— Ah finalmente as aulas acabaram ! Já não aguentava mais. Estamos apenas alguns dias na Academia e eles estão falando sobre a seleção da primavera. — Queixou Anthony andando lado de Florence e Lyra em um corredor iluminado por grandes janelas abertas, que durante a noite além ser iluminado pelo brilho da lua com suas estrelas, também era iluminada por arandelas.
Depois do último dia de descanso dado pela senhora Meneid, ela não tinha mais desculpas para dar em suas ausências nas aulas e por mais que fosse difícil encarar seus colegas de Corte e o professor Devil todos os dias, Lyra sabia que tinha que sair do quarto, ou o próprio professor Devil a buscaria, e como ela não sabia os métodos que ele seria capaz de usar, para faze-la sair do quarto, decidiu tomar essa decisão por si própria, apenas motivadas pelos seus próprios planos.
— Não seja preguiçoso Anthony, você sabe muito bem que a seleção de primavera esta chegando ! Deveria fazer que nem eu e Lyra e estudar nos intervalos das aulas. — Sugeriu Florence, apertando dois livros na frente de seu peito.
Desde do dia que Lyra descobriu a verdade sobre si, somente estudava. Estava anos atrasada e além dos feitiços que ela sequer aprendeu, precisava estudar para a seleção de primavera que pelo oque Florence já tinha explicado, era uma pequena maratona, com todas as Cortes, feita com intuito de ver excelência dos alunos em cada uma das atividades lecionada na Academia; e pelo oque Lyra entendeu a seleção da primavera era muito importante para os alunos, porque essa garantia muitos pontos para as Cortes.
— Para que ? Fica como vocês ? — Indaga Anthony como se fosse a coisa mais absurda que alguém lhe sugeriu, fazendo Florence encara-lo brava.
— Me diga Anthony, como espera ganhar pontos para nossa Corte ? Babando na prova enquanto dorme em cima dela ? — Pergunta a castanha com uma expressão fustigada.
— Eu e Arthur não precisamos de uma prova, iremos garantir pontos para a nossa Corte na corrida e no pentatlo. — afirmou o garoto alto estufando seu peito e levantando seu rosto magro, que fez Lyra questionar se o garoto era realmente bom em alguma das coisas que ele afirmou que seria. — Deixa os estudos para vocês meninas ! — e após isso saiu andando para o salão, dando as costas para Florence que pareceu respirar fundo para não atacar o garoto com seu livro.
— Ele tem uma semente de abóbora no lugar de cérebro, sabia ? — Florence diz acenando de forma negativa enquanto via Anthony se afastar.
— Florence, posso te perguntar algo ? — Lyra pergunta com voz baixa, um pouco insegura, que fez Florence olhar para ela intrigada quando se virou para ir para biblioteca junta a mesma.
— Claro ! Se for algo sobre a seleção de primavera, ela não é tão difícil assim como Anthony acha ! Ele é só dramático. — Florence diz soltando a mão no ar em uma batida no vento.
— Não é sobre isso ! — Lyra rebateu. — Ontem eu li um feitiço interessante nos livros que você me emprestou. — segurando a fivela de sua bolsa, que sempre estava pesada. Ela sempre esquecia os livros que tinha que trazer no dia e acabava trazendo todos, que não era adequado para suas costas e seu corpo pequeno.
— É qual o feitiço ? — Perguntou Florence arrumando seus livros em cima de uma mesa que ela logo tratou de escolher quando passou pela porta que sempre estava aberta da biblioteca.
— E um feitiço curioso ! Como mesmo se chama ? — Lyra levou o dedo nos lábios em uma falsa atuação de esquecimento. Ela tinha que ser perfeita. — commutation !
— O feitiço de troca de corpo ? — Florence enrugou a testa.
— Sim ! Eu não entendi muito bem. Ele cai na prova de seleção da primavera ? — Lyra indagou pensando consigo mesma, que usando a seleção da primavera Florence não iria fazer muitas perguntas do porquê do interesse dela pelo feitiço.
— Ele é um feitiço básico e simples ! Raramente cai na prova. Nós aprendemos ele no nosso primeiro ano. Eu fiquei muito aliviada quando eu descobri para que aqueles olhos esquisitos na sala do professor Devil servia. — Respondeu Florence, fazendo Lyra arregalar os olhos ao se lembrar dos vidros de partes do corpo medonhas que seu professor tinha na sala.
— Um dos ingredientes do feitiço está na sala do professor Devil ? — Lyra indagou com voz sussurrante dando voz aos seus pensamentos que faz Florence olha-la com estranheza.
— Claro que está ! O professor Devil é o mestre alquimista da Academia. Todos os ingredientes estão na sala dele. A Academia tem um maior acervo de ingredientes de poções no mundo intermediário e muitos foi o próprio professor Devil que conseguiu. — Informou Florence, fazendo Lyra perceber que talvez seria um pouco mais difícil que ela imaginava conseguir ingredientes para seus planos. Porque o Soberano sempre tinha que está em seu caminho, como maldito muro ? — Mas porque você está interessada nesse feitiço ? Está pensando em trocar de corpo com alguém ? Eu me lembro que fiquei tonta a primeira vez que troquei. Também, eu fui trocar justamente com senhor cérebro de semente de abóbora.
— Não ! Apenas achei um feitiço curioso. — Justificou Lyra. — Parece esquisito ter usar olhos humanos e sangue para trocar de corpo com alguém. — Lyra fez uma careta de nojinho. Apesar de ela ter gostado da sensação quente da primeira vez que ela sentiu sangue vivo em suas mãos, nunca havia segurado um olho humano, que naquela noite ela havia descoberto que seria mais difícil de conseguir do que ela imaginava. Ela somente tinha uma chance de conseguir antes do jogo de amanhã.
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O salão da Academia já estava em sua típica agitação, como era comum depois de um longo dia de estudo, onde os alunos cansados se alimentavam com uma boa comida e os alunos empolgados com seu dia conversavam em muitas vozes com seus colegas de Corte.
O salão estava iluminado, as grandes luzes do candelabros espalhados por todo limite do espaço, iluminando as duas mesas, tornando visível cada aluno, para os docentes que estavam sentados em uma mesa a frente das duas quadrantes, que se dividiam as cortes iluminadas e obscuras, em um espaço um pouco mais alto do que todo salão, permitindo que Devil buscasse nas duas mesas o rosto de Lyra. Não a encontrando ! Ele odiava o fato da garota parecer sempre está em sua cabeça. Se sentia dominado pela pequena figura que tinha uma natureza um tanto perigosa para se colocar em confusões e isso não fazia somente ele está preocupado com atraso da garota no jantar, mas também Odessa que olhava para Heráclito como se exigisse que o mesmo levantasse e mandasse alguém ir atrás da menina. O talento de Lyra para se meter em confusões não era a única preocupação ! A garota carregava Malignus. Uma criatura nascida da tormenta de um intermediário de não poder usar sua herança mágica. Que é reprimida até essa se tornar unicamente e incontrolável caos. E ter algo assim no corpo de uma aluna como Lyra, com Olga Feller estando como a mão dura do Conselho na Academia, observando até mesmo as frestas do castelo, esperando encontrar algo que colocasse a Academia nas mãos da Corte Suprema, trazia preocupações.
Preocupações que Devil garantia para si que era um efeito de seu pacto. Afinal ! A garota estava intimamente ligada a ele e a sua vida é a sua morte cairia sobre os seus ombros, não demonstrava com seus olhos. Ele apenas ocasionalmente levava um Whisky em sua boca olhava para todos com muito desdém sendo o temível professor que muitos já tinham ciência. Porém ele ao ver a Lyra adentrando o salão, com suas meias colegiais tortas em seus pés, seus cabelos bagunçados jogados pelo seu rosto e suas bochechas com um certo rubor, Devil se perguntou como algo que parecia ser tão frágil e belo poderia ser tão destrutivo. E apesar de tentar enganar sua consciência novamente alegando para si mesmo que o alívio ao ver a garota aquela noite era devido fato que ele não queria que lhe causasse mais problemas, quando ele olhou os lábios da menina que se tornavam ainda mais bonitos quando ela dava um sorriso tímido, ele não pode deixar de sentir um extremo desejo de tê-los.
Lyra se sentou na última mesa do canto. Pelo visto todo mundo deixava de sentar do seu lado quando você ameaçava cravar uma faca no peito de alguém. Mas ela não se importou, apesar de odiar comer sozinha, decidiu aproveitar o silêncio de sua própria companhia para pensar em como pegaria os olhos da sala do professor Devil. Cada vez que ela pensava na possibilidade de ser pegar pelo o Soberano, suas mãos tremiam. Ela tinha dúvidas que ele podia ouvir seu coração e se ele pudesse ouvir seus pensamentos ? E se ele já soubesse de tudo ? E somente estava esperando um bom momento para puni-la ? A cabeça de Lyra pesou ! E ela abaixou levando as mãos na mesma, levantando logo em seguida se lembrando que não poderia demonstrar desespero. Ela tinha sua detenção hoje com o bruxo e essa seria única oportunidade. E por isso, querendo esta pronta ! Ela se levanta, deixando de seu jantar no prato e sai do salão.
— Para onde minha irmã está indo ? — Pergunta Arthur vendo Lyra sair apressada pela porta.
— Acho que ela ainda está de detenção com o professor Devil. Deve está se adiantando para não se atrasar. — Respondeu Florence ao lado de Anthony, que praticamente se escondendo atrás de Ethel olhou para os docentes, encontrando o assustador professor alquimista.
— Mas o professor Devil ainda está no salão. — que como se estivesse sempre pronto a contrariar se levantou, assim que o trio da Corte iluminada olhou para ele, fazendo Arthur estranhar. O Soberano parecia literalmente ter ido atrás de sua irmã.
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Lyra havia andado pelo dormitório varias vezes procurando sua capa, se atrevendo até mesmo procurar embaixo da cama de suas colegas de quarto e quando finalmente a encontrou procurou bolsos nela que seria adequado o suficiente para colocar um olho. Havia quadro bolsos ! Dois pequenos no peito e dois grandes na cintura. Todos escondidos por trás do tecido verde musgo de sua capa, na parte interna.
Daria certo – Lyra afirmou em seus pensamentos com suas mãos tremendos.
Quando ela olhou relógio, levou um susto. Estava atrasada para variar. Por mais que a sala do professor Devil ficasse na torre de sua casa, assim como a sala de todos os soberanos, Lyra corria para tentar no mínimo compensar os minutos perdidos. Não que fosse o seu desejo está em uma sala sozinha com o temível professor, ela apenas não queria levar uma bronca. E conforme ela avançava, pelos corredores frios e úmidos da última torre, que Lyra podia jurar ter visto entre uma janela e outra, olhos vermelhos a encarando, ela conseguiu chegar na porta do professor e sua ansiedade foi substituído pelo medo.
O professor Devil não era um tipo de pessoa que era facialmente enganado, e por um momento ela quis voltar para sua cama, mas ela não podia voltar atrás, estava determinada e sabia que não tinha escolha. E por isso sem pensar duas vezes, Lyra para na porta da sala do professor e dar duas batidas seguidas, ela já ia bater novamente quando ouve a voz grave de seu diretor liberando a entrada.
— Está atrasada. — murmurou o Mestre alquimista atrás de seu secretária, escondido por sinuosas sombras da sala nada Iluminada, que deixou Lyra ainda mais nervosa.
Tantos vidros estranhos ! com coisas estranhas ! E sem contar que o cheiro de formol dava sensação que em alguma das grandes gaveta de madeira, no canto da sala tinha um cadáver escondido.
— Estou ? — Perguntou Lyra olhando de r**o de olho as gavetas nas laterais da sala, rezando para que próximo corpo não fosse o dela.
— Eu pedi para você está aqui as oito horas senhorita Rowan. Mas pelo jeito, você também puxou o medíocre de seu pai. — ofendeu bruxo.
— Meu pai não era medíocre, e eu somente estou atrasada cinco minutos. — Rebateu Lyra defendendo o pai, fazendo Devil se levantar de forma abrupta de trás de sua secretária, fazendo ela inconsciente dar dois passos para trás.
— Dá para se fazer muitas coisas em cinco minutos senhorita Rowan. — Devil diz com sua voz grave em sussurro rouco, se aproximando de forma repentina de Lyra, que dava um passo a cada pedaço do rosto do bruxo que era revelado e quando finalmente chegou nos olhos, esses que eram piores por carregar tanta frieza e arrogância por tudo e todos a sua volta, Lyra sentiu vontade de correr da sala. — Mas pelo visto, você não recebeu a educação certa para saber que é de muito m*l grado se atrasar para seus compromissos, já que hoje não pareceu se incomodar em deixar seus colegas de Corte esperando. — Lyra levantou uma de suas finas sobrancelhas e torceu a bochechas ao dar um sorriso descrente. Ela tinha certeza que seus colegas não a queriam nem mesmo que ela estivesse na Academia, quanto na mesa de jantar junto a eles. — Não sei se você percebeu senhorita Rowan, mais eu prezo muito a pontualidade e a união dos alunos da minha Corte. — o soberano continuou a massacrando com os olhos, que era negros, e fundos como um poço, daqueles que a qualquer momento você poderia cair e ficar presa para sempre. — Por isso, eu quero que agora a senhorita me diga exatamente oque estava fazendo hoje, antes do jantar, e agora, antes de vim para minha a sala ?
— Eu...E-eu me perdi. — Gaguejou Lyra, se virando para o lado pra não olhar para o bruxo quando em apenas um movimento, que arrastou seu pé no chão, ela sente seu braço ser capturado e em brusco movimento sente um puxão.
— Não minta para mim Rowan ! — e quando volta, encontra o rosto do soberano, que marcado com sua forte fisionomia sua expressão rígida, que se demandava em lábios fechados e secos que parecia pronto para dizer mais afiadas palavras, um queixo marcado que Lyra conseguia ver no pescoço veias pulsando e olhos pretos com visíveis oleiras em seu rosto que não era pálido, mas com suas roupas pretas e seu cabelo da mesma cor escondendo sua mandíbula forte lhe dava um aspecto de ceifador que fez a pele Lyra arrepiar.
— Me diga agora a verdade. — Lyra sente seu braço doer sendo apertado pelo bruxo, que parecia saber oque estava fazendo. Porém ela se manteve firme, mesmo com seu pequeno corpo tremendo ao ser segurada daquela forma, que fazia até mesmo seus pés saírem do chão.
Não havia nenhuma dor que o soberano poderia a causar que a faria revelar oque ela estava fazendo. Porém por mais que suas palavras fosse firmes em sua cabeça, quando Lyra sente uma força estranha crescer nela e obriga-la a dizer, ela ficar com medo, e sente novamente oque sentiu no dia em que foi arrastada para sala do soberano. Seu corpo não parecia mais pertencer a si mesmo ! Era como se ela fosse uma casca, com apenas o bruxo no controle dela. Lyra odiou sentir isso ! Era tão c***l e r**m como o Malignus que ela carregava. Malignus que por um momento não parecendo gostar do comando, conflitou com os poderes que Devil tinha sobre ela, de modo que a respiração de Lyra começou a ficar difícil — Vamos senhorita Vandergard ! me diga a verdade ! — Devil a pressionou.
— Não estou mentindo Professor Devil. — Lyra falou começando a ficar sem ar, de modo que seu rosto estava ficando mais pálido e deixando o soberano preocupada, e com isso finalmente a solta.
— Oque está esperando senhorita Vandergard para começar ? também precisa de um mapa para chegar na cadeira ? — Resmungou Devil rudemente indo novamente para de trás da secretaria. Para as sombras.
— Nossa que gentil. — Sussurrou Lyra de forma sarcástica, indo atrás do bruxo.
— Como disse ? — Indagou Devil, quando Lyra escorregou na cadeira ao tentar sentar.
— cadeira grande ! — Lyra sorriu tímida fazendo Devil apertar seus olhos. Como a garota podia ser tão atrapalhada ? Ele acreditava que ela não conseguia dar dois passos sem colocar em risco sua existência, que também colocava a sua; graças ao pacto, que ele estava começando a se arrepender.
— Bem, como a senhorita não é tão cabeça oca como resto de seus amigos — Lyra franziu o cenho, estranhando o primeiro elogio do bruxo. — você irar catalogar os ingredientes nos frascos.
— O senhor tá querendo dizer os frascos pessoas decepadas ? — Lyra perguntou encarando de r**o de olho os frascos.
— Não ! — Devil respondeu curto. — Creio que a senhorita quis dizer os ingredientes. — mostrando para Lyra que talvez ele tinha outra concepção do que era um cadáver.
— Isso tudo ? — Lyra perguntou olhando pela sala e vendo umas doze fileiras de grandes estantes. Seis de cada lado.
— Algum problema senhorita Rowan ? Prefere a expulsão ? — Devil pareceu ter certa satisfação no olhar.
Sim ! Ele adoraria que eu fosse expulsa! – pensou Lyra.
— Não. — ela responde prontamente. — É que isso vai demorar um mês.
— E quem disse que sua detenção será aplicada somente em um dia ? — Retorquiu o Soberano com um meio vitorioso como se estivesse se divertindo com o sofrimento da menina, que o olhava indignada. — Agora oque está esperando ? comece. — Ordena o bruxo entregando um livro emoldurado escrito com uma letra forte com todos ingredientes que Lyra sabia que estava aquela sala ! Agora ela precisar anotar quantos havia de cada um. Que eram tantos que ela teve certeza que iria ter noites m*l dormidas de tanto olhar para aqueles frascos.
Ela não tinha opção, mas poderia fazer disso uma vantagem ! Com tantos fracos seria fácil ela encontrar o olho que ela precisava. Só precisava do momento certo.
E após aguardar pacientemente o momento, que Devil pareceu ocupado o suficiente com os pergaminhos em sua mesa, Lyra decide colocar seu plano em ação. Ela já tinha calculado tudo, a cada vinte o soberano a encarava e ficava no mínimo um cinco a observando. Lyra olhando no relógio, viu que o soberano tinha a olhado a cinco minutos atrás, ela tinha quinze cinco minutos, que ela não demorou usar.
Lentamente, disfarçando batendo com a pena no pergaminho, ela se enfiou na terceira estante, que ela agradeceu que ficava distante. Ela já tinha passado pela aquela estante duas vezes, sabia que oque queria, ficava na quinta prateleira, que infelizmente a altura dela não favorecia. Olhando entre as frascos ela observou que o bruxo ainda parecia atento ao pergaminho, então sem perder tempo, ela arrasta, mordendo os lábios uma cadeira, que ela agradeceu por não fazer nenhum barulho. Chegando no frasco a menina quase vomita ao ver os olhos dentro do vidro parecendo encará-la. Era nojento ! Mas até que ela tinha que confessar que era interessante. Sem perder tempo, ela levanta a manga de seu uniforme, e virando o rosto captura um olho, que quando ela estava puxando escorrega da sua mão, devido ao líquido do frasco, a obrigando novamente afundar a mão, perdendo o seu equilíbrio e levando o olho na mão e dois frascos consigo ao cair no chão. Olho que logo tratou de esconder no bolso quando ouviu o soberano se aproximar. Porém mesmo que ela fosse muito rápida, não podia esconder os frascos ingredientes quebrados no chão.
— Fracamente Rowan ! Você não tem olhos ? — Devil pergunta irritado olhando para os cacos de vidros no chão, que fez ele procurar ferimentos na garota caída atrás do mesmos.
— Desculpa.... desculpa... desculpa... — Que sem pensar duas vezes, avançou em cima dos vidros, chorando. Quando Lyra viu aqueles cacos no chão, se lembrou da primeira vez que derrubou um prato com comida ainda quando era apenas um bebê no orfanato. Se lembrou dos vidros ! Dos gritos das freira e do castigo. — Desculpa... me desculpa ! Eu limpo. — Lyra parecia desesperada, e quando Devil, sem entender ainda porque a garota estava assim, viu um sangue lívido escorrer na ponta de seu dedo, imediatamente tirou a mão da garota dos cacos.
— Oque pensar que está fazendo ? — Pergunta Devil levantando a menina somente com uma mão. Irritado ainda ! Porém agora pelo fato de ela está chorando. Tão irritado que nem mesmo sentiu que o sangue da garota que descia pelas suas mãos. O bruxo somente teve ciência, quando um sentiu o cheiro muito agradável as suas narinas e o gosto amargo de ferro no céu de sua boca que fez o bruxo imediatamente soltar a mão da garota. — Não tocar naqueles cacos de novo. — Devil diz rapidamente virando seu rosto e logo após saindo da sala, e entrando em uma porta externa nos fundos.
Devil havia ficado apenas alguns minutos na sala interna. Minutos que foram um suficiente para fazer Lyra pensar nas mil possibilidades de ser castigada. As lágrimas desciam descontroladamente pelo seu rosto temendo e foi ai que Devil finalmente entendeu.
— Me dê sua mão ! — O bruxo pediu com seu tom de voz carregado com certo furor que fez Lyra se encolher no sofá, imaginando que teria seus dedinhos furados por agulhas, como da vez que ela sem querer, ao tentar pegar um biscoito, pois estava faminta, derrubou umas taças que era da Madame Lourdes. — Não irei machuca-la. — Lyra levantou os olhos cheios de lágrimas, sequer imaginando que elas eram motivo do furor do Soberano. Ele simplesmente odiou ver cada uma e saber a dor que cada uma carregava.
Devil vendo que Lyra não iria entregar sua mão, se colocou de joelhos na frente da garota, pensando que talvez estando um pouco mais baixo não a assustaria tanto, porém ele não teve o mesmo cuidado para pegar a mão de Lyra, que ele puxou e prendeu em sua mão, fazendo a garota se mexer no sofá, somente paralisando quando notou que ele fazia um curativo.
— Os ingredientes serão cobrados ! Mas nunca com as punições que consideras. — Lyra fungou. — Infelizmente a escola desde de 1884 proibi os professores darem os devidos castigos aos alunos. Infelizmente. — Devil enfatizou querendo mostrar a garota que estava segura, mas não expressando muito bem isso, fazendo Lyra arregalar os olhos. — Como obviamente você não está concentrada ao que lhe ordenei, quero que você volte amanhã, sem atrasos ! E espero que a senhorita esteja minimamente atentar as consequências de seus atos. Agora saia da minha sala. — E com isso Lyra corre para a porta sem olhar para trás. E apesar das lágrimas que estava ainda secando em seu rosto e do machucado em sua mão, quando Lyra parou no primeiro corredor, comemorou, dando pulinhos. Finalmente havia conseguido o olho, agora só faltava uma coisa. O sangue !