Capítulo 5

896 Words
Passei alguns dias em casa. No trabalho, eu apareci apenas para entregar o atestado. Todos me perguntaram se eu estava bem e o que havia acontecido. Nem mesmo eu entendi direito o que aconteceu. Eu nunca fui tão distraída. Mas julguei ser por conta dessa paranóia que botei em minha cabeça a respeito do meu casamento. Eu sabia que amava meu marido, intensamente. Me entregar a ele por completo, seria apenas uma questão de tempo. A afinidade e o amor fariam o resto. Por alguns dias tive paz e tranquilidade para cuidar de mim e do meu casamento. Pedro não me tocou de maneira íntima. Mas eu já parecia estar querendo a i********e. Isso pra mim foi uma novidade boa. Comemorei bastante e resolvi, até mesmo, fazer um jantar especial pra nós dois. Corri ao supermercado e comprei tudo que precisava. Fiz uma comidinha bem gostosa e, quando meu marido chegou, o surpreendi com muitos beijos. O jantar acabou ficando para depois. Eu deixei Pedro tão aceso com meus beijos que fomos direto para a i********e. Dessa vez foi estranho. Apenas estranho. Mas eu consegui relaxar melhor e me soltar mais. Senti até um alívio por isso. Finalmente nossa vida a dois estava entrando nos eixos. Depois do jantar, fomos direto pra cama dormir. Pedro estava exausto do trabalho. E eu queria descansar pois minha forçada folga estava quase no fim. Não percebi em que momento eu dormi. Só me lembro de correr, novamente pela grama. Minha mãe gritava de longe, enquanto eu corria assustada. Alguém me perseguia. Mas eu não queria olhar para trás. Estava com muito medo. Quando eu senti braços muito fortes me puxarem eu acordei. Meu peito pulava. Meu coração parecia que ia explodir. Eu estava toda molhada de suor. Olhei para o lado e não vi Pedro. Apenas um bilhete. "Estava dormindo tão profundamente que não quis te acordar. Tenha um ótimo dia. Te amo!" Ele já havia saído para trabalhar. Olhei no relógio e já era dez horas da manhã. Levantei e fui tomar um banho. Arrumei o apartamento e pensei em sair, mas minha campainha tocou. Era minha sogra. _ Está de saída? _ Estava sim. Mas entre,por favor. Que surpresa ver a senhora aqui! _ Eu acho que posso vir ver meu filho. _ A senhora deve vir. Sempre que puder e quiser. _ Hum, que bom. Ela ficou ali mais algum tempo e eu tentei conversar sobre algumas coisas mas, como ela m*l me respondeu, eu a deixei em paz. Meu marido veio pra casa mais cedo, graças a Deus. Sua mãe ainda estava aqui. Aproveitei que os dois ficaram conversando na sala e fui para o quarto. Cerca de meia hora depois, meu marido apareceu. _ Ela já foi. Obrigado por ter recebido ela e ter feito companhia até eu chegar. _ Amor essa casa é nossa e você tem direito de receber sua mãe sempre que ela quiser vir ou sentir vontade. _ Ela me disse que você iria sair. Pra onde? _ Eu pensei em ir ao supermercado comprar umas coisas gostosas pra tomar café. Não sei porque menti. Foi intuitivo. Parecia que eu ainda não conseguia me abrir com meu marido. Pelo menos, não totalmente. Dizem que o coração de uma mulher é como um labirinto. Quem pensar em entrar, fica maluco ou se perde para sempre. Guardei mais essa mentira em uma gaveta no canto do meu ser. Tudo aquilo me fazia sentir m*l. Não é em nossos relacionamentos que podemos ser nós mesmos? Por que eu tenho tanta dificuldade em ser eu mesma com o homem da minha vida? Mais uns dias se passaram e eu voltei a minha rotina. Trabalho, casa, trabalho. Procurei me concentrar mais nos problemas do trabalho que nesse problema em si. Passei a viver um dia de cada vez e a olhar Pedro como realmente meu marido. Ou pelo menos, tentar. Por algum tempo os sonhos ainda continuaram. Porém, eles ficaram cada vez mais distantes, foram se perdendo. Foram ficando borrados. Até que pararam de vez. Isso levou quase o primeiro ano do meu casamento embora. Mas, pela primeira vez, eu estava dormindo com o meu marido como realmente éramos, marido e mulher. E, cara, como eu amava aquele homem e o queria. Pena que demorei para ver isso. No dia que comemoramos o primeiro ano de casados, descobri que estava grávida. Para nós foi motivo de muita alegria e comemorações. Pedro já fazia planos para quem seria nosso bebê e sobre o que ele faria com o novo integrante da família. Se fosse menino, seria torcedor do Flamengo, seu time do coração. Ele iria o levar nos jogos e o ensinaria a amar e a torcer. Se fosse menina, ele iria fazer dela sua pequena princesa. Faria balé e brincaria de boneca com ela. Era tudo uma festa. Até para os meus pais, que no começo brigavam, agora estavam amando a ideia de serem avós. Apenas minha sogra, mãe do Pedro, ainda luta contra. Para ela, essa criança era bem vinda, se não fosse minha. Aliás, depois que engravidei a birra de minha sogra comigo apenas piorou. Eu fazia o possível e o impossível para manter a paz. Não queria por Pedro em maus lençóis. Mas nada do que eu dissesse a ela, ou nada do que eu fizesse, a fazia mudar sua atitude comigo.
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