Gregory
O som estridente e irritante não parava. Demorei alguns minutos para perceber que se tratava do despertador. Isso era novidade para mim, já que há tempos eu não dormia tão bem, dispensando assim qualquer método para me acordar no horário. Geralmente eu acordava bem antes de o despertador tocar. Meu corpo estava descansado e incrivelmente me senti mais animado, bem-disposto. Tanto que me levantei quase sorrindo e segui para o banheiro assoviando.
No entanto, eu tinha apenas 40 minutos para tomar meu banho e passar na casa de Chris. A noite anterior tinha sido surpreendentemente agradável. Aliás, nem tão surpreendente assim, afinal eu estava com Chris, então era garantia de bons momentos.
Qual foi a última vez que tive uma conversa tão agradável com uma mulher que não fosse da minha família? Provavelmente deve ter sido na última vez em que falei com Chris a anos atrás.
Infelizmente eu precisava admitir que mesmo acreditando ter um casamento feliz nos primeiros anos, não tive tantos momentos assim com Alexia. O assunto era sempre o mesmo: sua carreira. Não que eu me importasse na época. Mas agora vejo que meu lado pessoal, meu trabalho nunca fora importante para ela.
Irritado, entrei sob a ducha. Não estava em meus planos ficar pensando em meu fracassado casamento quando tinha um fim de semana promissor chegando. Eu já podia vislumbrar minha mãe me bombardeando com perguntas ao me ver chegando com Chris. Sei que ficaria imensamente feliz em me ver envolvido com outra mulher. Nunca gostou muito de Alexia.
Epa! Mas o que eu estava pensando? Eu não estava envolvido com outra mulher. Era apenas amizade. Porém, Chris era tão linda e encantadora que seria difícil convencer minha mãe de que não havia nenhum outro sentimento além da boa e velha amizade.
Terminei de me arrumar rapidamente e às nove em ponto eu tocava a campainha de Chris. Eu me senti estranhamente nervoso, as mãos um pouco frias e suadas. Quando a porta foi aberta fui presenteado com um lindo sorriso. Disfarçadamente meus olhos percorreram seu corpo de cima a baixo, admirando suas belas formas.
– Bom dia, Greg.
Ow...já não havia tanta formalidade. Confesso que adorei ouvir meu nome daquela forma. Quase ninguém me chamava assim.
– Bom dia. Pronta? Ou estou adiantado?
– Pontual como sempre. Só vou pegar minha bolsa.
Olhei seu corpo de cima a baixo, dessa vez sem me preocupar em ser discreto. Ela estava realmente linda. Entretanto, Chris pareceu entender errado meu olhar.
– Acha que deveria me trocar? Vestir algo mais....
– De forma alguma. Está perfeita.
Ela retribuiu o sorriso que direcionei a ela. Eu não estava mentindo no final das contas. Estava perfeita.
– Obrigada. Então podemos ir.
Seguimos até meu carro, onde abri a porta para ela e sem seguia guardei sua bagagem no porta-malas. Eu me sentei ao volante e dei a partida. Chris parecia perfeitamente à vontade ao meu lado e isso era ótimo.
–Acha que eu deveria levar algo? Um vinho, uma sobremesa...
–Não se preocupe com isso.
–Se você diz..., mas então quer dizer que vocês sempre se reúnem nos finais de semana?
–Quase sempre. Para falar a verdade eu não planejava ir hoje, mas David veio da França agora e aproveitamos para nos reunir. Às vezes eu deixava de ir por causa da Alexia.
– Ela não gostava de ir?
– Não.
Falei secamente, embora Chris não tivesse culpa de nada. A verdade é que eu sempre ficava m*l-humorado quando falava de Alexia. Passei tempos longe da minha família por causa dela. E não valeu a pena, é claro. Hoje sinto raiva de mim por ter agido assim.
– Avisou que estou indo com você, não é?
– Sim. Dona Geórgia não me perdoaria se eu não avisasse.
Ela ficou calada um tempo. Olhei para ela e acho que não consegui disfarçar a minha admiração. Sempre achei Chris uma mulher bonita. Mas agora ela estava diferente e não sei explicar o que era. O fato é que estava linda. Muito mais do que antes.
– O que foi?
– Nada.
Procurei disfarçar, mas ela estreitou os olhos, porém não disse nada. Não sei o que estava acontecendo comigo. Por que não conseguia disfarçar a atração que ela exercia sobre mim? Era algo assustador. E eu me perguntava se isso tudo não era apenas carência pelo tempo que fiquei sem receber o mínimo de atenção da minha esposa.
Felizmente Chris mudou de assunto.
– O que vocês fazem quando se reúnem?
– De tudo um pouco. Às vezes só nos reunimos mesmo sem nenhuma atividade diferente. O fato de estarmos juntos é o que importa. Mas hoje David quer jogar.
– Jogar? O que jogam?
– Vôlei. Duas duplas. Eu e David contra meu pai e Clive.
– Interessante.
Eu ri me lembrando de como nós dois sempre reclamávamos que não era justo ter minha mãe e minha irmã na torcida. Não sobrava ninguém para torcer por nossa dupla.
– Pelo menos eu e David teremos torcida agora. Assim eu espero.
– Está se referindo a mim?
– Lógico.
Ela riu e eu a acompanhei. Depois disso ficamos em um silêncio confortável, que só foi quebrado quando ultrapassei os portões da casa. Vi Chris abrir a boca e seus olhos se arregalarem, mostrando sua surpresa.
– Meus Deus, Greg... que casa maravilhosa.
– Obrigado. Minha mãe vai gostar de saber disso.
Sai do carro, dei a volta e abri a porta para ela que ainda olhava a casa, deslumbrada. Minha mãe, é claro, nos esperava na entrada. Mesmo de longe eu percebi seu olhar avaliativo. Toquei levemente na cintura de Chris ao nos aproximarmos. E não pude deixar de comparar a nossa chegada com as raras vezes em que Alexia esteve aqui. Chegava sempre emburrada, fria e calada.
Diferente de Chris que sorria aberta e calorosamente, olhando ao redor como se visse a oitava maravilha do mundo. E claro... pude ver a aprovação nos olhos da minha mãe.
–Gregory... que bom que veio, meu filho.
– Oi, mãe. Está tudo bem?
Ela me apertava em seus braços, emocionada por me ter ali de novo e visivelmente feliz e descontraído.
– Agora está.
Depois virou-se para Chris, seu sorriso amável que nunca contagiou Alexia fazendo exatamente o contrário com Chris.
– E essa é a adorável Chris. Posso chamá-la de Chris, não é?
Chris sorriu se possível ainda mais largo e aceitou o abraço.
– Claro que pode. Como vai a senhora?
–Muito bem, querida. Pode me chamar de Georgia.Gregory me falou que viria. Estava louca para conhecê-la.
– Agora já conhece, mãe. Onde estão todos?
Eu a interrompi antes que sua felicidade a levasse a falar coisas indevidas.
– Na mesa do café. Esperávamos por vocês.
Quase inconscientemente passei o braço em volta do ombro de Chris e a conduzi até a sala. A primeira coisa que vi foi o olhar malicioso de David e Brenda. Rolei meus olhos e fiz as apresentações, enquanto puxava a cadeira para ela se sentar.
– Seja bem-vinda a família, Chris.
– Obrigada, David.
Percebi que ficou meio ficou sem graça, possivelmente captando as intenções ocultas naquela frase.
– Gregory, separei o quarto ao lado do seu para Chris. Quando terminarmos aqui, leve- a até lá. Talvez queira se trocar ou descansar um pouco.
– Farei isso, mãe.
– Foi uma ótima ideia convidar você, Chris, Eu e minha mãe sempre ficamos em desvantagem com esses homens.
Brenda comentou displicentemente enquanto cortava seu pedaço de melão.
– Vim reforçar o time.
Chris respondeu, como sempre simpática e nós rimos. Percebi, com estranha satisfação que minha família gostou dela. Totalmente diferente de quando trouxe Alexia para conhecê-los. E eu os entendia, é claro, afinal Alexia chegou de nariz empinado, quase não conversou e praticamente passou o final de semana no quarto.
Chris ao contrário, estava sorrindo desde o momento em que chegou. Aceitava as provocações do David e gargalhava com ele. Tinha o riso fácil. Meu pai revezava seu olhar entre nós e seu sorriso discreto não deixava dúvida de que a aprovava.
Imerso em meus pensamentos, nem percebi quando ela, Clive,meu pai e David entraram numa discussão acalorada sobre um assunto que eu sequer fazia ideia. Parecia que se conheciam há anos. E eu estava cada vez mais fascinado com sua espontaneidade. Nem me dei conta de que eu a encarava com meio sorriso abobalhado. Só percebi quando meu olhar, por acaso, encontrou o da minha mãe e ela sorriu, fazendo um sinal afirmativo com a cabeça. Sim... Chris conquistou a todos.
Um arrepio percorreu meu corpo e aquela sensação estranha me deixou novamente em alerta. Eu precisava me afastar um pouco, controlar ou pelo menos tentar controlar as batidas erráticas do meu coração... e tentar entender o que estava acontecendo comigo.
–Vamos subir, Chris? Vou te mostrar seu quarto. A não ser que queria continuar perdendo seu tempo com a conversa desses três.
—Vá lá, querida. Esse cara está se roendo de ciúme por causa do bonitão aqui que roubou sua atenção.
Eu rolei meus olhos e esperei a resposta dela, que estava com as bochechas adoravelmente rubras por causa do comentário i****a do David.
—Vamos sim, Greg.Quero me trocar pois estou com um pouco de calor.
—Calor hã?
David maliciou novamente, remexendo as sobrancelhas.
—David, querido, pare com isso. Está deixando a Chris desconfortável.
—Tudo bem, Geórgia. Eu estou me divertindo... de verdade. Obrigada mais uma vez por me receberem.
—É um prazer enorme tê-la aqui.
Dei um jeito de me afastar com ela rapidamente. Minha família não costumava ter filtro e eu não queria que Chris se sentisse desconfortável.
– Espero que goste. —Falei ao parar em frente a porta do quarto. —Se quiser descansar...
– É lindo, Gregory... não precisava disso tudo.
Eu ri.
– Minha mãe sempre diz que se tratarmos bem as visitas, elas sempre voltam.
Ela sorriu de volta e percebi que aquele sorriso chegava aos seus olhos, deixando-os brilhantes.
– Com certeza. Mas só a recepção já me faria pensar em voltar. Se eu for convidada, é claro.
Ela falou e adoravelmente mordeu os lábios, provavelmente acanhada com as próprias palavras. Aproximei-me um pouco mais dela e segurei em seus ombros, olhando em seus olhos.
– Minha família adorou você.
– Eu também gostei muito deles. Não imagina como estou feliz por ter me convidado.
– Obrigado por vir. Eu é que tenho que agradecer. O fim de semana m*l começou e já está sendo... fantástico.
No momento em que disse isso eu engoli seco. O que ela ia pensar de mim? Senti a tensão no ar e quebrei o clima.
– Vou deixá–lá para que se troque. Vai esquentar bastante. Trouxe roupa fresca?
– Sim. Eu me troco em cinco minutos.
–Ok. Vou me trocar também.
Eufórico, fui para o meu quarto e me troquei rapidamente. Eu ainda não entendia por que meu coração estava acelerado. Ou melhor, eu entendia, mas não conseguia acreditar. Eu estava muito atraído por Chris e isso era até... desrespeitoso. Inferno... eu m*l tinha dado fim ao meu casamento!
Mesmo assim, depois de me trocar eu sai e voltei ao quarto dela. Bati e esperei que ela abrisse a porta. Quando a porta foi aberta eu quase perdi o fôlego. Tenho certeza de que minha boca estava aberta, quase babando. Dizer que eu estava esperando ver Chris vestida como o de costume seria mentira. Mas eu nunca imaginei vê-la num short jeans e uma camiseta vermelha, deixando à mostra as pernas bem torneadas. Eu não era do tipo cafajeste, nunca fui, tanto que fui fiel a minha esposa a vida toda. Mas só consegui encontrar uma palavra para descrever o que eu via: gostosa.
– Está indecente?
Sua voz indecisa e constrangida chegou aos meus ouvidos, me tirando do transe e me deixando tão envergonhado quanto ela. Merda... eu não podia ser tão canalha... não com ela.
– Está perfeita... linda.
Ela corou e eu sorri, novamente embasbacado com sua beleza. O rubor em seu rosto a deixou ainda mais adorável.
– Agora está completa.
—Pare com isso, Greg. Está me deixando sem graça.
—Não foi absolutamente minha intenção.
Ela me olhou de lado e não resisti, rindo alto e sendo acompanhado por ela.
Quando descemos, os demais já esperavam por nós. David já estava cheio de intimidades e passou aquele braço enorme em volta do ombro de Chris.
–Sente–se aí, Chris. E torça para a dupla de gostosos.
Para minha felicidade, ela não pareceu irritada, tampouco acanhada. Sua timidez estava dando adeus graças ao i****a do meu irmão. Entretanto, nem essa constatação me preparou para as palavras dela. Chris se virou para mim, que estava logo atrás dela e piscou.
– Então vá lá gostosão... e não me decepcione.
—Nunca.
Porra! Depois de ouvir isso? Não decepcionaria mesmo. Ignorei a risada debochada de David e corri para a quadra.
Chris
Eu olhava a turma jogando enquanto pensava na besteira que fiz. Conhecer a família de Gregory não foi uma boa opção. Eram maravilhosos, simpáticos, me tratavam como se fosse da família. Nem sei por que me espantava. Ele era tão simpático e atencioso quanto eles, sempre foi. Isso para dizer o mínimo. Por que olhando para ele agora... meu Deus!
Gregory era melhor que qualquer sonho. A bermuda se ajustava perfeitamente as coxas e a b***a musculosa. A camiseta não ocultava os músculos firmes dos braços e tórax. Aliás, eu percebi isso no momento em que parou a porta do quarto. Eu cheguei a arfar, hipnotizada com sua beleza. Felizmente, e isso não é convencimento de minha parte, ele parecia tão hipnotizado quanto eu e não pareceu perceber meu encantamento.
A verdade é que era difícil ignorar um homem como ele. Tanto que eu nem percebia muito bem o jogo, até que David tirou a camisa, e logo foi seguido por Greg. Eu prendi a respiração. Deus do céu... ali era lugar de deitar a cabeça e ser feliz.
Tarde demais percebi que meu suspiro foi audível a Geórgia, que, sentada ao meu lado também suspirou e sorriu olhando para mim.
– Meu filho é tão lindo...
– Sim, Gregory é um belo homem.
Concordei e ela me encarou intensamente. Agora eu sabia de quem ele puxou aquele olhar que me fazia sair de órbita.
– É belo em todos os sentidos, Chris. E tem sofrido tanto. Gregory merecia ser feliz.
– Está falando da Alexia, não é? Ele me contou.
– Aquela bruxa... como eu odeio aquela mulher. Mas isso não importa agora. O que interessa é que estou muito feliz que esteja aqui.
Eu não entendi o que ela quis dizer com isso. Somos amigos e até então eu não acreditava que somente a presença de amigos seria o suficiente para acalentar um coração destroçado por um amor fracassado.
–Não entendi, Geórgia.
Ela segurou em minhas mãos sem deixar de me olhar. Brenda, que estava sentado do meu lado esquerdo ouvia atentamente e parecia concordar com tudo que a mãe falava.
– Há tempos eu não via esse sorriso luminoso em Gregory. Na maioria das vezes ele jogava, mas não se empolgava tanto.
Segui o olhar dela no exato momento em que ele e David literalmente rolavam de rir de alguma coisa que não vi.
– Gregory quase não sorria mais. Vinha, conversava e brincava, mas nas raras vezes em que sorria, não alcançava seus olhos. E hoje... só posso agradecer a você.
– A mim? Acha que...
–Chris... — Brenda me interrompeu. – Gregory me contou que saíram juntos ontem. Ele realmente estava bem melhor, mais disposto. Eu sei que você fez isso. Sempre se deram bem.
– Isso é verdade.
– Chris, querida, posso te pedir um enorme favor?
Eu estava meio assustada, um tanto perdida com as palavras das duas e talvez esse tenha sido o motivo que me fez responder, sem sequer fazer ideia do que ela ia me pedir.
– Qualquer coisa.
– Não saia da vida de Gregory agora. Você faz bem a ele. Eu sinto que ele precisará muito de você.
– Geórgia... eu...
– Por favor. Eu preciso ver meu filho sorrir assim mais vezes.
Eu girei a cabeça e o vi sorrindo, o sol batendo em cheio em seu rosto, deixando seus cabelos ainda mais brilhantes. Mais uma vez eu respondi sem pensar, sem desviar meus olhos dele.
–Farei o que estiver ao meu alcance. Eu também gosto de estar com ele.
Eu me calei imediatamente, assustada comigo mesma e ainda mais ao ver que os homens se aproximavam. Greg caminhou na frente de todos e se jogou à minha frente, intencionalmente ou não colocando a cabeça em minha perna. Seu cheiro de homem misturado a suor era perigosamente sexy.
– Chris nos deu sorte. Perderam de lavada.
David comentou se deitando de costas no chão.
– Queremos revanche, filho.
– Nem venha com essa, pai. Percam com dignidade.
Nós rimos quando Brenda deu um tapa na nuca de Clive, xingando por terem perdido.
—O que posso fazer amor? Gregory parecia possuído hoje.
Felizmente ninguém fez qualquer comentário. Eu sei que todos ali estavam pensando que eu era a causadora daquela felicidade em Gregory. Mas no fundo eu acho que bastou a nuvem n***a chamada Alexia se afastar para que ele pudesse enxergar novamente a vida com novos olhos.
– Gostou?
– Muito.
Respondi abaixando minha cabeça para olhar para ele.
—Vocês deram um show.
—Tínhamos uma torcedora vip. Não poderíamos fazer feio de forma alguma.
Ficamos nos encarando até que ele suspirou.
—Vamos nadar um pouco?
Aceitei, mas sentindo meu rosto corar quando o vi tirar a bermuda e entrar primeiro sob a ducha. Jesus... esse corpo... impossível refrear meus pensamentos. Tentei me distrair, compenetrada demais em tirar meu short e a camiseta. Desci prevenida, com o biquíni sob a roupa, afinal eu não poderia perder a chance de aproveitar a piscina maravilhosa.
Porém, desejei que meu biquíni fosse um pouquinho maior, quando notei o olhar de Greg em meu corpo. Não era nada cafajeste ou desrespeitoso. Eu diria... deslumbrado.
Pigarreei e me aproximei da piscina, olhando para trás para ver se os demais não estavam escandalizados com o tamanho do meu biquíni. Surpresa, vi que estávamos a sós. Rapidamente pulei e mergulhei, em seguida ouvindo Greg fazer o mesmo.
– Então... está gostando? —Perguntou quando voltou à superfície.
– Sinto-me ótima aqui.
– Então voltará mais vezes.
Nós dois rimos, fixando nosso olhar.
– Basta me convidar, eu já disse.
– Não precisa de convite. Mas se faz questão, será minha convidada sempre.
Sorri e joguei água em seu rosto, que falsamente ultrajado avançou sobre mim, me empurrando para o fundo da piscina. Parecíamos duas crianças... embora as reações do nosso corpo à presença um do outro fossem absolutamente adultas.
***
O resto do dia foi perfeito. Almoçamos e à tarde fomos para a varanda jogar conversa fora. Apesar de ter sido maravilhoso e divertido, à noite eu já estava exausta. Eram apenas nove horas quando me despedi de todos e fui me deitar. O restante ainda ficou na sala íntima vendo tv, inclusive Greg. Eu me troquei e me joguei na cama, um sorriso bobo brincando em meu rosto. Quando fechei os olhos era somente Greg que eu via em minha mente. Minha cabeça estava recheada de imagens dele, cada uma mais perfeita que a outra.
Mas em pouco tempo o sono tentou me abraçar. Eu já estava quase dormindo quando uma batida na porta me fez levantar. Chutei o edredom e fui até a porta, cambaleando um pouco por causa do sono.
– Greg?
Meu coração disparou quando o vi parado à porta.
– Já estava dormindo?
– Não...ainda não. Algum problema?
– Não. Queria apenas conversar mais com você.
– Quer entrar?
– Vamos para o meu quarto? Podemos ficar na varanda. É uma pena que não tenha uma no seu.
Eu ri e balancei a cabeça. Eu sabia que era perigoso... muito perigoso. Mas eu gostava demais da companhia dele e nesse momento o sono deixou de ser uma prioridade.
—Tudo bem. Vou só vestir um robe.
Eu percebi quando ele engoliu seco, fazendo um esforço enorme para não olhar minha camisola curta de seda.
Vesti rapidamente, calcei os chinelos e fui com ele para a varanda do seu quarto. E minha mente não parava de gritar que eu estava fazendo a maior besteira da minha vida.
Tudo bem que não fizemos nada demais. Apenas conversamos, relembramos os tempos de faculdade, do nosso dia a dia... tudo muito inocente. Apesar do que, um homem como Greg não combinava em nada com a palavra inocência.
Perdemos a noção da hora e quando dei por mim, eram três da manhã.
– Deus... preciso dormir, Gregory.
– Nem vi o tempo passar.
– Nem eu.
Parecendo relutante, ele me acompanhou até a porta do meu quarto, encostando-se ao batente.
—Que vergonha... o que sua mãe vai pensar?
Falei baixinho não querendo acordar ninguém.
—Vai pensar que há tempos não via o filho dela tão feliz.
Ele deslizou o dedo em meu rosto. E depois avançou um pouco a cabeça, deixando um leve beijo em meus lábios. Eu estremeci com o contato e pude perceber que o mesmo aconteceu a ele.
–Boa noite, Chris.
—Boa noite, Greg.
Foi suave e rápido. Foi o bastante para eu perceber que eu queria mais. Eu precisava de mais. Mas isso nem de longe era o pior. Se durante o tempo em que não mantivemos contato, eu deixei de gostar dele, sinceramente eu voltei a me apaixonar. Mas admito, um tanto derrotada, que eu sempre fui louca por ele. Nunca deixei de ser... e muito provavelmente... seria uma eterna apaixonada por ele.