A volta
- Nik, por favor... Vamos conversar? - Pamela implora.
- Não temos nada o que conversar Pamela. - eu já não suporto mais ouvir uma única palavra dela.
- Não faz assim, por favor. Tem uma explicação.
- Jura!? Uma explicação. – termino de guardar tudo que era meu e fecho a mala.
- Tenta me entender por favor. Eu te amo! – olho pra ela com raiva.
- Ama? Jura?
- Sim! Você sabe que sempre te amei...
- Olha Pamela, sempre soubemos que isso aqui não era pra sempre. Eu sempre tive meus pés nos chão em relação a nós duas foi legal. Mais não era pra ser.
- Você sempre pensou assim. Não eu! Eu sempre disse que queria me casar com você, constituir uma família. – dou uma gargalhada.
- Desse jeito... Transando com a Marcella?
- Isso foi um erro, eu admito. Mas... Foi apenas um pedido de socorro Nik, Você estava cada vez mais distante, você se quer disse alguma vez que me amava. Era sempre “ eu também” nem um eu também te amo! Eu estava desesperada pela sua atenção sabia.
- Desesperada pela minha atenção. Não seja ridícula. Amor não são palavras Pamela, eu estive com você esse tempo todo, principalmente na morte do seu pai. Todas as vezes que precisou, eu estava aqui! Quando seu irmão esteve doente, quando perdeu a sua avó O que isso quer dizer?
- Que te era conveniente. É minha namorada, não seria coerente se não estivesse do meu lado.
- Sério? Quer saber. Chega disso não vamos a lugar algum. Eu preciso ir ao Rio de janeiro mesmo. Você sabe que essa viagem estava marcada...
- Pois é, e nem ao menos você queria me levar pra conhecer a sua família.
- Já conversamos sobre isso. Era complicado. Isso não tem nada a ver com você. E sabe disto, sabe que mau falo com minha família.
- Nunca era né Monik, eu nunca fui prioridade na sua vida. Sempre me largando por último em tudo.
- E pelo jeito a sua prioridade também não era eu. Ou do contrário você não teria dormido com a minha amiga. – vou em direção ao quarto. Ela corre na minha frente e se ajoelha.
- Por favor Nik, eu não posso ficar sem você. Me perdoa. Por favor amor.
- Não dá mais Pamela. Eu não posso mais...
Assim que saio do apartamento escuto barulho de coisas se quebrando. Não vou me dar ao trabalho de voltar para ver o que foi. Não quero mais prolongar esse discussão.
Assim que entro no elevador Daniel estava lá.
- Oi Nik, vai viajar? – ele olha para as malas na minha mão.
- E mais ou menos isso. – Dani era um amigo e vizinho bacana que fizemos assim que alugamos esse apartamento.
- Aí quem me dera poder viajar também, mais o Sam vive preso naquele hospital. – Samuel era o marido dele. Eles são um casal gay muito divertidos nossa amizade surgiu de muitas afinidades.
- É novos ares é sempre bom.
- Verdade ajuda a dar uma levantada na relação né gata!
- É, e talvez evitar que sua parceira transe com a sua melhor amiga também.
- Hum... Ela te contou.
- Como assim ela me contou? Você sabia. - eu não acredito nisso.
- Não! Quer dizer mais ou menos. O Sam deixou escapar alguma coisa por que eles dois conversaram mais eu não sabia de nada ao certo.
- Daniel. Você tinha que ter me alertado.
- Gata me desculpa. Mais o que eu ia te dizer? Que achava que a Pamela havia transado com alguém. Sem coerência não acha?
- Com alguém não, com a Marcela.
- Cachorra!!! Ela nunca me enganou. Sempre deu em cima de todos.
- É pelo jeito conseguiu a Pamela. – saio do elevador em direção ao meu carro com mais raiva ainda, quase todos do nosso ciclo de amizade deveria estar sabendo. Menos eu. É aquele ditado né. O corno é sempre o último a saber.
Eu odeio ser engana, o que elas fizeram comigo não tem perdão.
Marcela era minha amiga de longas datas ela jamais poderia ter feito isso comigo. Éramos amigas antes mesmo do meu relacionamento com a Pamela.
Conheci Marcela assim que me mudei pra São Paulo, logo depois do acidente e resolvi fugir do Rio. Ela foi uma das primeiras pessoas com quem eu fiz amizade e quis conviver para fugir do pesadelo em que minha vida tinha se tornado. Ela jamais poderia fazer isso comigo. Jamais. Uma dupla traição.
Pamela eu conheci a 3 anos e com 1 e meio de namoro resolvemos mora juntas, por mais que a iniciativa tivesse sido dela eu quis isso. Eu aceitei morar com ela. Eu estava de verdade gostando dela, tentei não me sabotar desta vez e deu no que deu. Como meu pai sempre disse esse negócio não é pra mim mesmo.
Meu vôo estava marcado para a manhã seguinte. Felizmente eu consegui um pra ainda hoje no início da tarde assim dava tempo de chegar e fazer uma surpresa pro Alex no trabalho ainda. Eu sempre ia no dia do aniversário de morte dos nossos irmão e vinha embora no mesmo dia. Tentava o máximo evitar meus pais. As vezes falava por telefone com a minha mãe, sempre era muito difícil ouvir certas coisas, então perecia evitar. Alex não está me esperando hoje.
Chego no Rio no final da tarde. Ali mesmo alugo um carro, tinha uma agência perto do aeroporto de alugueis de carros, como sei que o senhor trabalho provavelmente estará lá, parto direto para empresa. E a coisa mais estranha do mundo acontece, ele não estava mais lá. Fico meio cabreira. Por que diabos Alex não está mais na empresa a essa hora. Ele nunca sai cedo. Ele nunca para de trabalhar.
Pra completar a porcaria do seu celular está dando desligado. Só espero que ele esteja em casa, se não não sei onde ficar não fiz reserva em lugar algum. Inicialmente viria amanhã, e hoje já vim na esperança de ficar na sua casa.
Essa cidade do Rio realmente é linda, sempre amei esse lugar, e acho que estava realmente na hora de voltar a morar aqui. Cansei de me esconder, Admirando a vista da orla marítima vejo o carro do Alex. Sei que é o dele pois reconheço a placa. Faço o retorno e entro no bistrô onde o carro está estacionado. Eu sabia! lá no bar sentado era realmente ele, sua cara não era das melhores e ele está com uma dose dupla de whisky.