Capítulo 03

1999 Words
Byanka Hospital// 00:30 Mais um dia de plantão aqui no hospital, agradeço todos os dias a Deus por ter me dado esse emprego, mudou muito minha condição financeira, e se tudo sair como planejado, daqui a alguns anos eu serei uma biomédica de sucesso. Byanka: Boa noite dona Célia, ou melhor, boa madrugada! O que aconteceu dessa vez? Teve mais dores? - Perguntei entrando na salinha Célia: Não me lembro - Respondeu cabisbaixa Essa senhora tem alzheimer e é sozinha na vida, os filhos ficam com todo o dinheiro dela e não dão um centavo, se é que alguém assim pode ser chamado de filho Byanka: Se lembra com quem veio? Não prentende voltar pra casa a essas horas né? - Perguntei preocupada - Tá muito tarde, se a senhora quiser pode esperar acabar meu plantão e aí nós vamos juntas, eu lhe levo em casa Célia: Agradeço a boa vontade mas não precisa, eu vim com a vizinha, não lembro o nome dela Byanka: Hum, ok, tudo bem então. O médico passou esses medicamentos.- Entreguei a receita Célia: Será que custa muito caro? - Perguntou tristonha e doeu em mim, pois eu sei como é r**m passar por necessidades.- Byanka: Olha dona Célia, eu acho que são sim... Mas posso dar um jeito de ir na enfermaria e conseguir um deles pra senhora.- Eu sorri pra ela que retribuiu com um sincero sorriso de alívio Célia: Ficarei muito agradecida menina.- Byanka: Me espera só dois minutinhos, tá bom? - Ela assentiu Fui até a enfermaria e peguei um dos remédios na gaveta, olhei a validade que estava em dia e anotei pra eu poder prestar conta no final do mês Voltei e entreguei pra ela Byanka: Aqui está, deve tomar de três em três horas, vou anotar.- Peguei um papel escrevendo e deixei na bolsa dela - Prontinho, tá liberada Célia: Muito obrigada Bya, deveria existir mais pessoas como você no mundo Byanka: Por nada - Sorri - Vamos, eu lhe acompanho até a saída. - Célia: Por favor Peguei em seu braço e a levei até a saída do hospital Byanka: Tchau dona Célia, fica com Deus, que o senhor Jesus lhe acompanhe - Sorri dando tchau Célia: Amém, você também - Saiu com a vizinha dela Em um piscar de olhos eu desviei meu olhar da dona Célia e me assustei com o bando de traficantes que invadiram o hospital XXX: Bora c*****o, fortalece o patrão aqui que tá precisando de ajuda.- Falou quase gritando comigo, ele e outros carregava um homem nos braços.- Byanka: Eu... Eu... Meu plantão acabou - Falei apavorada XXX1: Pouco me importa, o dono disso tudo aqui tá apagado e tu vem com essa de que acabou plantão? Vai se f***r, fia - Falou impaciente XXX2: Agiliza mina, vai ficar aí paradona? XXX3: CADÊ A GERENTE DESSA p***a AQUI? Eu tô igual uma estátua, sem reação nenhuma, os homens estão armados até os dentes e eu tô com medo de levar um tiro no meio da minha testa Alessandra: Byanka, chama o médico e atende ele logo pelo amor de Deus, garota - A gerente disse vindo até a gente Byanka: Mas a Jane precisa está aqui e ela acabou o plantão dela hoje - Me referi a enfermeira - Não dou conta sozinha.- XXX1: Fia do cabrunco, se tu tá aqui tu deve saber fazer alguma coisa, né? Então dá teus pulos aí Alessandra: Isso aí é coisa rápida, em um instante você dá conta, o médico vai te auxiliar - Falou com um olhar de quem tava suplicando pra que eu levasse eles pra fora da recepção, porque já tá todo mundo com medo Byanka: Ok.- Suspirei pesado - Me acompanhem por favor - Falei levando eles até uma sala - Podem colocar ele na maca - Apontei - Aguardem só um instante que irei chamar o médico XXX1: p**a que pariu, ainda tem que aguardar - Bufou - O patrão tá fazendo investimento atoa nesse hospital .- Byanka: Entenda que sou apenas técnica em enfermagem, não posso fazer muita coisa sem a presença de algum médico ou de uma enfermeira XXX1: E por que cê não deixa de ser v***a e vai logo atrás da p***a do médico? Quer que o chefe morra? Se morrer nós te mata, sua vagaba Nunca fui ofendida assim por quem nem conheço na minha vida, diacho de homem grosso e arrogante, Deus que me livre de gente assim Dei as costas pra ele e quando ia saindo da sala o médico logo apareceu, ainda bem Alfredo: Oi Bya, a Alê mandou eu vim aqui urgente Byanka: Sim, pra socorrer esse rapaz - Apontei me tremendo pro dono da favela Alfredo: O que aconteceu com ele? XXX1: Tomou uma balinha e passou m*l Alfredo: Ok, peço que por favor se retirem da sala para eu poder dar início aos procedimentos XXX1: E de qual foi? Nós não pode ficar aqui não? Que indiferença é essa da p***a do bagulho? - Perguntou cruzando os braços XXX2: Deixa o médico fazer o trabalho dele, Coringa Então quer dizer que o apelido do arrogante é Coringa... Alfredo: Agradeço a compreensão, e vale lembrar que quanto mais vocês colaborarem, maior vai ser a chance do patrão de vocês tornar . - XXX3: Beleza então doutor, vamos ficar aqui fora, qualquer coisa dá um alô - Falaram saindo e fechando a porta Byanka: Já estava me vendo louca perto desses homens, que aflição - Falei indo até o filtro e enchendo um copo d'água Alfredo: Se acalma, bebe sua água e vem aqui, vou fazer uns procedimentos para ver se ele tornar Byanka: Tá bom - Falei já no segundo copo Sou super nervosa, e mais ainda quando se trata dessas pessoas, morro de medo de me meter em confusão aqui no Vidigal *** 01:00 Faz aproximadamente uns dez minutos que o médico saiu daqui e deixou o rapaz tomando soro, mas nada dele acordar Minha obrigação é ficar aqui sentada na poltrona esperando ele tornar, quando na verdade já era pra eu estar em casa porque meu plantão acabou, mas umas horinhas extras são sempre boas, pelo menos ganho mais uns trocados Só não fiz levantar as mãos pro alto e me ajoelhar quando ele vi ele se mexendo na maca, o tal de Malvadão, é assim que chamam ele aqui no morro Me aproximei amedrontada e agora já mais tranquila, eu pude perceber a beleza dele, é um homem bem atraente fisicamente, tá explicado o motivo da mulherada cair em cima dele, só ouvia os comentários... Mas nunca tinha o visto pessoalmente, essa é a primeira vez Saí rápido dos meus pensamentos, não posso nem tá pensando na beleza de um bandido, sou uma serva de Deus e não mais uma qualquer daqui Byanka: Oi, como está se sentindo? - Perguntei nervosa Malvadão: Todo quebrado - Disse fazendo uma careta e pondo a mãk nas costas Me segurei pra não rir Byanka: Sente alguma tontura? Dor na vista ou algo do tipo? Malvadão: Um pouco dos dois, bem de leve Byanka: Menos m*l - Falei indo até a bandeja que o Alfredo havia deixado e peguei um remédio em gotas - Abre a boca por favor Malvadão: Vai colocar quantas gotas? Byanka: Dez gotas Ele abriu a boca e eu comecei a despejar as gotas Byanka: Pronto - Falei colocando o remédio de volta na bandeja Malvadão: Precisa ter medo de mim não, não sou um bicho - Disse assim que me entregou o copo Byanka: Eu estou? Malvadão: Teu olhar já diz tudo Me aproximei dele Byanka: Você sofreu alguma pancada ou algo do tipo? Seu cotovelo direito tá super machucado e irá formar uma ferida terrível se não for cuidado com urgência Malvadão: Puts, não tinha percebido. Devo ter me machucado na hora que eu caí Peguei álcool e algodão Byanka: Com licença, levanta o braço só um pouquinho, por favor. Preciso tirar esse sangue e limpar o machucado Malvadão: Beleza - Disse levantando o braço Pelo menos esse não é tão escroto iguais os outros, está sendo até mais tranquilo, e olha que é o chefão Comecei a passar o álcool devagar Malvadão: p***a, arde pra c*****o isso aqui Byanka: Uhum, isso por conta que o álcool está matando os vermes do seu machucado, logo passa, não se preocupa Terminei de limpar e passei um lencinho seco pra não deixar molhado Byanka: Vou passar só mais uma pomadinha aqui pra ir cicatrizando, você pode usá-la em casa também, e se preferir pode colocar band aid ou esparadrapo, mas não é muito recomendável porque abafa muito Malvadão: Entendido Lavei minhas mãos com sabonete líquido na pia e sequei em um pano limpo, coloquei um pouco da pomada no meu dedo e fui passando devagar no cotovelo dele Byanka: Tá te incomodando? Se tiver você diz que eu paro Malvadão: Pode continuar - Falou olhando pro cotovelo - Sabe dizer quando que eu vou poder vazar daqui? .- Byanka: Só com o médico, mas acredito que em breve, você não está tão m*l pra ficar muitos dias aqui - Respondi concentrada no que estava fazendo Passei o que tinha que passar de pomada, não passei muito porque não é suficiente Byanka: Pronto - Falei levantando a cabeça Por incrível que pareça ele estava me encarando e até agora não para de olhar, reparei em cada detalhe do seu rosto, as sobrancelhas riscadas, a boca carnuda e aquele olhar intimidador que me arrepiou dos pés a cabeça, ficamos nos encarando por alguns segundos mas logo tratei de dar as costas e fui guardar a pomada no lugar dela Peguei a prancheta e uma caneta pra fechar a ficha dele e passar pra recepcionista, faltam apenas dois componentes que eu não sei e para isso terei que perguntar Byanka: Idade e nome completo, por favor - Perguntei seca sem olhar pra ele, fiquei com vergonha depois da encarada que trocamos Malvadão: Vinte e oito, Thiago Araújo de Oliveira Anotei de imediato e arqueei a sobrancelha com a pergunta que ele acabou de fazer Malvadão: E o teu nome? Pode me dizer? Byanka: Nicoli - Falei meu sobrenome que quase ninguém conhece Alfredo: Byanka, está liberada! Pode deixar ele comigo agora - O médico falou entrando na sala Vontade de ir pra Marte em um momento desse, corei com vergonha e olhei pra Malvadão que estava rindo de lado, provavelmente porque menti meu nome, mas Nicoli também faz parte então nem adianta eu ficar com vergonha, agora já foi Byanka: Ok Alfredo, até segunda - Falei pegando minha bolsa Alfredo: Até, vai com Deus Byanka: Obrigada, amém. Fica com Deus, a paz do senhor - Falei e olhei pro Malvadão antes de sair Alfredo: Amém Coringa: Como que o chefe tá? - Perguntou assim que saí da sala XXX2: Ele já acordou? Byanka: Sim, já acordou e está bem. O médico vai examinar ele agora pra poder ver se dá alta logo XXX3: Beleza, valeu Byanka: Por nada - Falei saindo de lá Me despedi dos colegas de trabalho e fui até o estacionamento Tirei a chave da biz da bolsa e montei nela ligando Com muito esforço e trabalhando dia e noite eu consegui comprar ela, faltam cinco prestações mas isso é o de menos Segui pra casa, tô bem cansada, ainda bem que amanhã é minha folga e também tem culto, amo ouvir a palavra de Deus Deixei a moto na calçada da minha casa mesmo, ainda não tenho garagem e aqui não tem perigo nenhum Entrei em casa ainda tentando racionar o que foi aquilo hoje, eu senti uma pequena atração por ele sim, confesso E isso é muito errado, espero não senti isso por aquele homem nunca mais, e por mim eu passo o resto da minha vida sem vê-lo. *** O que acharam dela e desses dois??? Comentem! Publicado dia 10 de Julho de 2021, ás 13:17.
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