Capitulo 5

1817 Words
Alex           O que eu mais gosto de fazer é ficar olhando pelas janelas da minha agência que possuem vista para o Central Park. Ali, fico imaginando como seria se a Sarah ainda estivesse viva, tenho certeza de que as coisas seriam muito diferentes do que são agora.         Sarah morreu e agora tenho uma louca atrás de mim, acusando-me de assédio s****l. Meus filhos precisam de mim. Estou ficando louco. Não sei mais o que é ter um momento de paz. Eu só queria uma coisa: ter um pouco de sossego com meus filhos, pois eles precisam muito de mim. Isso é pedir muito? Acho que não. Bom, agora tenho que cuidar deles, porque não têm culpa pelo que estou passando. E tudo por causa daquela vagabunda de primeira. Tudo que ela quer é dinheiro. n**o-me a pagar, não fiz nada. Se tivesse feito, até pagaria pela chantagem daquela golpista. Mas eu nunca iria trair a memória de Sarah por causa de uma p**a sem valor, porque não quero mais nenhuma mulher na minha vida. Amava tanto a minha esposa, que quando morreu, pensei que iria morrer junto. Mas tive que ser forte pelos meus filhos. Nem chorar por ela pude...          Ouço meu celular tocar e vejo que é meu amigo, Rafael, esse sim é um dos meus melhores amigos. Só ele sabe como me senti com a morte de Sarah. — Alô? — falo atendendo a chamada. — Fala aí, Alex, como você está? — ele pergunta. O que devo dizer para ele, que ainda estou estava sofrendo por um amor que já perdi. Não, isso ele já sabe. Então, sempre dou a mesma resposta. — Estou bem, Rafael! — respondo cansado do mesmo papo. — Que bom, amigo. E as crianças como estão? — pergunta curioso. — Bem, também — digo, enquanto olho o meu Rolex e vejo que já estava na hora de ir para casa. — Qual o motivo da ligação nesse horário? — Estava com saudades de te atormentar — fala em tom de riso. — Nossa, sério. Você precisa mesmo arrumar uma namorada com urgência! — brinco.           E me lembro de todas as vezes que o Rafa me ajudou. Já fiz tantas besteiras querendo me matar. Que só ele sabe! Muitas vezes eu saía bêbedo dos bares, pedindo a Deus que o pior acontecesse para que assim eu ficasse novamente com a minha Sarah. Acho que o Rafa tenta me distrair de todas as maneiras, para que eu não mergulhe nos meus piores pensamentos...  — Estou com saudades das crianças — Rafa comenta.          Sinto na sua voz o amor que tem pelos meus filhos, também o adoram, afinal, o tio Rafa sempre faz tudo que eles querem. — As crianças também sentem sua falta, apesar de você não ser boa influência — brinco em resposta ao seu comentário, sabendo que o Rafa nunca faria nada contra meus filhos e nem meus outros amigos. — Nossa, Alex. O que você pensa de mim? — ele geme se fazendo de coitado. — Rafa, você parece uma criança quando está com meus filhos. Sei que não é capaz de nenhum m*l para com eles, mas é cada coisa que você apronta junto àquelas crianças... Chega de enrolação, me fala logo o motivo da ligação? — falo, impaciente. — Já que você está todo delicado comigo, vou direto ao assunto. Já contratei um guarda-costas para ficar perto de você e das crianças.        Quando ele me diz isso, fico meio surpreso. Não imaginava que ele já tinha encontrado alguém tão rápido para o serviço. — Rafa, essa pessoa é de confiança? — questiono por estar mais preocupado e ao mesmo tempo com medo, de ter mais uma maluca perseguidora. E por esse motivo não deixaria uma pessoa estranha perto dos meus filhos. — Totalmente. Conheço bem a pessoa. Eu nunca deixaria as crianças com alguém desconhecido, se não soubesse que era de confiança — Rafa responde confiante.           Isso era verdade. Meu amigo não iria colocar meus filhos em risco. — Me desculpa, confio em você. — Sinto-me m*l pelo comentário que fiz. — Te entendo, afinal, se fossem meus filhos. — ele diz isso de modo carinhoso. — Rafa, não aguento mais, isso! Aquela mulher é uma maldita — suspiro com pesar, mas minha vontade é ir lá na casa dela e fazê-la confessar que é tudo mentira. — Alex, meu amigo vai dar tudo certo. Você vai ver. — Nesse momento, percebo que Rafa está mais esperançoso do que eu. — Então, me conta o motivo de sua ligação?— pergunto curioso. — Amanhã, você tem alguma reunião ou compromisso logo cedo? — Rafa pergunta. — Só um momento, vou ver na minha agenda... — Vou até a mesa de lá de fora onde fica a minha secretária e verifico. — Como assim, senhor Mendonça, procurando a agenda? — ele provoca. —Nossa, o que houve? Está atacado, meu filho? — questiono. — Meu amigo, é muito engraçado vê-lo fazer algumas coisas sozinho, sem pedir aos outros. — Riu da minha cara. — Hahaha, muito engraçado.— ironizo e verifico a minha agenda, confirmando que os gêmeos têm pediatra. — Fala, estou ficando ansioso. — Rafa brinca e reviro os olhos. — Você não para de falar — resmungo sem afirmar que o seu falatório me ajuda a distrair. — Amanhã só posso depois das 09hs.. Os gêmeos têm consulta com o Dr. Tiago mais cedo. — Nossa! O Tiago, faz tempo que não marcamos nada? Alex, as crianças estão bem mesmo? — É verdade, faz tempo que não nos encontramos sem ser por um compromisso. Respondendo sua pergunta, sim, eles estão bem. Apenas consulta de rotina. — Com saúde não se brinca. Ok. Mande lembranças para o Dr. Tiago, aliás, precisamos marcar uma saída de velhos amigos com ele? — Pode deixar. Amanhã eu passo aí e conversamos melhor — eu lhe falo. — Ok, vou ficar te esperando, Alex. —Terminamos de conversar e logo já me preparo para ir para casa. Saio da minha sala e ando pelo corredor que está vazio. Algumas pessoas dizem que ele é m*l-assombrado, mas eu não acredito nisso. Sigo até o elevador, entro e vou para o estacionamento. Saio de lá com meu carro e fico imaginando quem será a pessoa que  fará a segurança  de minha família e minha casa.?          Ao chegar em meu lar, m*l abro a porta de casa a tempo, pois o gêmeos vêm correndo para os meus braços. Ah, Sarah! Como eu gostaria que você estivesse aqui com os nossos filhos, me abraçando forte. Como eu sinto a sua falta, minha querida!           Sou arrancado dos meus pensamentos por um dos gêmeos; a minha princesa Valentina, que é loira como o sol que ilumina meus dias tristes. Sempre os abraço ao chegar em casa, e ainda cumprimento a babá dos pequenos, de nome Renata. Ela cuida e cozinha para os gêmeos, e eu p**o um bom salário por isso. E tem uma coisa que venho reparado, ela anda me olhando diferente, um olhar de desejo, de quem quer ser comida, mas está perdendo o seu tempo, pois não faz o meu tipo. — Papai, deixa a gente comer pizza. Por favor? — minha pequena me pede. Não gosto de negar nada para eles, mas sempre deixei bem claro que tem dias para isso.— Minha princesa, você sabe que hoje não é dia de comer besteira.                        —  converso com ela, e Valentina sempre me olha com seus olhos verdes lindos. — Por favor, Papai. Eu lhe peço — ela me pede de mãozinhas juntas. Olho para meus filhos e acabo cedendo. — Ok!  Só hoje. — Eu dou um suspiro derrotado. — Aeeeee. — eles gritam e comemoram. Tive que tapar meus ouvidos. Esses meus filhos têm um pulmão poderoso. — Renata, pode providenciar para mim, por gentileza, as pizzas das crianças? — eu lhe peço. Ela faz um gesto afirmativo com a cabeça e vai fazer o pedido. — Papai agora vai tomar um banho, se comportem e vão assistindo um desenho enquanto isso. — Tá bom, papai! — eles gritam e saem correndo.          Subo as escadas até a porta do meu quarto e fico ali parado. Olho tudo ao redor e tenho a impressão de que é como se nada tivesse acontecido e a qualquer momento  Sarah entraria no quarto com seu corpo envolto  em um roupão... Mas caio na real. Entro e olho em volta. Pelo menos, mantive algumas fotos dela comigo, porque o restante das coisas dela foi deixado na casa de seus pais, Para que fossem doadas.        Tiro minha roupa e sigo nu até o banheiro. Ligo o chuveiro deixando o jato quente me aquecer, é inverno aqui em Nova York, está bem agradável, mesmo que eu nunca ligue para o tipo de clima. Passo o sabonete e logo me enxáguo. Seco meu corpo e volto nu até meu quarto. Vejo a porta aberta e lembro que não a deixei. Bom, não sei o que deve ter acontecido, mas coloco meu pijama e desço as escadas. — Senhor Mendonça? — Renata me chama. E quando me viro, observo que seu uniforme está com alguns botões abertos. — Sim, Renata. — Ela fica me olhando de um jeito que se eu lhe desse oportunidade a ela, a babá pularia em mim.. — As pizzas chegaram. — ela avisa. — Obrigado, cadê os gêmeos? — Ainda fico meio ressabiado com o silêncio deles. — Já estão na cozinha — ela responde e suspiro aliviado. — Está dispensada, Renata — eu a aviso, mas percebo que fica espantada. — O senhor não quer que fique aqui para ajudar? — insiste. — Obrigado, mas não precisa. Quero ficar um pouco sozinho com meus filhos.            Viro de costas e saio em direção à cozinha, onde meus filhos se encontram já comendo as pizzas. Dou em cada um deles, um beijo e me sirvo. Nunca deixo de jantar com eles. — Está gostoso? — pergunto, já que comem com tanta vontade.  — Sim, papai. — Caio responde pegando mais um pedaço de pizza. Valentina só concorda com a cabeça.           Sempre durante as refeições eu conversava com Caio e Valentina. Perguntava sobre o dia deles, como foi a escola, o que fizeram em casa, do que brincaram...           Ao terminar, levo-os para escovarem os dentes, coloco-os na cama e leio uma história até eles caírem no sono. Sempre a mesma rotina, mas eu amo fazer isso.     O quarto deles ainda tinha a decoração que Sarah escolheu, as paredes eram divididas nas cores: azul e rosa. Enquanto os gêmeos dormem, eu olho e penso... Ah, Sarah, como eles estão tão lindos. Proteja-os de onde você estiver!. Antes de eu sair do quarto, dou um beijo em cada um. Vou para o meu quarto, fecho a porta, e sigo para minha cama, deitando-me. Amanhã será um longo dia.            
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