CAPÍTULO OITO

2448 Words
Lyra sentia seu corpo doer a cada movimento por mais que fosse mínimo. Suas costas doía tanto que ela não conseguia ter jeito para dormi na cama direito, cada lado que ela colocava contra o colchão doía, e a única coisa que lhe dava um pouco de tranquilidade era fato de esta sozinha em um quarto, isso era única punição da madame Lourdes que ela gostava, está sozinha, porém isso aquela noite no silêncio e no quarto vazio, somente serviu para aumentar o barulho que sua barriga fazia ao se queixar de fome, fazendo ela apertar fortemente as suas pálpebras para buscar o sono que se recusava a vim, e como sono não vinha a menina começou a prestar atenção em sons que vinha de fora do corredor. No começo ela pensou estava alucinando de fome ouvindo passos e vozes, até que brado de uma voz grave em fúria faz ela levantar o peito no susto, ninguém gritaria tão alto em sua cabeça. Nem mesmo as vozes. E ouvindo apenas o silêncio que de repente se instalou no ambiente depois da fúria, ela pensou em ficar na cama. Pois a coisa mais sensata a se fazer e se esconder perante algum possível perigo, mas se havia algo que a menina não era, isso era sensata, e por isso calçando umas pantufas velhas, Lyra se levantar e devagar caminha pelo quarto, tentando não causar nenhum barulho, e foi bem sucedida, até chegar na porta do quarto, que quando Lyra pegou a maçaneta rangeu como uma porta velha e Lyra trincou os dentes e fechou os olhos já esperando o pior, porém o silêncio continuou, então ela saiu do quarto, encontrando o corredor vazio do orfanato, fazendo ela perceber que as vozes viam mais da frente. E andando devagar no corredor que tinha várias tábuas soltas, com muito cuidado para não pisar em nenhuma Lyra começou a ouvir uma conversa : — Eu ordeno que me diga onde ela está ! — Mas especificamente vinda do final do corredor, que Lyra sabia que era a sala da Madame Lourdes, fazendo ela recuar. Porém não ouvindo nenhuma sinal da voz da Madame Lourdes, a menina continua a andar. Talvez com tanta fome não estava pensando direito. — Não há nenhuma criança aqui que se chamar Lyra. — e ela considerou que realmente estava alucinando, talvez até em um sonho, quando ouviu a voz da Madame Lourdes pela primeira vez. Eles estavam a procurando ? Porque havia alguém a procurando ? E essas perguntas deixaram Lyra receosa, não tendo boas experiências com pessoas que vieram procurá-la, então a menina se escorou no canto da parede não ousando dar mais nenhum passo. — Senhora não nos obrigue a revirar o orfanato, para achamos oque queremos. — mas continuando a ouvi as vozes e julgando uma pela primeira vez que era masculina, não brava como a primeira, mas calma, parecia até o homem de roupas esquisitas que atrapalhou sua fuga de manhã, mas o fato de ser uma voz masculina deixou a menina mais temerosa sobre oque poderia está atrás da porta. Oque eles queriam com ela ? — Vocês não podem nos ameaçar seus filhos do demônio. — porém por mais calma que voz masculina fosse a Madame Lourdes não pareceu responder bem, que deixou Lyra um pouquinho mais tranquila de esta ali. As únicas pessoas que Madame Lourdes tinha simpatias eram pessoas como Briana. — Ela nos chamou de que ! — e quando ela ouviu uma voz que para ela pareceu feminina, a menina sem perder tempo, vendo que uma nova discussão estava se iniciando se aproximou, colocando a orelha na porta. — Eu sei quem vocês são. — A voz da Madame Lourdes novamente se fez presente. — São iguais a ela... filhos do demônio. — E Lyra se levantou na ponta dos pés querendo ouvir mais, quando novamente foi mencionada. — Mas nos estamos a curando, não deixaremos acontecer oque aconteceu em Salem novamente. — descendo, assustada com tom de voz da superior que se tornou demoníaco. Ela nunca tinha ouvido a Madame Lourdes falar uma ameaça como aquela, nem nas tantas vezes que ela foi ameaçada. — Olha minha senhora acho que não é ela que precisar de cura aqui ! — e pela primeira vez ela ouviu alguém contestar a ameaça da superior, a deixando ainda mais curiosa. Quem estava lá dentro ? — Hermes ! — é esse foi o nome, que Lyra ouviu e sussurrou entre seus lábios, não conhecendo ninguém com esse nome curioso. Mas não tinha como conhecer, ela não conhecia nada além do orfanato onde morava. — Escute senhora Lourdes, você deve saber oque somos. E Lyra também e diferente. — mas pelo jeito eles conheciam ela, que deixou Lyra intrigada — Ela é uma bruxa. — ficando totalmente paralisada quando descobriu porque eles a conheciam. Ela era uma bruxa ? Porque estavam falando isso ? Bruxas não existem. E se existisse ela seria morta... ...Não ! Ela não podia ser uma bruxa, a Madame Lourdes seria a primeira que a queimaria. — e crianças bruxas precisam ser ensinadas a usarem os seus poderes, se ele for reprimido coisas terríveis podem acontecer e a criança pode morrer. — Desculpe, mais nós da comunidade Salém fazemos tudo para purificar o mundo e principalmente eliminar os pagãos que nós cercam e se para isso for necessário a morte, que mande acender as fogueiras novamente. — E considerando oque era, as palavras da Madame Lourdes fez Lyra temer mais do que nunca e ela sentiu suas costas doerem como se seu corpo lembrasse do castigo no pior momento. Zonza de fome, a menina acabou caindo no chão, causando um silêncio atrás da porta que fez ela ter certeza que haviam a descoberto, e antes de sequer ela conseguir levantar para correr a porta se abre e no chão ela ver o terrível rosto da Madame Lourdes, que bufava, fazendo o ar sair entre os dentes como um búfalo raivoso. — Lyra vai para o quarto agora. — fazendo ela rapidamente levantar sem sequer questionar a ordem da megera. — Não ! — sendo somente paralisada de sua fuga por Hermes que entrou na sua frente, fazendo Lyra levantar o olhar para o elfo que ela considerou realmente alto e assustador, sem dúvida as cicatrizes no pescoço do ruivo não era nada convidativas e por isso ela não se moveu, apesar de suas orelhas pontudas serem engraçadas — Seu nome e Lyra, não é ? — de modo que ela conseguiu apenas acenar a cabeça sem nem piscar os olhos que Hermes imediatamente reconheceu, como os olhos de Maia na menina. Em qualquer lugar ele reconheceria a afilhada, que lhe deu um simpático sorriso de canto, quando ele abaixou na frente da mesma para equilibrar sua altura : — Não precisar ter medo. Eu sou Hermes.... Hermes Beaumont — e se apresentou, estendendo a mão para a mesma, que ela sequer toca. — Lyra vai para o seu quarto agora ou eu irei... — Não sabendo oque fazer quando ouviu mais uma vez a Madame Lourdes gritar. — NÃO OUSE AMEAÇA-LA SENHORA OU... — Gritos que irritaram Hermes, que se levantou escondendo Lyra. — HERMES ! — que foi alertado por Zoe a se acalmar, fazendo Lyra logo olhar para a mulher, que ela considerou ser a mais bonita que ela já havia visto. Mas ela tirar o olhar de Zoe, quando Barbarosa saiu de trás da mesma martelando seu pé de madeira assustando a menina que deu dois passos para trás fazendo uma xícara cair, em especial da coleção da superior que imediatamente quebrou ao cair no chão. — está assustando a coisa — gritou Barbarosa, sequer percebendo que quem na verdade estava assustando ela naquele momento, era ele. — Desculpa.... desculpa... eu não..... não queria... — e quando Lyra viu a xícara no chão e olhar espinhado da madame Lourdes, desculpas enroladas começaram a sair de sua boca. Em pânico daquele jeito o espaço ali poderia ficar muito pequeno para todos, então Ravi percebendo que precisava paralisar a garota, retira a sua pena de estimação de seu paletó, levitar até o braço de Lyra e se aproximar. — Isso é uma cidreira ! — Lyra olha para o seu braço se sentindo estranhamento mais calma, vendo uma pena muito colorida em seu braço, parecendo massagear sua pele com pequenas perninhas. — Elas são muito grudentos ! E por isso é um ótimo feitiço. — que ela sequer imaginava que eram feitas para acalmar. — Feitiço ?! — a garota levantou a sobrancelha. — Sim, um feitiço. — afirmou Ravi olhando para a menina e Hermes com esse ensejo se aproxima da afilhada com certa cautela ainda em seus passos e se põem novamente de joelhos e diz : — Um bruxo faz feitiços Lyra. E você é uma bruxa. — Bruxa ! — Lyra exclama assustada. — Não... eu não posso ser uma. — No momento tinha muitas respostas em sua cabeça sobre oque ela era, e nenhuma era boa. — Exatamente Lyra, você tem essa maldição demoníaca, mais eu posso te curar. Se lembrar oque essa maldição te fez fazer, você matou aquelas pessoas. — E a Madame Lourdes tratou imediatamente de se aproveitar do que ela mesmo ensinou a Lyra, como ela fez por igual durante toda a vida da mesma, toda vez que Lyra expressava magia. — Eu não a castiguei, se lembrar ? Eu disse que iria te ajudar. E eles estão tentando impedir isso Lyra. Não os ouça. — CALA BOCA. — Porém Hermes com alto brado logo a impediu de continuar, fazendo Lyra novamente se afastar do padrinho. — Hermes ! — que foi alertado novamente, agora por Zoe para se acalmar, que dessa fez se aproximou de Lyra, que pareceu mais calma com a presença dela. — Nos escute Lyra, a morte daquelas pessoas não foram culpa sua. — Foi sim ! Vocês não entendem, eu queria tanto matar eles... queria tanto. Não tinha outra opção, eu pedir... eu implorei para eles se afastarem ! Para eles não me tocarem ! — mas com lágrimas nos olhos a menina insistiu, que fez Zoe imediatamente entender porque aquelas lágrimas estavam ali. — Eles tinham que morrer. — Você não teve culpa, eles deviam ter se afastado. — declarou Zoe. — Lyra ! Me escute ! Eu posso te explicar tudo. Eu prometo que vou explicar. — Hermes se abaixou na frente da menina. — Porém você precisar confiar em mim. Eu irei te proteger ! Eu juro. — e jurou uma promessa olhando nos olhos da afilhada, que encarou todos ao redor e tomou sua decisão : — Lyra, eu acho melhor... — a freira murmurou em tom de ameaçar e com um fôlego preso Lyra diz : — Me ajuda ! — GAROTA INSOLENTE... EU IREI.. — A mulher berrou com voz entre dentes de tanta raiva, e Lyra apenas fechou os olhos ao ver que a mulher se aproximava como um búfalo esperando pior.... quando não sente nada. Seu corpo se encolheu esperando um tapa, mas nada a tocou, e quando Lyra abriu os olhos confusa, viu Hermes na sua frente apontando a varinha para rosto da superior, assim como todos naquele momento. — Você não vai tocar um sequer dedo nela. — Hermes falou firme na frente da afilhada. Lyra havia pedido ajudar, e apenas isso bastava para ele poder intervir de acordo com as leis de seu mundo. — Vocês não podem fazer isso ! — Se eu fosse a senhora não teria tanta certeza. — ameaçou Sophia. — Zoe, você pode ajudar Lyra arrumar as malas. Ela irar sair daqui hoje. — Hermes pediu a Brown, que gentilmente pegar a mão de Lyra e se retirar do local. Lyra tinha poucas roupas, então rapidamente ela coloca tudo oque tinha em uma pequena mala com rodinhas soltas, que ela arrastou pelo o quarto tentando não fazer barulho e foi até Zoe, que já aguardava com um sorriso na porta do quarto escuro que era chamado de dormitório. Se assim podia dizer que aquilo era um. — Já acabamos. — então Zoe logo voltou ao espaço com Lyra, não podendo deixar de perceber que algumas coisas havia acontecido no local ! Hermes ainda erguia a varinha contra o rosto da superior, porém Sophia estava encarando feio um grupo de freiras que tinham sido acordadas com toda movimentação, e apesar de estarem em maior número parecia terem levado a pior. Uma até mesmo estava com a face terrivelmente deformada devido provavelmente a um feitiço, fazendo Lyra entender porque as freiras estavam tão amedrontadas. — Pensei que iríamos evitar atacar os decadentes. — Proferiu Zoe repreensiva para os presentes que se entreolharam condenando a culpada. — Foi ela que começou. — que se defendeu, sendo Sophia. — Melhor irmos embora. — Orientou Ravi lentamente se afastando com varinha do rosto da superior, somente abaixando quando Lyra saiu pela porta em segurança, e Sophia que o segue, logo depois de Barbarosa, joga uma bobinhas fedorentas que ela tinha sempre guardadas em sua capa nas freiras, que assim que as bobinhas começam estourar, começam a gritar, pulando sobre os próprios pés fazendo Lyra gargalhar se divertindo ao descer a escada. Porém sua alegria foi momentânea, e seu corpo paralisa na frente da porta de saída daquele terrível lugar quando a mulher, a superior, que parecia mais furiosa que nunca gritou seu nome na escada, e Lyra repetindo oque havia feito de manhã, se escondeu atrás de Sophia e Zoe. — Se você sair por essa porta nunca mais voltará para esse orfanato. — a freira gritou com seu dedo gordo apontado para Lyra, que suspirar pesadamente e sair do trás de Zoe. Ela não tinha para onde ir ! O orfanato era única casa que ela tinha. Apesar de não poder ser chamado de exatamente de um lar, era um lugar que ela podia dormir, mesmo que fosse no chão. Mesmo que fosse uma bruxa, ela não tinha ninguém no mundo para um dia voltar. Mas a garota estava enganada, por mais que não soubesse, por mais que sequer imaginasse, ela estava com sua família e Hermes entrando na frente dela antes que ela pudesse tomar mais algum passo, decide deixar claro isso : — Ela nunca mais voltará a esse lugar. — Fazendo a face gorda superior se contorcer. Lyra no início não entendeu as palavras do bruxo, sequer imaginava quem ele era, mas quando ele estendeu a mão, ela segurou, confiando nas palavras que foram ditas em alta voz, ela sair pela porta da frente do orfanato.
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