lidar com isso sozinha. Luísa assentiu, e nós duas ficamos em silêncio por um momento, tentando processar o que tudo aquilo significava. A situação com Pedro estava escalando rapidamente, e eu sabia que agora não era mais apenas uma questão emocional — era uma questão de segurança. Quando voltei para o apartamento de Leonardo, ele estava no escritório, concentrado em alguns relatórios da empresa. Assim que entrei, minha ansiedade já estava à flor da pele, e ele percebeu imediatamente. — O que foi? — perguntou ele, largando os papéis e vindo até mim. Eu não esperei para responder. Mostrei a mensagem que Pedro havia enviado para Luísa, sentindo o coração disparar enquanto esperava pela reação de Leonardo. Assim que ele leu a mensagem, sua expressão mudou imediatamente. Sua mandíbula se apertou, e eu pude ver a raiva fervendo sob a superfície. — Isso é sério — ele disse, a voz mais baixa, mas cheia de tensão. — Pedro está claramente ameaçando você, Clara. Ele está passando dos limites. Eu assenti, sentindo o peso da situação. — Eu sei. E eu não sei mais o que fazer, Leonardo. Ele está obcecado, e eu tenho medo do que ele pode fazer a seguir. Leonardo suspirou, passando as mãos pelos cabelos, claramente frustrado. — Vamos falar com a polícia — disse ele, decidido. — Isso não pode continuar. Pedro precisa entender que há consequências para o que ele está fazendo. Eu olhei para ele, surpresa. — Você acha que precisamos envolver a polícia? — Sim, Clara — respondeu ele, a voz firme. — Não podemos ignorar isso. Pedro está te ameaçando, e isso não vai acabar bem se continuarmos fingindo que ele vai se acalmar. Eu sabia que ele estava certo. Pedro havia cruzado a linha. Ameaças não eram mais apenas palavras. Era hora de agir. Mais tarde naquela noite, enquanto Leonardo e eu estávamos discutindo os próximos passos, recebi uma ligação que mudou tudo. O nome que apareceu na tela fez meu sangue gelar: Teresa. — Por que Teresa está te ligando agora? — perguntou Leonardo, franzindo o cenho. Eu atendi a ligação, tentando manter a calma. — Clara, sou eu — a voz de Teresa soou tensa do outro lado da linha. — Precisamos nos encontrar. Há algo acontecendo... algo sobre o Pedro. Acho que você precisa saber disso antes que as coisas saiam do controle. Pedro de novo? — O que aconteceu, Teresa? — perguntei, sentindo o pânico crescer. — Eu não posso falar pelo telefone. Precisamos nos encontrar pessoalmente. O mais rápido possível. O medo apertou meu coração. O que Pedro estava fazendo agora? E por que Teresa estava envolvida?
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