As lendas dos quileutes eram incríveis, mas eles colocam os frios como monstros medonhos e sanguinários – alguns podem até ser – só que nem todos são.
Depois que Billy acabou de contar as lendas, o pessoal da matilha se juntou em uma roda e começaram a conversar, Paul estava sentado ao meu lado e a irmã dele estava a toda hora olhando a gente. Como estava o pessoal que sabiam que as lendas eram reais, os meninos estavam falando da sensação de quando eles viram lobos.
Embry: É muito legal, mais a parte de ter os nossos pensamentos ligados é chata. – Falou a última parte com um pouco de tristeza. Todos começamos a rir da cara que ele fez.
Liz: Imagina morar com um leitor de mentes então. – Comento e ele começa a rir.
Embry: É Liz, isso é um pouco pior. – O pessoal riu mais ainda do comentário que ele fez.
Todos estávamos conversando e rindo.
Paul: Seu pai disse que horas você tem que tá em casa? – Perguntou baixo para mim.
Liz: Eles vão caçar hoje e só vão voltar amanhã de noite. – Falei e ele apenas balançou a cabeça em afirmação, depois voltamos a prestar atenção na conversa.
Estávamos conversando sobre transformações, quando o Quill olhou para mim.
Quill: Liz? – Olhei para ele e esperei ele falar. – Posso te fazer uma pergunta?
Liz: Pode sim. – Respondo simpática.
Quill: Quando um frio toma sangue humano, ele fica mais forte né? – Afirmo e ele continua. – O que aconteceria se você tomasse sangue humano?
Todos ficaram em silencio esperando minha resposta.
Liz: Eu ficaria mais forte que um vampiro que vive de sangue humano. – Tento achar uma explicação e assim que acho, eu continuo. – Minha força se igualaria com a de um recém-criado.
Embry: Isso quer dizer que você seria muito forte né?
Liz: Isso mesmo, por isso minha família me mantém escondida dos Volturis. – Comento.
Paul: Volturis? Quem são eles? – Perguntou um pouco preocupado.
Liz: São realeza dos vampiros, são eles que mantém a ordem e criam as leis entre nós vampiros. – Explico. – Para eles eu seria considera uma ameaça, se eles descobrirem que eu existo, vão vim atrás de mim. Se eles não me matarem vão me obrigar a fazer parte da guarda real deles.
Todos ficaram tensos e preocupados.
Paul: Isso não vai acontecer. – Falou o mais rápido possível.
Sam: Não vamos deixar que isso aconteça. – Disse determinado.
Olho para eles com surpresa. Conheci eles a tão pouco tempo e mesmo assim eles estão dispostos a ir contra os Volturis para me proteger, talvez eu tenha encontrado uma segunda família aqui.
Liz: Obrigada. – Agradeço com um sorriso.
Paul olhou para mim e deu um pequeno sorriso. Quill e Embry começaram um novo assunto na conversa e o clima voltou ao normal.
Ficamos ali por um bom tempo, o Paul me chamou para dar uma volta. Ele me levou até a praia de La Push, nos sentamos na areia.
Liz: Aqui é bem bonito de noite. – Falo admirando a beleza daquele lugar.
Paul: É sim, muito lindo. – Me virei para ele e o mesmo estava me encarando, sorrio para ele.
Liz: Porque me trouxe aqui? – Perguntei e ele continuou me encarando.
Paul: Eu sei que sua família vai atrás da vampira ruiva. – Ficou sério. – Não quero que você participe disso, não quero você se machuque.
Liz: Você sabe que eu não posso fazer isso, tenho que ajudar eles. – Assim que eu falei, ele soltou um suspiro pesado.
Paul: Você poderia me ouvir pelo menos uma vez? – Disse com um pouco de raiva.
Liz: Eles são a minha família Paul, não posso abandonar eles.
Paul: Não estou te pedindo para abandonar eles, estou te pedindo para não se arriscar. – Olhou nos fundos dos meus olhos. – Quero que você esteja protegida e longe daquela ruiva.
Liz: Victoria não seria capaz de me machucar, ela teria que passar por 7 vampiros e uma matilha de lobos, acho que ela não é tão louca assim. – Falei em um tom brincalhão para melhorar o clima essa conversa estava tomando.
Paul: Eu estou falando sério Elizabeth. – Seu tom de voz estava sério e ele estava com uma acara de poucos amigos.
Liz: Eu também estou Paul, eu irei nessa caçada e irei ajudar a capturar Victoria. – Falei séria.
Paul: Porque você tem que ser tão teimosa? – Perguntou mais para si mesmo do que para mim.
Coloco minha mão sobre a mão dele e olhei nos fundos dos seus olhos.
Liz: Eu irei fiar bem Paul, prometo. – Sorrio e continuo encarando ele.
Ficamos encarando um ao outro e o toque de nossas mãos mostrava a diferença de nossas temperaturas, mais isso não nos incomodava, parecia que essa diferença estava nos completando, como se estivesse preenchendo um pedaço vazio de nossas almas. E foi naquele momento que eu entendi o que Edward sentia por Bella, o que Rosalie e Emmett sentiam um pelo o outro, o amor que meus pais sentiam entre eles e finalmente entendi a conexão que Alice e Jasper tinham.
Fiquei paralisada com a minha recém descoberta sobre os meus sentimentos pelo Paul. E ali naquele momento, eu entendi porquê Sabastian abriu mão da sua vida para continuar ao lado de minha mãe, até na morte ele quis ficar ao lado dela e eu finalmente entendi o motivo dele ter feito, agora eu poderia finalmente perdoa-lo por ter me abandonado.
Liz: Agora eu entendo. – Sussurrei.
Paul: O que? Entende o que? – Disse parecendo ter voltado de um transe.
Liz: Nada, estava pensando em voz alta. – Disse tirando a minha mão e assim separando o nosso contato, sorri sem graça.
Paul: Ah... entendi. – Falou e coçou a nuca.
Ficamos em silencio depois daquilo, era um silencio bom e cada um estava preso em seus próprios pensamentos.