Os Villin’s havia saído pela porta com fogo saindo pelas orelhas. Não era para menos. Depois que Draven falou perante toda a Eclésia, seria difícil Georgius continuar no seu lugar sem ganhar piadinhas de Nikolaus. O soberano da Corte Romântica andava solto pelo local, se metendo em toda rodinha de mestres para espalhar as ofensas em forma de piada que ele não pode dizer na cara de Georgius. Lyra queria se juntar ao mesmo, mas se sentia tão cansada, que parecia que seu corpo se movimentava em velocidade mas lenta do que tudo ao seu redor, porém quando ela viu seu padrinho se levantar e sair da Eclésia sem falar com ninguém, ela se levantou do lado de Sophia, que não conseguiu a segurar na Corte Romântica e correu atrás do padrinho, ignorando os quadros que a olhavam.
— Padrinho ! — Hermes se virou ao ouvir a voz de sua afilhada, entre um corredor e outro que quando Lyra se aproximou, notou que o mesmo estava falando com Aracelli.
— Pode se aproximar Lyra. — Lyra olhou confusa para a mulher que tinha batom vermelho marcando seus lábios. — Estava elogiando seu padrinho. Afinal ele se saiu muito bem para alguém que apenas dois anos mais velho que você foi expulso da Academia. — Hermes desviou seu olhar com vergonha, Lyra queria que o padrinho fizesse alguma coisa. Como ele podia deixar que aquela mulher falasse assim dele e não dizer nada ? Mas Hermes deixou, e Lyra viu Aracelli se afastar com um sorriso vitorioso sobre o silêncio de seu padrinho, que deixou Lyra irritada, de modo que ela olhou Aracelli na metade do corredor e tentou ir atrás da mesma para puxar o seu vestido e fazer ela tropeçar, mas Hermes a segurou colocando a mão na sua frente.
— Você está bem ? — Pergunta o elfo se abaixando na frente da afilhada, que naquela altura ficou maior do que ele.
— Estou padrinho. — e Lyra responde constrangida. Ainda sentia vergonha de olhar para o elfo depois de tanta coisa que ela o fez passar. — Me desculpa, eu juro que não queria fazer isso... que dizer... queria.... — Lyra gesticulava. — Mas não sabia que aquela cacatua ia sair do armário. Eu juro que tranquei ele bem. — Falando sem parar, fazendo Hermes rir, achando graça na menina.
— Lyra, eu quero que você saiba que o que você fez não foi errado. Se tratando dos Villin’s posso dizer que eles até mesmo mereceram. — Lyra ficou surpresa. Não esperava Hermes falasse aquilo. Em todo momento ele parecia aborrecido com ela. — Mas vivemos tempos difíceis. A hora de escolhemos o que é certo e o oque fácil infelizmente chegou e receio que nem todos estejamos prontos para abrir mão do que é fácil. — Lyra levantou uma sobrancelha.
— Malquior seria oque é fácil ? — e indaga.
— Não diga o nome dele aqui. — Logo sendo repreendida por Hermes, que olhou para os lados e falou : — Você não sabem quantos pessoas podem está ouvindo nossa conversa nesse momento. — Lyra levantou as pálpebras arregalando os olhos. Não havia ninguém nos corredores. Como poderiam ouvi-los ?
— Padrinho, porque você foi expulso da Academia ? — Lyra pergunta curiosa e se torna nubla a expressão do Elfo.
— HERMES !! — Sophia grita o bruxo, não dando tempo de Lyra ser respondida.
— Espere um pouco ! — Pediu Hermes, e logo seguida se afasta de Lyra, que tentava ler o que Sophia falava para Hermes que mantinha uma expressão séria, quando sente sua visão falhar. Lyra apertava as pálpebras tentando enxergar, mas o chão de seus pés começou a mexer, obrigando ela a se segurar na parede, agachada sentindo o ar de seus pulmões saírem pela sua boca rápidos demais, assim como sua força que a matinha de pé parecia sair para fora de seu corpo, fazendo ela ir de joelhos no chão.
Nesse momento Devil, que caminhava com sua capa longa verde sobre o seu corpo e um cedro com olhos perturbadores de uma cobra que fazia todas as pessoas que ele se aproximava a alguns metros se afastarem com sua imponente presença, leva a mão ao peito, ao sentir uma fisgada que fez ele ignorar um mestre de sua própria corte e imediatamente ir para porta, onde Hermes já corria na direção da afilhada a pegando no colo.
— Oque houve com ela ? — Pergunta Odessa tendo chegado primeiro para ver o atraso de Sophia.
— Não sei ! Ela desmaiou. — Hermes responde com corpo mole de Lyra em seu colo, que impediu Devil de avançar em cima do elfo assim que ele o viu.
— O que você fez com ela ? — Porém a ameaça em sua voz ainda era presente, de modo que Hermes olhou para o bruxo com estranheza.
— Porque consideras que eu fiz algo ? Ela é minha afilhada. — Lembrou Hermes ficando com o rosto sombrio.
— Preciso lembrar do verme que você é ? — que não pareceu assustar Devil, pelo contrário, o bruxo parecia ainda mais disposto a jogar Hermes contra a parede, de modo que Odessa se viu obrigada a intervir :
— Gostaria de lembrá-los que tem uma aluna desmaiada. — Falou a bruxa firme. — Acho melhor levarmos para a enfermaria. — e nesse momento tanto Hermes, como Devil pareceram notar que Lyra ficava cada vez mais pálida e finalizam a discussão que estava se iniciando, que foi também interrompida pela saída dos soberanos, fazendo Hermes pegar a afilhada no colo e sai para evitar perguntas, é claro que Devil o seguiu, fazendo Meneid olhar para os dois intermediários lado a lado de cima a baixo assim que os mesmos entraram pela enfermaria.
— Oh meu senhor mágico ! Quem morreu ? — pergunta Meneid com a mão no coração, somente olhando para trás quando, Odessa pigarrou, revelando o motivo dos dois intermediários estarem juntos no mesmo lugar.
— Essa aluna desmaiou senhora Meneid ! — a enfermeira olhou para Lyra pálida na maca.
— Sabem me dizer se a senhorita Vandergard foi atingida por algum feitiço ? — Pergunta a fairy, tirando as luvas de sua mão e pegando a sua varinha.
— Provavelmente !
— Não !
Sendo respondido por Devil e Hermes, que lhe deram respostas diferentes criando um clima tenso e obrigando a enfermeira colocar sua mão na testa da garota. Os olhos da fairy brilharam e Devil sabia que a mesma estava procurando alguma causa ou doença que fez Lyra desmaiar, e que logo ele teria o resultado. Porém mesmo assim o bruxo não pode evitar de se aproximar, parecendo ele mesmo querer cuidar da garota, que parecia tão frágil aos seus olhos naquele momento.
— Sophia, pegue dois frascos de escaravelho sagrado no meu armário por favor — pediu a fairy, fazendo Sophia correr pela ala e Devil se aproximar.
— porque irar dar duas poções de força para ela ? Me diga Meneid ? — questiona o alquimista bastante impaciente, sabendo bem para que escaravelho sagrado servia.
— Por qual motivo seria senhor soberano, essa criança está fraca ? Sua poeira está muito baixa. — informa Meneid e o rosto de Devil se torna agressivo, como de uma b***a fera lutando por dominância. Havia muitas coisas que deixava a poeira de um intermediário baixa, mas a mais provável fez ele avançar em cima de Hermes e pega-lo pelo colarinho :
— Então agora além de se alimentar de cervos, bebe o sangue de sua afilhada ? — que revidou, empurrando Devil, que pela primeira fez mostrando a utilidade de seu cedro em mãos golpeou o elfo. — Eu ouvir que criaturas como você tem a sede insaciável.
— Falando em sede ! Como está a sua Devil ? — Pergunta Hermes limpando o sangue lívido de sua boca fazendo os olhos ônix de Devil se tornarem opacos, como o de um assassino.
— CHEGA ! — Gritou Meneid interrompendo a briga dos dois intermediários. — Olha, existe muitos motivos da poeira de um intermediário abaixar. Desde da pouca alimentação a um feitiço fatal, portanto os dois se comportem em minha ala, ou serão expulso da mesma. Deixei claro ? — Hermes imediatamente acena e Devil também faz o mesmo contrariado, fazendo Odessa encarar o bruxo surpresa com reação do alquimista. O Devil que ela conhecia. O seu antigo aluno, viraria as costas e pediria somente para Meneid incomodá-la caso a aluna morresse. Mas aquele Devil que ela via a sua frente, parecia ter motivo para ficar. Ele até mesmo olhava com certa preocupação enquanto Meneid aplicava a medicação na veia de Lyra, que resmungava palavras desconexas parecendo sentir dor.
Dor que parecia incomodar Devil, um incômodo que parecia até mesmo estranho para o bruxo, que nada acostumado com aquele sentimento andava lentamente de um lado para o outro como um animal determinando território.
— Margot ! — Sophia desperta Odessa de seu pensamento quando Margot aparece na entrada da ala, parecendo um tanto receosa em se aproximar.
— Desculpa professora, e que eu ouvir falar que Lyra tinha vindo para enfermaria. — a garota se aproximava tímida. — ela está bem ? — Pergunta a garota de cabelos curtos enquanto Draven ouvia atrás da porta. E claro que Margot não estava ali pela amizade que ela tinha com Lyra, Draven havia pedido, e a bruxa se sentindo uma tola aceitou.
— Ela está melhorando senhorita Raymond. — Meneid respondeu enquanto furava pela terceira vez o braço de Lyra, aplicando mais um frasco de medicação, fazendo Devil dar uma face nada simpática para enfermeira quando Lyra deu um baixo gemido. — Vejo que você e muito amiga da senhorita Vandergard.
— Sim, eu sou. — Margot forçou um sorriso.
— Sabe me dizer se aconteceu alguma coisa estranha com senhorita Vandergard hoje ?
— Não senhora Meinad. — respondeu Margot. — Lyra estava muito quieta o dia inteiro. Até demais ! Ela m*l tomou o café da manhã com a gente.
— Viu senhor Devil ! Creio que já tem sua resposta do porque da poeira de sua aluna está baixa. — Meneid encarou o bruxo com uma expressão de “eu avisei”. — Sua aluna não está se alimentando direito. — que Devil não percebeu, pois olhava para o rosto de Lyra que pouco a pouco voltava a sua cor. — Agora, peço licença a todos, pois a minha paciente precisa descansar. — Meneid pediu em tom de ordem que não podia ser contrariado, fazendo Devil resmungar algum palavrão quando saiu, junto a Hermes que esperou o bruxo dar três passos para segui-lo, assim como Margot também fez, esperando que Draven tivesse saído correndo de trás da porta. A última sair foi Odessa, que antes de se retirar pediu para que Meneid limita-se presença de algumas pessoas na enfermaria e uma delas era Devil.
A bruxa de coque havia achado curioso a atitude de Devil e precisava fazer algumas perguntas a Heráclito para saber o quão perigoso seria para Lyra ter o bruxo por perto.
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Tão suave como badalar da meia noite soava uma suave canção como cânticos religiosos de clamor de um pecador. Som que despertou Lyra, que se levantou ofegante da maca se deparando apenas com a escuridão da noite que trazia apenas o brilho da lua que entrava por janelas entreabertas com cortinas balançando como um fantasma, que fez Lyra ter receio em se levantar. Porém mesmo seu corpo se retraindo ao tocar com a parte posterior de seu pé no chão gelado de mármore, Lyra curiosa, começa a procurar de onde vinha a música.
O roupão branco é a pele pálida da garota ajudava ela se misturar com arquitetura mórbida da Academia que ajudava Lyra a se passar por apenas um mero fantasma de um sonho distante, que Lyra não se lembrava, e apesar de sentir um medo de um pesadelo quando ela entrou em um corredor escuro, a garota seguiu a frente, até que sentiu seus pés ficarem mais frios, e foi ai que ela percebeu que estava pisando em algo, porém quando ela olha para os próprios pés para saber em que. Nada viu. Apenas escuridão, que essa desfez como névoa, quando ela olhou para frente e viu uma mulher. Um pouco mais velha do que ela, com cabelos ruivos que ia até a cintura, sardas espalhadas pelo rosto de forma desproporcional e olhos castanhos, fazendo a pele da mesma se destacar. Lyra não sabia quem era, mas tentou se comunicar :
— Olá ! — Lyra sorriu sem mostrar dentes. — Eu me chamo Lyra. — e se apresentou e aguardou um pouquinho para que a mulher a sua frente se apresentasse também, mas a mesma permaneceu em silêncio, deixando Lyra desconcertada. — Você também está na enfermaria ? — Lyra pergunta notando que mulher estava com um roupão que nem o seu, com uma fênix bordada, e quando a mesma acenou positivamente ela ficou feliz. Como se estivesse encontrando algo bom. Ela não fazia ideia do porquê havia se sentido assim. — Eu não vi você antes. Quem é você ? — continuou Lyra tentando fazer a mulher que parecia um tanto distante falar.
— Eu sou você ! — E quando ela conseguiu, tudo diante de si se iluminou, fazendo Lyra perceber que o líquido espesso que estava em seus pés era sangue e a mulher de expressão distante a sua frente era um reflexo. O seu reflexo !
— Não ! Mentira ! — Lyra fala trêmula, e se vira para correr, quando é paralisada por um espelho, que surgiu na sua frente mostrando o seu reflexo novamente, que se tratava da mulher distante banhada em sangue, que tinha em seus lábios melodia que se para Lyra tinham sido suaves em seu ouvido, naquele momento a melodia se tornou a assustadora ! E de repente, correndo para todos os lados e só encontrando espelhos, Lyra sente sua mão arder, e quando ela olha para a mesma, chamas brilham em seus olhos, sua pele rasgava ! Lyra sentia tanta dor que gritos começaram a sair pelos seus lábios secos ! Gritos, que fizeram Meneid que andava pelo quarto com uma bacia em mãos, para fazer novo curativos em seus pacientes, derrubar o metal e correr para maca de Lyra.
— APAGA ! APAGA ! POR FAVOR APAGA O FOGO ! — Lyra balançava as suas mãos tentando sair da maca, sendo contida por Meneid e mais duas curandeiras.
— LYRA ! LYRA ACORDA ! — Gritou Meneid segurando o braço da garota que se arranhava com suas próprias unhas. — Não há fogo — fazendo Lyra olhar para os mesmo e finalmente percebendo que somente havia tido um pesadelo. Um bizarro pesadelo.
— Desculpa ! — ela pedi cabisbaixa.
— Que susto ! Um dia irei ter um infarto sabia. Eu sou uma fairy idosa. — Falou Meneid ofegante, e Lyra se encolheu em baixo da coberta percebendo alguns olhares sobre ela. Principalmente de um grupo de garotas que parecia visitar amiga que se queixava de cólica. — Agora vai tomar um banho, eu irei avaliá-la e ver se eu posso dá-la alta. — de modo que ela agradece quando Meneid a manda ir para o banheiro.
Lyra rapidamente tira o cobertor de cima de si e pisa no mesmo chão de mármore de seu pesadelo, que ela naquele momento ao sentir sensação de frio no pé, se perguntou como um pesadelo poderia ser tão real. Ela também se sentia tão cansada que parecia não ter dormindo nada a noite toda. Pesadelos sempre a deixavam assim.
— Genida, avise a professora Odessa que a garota acordou. — Lyra ouviu Meneid dizer enquanto caminhava para o banheiro, e por mais que ela preferisse a bruxa do que seu soberano, Lyra mesmo assim se indagou porque a enfermeira ao invés de avisar Odessa, não mandou avisar seu Soberano. Afinal ! Devil como seu Soberano, teoricamente tinha mais responsabilidades sobre ela do que Odessa, mas decidindo ignorar as perguntas de sua cabeça pois estava cansada, entrou no banheiro, tirou seu roupão branco é entrou no chuveiro, que ao contrário de seu dormitório não tinha uma água tão quente, fazendo Lyra dar alguns pulinhos enquanto as gotas de água escorregava pelo seu corpo.
Quando Lyra saiu do banho, logo correu para seu roupão e se enrolou tentando se aquecer. Ela ainda secava o seu cabelo com uma toalha quando notou que em seu lado havia um espelho, um espelho muito grande que parecia antigo e tinha hastes douradas na ponta que refletiram nos olhos de Lyra quando ela encarou seu reflexo com alívio. Era ela !
— Lyra ! — Lyra dar um pequeno pulinho ao escutar uma voz atrás de si. — posso usar o espelho ? Só há um no banheiro. — pergunta Madeleine com uma toalha em seu corpo e um feitiço de bolha em seu pé que estava enfaixado.
— Tá tudo bem ? — pergunta Lyra olhando para o pé da garota alta.
— Está sim ! Eu tropecei no banheiro do meu dormitório ontem a noite enquanto eu tentava alcançar minha chapinha. Acredita ?
— oque é chapinha ? — Indaga Lyra e Madeleine sorrir gentil e responde.
— e uma coisa que passar no cabelo. Mas você é bonita. Com certeza não precisa dessa coisas ! Todos já olham para você. — Madeleine diz elogiando Lyra com um olhar um tanto esquisito que fez ela sorrir tímida e um silêncio constrangedor surgir. — Posso usar o espelho ? — pergunta Madeleine cortando o silêncio.
— Ah pode ! — Lyra sai da frente da pia, e se dirige até porta. E ela nem mesmo havia passado pela porta direito quando ouviu distante Odessa, que fez ela se aproximar pela paredes, tentando ouvir oque a bruxa estava falando com Meneid. Mas falhou miseravelmente em sua missão quando tropeçou em um armário, e derrubou duas bacias, fazendo um barulho tão alto, que até um garoto com o rosto estranhamente verde na última maca olhou para ela.
— Como disse senhora Salem, apenas irei fazer uma avaliação da senhorita Vandergard para liberá-la. Como pode ver, ela está bem.
— Pois bem, a avalie ! Eu irei enviar uma carta para o responsável da aluna declarando que a mesma está bem. — Falou a bruxa em tom protocolar, e logo em seguida se virando. Lyra que estava sentando na maca, m*l viu Odessa retornar, já tinha pensado que a bruxa havia ido embora quando olhou para o lado e viu que a mesma estava ao lado de Devil, que com suas vestes pretas que de um calça social como sempre parecia realmente cara e uma blusa social com apenas um colete interno verde e a sua capa também preta. Parecia um ceifador, sedento pela alma de alguém. Muito sutil para uma enfermaria.
— Senhor Devil ! Acordou cedo ? — pergunta Meneid brincando perigosamente com as oleiras escuras que o bruxo tinha ao redor dos olhos, que o deixava ainda mais no personagem de ceifador.
— Creio que Devil apenas está aqui para verificar se a sua aluna está bem. — Odessa declara, e Lyra quase riu, mas levou a sua mão a boca quando Devil olhou para ela.
— Pelo contrário professora Salem, soube que a senhorita Vandergard havia acabado de acordar.
— Quem contou para ele ? — Meneid resmungou enquanto avaliava a temperatura de Lyra.
— E pensei por mim mesmo fazer minha avaliação sobre o ocorrido de ontem. E obviamente eu não precisaria me justificar, já que como Soberano da aluna tenho os meus motivos para está aqui, mesmo não sendo avisado de sua melhora. — Devil olhou para Meneid que enrugou o queixo como não soubesse do que ele estava falando. — Todavia, estou curioso, porque a professora está aqui ?
— Estou a mando de Hermes. Creio que você não enviaria uma carta informando da melhora da garota ou enviaria ? — Pergunta Odessa e Lyra olhou para Devil esperando uma resposta, porém o bruxo nada deu, apenas se colocou em silêncio com uma expressão fechada.
— Sobre qualquer mudança, me avise Meneid. — pediu a mais velha e a fairy acenou em confirmação e Odessa se retirou. Lyra aguardou esperançosa que Devil também saísse, mas depois de alguns minutos em que o bruxo parecia uma estátua ao seu lado fez ela perder a esperança.
— Sabe senhorita Vandergard — falou Devil em um tom dramático. — um ingrediente meu sumiu sabe me dizer o que aconteceu ? — Perguntou o bruxo fazendo Lyra prender a respiração e arregalar os olhos.
— Lyra solte a respiração ! Estou vendo seus pulmões. — disse Meneid com estetoscópio em seu ouvido fazendo Lyra abrir a boca.
— Talvez o senhor tenha perdido professor, afinal o senhor demasiar em sabedoria, não seria improvável que parte da inteligência do senhor esqueça de algumas coisas. — até demais ! Se garantindo em sua ousadia para responder o bruxo, enquanto Meneid parecia prestar atenção na conversa, dando confiança a Lyra que acreditava que Devil não a mataria com testemunhas.
— Muito cuidado senhorita Vandergard, ninguém gosta de garotinhas petulantes. — Alertou o bruxo em tom ameaçador fazendo Meneid tirar o estetoscópio. — Sabe oque minha inteligência me diz Rowan ? — Perguntou o soberano inclinado sobre a maca de Lyra, que não pode deixar de notar que olhar de Meneid se tornou estático ao ouvir Devil a chamando pelo sobrenome diferente do que ele costumava chamar seu irmão. Arthur ! Será que ela sabia de alguma coisa ? Lyra achava a insistência de Devil chama-la de Rowan, seu primeiro sobrenome, irritante, mas nunca imaginou que tivesse algum significado. E se tivesse ?
— Te espero na minha sala, para lhe falar o que a minha inteligência me diz. — Concluiu o mestre alquimista percebendo que Meneid o olhava e logo em seguida se retirou do local, com uma saída dramática que fez Lyra torcer o nariz.
Depois de algumas picadas que Lyra nada gostou, a Meneid constou que a garota estava saudável. Ainda não passava das nove, e apesar de Lyra querer ficar mais na enfermaria apenas para não assistir as aulas, que hoje, como Margot veio avisá-la logo depois da saída de Devil. Ela tinha uma de magia do Caos com a professora Odessa e duas de alquimia, com Devil. Ela odiava as aulas do bruxo, não porque não gostava de poções, apenas não gostava do soberano mesmo, que parecia ver em cada erro dela uma oportunidade para lhe tirar pontos. Como ele podia fazer isso ? Ela era da mesma corte dele.
— Eu quero que você fique longe da minha enfermaria no mínimo três semanas, portanto se alimente bem. Entendeu ? — Lyra acenou em confirmação, enquanto descia da cama. — Se sentir alguma dor nos seus ossinhos quero que volte aqui. — Meneid disse capturando sua bochecha.
— Sim senhora Meneid. — que Lyra massageou quando a fairy soltou, encarando a mesma emburrada. — Senhora Meneid, posso perguntar uma coisa ?
— Sim querida. — consente a fairy arrumando os lençóis da maca que Lyra havia acabado de descer.
— A senhora sabe o porque do Professor Devil insistir em me chamar de Rowan ? — Meneid paralisa — Quer dizer... o meu irmão ele chama com outro sobrenome. O de meu pai ! Vandergard. — e Lyra continua parecendo um pouco triste. As vezes ela pensava que soberano fazia isso para implicar com ela ! Não se sentia parte da Academia, provavelmente ele queria que ela não se sentisse parte de sua própria família. Mas Meneid sabia que não era isso é por isso o seu olhar estava gelado.
— Não ligue muito para professor Devil querida ! ele é muito indigesto as vezes. — Respondeu a enfermeira e Lyra se perguntou porque ela parecia tão nervosa. — Agora vai colocar seu uniforme ! Você ainda tem aulas.