CAPÍTULO QUATORZE

4488 Words
No dia seguinte, malas e mais malas foram colocadas no pé da escada, apenas a espera seus donos. Sophia não estava mais presente, ela foi embora logo após o jantar de ontem a noite. Ravi naquele momento também não estava presente e nem mesmo Barbarosa, para alívio de Lyra. O som do tec-tec da perna de metal do “pirata assustador” a irritava muitas vezes. Os únicos que ainda estavam presentes era seu padrinho, Zoe e o S.r. e a Sra. Brown, que iria levar ela e todos os demais para o Porto. Ou pelo menos foi isso que Florence disse quando adentrou no seu quarto pela manhã, impedindo Eziel e Ethel de fazer um desenho com feitiço permanente em sua testa. Lyra não queria nem imagina oque eles iriam fazer em sua testa. Naquele momento oque mais intrigava Lyra era a fala de Florence que pela manhã, que a acordou dizendo para ela se arrumar que todos iriam para o porto. — EZIEL E ETHEL ! NADA DE FOGOS EXPLOSIVOS OU CARECA CORROSIVA ESSE ANO. — E o dia amanheceu já com a senhora Brown no pé da escada enquanto malas com perninhas parecia fugir dela. — Se eu receber outra carta falando que vocês colocaram fogo no cabelo de alguém eu vou enviar vocês para Aragoz com seu irmão Oliver. — e ir atrás de Ethel e Eziel que tiveram suas orelhas capturadas pela sua mãe. — Oh olá querida ! Dormiu bem ? — e somente tiveram alívio, quando a senhora Brown os soltou para cumprimentar Lyra que ria da cena. — Sim senhora Brown. — E quando as malas com perninhas que corria pela sala derrubaram Anthony que saia da cozinha a risada de Lyra somente aumentou. Agora a menina estava gargalhando fazendo Hermes que se aproximava se sentir mais aliviado em ver sua afilhada se adaptando. — Parece que estão todos prontos. — Lyra olhou para trás vendo seu padrinho descer a escada. — E alguém parece que está pronta para conhecer a Academia pela primeira vez. — que apertou a sua bochecha fazendo a menina dar um sorriso tímido. — Sabe que vai se sair bem, não sabe ? — Hermes afirma tentando tranquilizar sua afilhada arrumando o pequeno gorro na cabeça da mesma, que foi escolhido aquela amanhã nas roupas emprestada de Florence, mesmo Sophia tendo comprado boas peças de roupas para menina, ela preferiu o gorro e um casaco colorido tão grande de Eziel que parecia esconde-la. Hermes não resolveu incomodá-la com isso ! O primeiro ano em uma escola nova sempre era difícil, e por isso era bom que ela estivesse calma. Ainda mais em sua situação, e se roupas largas a deixava mais segura, ele não implicaria. — Arthur, eu quero que você cuide de sua irmã enquanto ela estiver na Academia. — Pediu Hermes em um tom que parecia de ordem e Lyra deu um sorriso para o irmão, não queria ser um problema. Porém o mesmo sem opção aceitou. — Estão todos prontos ! — o senhor Brown saiu da cozinha animado com uma vassoura muito grande ao seu lado, que parecia até mesmo comum, se não fosse por ser perfeitamente detalhada, como se estivesse sido feito com muito cuidado. — Lyra como é seu primeiro ano, você vai com... — Eu posso leva-la pai ! — Eziel se ofereceu e Lyra acenou negativamente lembrando do desenho suspeito quase feito em sua testa, fazendo Cravon coçar sua careca parecendo inseguro com a oferta, mas por fim cedendo... — Está bem ! Lyra você vai com Eziel — E com isso Eziel foi correndo pegar sua vassoura, voltando, e se colocando do lado de Lyra, que quase agarrou na perna de Hermes quando viu que a vassoura estava amarrada por uma fita em sua extremidade indicando que ela não estava em tão estável, quanto a do Sr. Brown. — Vamos Lyra ! Seja positiva ! Talvez as vassouras não são para voar. — Lyra repetia para si mesmo se guiando para trás do círculo, com um Eziel que não parava de falar ao seu lado, porém ela sequer ouvia. Estava tão nervosa que suas mãos estavam começando a suar. Ela odiava isso. Mas tentou se acalmar, focando em sua respiração como seu padrinho a orientou. — Boa sorte ! — Até que Florence dar um abraço, parecendo se despedir — Ah ! Só segura bem tá. — Não deixando Lyra nada calma, de modo que ela se virou para o irmão e lhe pediu ajudar com olhar, mas o mesmo estava distraído conversando com Anthony. Então Lyra sem opção, atrás de Eziel agarrou o gêmeo que deu um sorrisinho por cima dos ombros quando a vassoura levitou do chão. Pelo menos ela estaria ao lado da senhora Brown e senhor Cravon, que faziam a cobertura dos lados com suas vassouras empertigadas. — Preparada para voar foguinho ? — Perguntou Eziel e Lyra fechou sua mãos no peito dele e gritou : — NÃO ! — e nesse momento Lyra sentiu seu estômago subir para seus pulmões, quando com um único empurrão a vassoura subiu e ela viu embaixo de seus pés, apenas nuvens, que fizeram seu estômago embrulhar. — Sigam na ordem de águia ! — Gritou a senhora Brown com voz distante devido ao forte vento que cortava a bochecha de Lyra que escondia seu rosto atrás das costa de Eziel, que girou sua vassoura no ar fazendo Lyra gritar quando Ethel o cortou por baixo dando uma gargalhada. — Que tal irmão ? Revanche ? — Lyra começou repetir compulsivamente “não” esperando que sua opinião fosse considerada, porém quando ela viu Ethel dar um sorriso por trás de seus óculos brancos de aviação, soube que seu pedido não iria ser sequer ouvido. — Se segure bem foguinho. — Eziel berrou, não dando sequer Lyra tempo de pensar, quando ele inclinou seu corpo um pouco para frente, dando oportunidade de Lyra ver o senhor Brown montar posição na frente da senhora Brown. Florence vinha atrás dela e seu estava do lado de Anthony junto à Ethel que seguia atrás com sorriso de provocação para Eziel, que aceitou a provocação e voou para cima fazendo Lyra o apertar mais, somente abrindo os olhos quando ele parou atrás da irmã. — Sabe que será o primeiro a desistir irmão. — Ethel deu um sorriso esquisito olhando para baixo que Lyra somente entendeu oque significava, quando Eziel inclinou sua vassoura novamente e se deixou cair em queda livre para baixo. Tão rápido ! Que zumbidos em seu ouvido do vento abafava os seus gritos, que em um momento se tornaram tão altos que Eziel teve pena da menina e parou, fazendo sua irmã cair com tudo no mar, que Lyra somente notou quando Eziel gritou : — OLHA ISSO FOGUINHO ! — Lyra sem coragem, abriu apenas um olho, que primeiro a fez perceber que estava em segurança e depois abriu um outro, segurando tão forte o tronco do gêmeo, que ele exibia um sorrisinho convencido no rosto, que Lyra não notou ao se deparar na sua frente com um céu tão azul que ela conseguia ver até as mais branquinhas aves e uma praia tão grande a sua frente que areia lotada de pessoas com vestimentas nada cômodas para uma praia parecia muito grande para todos. Porém oque mais surpreendeu Lyra, foi quando deixando seu pé escorregar, ela sentiu a água debaixo de si, e uma onda que se quebrou distante no oceano que fez ela notar que seu corpo quase abraçava o fino espelho azul que em muitas ondas se desfaziam, fazendo ela olhar hipnotizada para cada uma. Nunca tinha visto mar ! E isso a deixou sem ar. — Onde estamos ? — Lyra pergunta boquiaberta olhando para frente algumas montanhas distantes. — Nos estamos no porto. — Respondeu Eziel e Lyra olhou para os lados e viu que não era somente ela que vibrava ao ver a primeira vez o porto, uma garota de cabelos louros mais nova atrás do pai que voava em uma vassoura com latinhas atrás, levantou as suas mãos no ar, abrindo os braços para sentir o vento. E por um momento, vendo aquela imagem, Lyra se perguntou como deveria ter sido se ela tivesse conhecido o porto com os pais. — Estão todos bem ? Sem arranhões ? Sem quedas ? — A senhora Brown passava conferindo cada um, verificando se não estava faltando nenhum pedaço fora do lugar, enquanto ela juntava todos em uma praia agitada de areia fofinha que deu vontade de Lyra correr até se cansar. Podia se dizer que estava tudo bem ! Florence passava o pente com tanta violência sobre o cabelo que Anthony ria da garota, Ethel e Eziel pareciam comemorar algo, mesmo Ethel estando completamente encharcada, e Arthur distante conversava com a garota que Lyra conheceu na madame Flu Flu, e que pelo jeito, também era um alvo dos Villin’s. — Florence, quem é ela ? — Lyra pergunta a morena que levantou o olhar e respondeu : — Madeleine ! Seu irmão não assume mais ele gosta dela. — Revelou Florence mais do que necessário. — Ela nos ajudou, sabe, com aquele lance dos Cavaleiros do Caos. — Informou Florence. — Gostou do seu primeiro voou ? — E voltou a pentear o cabelo, tentando deixar mais arrumado possível. O seu cabelo tinha ficado um tanto cheios depois do voou e Florence não parecia gostar. — Sim ! Foi divertido. — Lyra não mentiu totalmente. Seu primeiro voou estava entre divertido e assustador, e entre os dois ela preferiu falar que foi divertido. — Três horas. — Gritou a senhora Brown não atraindo somente olhares da família mas dando um pequeno susto em Lyra. — dez minutos para embarcar crianças. — fazendo Florence sorrir constrangida, e Lyra se pergunta onde ela iria embarcar ? Não havia nada. O mar parecia calmo, e distante não via nenhum navio ou sequer barco se aproximando. Mas enquanto Lyra olhava para horizonte, percebeu que as águas começaram a se mover e as ondas aumentaram, como se estivesse tentando sair das águas. Lyra não sabia de onde sairia a sua condução, mas sem dúvida ela nunca esperou que viesse sair do fundo do mar ! De modo que quando a garota no horizonte viu a fina haste de bandeira saindo do mar ela precisou piscar os olhos duas vezes para acreditar que aquilo realmente era real. Saia do mar um grande navio, levantando ondas e agitando o mar, surgindo das mais fundas águas com uma bandeira erguida em um mastro que rompia sobre céu azul, com a descrição que fez os olhos de Lyra brilharem : ACADEMIA DOS PODERES — LEVANTA ÂNCORA ! — Pendurado na ponta do navio um homem cinza com alguns moluscos no rosto gritou e todos se aproximaram de uma ponte sem importa com as feições do homem cinza que Lyra considerou que parecia morto. E Lyra ainda olhava boba para o grande navio tentando arrastar suas malas talvez com o dobro de seu peso, quando Arthur surge o seu lado e pega a sua mala, a ajudando entrar no navio, provavelmente devido ao pedido de Hermes, e como ela realmente estava tendo dificuldade com sua mala de bom grado aceitou, mesmo sentindo que de certa forma o irmão estava fazendo aquilo obrigado. Mas ignorando seus pensamentos, ela seguiu Florence até o grande navio, onde todos corriam empolgados se despedindo dos pais para mais um ano letivo na Academia. Não era necessário dizer que tal navio não era como outros. Em sua entrada ao invés de apenas uma ponte que levasse para interior do espaço, tinha em toda lateral portas que surgiam e desapareciam do nada, com escadas que desciam do navio de forma convidativa, que Lyra não temeu em aceitar. Porém ela percebeu que sua nova jornada seria um tanto complicada, assim que adentrou o espaço, que tinha em toda em suas extensão belas cabines, porém ela m*l pode explorar mais, pois um pé foi posto de forma proposital na sua frente e ela foi com tudo no chão na frente de todos. — Olhe por onde anda ou vai acabar caindo ! — Lyra ouve uma voz um tanto grosseira caçoando dela, fazendo a mesma rapidamente voltar o seu olhar para um loiro com olhar arrogante que a olhava com um nariz empinado como se ela estivesse suja de lama. — Lyra você está bem ? — Perguntou Florence a ajudando ela se levantar. — Olha só pessoal, temos mais uma decadente imunda. — Declarou o loiro de olhar arrogante e sorriso de canto torto alcançando uma lisonjeira plateia. Ótimo ! Outra Briana – Lyra pensou. E antes que pudesse sequer se dar contar do que estava acontecendo, Arthur se lança contra o louro de cabelos prateados e o empurra contra uma das cabines do navio, fazendo Anthony e Eziel rapidamente se aproximarem. — Eu vou matá-lo se encostar na minha irmã Villin ! Eu vou matá-lo ! — Vociferou Arthur e imediatamente uma série de cochichos se espalhou, e Anthony o puxou junto a Eziel e levou o bruxo transtornado para as cabines no fundo. Não era possível ! Realmente o Vandergard havia chamado aquela garota de irmã ?! – Os cochichos se espalhavam. — Quem era aquele ? — Lyra pergunta quando entra em uma cabine que dava para total de seis pessoas. — Draven Villin — Responde Florence. — Eu não quero que você fique perto dele — E Arthur deixa claro encarando a irmã e Lyra não questionou já que não iria se aproximar mesmo de alguém que a jogou no chão, porém não gostou nada da forma que irmão falou com ela. Ele não era tão velho assim para lhe dar ordens. — Lyra quer ficar na janela ? — Perguntou Florence descontraindo o clima e Lyra vendo alguns golfinhos pulando na janela se animou e rapidamente pegou o lugar de Florence e se distraiu vendo uma lula gigante que a deu um susto ao colocar um de seus tentáculos na janela fazendo a menina dar um pulinho no lugar e Anthony arregalar os olhos. ☽︎ ✵ ☾︎ E após algumas horas, o navio finalmente havia lançado sua âncora. Para felicidade de Lyra ! Que além de sua queda constrangedora na frente de todos, passou o caminho todo tendo enjoos. Nunca havia andado de navio, mas aquele dia descobriu que não era seu transporte favorito. Porém apesar do enjoos incomodarem bastante, a menina se sentiu muito mais incomodada ao sair do navio, onde a cada passo que ela dava, tirava alunos da cabine que disputavam a porta somente para olhá-la. Foi difícil ! Lyra que sequer estava acostumado com tantos olhares, andou o tempo todo de cabeça abaixada atrás do irmão, de modo que ela sequer olhando para frente, ao descer do navio, não notando que havia escadas tropeçou, e quando deu um gritinho vendo que iria cair de novo sentiu sua cintura rapidamente ser puxada no ar. — Deveria cuidar mais da sua irmãzinha, Vandergard ! — E quando Lyra olha para o lado surpresa por ser pega assim no ar tão rapidamente, viu Draven, que sorria para seu irmão com um sorriso cínico e debochado enfeitando seu rosto quadrado e marcado em suas expressões, fazendo Arthur quase avançar no topete arrebitado do cabelo do garoto quando o mesmo foi segurado por Florence e o grupo seguiu ! Lyra parou hipnotizada quando a distância favoreceu a vista do castelo a frente, em uma visão que ela jurava que somente existia nos livros que ela leu. Não havia lugar que ela pudesse olhar que não fosse significativamente mágico. Atrás dela havia águas escuras cercadas por montanhas tão grandes que pareciam separar o lugar do resto do mundo, a frente havia um castelo que subia com suas torres até o céu estrelado brilhando com suas luzes reluzentes, a onde seus pés pisavam havia uma ponte que parecia ser feito de uma árvore antiga, que se entregou a morte para o bem maior. E Lyra ainda observava certamente encantada com tudo ao seu redor, quando um homem. Não ! Um homem não ! Mas parecia ser um homem, mais não poderia ser outra coisa, saltou a sua frente. O homem que saltou a sua frente e se colocou no limite da ponte era metade cavalo e metade homem e levava na boca algo que parecia ser um chifre, de onde saia o som de buzina que fez Lyra e muitos ao de redor levarem a mão nos ouvidos e olharem para o mesmo. — Aos primaristas atenção ! Nós iremos vagar pelo caminho da floresta de sangue. O único que leva até o castelo. — Lyra prestava atenção ao lado de Florence. — Floresta de sangue ! Nunca gostei desse nome. — murmurou Anthony, levando uma cotovelada de Florence para fazer silêncio. — A Floresta de sangue foi feita para proteger a Academia e os seus habitantes dos invasores, porém vocês não são invasores. Por isso a atravessaram por carruagens que comportam quatro pessoas. Não quero mais que isso nas carruagens. — O Minotauro deixou claro fazendo um grupo de cinco meninas a frente se queixar. — E estritamente proibido sair da carruagem no meio do caminho para quaisquer tolice. Se saírem serão consideradas invasores ! Eu não conseguirei verificar sua ausência e não voltarei para pega-los. Então obedeçam minhas ordens ! — Lyra por um momento teve a impressão que o Minotauro havia dito diretamente para ela. Mas ela decidiu não manter isso em seus pensamentos ! Afinal, ela jamais sairia da carruagem, por mais divertido que fosse em uma floresta que tinha o nome tão peculiar. E por fim dividindo a carruagem com Florence e Madeleine, que arrumava seu uniforme pela terceira vez, Lyra ficou em silêncio. No navio ela havia colocado seu uniforme junto com outras meninas, assim também fizeram meninos. O seu uniforme ao contrário do de Florence e Madeleine não tinha cor, porém ela sabia que mudaria assim que sua Academia fosse escolhida, assim como Florence explicou. A floresta de sangue parecia bem silenciosa pela janela e era tão escura que Lyra só conseguia ver um ou dois vaga-lumes vagando na densa floresta, que sequer parecia emitir som de animal a espreita. As únicas luzes que ela conseguia ver distante e cada vez aumentar, era do castelo, que parecia brilhar cada vez mais em seus olhos, que naquela noite, pareciam tão iluminados e cristalinos como o céu estrelado da Academia. — Olha aquelas luzes ! — Lyra gritou eufórica na entrada do castelo fazendo um grupo de garotas rirem que Florence tratou de expulsa-las com olhar. — Lyra, você tem que ir para sua seleção. A gente ser ver no salão ! Boa sorte ! — Florence deu um abraço em Lyra antes de deixar ela em uma das grandes portas do castelo com o senhor Minotauro, que parecia está como um soldado ao seu lado. Lyra já estava vestida com uniforme escolar totalmente preto, que mudaria de cor quando fosse escolhida para sua Corte. Que eram seis ! Corte Romântica como a da Sophia, Corte Iluminada como de seu irmão e de seus pais, Corte Estelar como de Eziel e Ravi, Corte Acadêmica como de Zoe e a Corte Clássica é das sombras. — Senhora Salem ! — Lyra avançou para perto de uma escada quando o Minotauro se aproximou de uma mulher, que ao contrário de Sophia que vestia roupas vibrantes, essa vestia roupas sem cor é largas. — Aqui está a criança bruxa. — Lyra não sabia devia se apresentar, apenas deu um sorriso nervoso para mulher que nem mesmo devolveu. — Ótimo, pode ser retirar Lance, eu conduzirei a aluna para o salão. — Lyra olhou para o lado e tentou mais uma vez ser gentil e deu um sorriso e ficou bastante feliz quando o Minotauro, que também parecia muito sério, devolveu. Mas logo toda sua felicidade foi embora, quando ela olhou novamente para a mulher na escada e se deparou com uma expressão que parecia ser de reprovação da mesma. — Me siga ! — Senhora, como que é a seleção ? — Lyra pergunta estando nervosa, tomando coragem pela primeira vez para falar. — Creio que isso algo que qualquer aluno deveria saber antes mesmo de pisar em solos intermediários. — Coragem que foi toda embora quando Odessa a respondeu muito ríspida, fazendo Lyra abaixar a cabeça e olhar para as mãos constrangida. E por um momento, Odessa se lembrando da garota pequena, sentiu certo arrependimento por ter sido tão rude e resolveu se redimir ainda na porta. — Apenas não faça nada que venha provocar sua expulsão em seu primeiro dia e se sairá como todos alunos dessa escola. — Lyra deveria ficar calma, mas não estava só nervosa pela seleção. Ela tinha muitos exemplos de pessoa de quase todas as casas citadas, apenas a Corte Clássica e das Sombras que ela não tinha. Seu irmão havia dito que era porque nenhuma pessoa realmente boa entrou para essas Cortes que eram obscuras, e por isso agora Lyra seguia uma bruxa de expressão fechada que m*l falou com ela cruzando os dedos, enquanto tentava ignorar todos os olhares sobre ela enquanto adentrava o salão sozinha. Não era uma simples primarista ! Havia entrada na Academia dois anos depois e por isso seria selecionada sozinha. — Esse ano a Academia irá receber mais uma aluna em seu terceiro ano. Espero que todos a façam se sentir confortável e a recebam bem, como a Academia tem recebido sua família a séculos. — E somente nesse momento Lyra sente seu rosto esquentar, provavelmente já estava vermelha como um tomate. Graças as palavras do senhor a frente que Lyra considerou velho demais para esta vivo. Os olhares de todos pesou sobre ela quando se colocou na frente, mas especificamente entre duas largas mesas, uma de cada lado, porém o olhar que mais a incomodou foi de um homem de vestes pretas, pele pálida e olhar frio, na mesa atrás de si, que parecia a olhar para ela como com um ódio visceral. Porém Lyra para se acalmar tentou manter seus olhos distantes do mesmo, e respirou fundo mantendo seus olhos sobre a mulher de expressão séria que se colocou na sua frente. — Lyra Rowan Vandergard ! — E gritou seu nome, fazendo o salão se encher de burburinhos. — Se aproxime do círculo ! — E Lyra querendo acabar logo com aquilo olha para o chão e encontrar um pequeno círculo, que tinha em seu centro uma árvore de galhos amostras desenhada com uma tinta dourada que parecia ouro, e Lyra quase sair do círculo quando ver debaixo de ser pé a parte retorcida da árvore move-se para cima e a parte de cima move-se para baixo. Como se buscasse suas raízes, é naquele momento Lyra sente seus pés queimarem, e em piscar de olhos ela ver seu corpo tornarem chamas ! Que a tomaram por completo, dando um susto na menina que olhou para suas mãos e viu lentamente elas se tornarem esverdeadas e Lyra quando viu que a casa de seu irmão possuía cores como vermelho sangue ela começou balançar a mão negando aquilo : — Não ! Não ! Não ! — Mas era tarde, quando as chamas subiram, a gravata de seu pescoço era esverdeada e silêncio no salão era c***l. Todos pareciam surpresos com a escolha intrigante das chamas. Até mesmo a mesa para qual Lyra caminhava. Que seria agora a sua Corte. O silêncio era tanto que seus passos era ouvidos e seguidos por olhares que fez Lyra desejar se enfiar debaixo da mesa. Olhares principalmente da mesa de seu irmão que era contrária as das Cortes obscuras. Esse parecia em choque. De modo que Lyra se sentiu mais calma ao receber um sorriso do velho mago de barba grande que estava em pé na frente da mesa dos docentes. Ele parecia ser único feliz com a escolha das chamas. Ao contrário é claro do homem de vestes escuras, que olhava Lyra com tanto ódio, que ela jurava que sua cabeça poderia explodir a qualquer momento. E Provavelmente ele iria adorar isso. Por sorte os olhares de todos saíram dela quando Heráclito prestes a começar seu discurso novamente e interrompida por uma senhora alta que tinha um nariz estranho e começou bater em sua taça até conseguir acabar com discurso de Heráclito, que parecendo incomodado ergueu a mão para a mulher tomar frente, e pela cara de todos, aquilo não era comum. — Obrigada Mestre Heráclito pelas suas bondosas palavras de boas vindas a todos. — Disse a professora sorrindo afetadamente com sua voz aguda e soleada, que fez o velho mago olhar torto para ela ! Pois ela não tinha dado tempo de ele dizer sequer uma palavra. — Estou muito ansiosa para conhecer todos vocês, e tenho certeza que farei cada um de vocês, alunos melhores. — Dessa vez a mulher exagerou tanto em sua voz afetada que Lyra que Lyra considerou um tanto rachada e forçada que ela não conseguiu segurar um pequeno sorrisinho. E acabou soltando uma abafada risada. A risada seria de menos, se ela não tivesse quase derrubado um copo que estava sobre a mesa quando a mulher olhou para ela, que se não chamou atenção de todos, chamou de alguns, principalmente do homem vestimentas pretas que lhe davam aspectos sombrio de morte que apertou tão fortemente seus olhos escuros que parecia engolir tudo, que Lyra abaixou a cabeça. — A Corte Suprema sempre considerou a educação de vital importância. Afinal uma educação errada pode trazer muitos erros futuros e por isso estou aqui ! Para que os dons qual herdaram possam ser evoluídos, renovados e se for necessário controlados. Mas não precisaremos disso, não é mesmo. — a mulher apertou a expressão enrugada dando um sorriso esquisito, e nesse momento Lyra lembra que a Corte estava contra o Mestre Heráclio e o seu irmão. E com certeza ela deve ter sido a última pauta da Corte. E claro que isso justificava o olhar de búfalo raivoso que a mulher de um vestido que parecia mais um terno quadrado dava. — afinal, tradições não devem ser mudadas. — e quando a professora terminou o seu estranho discurso, muitos dos presentes não pareciam entende-lo. Mas Lyra havia entendido completamente. O Conselho iria intervir na Academia. E isso a preocupava pois pelo visto não era costume da Academia o Conselho intervir na educação de sua escola de modo que ela conseguia ver o desagrado no rosto de todos, principalmente de alguns docentes que apesar de saber disfarçarem faziam caras tortas e até caretas que Lyra considerou bastante engraçadas. Se o conselho estava intervindo era por que tinha algo acontecendo ! E aquele ano Lyra pretendia descobrir.
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